tag:blogger.com,1999:blog-46656489037310222552024-02-19T19:31:13.228-03:00LEVA UM CASAQUINHOCHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.comBlogger2610125tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-57596342621786674802021-10-07T21:58:00.003-03:002021-10-07T21:59:24.604-03:00PARA ESMÉ, COM AMOR E SORDIDEZ (por J D Salinger)<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: center;"> </p><div class="post-body entry-content" id="post-body-6524634403261224399" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 1.4; position: relative; width: 540px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1RDY7zwJDpC4TlTUcfxtmXCF2IjCSBC-NNOsdWuM0Nva8PlFyrWWzuCG_eYgQBYAEWkqyFBuK3o9ilPPo6zIAvOpXJn83DVShTmr5i-IueI4T8T7EHjGqdNzdBKEH9ezmKUP7fqCZp5M/s851/pageMJNHBGVFCD.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="851" data-original-width="851" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1RDY7zwJDpC4TlTUcfxtmXCF2IjCSBC-NNOsdWuM0Nva8PlFyrWWzuCG_eYgQBYAEWkqyFBuK3o9ilPPo6zIAvOpXJn83DVShTmr5i-IueI4T8T7EHjGqdNzdBKEH9ezmKUP7fqCZp5M/s16000/pageMJNHBGVFCD.jpg" /></a></div><br /><div align="center" class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center;"><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: -webkit-center; text-indent: 0px;"><b style="text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 24px;">(</span><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">tradução de Jório Dauster Magalhães e Silva e Álvaro Gurgel Alencar)</span></b></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Outro dia recebi, por via aérea, um convite para um casamento que se vai realizar na Inglaterra, no dia 18 de abril. Acontece que eu gostaria muito de assistir a esse casamento e, quando o convite chegou, pensei em dar um jeito qualquer de fazer a viagem. Pegava um avião... e as despesas que se danassem. Mas desde então discuti exaustivamente o problema com minha mulher, que é uma moça espantosamente sensata, e nos decidimos contra a ideia: entre outras razões, tinha esquecido por completo que minha sogra esta planejando passar conosco as duas ultimas semanas de abril. Na verdade quase nunca vejo a mamãe Grencher, e os anos já lhe vão pesando. Esta com cinquenta e oito (como seria a primeira a admitir).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Seja como for, quer eu afinal vá ou não, nunca fui dessas pessoas que, por mera preguiça, deixam que um casamento transcorra em meio à maior chatice. Por isso, pus mãos à obra e passei para o papel algumas observações reveladoras sobre a noiva, tal como conheci há quase seis anos. Se minhas notas causarem um ou outro momento de embaraço ao noivo, a quem nunca vi, tanto melhor. Ninguém aqui esta interessado em ser simpático. A intenção é, isto sim, educar, instruir.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Em abril de 1944 eu integrava um grupo de cerca de sessenta soldados americanos submetidos a um curso de treinamento pré-invasão, bastante especializado, ministrado pelo serviço inglês de espionagem em Devon, na Inglaterra. Quando relembro aqueles dias, acho que o traço característico de nosso grupo estava em que dentre os sessenta, não havia um único sujeito capaz de fazer camaradagem com facilidade. Éramos todos essencialmente do tipo que escreve cartas e, quando nos falávamos fora das horas de serviço, era quase sempre para pedir emprestado um pouco de tinta. Quando não estávamos escrevendo cartas ou assistindo às aulas, cada qual tratava de seguir seu próprio caminho. De minha parte, quando fazia sol eu ia passear pelo campo, olhando a paisagem. Em dias de chuva, geralmente sentava-me em algum lugar seco e lia um livro, frequentemente a dois passos de uma inútil mesa de pingue-pongue.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">O curso de treinamento durou três semanas, terminando num sábado muito chuvoso. Nessa noite, as sete horas, o grupo todo devia tomar um trem para Londres, onde, segundo se dizia, seriamos designados para divisões de infantaria e de paraquedistas expressamente organizadas para os desembarques do <i>Dia D</i>. Por volta das três da tarde já tinha arrumado todas as minhas coisas no saco de campanha, inclusive a caixa que deveria conter a máscara contra-gás – cheia de livros que eu trouxera do Outro Lado. (Algumas semanas antes eu havia atirado a máscara por uma escotilha do <i>Mauritânia</i>, perfeitamente cônscio de que, se o inimigo realmente resolvesse fazer uso do gás, eu jamais conseguiria colocar a droga da máscara em tempo.) Lembro-me de ter ficado um tempão diante da janela dos fundos de nossa barraca, vendo a chuva cair de forma obliqua e tediosa. Meu dedo do gatilho coçava de maneira quase imperceptível, se tanto. Atrás de mim podia ouvir o som pouco amistoso de muitas canetas escrevendo sobre muitas folhas de papel de carta aérea. De repente, sem qualquer proposito definido, afastei-me da janela e vesti a capa de chuva, o cachecol de cachemira, as galochas, as luvas de lã e o quepe (que, segundo me diziam, eu usava num angulo todo especial – ligeiramente caído sobre as orelhas). Aí, depois de acertar meu relógio de pulso pelo relógio do banheiro, desci a colina em direção à cidade, pelo longo e escorregadio caminho de paralelepípedos. Tratei de ignorar os relâmpagos que caiam a minha volta: ou bem eles trazem o endereço da gente ou não trazem.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">No centro da cidade, provavelmente o lugar mais alagado da região, parei em frente a uma igreja para ler o quadro de avisos, principalmente porque os números, pintados de branco sobre o fundo preto, tinham atraído minha atenção, mas em parte também porque, depois de três anos no exército, eu já estava viciado em ler quadros de aviso. Às três e quinze, segundo o quadro, haveria um ensaio do coro infantil. Olhei para meu relógio e outra vez para o quadro. Numa folha de papel estavam relacionadas as crianças que deveriam participar do ensaio. Li todos os nomes ali em pé, na chuva, e depois entrei na igreja.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Uns dez adultos se achavam espalhados pelos bancos, alguns deles segurando no colo pequenas galochas, as solas voltadas para cima. Passei por eles e fui instalar-me na primeira fila. Sobre uma plataforma, sentadas em três filas cerradas de cadeiras de auditório, havia umas vinte crianças, na maioria meninas, variando em idade dos sete aos treze anos. Naquele momento, a regente do coro – uma mulher enorme, com um vestido de <i>tweed</i> – estava aconselhando as crianças a abrirem mais a boca ao cantar. Alguém já ouviu falar, perguntou ela, de algum passarinhozinho que <i>ouse</i> cantar sua linda canção sem antes abrir o biquinho <i>bem</i> aberto? Aparentemente ninguém jamais ouvira: as crianças responderam-lhe com um olhar imóvel e opaco. Ela prosseguiu, dizendo que queria que <i>todas</i> as suas criancinhas absorvessem o <i>significado</i> das palavras que cantassem, não se contentando simplesmente em repeti-las como uns papagaios. Soprou então uma nota no diapasão e as crianças, qual halterofilistas precoces, ergueram seus hinários.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Cantaram sem acompanhamento instrumental – ou mais precisamente no caso, sem qualquer interferência. Suas vozes eram melodiosas e em nada afetadas, a tal ponto que alguém dotado de maior religiosidade do que eu poderia ter levitado sem o menor esforço. Uma ou duas crianças menores atrasavam um pouquinho, mas de um modo que só a mãe do compositor poderia criticar. Eu nunca tinha ouvido aquele hino e fiquei torcendo para que tivesse umas doze estrofes ou mais. Enquanto ouvia, fui examinando os rostos de todas as crianças, mas observei um em particular, o da menina que estava sentada mais próximo de mim, na ultima cadeira da fila da frente. Devia ter uns treze anos, cabelos de um louro acinzentado que caiam até a altura dos lóbulos das orelhas, uma testa perfeita e uns olhos <i>blasé</i> que, pensei comigo, muito possivelmente já teriam registrado o numero de espectadores presentes. Sua voz destacava-se claramente das demais, não apenas porque ela estivesse mais perto de mim. Tinha o registro mais alto, era a que soava mais doce, a mais firme, e automaticamente liderava as outras vozes. A mocinha, no entanto, parecia ligeiramente entediada com sua própria habilidade vocal, ou talvez apenas com as circunstancias de tempo e lugar; duas vezes, entre uma e outra estrofe, eu a vi bocejar. Era um bocejo muito bem educado, um bocejo de boca fechada, mas dava para se notar: as narinas a traiam.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Mal o hino chegara ao fim, a regente do coro começou a dissertar longamente sobre as pessoas que não sabem manter os pés parados e a boca hermeticamente fechada durante o sermão. Concluí que a parte cantada do ensaio havia terminado e, antes que a voz dissonante da regente quebrasse todo o encantamento criado pela musica das crianças, levantei-me e saí da igreja.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">A chuva tinha aumentado. Desci a rua e, através da janela. dei uma olhada no salão de diversões da Cruz Vermelha, mas havia um monte de soldados diante do balcão de café e mesmo através do vidro dava para ouvir o som de bolas e pingue-pongue na sala ao lado. Atravessei a rua e entrei numa casa de chá comum, inteiramente deserta a não ser pela garçonete, mulher de meia idade que parecia preferir um freguês com uma capa de chuva menos encharcada. Pendurei a capa com maior cuidado possível, sentei-me a uma mesa e pedi chá com torradas. Era a primeira vez que eu falava com alguém naquele dia. Dei então uma batida por todos os meus bolsos, inclusive os da capa, e acabei encontrando algumas cartas antigas para reler; uma, de minha mulher, contava como havia piorado o serviço no Restaurante Schrafft da rua Oitenta e Oito; outra, de minha sogra, pedia-me o obsequio de lhe mandar novelos de cachemira, na primeira ocasião em que escapulisse do “acampamento”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Enquanto eu ainda estava na primeira xicara de chá, entrou na sala a mocinha que eu ficara olhando e ouvindo durante o ensaio do coro. Seu cabelo estava empapado, deixando aparecer as bordas das orelhas. Com ela vinha um garoto bem pequenininho, certamente seu irmão, cujo boné ela removeu com dois dedos, como se fosse um espécime de laboratório. Fechando a fila entrou uma mulher de jeitão eficiente, com um chapéu de feltro mole, presumivelmente a governanta dos dois. A participante do coro, desvencilhando-se do casaco enquanto andava, escolheu a mesa – uma boa mesa, de meu ponto de vista, pois ficava a uns três metros de distancia, bem a minha frente. Ela e a governanta se sentaram. O garotinho , que devia ter uns cinco anos, ainda não estava pronto para se sentar. Esgueirou-se para fora do casaco e, com expressão imperturbável de quem já nasceu fazendo alguma travessura, começou a chatear a governanta metodicamente, empurrando varias vezes a cadeira para frente e para trás, olhando para ela o tempo todo. A governanta, esforçando-se por falar baixo, deu umas duas ou três ordens para que ele se sentasse e, afinal, parasse com a gracinha. Mas só quando a irmãlhe falou é que ele resolveu acalmar-se e repousar o traseiro no assento. Imediatamente apanhou o guardanapo e o pôs em cima da cabeça. A mocinha removeu o guardanapo, abriu –o e colocou no colo dele.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Mais ou menos na hora em que lhes era servido o chá, a participante do coro, apanhou-me espiando sua mesa. Encarou-me de volta, com aqueles olhos de quem calcula o numero de espectadores, e aí, de repente, deu-me um sorriso breve e condicional. Estranhamente radiante, como são, as vezes, alguns sorrisos breves e condicionais. Sorri em resposta, de maneira muito menos radiante, mantendo o lábio superior firmemente plantado sobre uma obturação provisória que me haviam feito no exército, negra como carvão, bem visível entre dois de meus dentes da frente. Quando dei por mim a mocinha se encontrava de pé, com invejável pose, ao lado da minha mesa. Estava com um vestido de tecido escocês – com o padrão do clã de Campbell, se não me engano. Pareceu-me o tipo de vestido ideal para ser usado por uma mocinha num dia assim tão chuvoso.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Eu pensava que os americanos detestassem chá – ela falou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Não disse isso pata se fazer de engraçadinha, mas antes como alguém interessado na verdade ou em informações estatísticas. Respondi que alguns de nós <i>só</i> tomávamos chá. Convidei-a para sentar-se comigo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Obrigada – respondeu – Talvez por um segundinho.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Levantei-me e afastei a cadeira para ela, a que ficava na minha frente; sentou-se na beirada do assento, mantendo o corpo ereto, com graça e leveza. Voltei para minha cadeira, quase correndo, mais do que disposto a estimular a conversa. Mas, quando me vi sentado. não consegui pensar em nada para dizer. Sorri outra vez, mantendo ainda escondida minha negra obturação. Comentei que estava fazendo um tempo horrível lá fora.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– É, péssimo – retrucou minha convidada com a entonação significativa de quem odeia esse tipo de conversinha fiada. Pousou os dedos firmemente sobre a borda da mesa, como se estivesse numa sessão espirita, e logo em seguida – quase instantaneamente – fechou as mãos: suas unhas estavam roídas até o sabugo. Usava um relógio de pulso de feitio militar, mais parecendo o cronômetro de algum comandante de navio, grande demais para pulso tão fino.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você assistiu ao ensaio do coro – ela comentou, em tom desinteressado. – Eu te vi lá.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Confirmei que havia estado lá e notara como a voz dela se destacava das demais. Disse que tinha achado sua voz magnífica.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Concordou com a cabeça e falou – Eu sei. Vou ser cantora profissional.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– É mesmo? Opera?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não pelo amor de Deus. Vou cantar jazz no radio e ganhar um monte de dinheiro. Aí, quando tiver trinta anos, me aposento e vou viver numa fazenda, em Ohio.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Tocou o alto da cabeça encharcada com a palma da mão.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você conhece Ohio? – perguntou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que já havia atravessado o Estado algumas vezes, de trem, mas que não conhecia direito aquela região. Ofereci-lhe uma torrada.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não obrigada. Para dizer a verdade, eu como muito pouco.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Mordi uma fatia de torrada e comentei que, em Ohio, havia lugares onde a vida era bem dura.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Eu sei disso. Um americano que eu conheci me disse isso. Você é o decimo-primeiro americano que eu encontro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">A essa altura a governanta estava fazendo sinais insistentes em sua direção, para que voltasse à mesa – ou seja, para que deixasse de incomodar o rapaz. Minha convidada, entretanto, ajeitou calmamente a cadeira de modo a que suas costas impedissem qualquer possibilidade futura de comunicação com a mesa de origem.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você esta frequentando aquela escola do serviço secreto no alto do morro, não é? – indagou-me firmemente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Por dever de ofício, respondi-lhe que estava visitando Devonshire por motivos de saúde.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Pois sim – respondeu – Eu não nasci ontem, sabe?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que, quanto a isso, não tinha a menor duvida. Tomei meu chá por alguns momentos. Estava começando a ficar ligeiramente preocupado com minha postura, por isso sentei-me mais empertigado na cadeira.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Para um americano, você parece muito inteligente – minha convidada ponderou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi-lhe que, pensando bem, aquilo era o tipo da coisa esnobe de se dizer, além de não se uma observação digna de uma pessoa como ela.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela corou, outorgando-me automaticamente a afirmação social que me vinha faltando.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Bem, a maioria dos americanos que <i>eu</i> vi agem como uns animais. Estão sempre se socando e xingando todo mundo, e ... você sabe o que um deles fez?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Fiz que não com a cabeça.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Jogou uma garrafa de uísque vazia pela janela de minha tia. <i>Felizmente</i> a janela estava aberta. Você acha isso muito inteligente?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Não me pareceu particularmente inteligente, mas não disse isso. Expliquei que, pelo mundo afora, muitos soldados estavam longe de suas casas e poucos deles haviam sido bem tratados pela vida. Pensava mesmo que qualquer pessoa era capaz de compreender isto sozinha.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Talvez – respondeu minha convidada sem convicção. Levantou outra vez a mão até a cabeça molhada e ajeitou alguns fios soltos de cabelo louro, tentando encobrir as orelhas.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Meu cabelo está encharcado. Devo estar horrorosa –falou, olhando para mim – Meu cabelo é bem ondulado quando está seco.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Dá para perceber, eu já tinha notado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"> – Não chega a ser crespo, mas é bem ondulado. Você é casado?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que era.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela sacudiu a cabeça… – Você é apaixonado por sua mulher? Ou estou sendo muito indiscreta?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que, quando ela se tornasse indiscreta, eu o diria.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela moveu as mãos e os pulsos mais para o centro da mesa – e lembro-me de ter desejado fazer alguma coisa com aquele enorme relógio de pulso, talvez sugerir que ela usasse em volta da cintura.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Em geral eu não sou exageradamente gregária – ela disse olhou para mim, como querendo ver se eu compreendera ou não o significado da palavra. Mas nada fiz que pudesse indicar uma coisa ou outra. – Só vim até sua mesa porque achei que você parecia extremamente solitário. Você tem um rosto muito sensível.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Falei que ela tinha razão, que eu de fato estava me sentindo solitário e ficara muito satisfeito por ela ter vindo até minha mesa.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Estou me esforçando para ser mais compassiva. Minha tia diz que eu sou uma pessoa terrivelmente fria – falou, levando novamente a mão até o alto da cabeça. – Eu vivo com minha tia. Ela é uma pessoa extremamente bondosa. Desde a morte de minha mãe ela tem feito todo o possível para que eu e Charles nos sintamos ajustados.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Que bom...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Mamãe era muitíssimo inteligente. Muito sensual, em vários sentidos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Olhou-me com uma espécie de renovada intensidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você me acha terrivelmente fria?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que absolutamente não achava – na verdade, muito pelo contrario. Disse meu nome e perguntei pelo dela.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Hesitou: – Meu primeiro nome é Esmé. Acho que, por enquanto não lhe devo dizer todo o meu nome. Eu tenho um titulo de nobreza e pode ser que você se impressione com títulos. Os americanos se impressionam com esse tipo de coisa, você sabe.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Falei que não achava que fosse ficar impressionado, mas não era má ideia ela deixar para revelar seu titulo mais tarde.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Nesse justo instante senti o bafo quente de alguém respirando bem atrás do meu pescoço. Virei-me e, por um triz, não rocei meu nariz no irmãozinho de Esmé. Como se eu não existisse, dirigiu-se a irmã, em voz aguda e cortante.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Miss Megley disse pra você ir acabar de tomar o chá!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Transmitida a mensagem, retirou –se para a cadeira que ficava à minha direita, entre mim e sua irmã. Olhei-o com grande interesse. Ele estava elegantíssimo, de calças marrons, casaco azul-marinho, camisa branca e gravata listrada. Encarou-me de volta, com uns imensos olhos verdes.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Por quê as pessoas nos filmes se beijam sempre de lado? – inquiriu-me<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– De lado? – Perguntei. Esse problema também me havia preocupado quando eu era criança. Respondi que achava que era porque os narizes dos artistas eram grande demais para eles se poderem beijar de frente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ele se chama Charles – disse Esmé. – É extremamente brilhante para a idade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Os olhos dele são um bocado verdes, não é Charles?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Charles respondeu-me com um olhar enjoado que minha pergunta merecia e escorregou para a frente da cadeira, até que seu corpo todo foi parar debaixo da mesa, com exceção da cabeça, que ele deixou ficar sobre o assento.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Eles são alaranjados – falou em voz forçada, dirigindo-se ao teto. Apanhou uma beirada de toalha e cobriu seu rosto bonito e impassível.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– As vezes ele é brilhante e outras vezes não é – disse Esmé – Charles, senta direito!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Charles continuou onde estava. Parecia estar prendendo a respiração.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ele sente muito a falta de meu pai. Papai foi m-o-r-t-o no Norte da África – ela soletrou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Expressei meu pesar pelo fato. Esmé sacudiu a cabeça e disse.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Papai adorava Charles.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Mordeu pensativamente a cutícula do polegar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Charles se parece muito com minha mãe. Eu sou exatamente igual ao meu pai.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Continuou mordendo a cutícula.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Minha mãe era uma mulher muito emotiva. Ela era extrovertida, meu pai era introvertido. Mas eles combinavam muito bem, de um modo superficial. Para ser franca, papai realmente precisava de uma companheira mais intelectual do que mamãe. Ele era um verdadeiro gênio.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Esperei receptivamente por informações adicionais, mas Esmé ficou nisso. Olhei para baixo, na direção de Charles, que estava agora com o lado do rosto deitado no assento da cadeira. Quando notou que estava sendo observado, fechou os olhos mansamente, angelicamente, e aí pôs a língua de fora – uma peça de surpreendentes dimensões – deixando escapar um som que, no <i>meu país</i>, teria sido um glorioso tributo a um juiz de beisebol míope. O barulho fez virtualmente tremer a casa de chá.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Para com isso – disse Esmé, nitidamente inabalada. – Ele viu um americano fazer isso na fila do restaurante e agora repete sempre que esta chateado. Para com isso agora, senão eu te mando diretamente para Miss Megley.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Charles abriu os olhos enormes, sinal de que tinha ouvido a ameaça da irmã, mas, afora isso, não demonstrou maiores cuidados. Fechou os olhos novamente e continuou com o rosto deitado no assento.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Comentei que talvez ele devesse guardar aquele truque – isto é, a vaia do Bronx – para quando começasse a usar normalmente seu titulo nobiliárquico. Isto é, caso ele também tivesse algum titulo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Esmé lançou-me um olhar demorado, vagamente clínico.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você tem um senso de humor muito apurado, não é? – falou, suspirosa. – Papai dizia que eu não tinha nem um pouco de senso de humor. Que eu estava despreparada para enfrentar a vida porque não tinha senso de humor.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Encarando-a, acendi um cigarro e disse-lhe não acreditar que o senso de humor tivesse qualquer utilidade numa hora de aperto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Papai disse que tinha.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Tratava-se de uma afirmação de fé, não de um contra-argumento, por isso resolvi bater rapidamente em retirada. Balancei afirmativamente a cabeça e disse que o pai dela provavelmente encarara a questão sob uma perspectiva de longo prazo, enquanto eu a havia considerado em sua projeção de curto prazo (embora até hoje eu não tenha a menor ideia do que <i>isso</i> signifique).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– O Charles sente uma enorme falta dele – Esmé falou alguns momentos depois. – Ele era um homem extremamente bom. E muito bonito também. Não que a aparência de uma pessoa seja muito importante, mas ele era bonito de verdade. Tinha uns olhos incrivelmente penetrantes, para um homem que era intrinsecamente bondoso.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Concordei com a cabeça. Disse que imaginava que o pai dela tinha um vocabulário riquíssimo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ah, tinha! Fabuloso! – confirmou. – Ele era um colecionador de documentos históricos... amador, naturalmente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Nesse instante eu senti um tapa impertinente, quase um soco, no meu braço direito, vindo do lado de Charles. Voltei-me para ele. Estava sentado agora na cadeira, em posição bastante normal não fosse pela circunstancia de ter uma perna dobrada por baixo do corpo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– O que uma parede disse pra outra? – perguntou, com aquela voz aguda. – É uma charada.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Levantei os olhos para o teto, pensativo, e repeti alto a pergunta. Ai então olhei para Charles com ar de perplexidade e confessei que desistia.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Te encontro na esquina! – veio a solução, em volume máximo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">A maior reação partiu do próprio Charles, que achou a piada insuportavelmente engraçada. Na verdade, Esmé teve de levantar-se para ir bater nas costas dele, como se estivesse com um aceso de tosse.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Agora para como isso – ela disse, voltando a seu lugar. – Ele conta essa charada a todo mundo e sempre tem um ataque. Normalmente ele se baba todo quando ri. Agora para, por favor.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Mas é uma das melhores charadas que eu já ouvi – falei, olhando para Charles, que começava a recuperar-se do ataque. Em resposta ao elogio, escorregou ainda mais para baixo da cadeira e voltou a cobrir o rosto, até a altura dos olhos, com uma ponta da toalha. Aí então encarou-me com os olhos descoberetos, carregados de uma alegria que se dissolvia lentamente, com o orgulho de quem sabe umas charadas boas de verdade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Posso saber qual era a sua profissão antes da guerra? – Esmé perguntou-me.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que não tinha emprego nenhum, que havia terminado a universidade um ano antes de começar a guerra, embora gostasse de me considerar um contista profissional.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela balançou a cabeça polidamente. – E seus contos já foram publicados.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Tratava-se de uma pergunta familiar, embora sempre embaraçosa, à qual eu não costumava responder com exagerada facilidade. Comecei a explicar que a maioria dos editores dos Estados Unidos eram um bando de...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Meu pai escrevia muito bem – Esmé interrompeu. – Estou guardando varias cartas dele para a posteridade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Falei que isso me parecia uma boa ideia. Por acaso dei com os olhos outra vez sobre seu relógio de pulso com jeito de cronómetro, com aquele mostrador enorme. Perguntei se havia pertencido a seu pai.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela examinou longamente o relógio, com toda a solenidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– É era dele. Me deu de presente pouco antes de eu e o Charles sermos evacuados – respondeu, enquanto escondia as mãos sob a mesa. – Apenas como recordação é claro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela mesma conduziu a conversa para outro assunto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Eu ficaria muito grata se você algum dia escrevesse um conto exclusivamente para mim. Sou ávida por leitura.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Disse-lhe que certamente o faria, se pudesse. Expliquei que não era terrivelmente prolífico.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não precisa ser terrivelmente prolífico! Basta que não seja um conto bobo e infantil – ela disse, e depois se calou, pensativa. – Eu prefiro estórias sobre sordidez e sofrimento.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sobre o quê? – perguntei , inclinando-me para a frente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Miséria e sofrimento. Eu me interesso muito pela sordidez e pelo sofrimento.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Eu já ia começar a solicitar-lhe maiores esclarecimentos, mas senti um beliscão forte de Charles em meu braço. Voltei-me para seu lado, com uma ligeira careta de dor. Ele estava novamente de pé, a meu lado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– O que é que uma parede disse para a outra? – perguntou, de modo algop familiar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você já perguntou isso a ele , Charles – Esmé disse. – Agora para com isso.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Sem prestar atenção à irmã, e pisando sobree um dos meus pés, Charles repetiu a pergunta-chave, Reparei que o laço de sua gravata não estava no lugar devido. Apertei o nó, encarando-o, e aí, arrisquei: – Te encontro na esquina!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Mal acabei de falar, arrependi-me inteiramente. A boca do menino se abriu. Senti-me como se eu mesmo a tivesse aberto. Ele desceu de cima de meu pé e, com furiosa dignidade, voltou para a sua mesa, sem olhar para atrás.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ele esta fulo de raiva – Esmé disse. – Tem um temperamento muito violento. Minha mãe costumava mimá-lo demais. Meu pai era o único que não o mimava.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Continuei olhando para Charles, que se havia sentado e começava a tomar o chá, segurando a xícara com as duas mãos. Tinha a esperança de que ele se voltasse na minha direção, mas nem se mexeu.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Esmé levantou-se<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– <i>Il faut que je parte aussi</i> – ela disse com um suspiro. – Você fala francês?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Levantei</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">-me da cadeira com um misto de pesar e confusão. Trocamos um aperto de mãos; sua mão, como eu suspeitava, era nervosa, a palma úmida. Disse-lhe, em inglês, o quanto me fora agradável sua presença.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela concordou, sacudindo a cabeça. – Achei que você gostaria. Eu sou muito comunicativa para a minha idade – falou, dando mais um toque exploratório no cabelo. – Desculpe o jeito que está meu cabelo. – Eu provavelmente estou com uma cara horrorosa de se olhar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Nada disso! Para dizer a verdade, acho que as ondas já estão começando a aparecer.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela rapidamente levou a mão outra vez ao cabelo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você acha que voltará por aqui num futuro próximo? – Perguntou. – Todo sábado nós costumamos vir aqui, depois do ensaio do coro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que gostaria muitíssimo de poder voltar, mas que infelizmente tinha a certeza de que isso não seria possível.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Em outras palavras, você não pode falar sobre os movimentos da tropa – Esmé disse. Não fez qualquer menção de abandonar as proximidades da mesa. Cruzou mesmo um pé sobre o outro e, olhando para baixo, alinhou os bicos dos sapatos. Era uma exibiçãozinha digna de nota, porque ela estava de meias brancas e seus pés e tornozelos eram muito bem feitos. Olhou-me repentinamente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você gostaria que eu escrevesse para você – perguntou, seu rosto ganhando um colorido peculiar. – Eu escrevo umas cartas muito maduras para uma pessoa de...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Gostaria muito – respondi. Tirei do bolso papel e lápis, e escrevi meu nome, posto, numero de serie e numero postal.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Eu escrevo primeiro – ela disse, aceitando o pedaço de papel e guardando-o num bolso do vestido. – Não quero que você se sinta constrangido a escrever de modo algum. Adeus – falou, e voltou para sua mesa.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Pedi mais um bule de chá e fiquei olhando para eles, até que os dois – e a afobada governanta – se levantassem para ir embora. Charles seguia na frente, capengando tragicamente, como se tivesse uma perna muito mais curta do que a outra. Não olhou para mim. A governanta vinha depois e, por ultimo, Esmé, que acenou na minha direção. Respondi também com um aceno, levantando-me ligeiramente da cadeira. Foi um momento estranhamente comovedor para mim.<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">* * *<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Menos de um minuto depois Esmé voltou a entrar na casa de chá, puxando Charles pela manga do casaco.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– O Charles quer te dar um beijo de despedida.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Descansei imediatamente a xícara e disse que era muito gentil da parte dele mas... será que ela tinha <i>certeza</i>?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tenho – respondeu, com uma ponta de severidade. Soltou a manga de Charles e deu-lhe um empurrão bastante vigoroso em minha direção. Ele avançou, a face lívida, e deu-me um beijo estalado, molhado, bem embaixo da ponta da orelha direita. Terminada a provação, fez menção de partir em linha reta rumo à porta, em busca de uma existência menos sentimental, mas peguei-o pelo cinto falso, nas costas do paletó; prendi-o firmemente e perguntei:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– O que é que uma parede disse para outra?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Seu rosto iluminou-se – Te encontro na esquina! – respondeu num guincho, e saiu correndo da sala, possivelmente em meio a um ataque histérico.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Esmé continuava de pé, novamente com um tornozelo cruzado sobre o outro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você tem certeza de que não vai esquecer de escrever aquele conto para mim? Não precisa ser <i>exclusivamente</i> para mim. Pode...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Falei que não havia a menor possibilidade de que eu esquecesse. Disse-lhe que nunca tinha escrito um conto <i>para</i> ninguém, mas parecia exatamente o momento oportuno para começar.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ela concordou com a cabeça.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Procure escrever uma estória, extremamente sórdida e comovente – sugeriu – Você tem alguma experiência pessoal de miséria humana?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que, a bem dizer, não tinha experiência própria do assunto, mas que, de uma forma ou de outra, estava ficando cada dia mais familiarizado com ela – e faria o possível para corresponder às especificações. Trocamos um aperto de mãos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não é uma pena que nós nos tenhamos encontrado em condições tão desfavoráveis?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Respondi que sim, que certamente era uma pena.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Adeus – Esmé disse – Espero que você saia da guerra com suas faculdades mentais intactas.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Agradeci, disse mais algumas palavras e a acompanhei com o olhar. Foi embora vagarosamente, pensativamente, tocando a ponta dos cabelos para ver se já estavam secos.<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">* * *<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Esta é a parte sórdida ou comovente da historia, e o cenário se modifica. Os atores também se modificam. Eu ainda estou nas imediações mas daqui por diante, por razões que não estou autorizado a revelar, disfarcei-me tão astuciosamente que nem mesmo o leitor mais atilado conseguira reconhecer-me.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Deviam ser umas dez e meia da noite em Gaufurt, na Bavária, algumas semanas depois do Dia da Vitoria. O Sargento X achava-se em seu quarto, no segundo andar da casa onde, antes mesmo do armistício, ele e outros nove soldados americanos haviam sido instalados. Estava sentado numa cadeira de armar, de madeira, diante de uma pequena escrivaninha bastante desarrumada. Lia com grande dificuldade um livro aberto à sua frente. A dificuldade corria por sua conta, e não por conta do livro. Embora os soldados que ocupavam o primeiro andar tivessem habitualmente acesso prévio aos livros enviados todo mês pelo Departamento de Serviços Especiais, X parecia sempre ficar com o livro que teria escolhido de qualquer maneira. Tratava-se, contudo, de um jovem que não saíra da guerra com todas as faculdades mentais intactas – e já há mais de uma hora vinha tendo que ler e reler cada paragrafo. Agora estava tendo que seguir o mesmo processo com cada frase. De repente fechou o livro, sem marcar a pagina. Por alguns instantes cobriu os olhos com a mão, protegendo-os do clarão rude da lâmpada descoberta que brilhava sobre a escrivaninha.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Tirou um cigarro do maço que havia em cima da mesa, acendendo-o com dedos que se entrechocaram de leve, incessantemente. Chegou o corpo um pouco para trás na cadeira e fumou sem sentir gosto algum. Ha semanas que vinha fumando um cigarro atrás do outro. Suas gengivas sangravam à mais leve pressão da ponta da língua, e ele raramente parava de repetir essa experiência; era um pequeno jogo que ele às vezes praticava durante horas a fio. Ficou sentado algum tempo, fumando e experimentando. Aí, de repente – da maneira já familiar e, como sempre, sem qualquer aviso prévio – teve a sensação de que sua mente se deslocava e ficava balançando, tal como bagagem mal assentada num porta malas de trem. Rapidamente fez o que vinha fazendo há bastante tempo para repor as coisas no lugar: apertou as mãos fortemente contra as têmporas. Manteve-se assim, teso, por alguns instantes. Seu cabelo precisava ser cortado e estava sujo. Tinha-o lavado três ou quatro vezes durante as duas semanas que passara no hospital em Frankfort-sobre-o-Meno, mas o cabelo tinha-se sujado novamente na longa e poeirenta viagem de jipe, ao voltar para Gaufurt. O Cabo Z, que fora busca-lo no hospital, ainda dirigia seu jipe como se estivesse em combate, com o para-brisas abaixado, houvesse ou não armistício. Havia milhares de soldados recém chegados na Alemanha. Dirigindo com o para-brisas arriado, Z queria mostrar que não era um deles, que de jeito nenhum era um desses filhos da mãe recém-chegados com as tropas especiais de ocupação.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Quando largou a cabeça, X começou a olhar fixamente a superfície da escrivaninha, onde se amontoavam pelo menos duas dúzias de cartas não abertas e pelo menos cinco ou seis pacotes fechados, todos endereçados a ele. Esticou o braço por cima do entulho e apanhou um livro que estava encostado à parede. Era um livro de Goebbels, intitulado <i>Die Zeit Ohne Beispiel</i>. Pertencera a uma mulher de trinta e oito anos, solteira, filha do casal que até algumas semanas antes vivera naquela casa. Ela fora membro do Partido nazista e, embora sua patente fosse baixa, era suficientemente alta para justificar, à luz dos regulamentos militares, sua inclusão na categoria de prisão automática. O próprio X a prendera. Agora, pela terceira vez desde que voltara do hospital naquele dia, X abriu o livro da mulher e leu a curta inscrição que havia na sobrecapa. Escritas a tinta, em alemão, numa caligrafia miúda e irremediavelmente sincera, lá estavam as palavras: “Deus meu, a vida é um inferno”. Nada as precedia ou a elas se seguia. Solitárias na página – e dentro do silencio doentio do quarto – as palavras pareciam adquirir a estatura de uma acusação incontestável, até mesmo clássica. X encarou fixamente a página durante vários minutos, tentando, contra todas as probabilidades, não se deixar absorver por ela. Então, com muito mais zelo do que empregara durante semanas em qualquer outra atividade, apanhou um toco de lápis e escreveu sobre a inscrição, em inglês:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">“Pais e mestres, eu pergunto: o que é um inferno” Sustento que é a dor de não poder amar”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Começou a escrever o nome de Dostoievski sob a citação, mas notou – com um temor que lhe percorreu todo o corpo – que suas palavras eram quase inteiramente ilegíveis. Fechou o livro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Apanhou rapidamente outra coisa de cima da mesa, uma carta de seu irmão mais velho, que morava em Albany. A carta já estava sobre a mesa antes mesmo de sua ida para o hospital. Abriu o envelope, vagamente disposto a ler tudo de uma só vez, mas leu apenas a metade superior da primeira página. Parou depois das palavras: “Agora que a droga de guerra acabou você provavelmente tem tempo de sobra por aí, que tal mandar para os garotos uma baionetas ou umas suásticas...” Após rasgar a carta, olhou os pedacinhos na cesta de papeis. Viu então que não tinha reparado numa fotografia que viera junto com a carta. dava para distinguir os pés de alguém sobre um gramado qualquer.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Pôs os braços em cima da mesa e descansou a cabeça sobre eles. Sentia dores da cabeça aos pés, todas as zonas de dor aparentemente interdependentes. Mais parecia uma arvore de Natal, cujas luzinhas, ligadas por um único fio, apagam-se todas se uma única lâmpada estiver defeituosa.<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">* * *<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">A porta foi aberta violentamente, sem qualquer aviso prévio. X levantou a cabeça, olhou para trás e viu o Cabo Z, de pê, na soleira da porta. O Cabo Z fora seu companheiro constante desde o Dia D, ao longo de cinco campanhas da guerra. Morava no primeiro andar e normalmente subia para ver X quando tinha alguns boatos ou amolações para descarregar. Era um jovem corpulento e fotogênico, de vinte e quatro anos. Durante a guerra, uma revista de circulação nacional o fotografara na Floresta de Hürtgen; ele havia posado, com um pouco mais de presteza do que o exigiria a mera boa-educação, segurando em cada mão um peru do Dia de Ação de Graças.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tá escrevendo alguma carta? – perguntou a X. – Pomba, isso aqui tá parecendo até casa mal-assombrada – prosseguiu. Ele preferia sempre entrar num aposento onde a lâmpada do teto estivesse acessa.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X voltou-se na cadeira e convidou-o a entrar, desde que tomasse cuidado para não pisar no cachorro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Pisar em quê?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– No Alvin. Ele está bem embaixo do teu pé, Clay. Que tal acender a porcaria da luz?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay descobriu o interruptor, acendeu a luz e aí atravessou o pequeno aposento, do tamanho de um quarto de empregada; sentou na beirada da cama, encarando o anfitrião. De seus cabelos cor-de-tijolo, recém-penteados, escorria boa parte do volume de agua que ele julgava necessário para um penteado satisfatório. Um pente, com prendedor igual ao da caneta, formava uma protuberância já familiar no bolso direito de sua camisa verde-oliva. Em cima do bolso, do lado esquerdo, estavam pregadas a Insígnia da Infantaria de Combate (que tecnicamente, ele não estava autorizado a usar) a fita do teatro Europeu, com cinco estrelas de batalha de bronze (em vez de uma única de prata, equivalente às cinco de bronze) e a fita de serviço pré-Pearl Harbor. Suspirou profundamente e disse.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">–Deus meu.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Não que isso significasse alguma coisa: era apenas parte da vida no exército. Tirou um maço de cigarros do bolso da camisa, catou um, guardou o maço e abotoou novamente o bolso. Enquanto fumava, percorreu o quarto com olhar vazio. Seus olhos fixaram-se finalmente no rádio.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ei – falou – vai ter um <i>show</i> infernal no radio daqui a pouquinho. Bob Hope, todo mundo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X abrindo um novo maço de cigarros, disse que tinha acabado de desligar o rádio.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Inabalável, Clay ficou observando X enquanto ele tentava acender o cigarro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Poxa – comentou, com entusiasmo de bom espectador – você precisava ver a droga das tuas mãos. Pomba você tá com a maior tremedeira, sabe disso?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X conseguiu acender o cigarro e disse que Clay tinha um espirito de observação muito apurado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Fora de brincadeira. Quase desmaiei quando te vi no hospital. Você tava mais parecendo uma droga dum <i>cadáver</i>. Quantos quilos você emagreceu? Hem?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sei lá. Como é que andou tua correspondência enquanto eu estava fora? teve alguma noticia da Loretta?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Loretta era a namorada de Clay. Pensavam casar-se na primeira oportunidade favorável. Ela lhe escrevia com regularidade, perdida num paraíso de pontos de exclamação triplos e observações incorretas. Ao longo de toda a guerra, Clay havia lido para X as cartas de Loretta, por mais íntimas que fossem – aliás quanto mais íntimas, melhor. Já era um habito, depois de cada leitura, pedir a X que planejasse ou retocasse a carta de resposta, ou ainda que inserisse algumas palavras imponentes em francês ou alemão.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tive, chegou uma carta dela ontem. Tá lá embaixo, no meu quarto, depois te mostro – Clay respondeu, com indiferença. Empertigou-se na beirada da cama, prendeu a respiração e soltou um longo e sonoro arroto. Parecendo apenas parcialmente satisfeito com a façanha, voltou a descontrair-se.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– A droga do irmão dela foi dispensado da Marinha por causa do quadril. O safado tem aquele quadril estropiado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Empertigou-se novamente e tentou outro arroto, mas com resultados medíocres. Um leve traço de atenção aflorou em seu rosto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ei, antes que eu esqueça;: amanhã a gente tem que acordar as cinco da matina e ir até Hamburgo ou coisa parecida. Apanhar umas túnicas, Eisenhower para o destacamento todo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X, encarando-o com hostilidade, declarou que não queria nenhuma túnica Eisenhower.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay pareceu surpreso, quase ofendido.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Poxa, elas são um bocado bacanas! Tem uma pinta infernal. Por quê que você não quer?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Por nada. Pra quê que a gente tem de acordar às cinco? A guerra acabou, pomba.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sei lá... A gente tem que estar de volta antes do almoço. Tem ai uns formulários novos que a gente tem de preencher antes do almoço. Perguntei ao Bulling por quê que a gente não podia preencher os troços hoje de noite. Ele tá com a droga dos papeis na mesa dele. Não quer abrir os envelopes agora, o filho da puta.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Os dois ficaram calados por alguns instantes, odiando o Bulling.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay repentinamente olhou para X com renovado interesse, mais agudo do que antes.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ei! Você sabe que a porcaria da tua bochecha tá pulando pra burro?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X disse que sabia muito bem e encobriu o tique com a mão.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay encarou-o por um momento e enfim disse, com bastante entusiasmo, como se fosse o portador de noticias excepcionalmente agradáveis:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Escrevi para Loretta dizendo que você teve um esgotamento nervoso.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– É?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Foi. Ela tá um bocado interessada nesse tipo de troço. Vai se formar em psicologia.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay deitou-se sobre acama, incluindo os sapatos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sabe o quê ela disse? Que ninguém tem um esgotamento nervoso só por causa da guerra e tudo. Disse que você provavelmente jEa era meio desequilibrado a vida toda.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X cobriu os olhos com as mãos – a lâmpada sobre a cama parecia cegá-lo – e disse que o discernimento da Loretta era sempre uma maravilha.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay deu uma olhadela de relance.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Escuta seu sacana. Ela entende mil vezes mais de psicologia do que <i>você</i>.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Seria muito incomodo para você tirar estes pês fedorentos de cima da minha cama – X perguntou.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay deixou os pés onde estavam por alguns segundos, o tempo suficiente para demonstrar que quem mandava nos pes dele era ele, e aí, num giro, sentou-se novamente.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tou mesmo descendo de qualquer maneira. Tem um radio ligado no quarto do Walker – falou, mas sem levantar da cama. – Ei, eu agorinha mesmo táva contando lá embaixo, àquele sacana novo, o Bernstein. Lembra aquela vez que eu e você estávamos em Valognes e fomos bombardeados umas duas horas, e aquele filho da mãe daquele gato pulou no capô do jipe e eu dei um tiro nele, quando a gemente estava deitado naquele buraco? Lembra?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sei... Pomba, não começa com aquele negocio do gato outra vez Clay. Não quero saber nada daquilo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não, o caso é que eu contei o troço pra Loretta. Ela e a turma toda de psicologia discutiram o negocio. Na aula e tudo. Até a droga do professor.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ótimo. Não me interessa saber, Clay.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não, sabe por quê que eu dei um tiro nele? Sabe o quê que a Loretta disse? Que eu estava temporariamente maluco. Fora de brincadeira. Por causa do bombardeio e tudo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X passou os dedos uma vez pelos cabelos sujos e voltou a proteger os olhos da luz.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Você não estava maluco coisa nenhuma. Estava apenas cumprindo o teu dever. Considerando as circunstancias, você matou aquele gatinho da maneira mais varonil possível.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay olhou-o com jeito desconfiado.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Como é que é?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">_ Aquele gato era um espião. Você <i>tinha</i> que dar um tiro nele. Era um anãozinho alemão muito esperto, vestido com um capote de pele barata. Por isso, não tinha nada de brutal, cruel ou sujo, ou até...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Merda! – disse Clay, os lábios apertados, formando uma linha – Será que você não consegue <i>nunca</i> ser sincero?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X de repente sentiu-se nauseado, girou na cadeira e agarrou a cesta de papeis – bem na horinha. Quando voltou a endireitar-se e virou na direção de seu visitante, encontrou-o de pé, sem jeito, a meio caminho entre a cama e a porta. X começou a desculpar-se, mas mudou de ideia e estendeu o braço para apanhar um cigarro.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Ei, vem lá pra baixo ouvir o Hope no radio – Clay disse, mantendo certa reserva, embora procurasse ser simpático. – Vai te fazer bem. No duro. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Vai você, Clay... Vou ficar olhando minha coleção de selos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– É? Você tem uma coleção de selos? Não sabia que você...<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Só tou brincando.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Clay deu uns dois passos vagarosos em direção à porta.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Sou capaz de dar um pulo até Ekstadt mais tarde. Tem uma festa lá. Deve ir até às duas, mais ou menos. Quer ir comigo?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Não, obrigado. Vou treinar uns passos de dança aqui mesmo no quarto.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tá bom. Té manhã. Vê se te cuida agora tá? – disse ele, fechando a porta com estrondo. A porta abriu-se novamente um segundo depois. – Ei, posso enfiar uma carta para Loretta aqui por baixo da porta? Botei uns troços em alemão. Quer conferir para mim?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Está bem. Agora me deixa em paz, pomba.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">– Tá legal. Sabe o quê que minha mãe escreveu numa carta? Disse que gostou muito que eu e você ficamos juntos a guerra toda. No mesmo jipe e tudo. Disse que minhas cartas ficaram muito mais inteligentes depois que eu comecei a andar contigo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X Levantou os olhos para ele e disse, com grande esforço: – Obrigado. Agradece a ela por mim.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">_ Agradeço sim. Té manhã!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">A porta foi novamente fechada com violência, dessa vez em definitivo.<o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">* * *<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">X ficou sentado um tempão olhando para a porta; aí girou a cadeira, pondo-se de frente para a escrivaninha, e apanhou do chão sua máquina de escrever portátil. Abriu espaço para ela em meio ao entulho que cobria a mesa, empurrando para o lado a pilha desmoronada de cartas e pacotes. Imaginou que, se escrevesse uma carta para um velho amigo de Nova York, encontraria nisso uma terapia rápida, ainda que superficial. Mas não conseguiu enfiar direito o papel na máquina, de tanto que seus dedos tremiam. Baixou os braços por um instante e então tentou novamente, mas afinal amassou o papel.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Sabia que devia tirar a cesta de papeis do quarto, mas, em vez de tomar alguma providência, pôs os braços em cima da maquina e descansou a cabeça sobre eles, fechando os olhos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Depois de alguns minutos latejantes, entreabriu os olhos e encontrou-se fitando um pequeno pacote, embrulhado em papel verde. Provavelmente tinha-se destacado da pilha na hora em que abrira espaço para a maquina de escrever. Notou que o pacote fora reenderaçado várias vezes, reconhecendo, só de um lado do pacote, pelo menos três de seus antigos números postais.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Abriu o pacote sem nenhum interesse, sem mesmo olhar o endereço do remetente. Queimou o barbante com a chama de um fósforo. Estava mais interessado em ver o barbante queimar até o fim do que em abrir o pacote, mas afinal o fez.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Dentro de uma caixa havia uma cartinha, escrita a tinta, cobrindo um pequeno objeto embrulhado em papel fino. Apanhou a carta e leu.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Rua........................., 17</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">...........................Devon</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">7 de Junho de 1944</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Caro Sargento X</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Espero que você me desculpe por se terem passado 38 dias antes que eu iniciasse nossa correspondência, mas tenho andado extremamente ocupada porque minha tia contraiu uma inflamação na garganta e quase faleceu; compreensivelmente, sobre meus ombros recaiu uma responsabilidade atrás da outra. Todavia, tenho pensado frequentemente em você e na tarde agradabilíssima que passamos juntos no dia 30 de abril de 1944, entre 3:45 e 4:25, caso você tenha esquecido.</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Estamos todos tremendamente emocionados e exultantes com o Dia D e esperamos somente que ele apresse o término da guerra e de uma maneira de viver que é ridícula, para não dizer coisa pior. Charles e eu estamos ambos muito preocupados com você; esperamos que você não tenha participado do primeiro assalto à Península de Cotentin. Você participou do ataque? responda por favor, o mais depressa possível. Sinceras lembranças a sua esposa.</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Um abraço de</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">ESMÉ</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Ps. Estou tomando a liberdade de enviar-lhe meu relógio de pulso, que pode ficar com você enquanto durar o conflito. Não reparei se você estava usando relógio durante nosso breve encontro, mas este é extremamente resistente, à prova de água e à prova de choque, além de ter muitas outras qualidades, dentre as quais a de permitir que a pessoa saiba a que velocidade está andando, se assim o desejar. Tenho a certeza de que, nesses dias difíceis, você poderá usa-lo com mais proveito do que eu jamais poderia, e que você o aceitará como um talismã de boa sorte.</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Charles, a quem estou ensinando a ler e escrever e que se tem revelado um principiante muitíssimo inteligente, deseja acrescentar algumas palavras. Por favor, escreva tão logo encontre tempo e disposição.</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">COMO VAI COMO VAI COMO VAI COMO VAI</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">COMO VAI COMO VAI COMO VAI COMO VAI</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">BEIJOS E ABRAÇOS</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">CHALES</span></i><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Muito tempo passou antes que X pudesse por de lado o papel, e muito menos apanhar de dentro da caixa o relógio de pulso do pai de Esmé. Quando afinal o fez, viu que o vidro do mostrador se quebrara no trajeto. Teve vontade de saber se aquele fora o único estrago, mas não achou coragem para dar corda no relógio e certificar-se definitivamente. Ficou só sentado com o relógio na mão, por outro longo período de tempo. Então, repentinamente, quase em êxtase, sentiu-se sonolento.<o:p></o:p></span></div><br /><div class="MsoNormal" style="font-size: 13.2px; margin-bottom: 10pt; text-align: justify; text-indent: 0.5in;"><span lang="PT-BR" style="color: #1a1a1a; font-size: 14pt;">Imagine um homem realmente sonolento, Esmé, e você verá que ele tem sempre alguma chance de se tornar outra vez um homem com todas as fac... com todas as f-a-c-u-l-d-a-d-e-s intactas.</span></div></div></div></blockquote><p> </p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div class="post-body entry-content" id="post-body-6524634403261224399" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 1.4; position: relative; width: 540px;"><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center; text-indent: 0.5in;"><span style="font-size: medium;"><b><span style="background-color: transparent; text-align: left;">(publicado originalmente em </span><span style="background-color: transparent; text-align: left; text-indent: 0.5in;">THE NEW YORKER)</span></b></span></div></div></div></blockquote>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-57261107649527491372020-09-28T12:20:00.001-03:002020-09-28T12:21:31.745-03:00CHICO MARQUES REÚNE OS 25 ANIVERSARIANTES DA SEMANA EM MAIS UMA PLAYLIST BEM ESQUISITONA (MAS MUITO SIMPÁTICA)<p style="text-align: center;"> <img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWuyvEjhxf1WbvNHtIXLAbaWHIuG9HKKVt5PBA91NPxXsJep3teqsDNJ24zC0PKNDqRRaKfa6tMyfwm5JarcJNS1LP_qTF-thCHpawcLfj7aOs4yrLWc-kqRe9GgvHbFmeunCf28WXndk/s16000/playlist.png" style="font-family: courier; font-size: xx-large;" /></p><div style="font-family: courier; font-size: xx-large; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-size: xx-large; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><span><b><u><span style="color: #04ff00; font-family: Luckiest Guy;">ANIVERSARIANTES DA SEMANA</span></u></b></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><b><span style="color: #04ff00;">(<u>28 DE SETEMBRO A 4 DE OUTUBRO</u>) </span></b><u style="color: #fcff01;"><o:p></o:p></u></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"> TIM MAIA</span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>BEN E KING</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>KENNY KIRKLAND</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>KOKO TAYLOR</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>ANGELA MARIA</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>BILLY STRANGE</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>JERRY LEE LEWIS</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span><span style="color: #01ffff;">MARK FARNER </span><span style="color: #04ff00;">(GRAND FUNK)</span></span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>CISSY HOUSTON</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>JOHNNY MATHIS</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span><span style="color: #01ffff;">MARILYN MCCOO </span><span style="color: #04ff00;">(5TH DIMENTION)</span></span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span><span style="color: #01ffff;">MARC BOLAN </span><span style="color: #04ff00;">(T REX)</span></span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>TREY ANASTASIO</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>DONNY HATHAWAY</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span><span style="color: #01ffff;">CUB KODA </span><span style="color: #04ff00;">(BROWNSVILLE STATION)</span></span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>ALBERT COLLINS</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>DON MCLEAN</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>STING</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>BILLY BRANCH</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>EDDIE COCHRAN</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>CHUBBY CHECKER</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span><span style="color: #01ffff;">LINDSEY BUCKINGHAM </span><span style="color: #04ff00;">(FLEETWOOD MAC)</span></span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>STEVIE RAY VAUGHAN</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>DUKE ROBILLARD</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span>LEON THOMAS</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="font-family: courier;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s720/arrow-1294465_960_720.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s320/arrow-1294465_960_720.png" /></a></p></div><div style="font-size: xx-large; text-align: center;"><u><b><a href="https://open.spotify.com/playlist/6DkbKBlHbYbq9jcyw4rutX?si=FTIiMNj3Th6kuC9SiUq8Qg" target="_blank"><span style="font-family: Luckiest Guy;">CLIQUE AQUI PARA OUVIR</span></a></b></u></div><div style="font-family: courier; font-size: xx-large; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-family: courier; font-size: xx-large; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-50488891634690196442020-09-28T10:12:00.005-03:002020-09-28T10:15:19.121-03:00ENTREVISTA COM A LENDA EDY STAR STAREDY (por Rogério Baraquet)<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw1CA5Tqb__qO6WM1UHxsD52YAYMGj_9Md1lFK87C79b5ENhk9uOMcnj16kGndi2U4D3Gr4MiwFF_xAkp3dBguU1CevF10IDi-2vPNLlqO8Y4PhJQlt_eTewq-hPThuLHoOaVhzDJE6J8/s819/106244508_4005263936212424_1227677464097500777_o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw1CA5Tqb__qO6WM1UHxsD52YAYMGj_9Md1lFK87C79b5ENhk9uOMcnj16kGndi2U4D3Gr4MiwFF_xAkp3dBguU1CevF10IDi-2vPNLlqO8Y4PhJQlt_eTewq-hPThuLHoOaVhzDJE6J8/s16000/106244508_4005263936212424_1227677464097500777_o.jpg" /></a><br /><br /></p><br /><p></p><p style="text-align: center;"><span face="Roboto, Arial, sans-serif" style="background-color: #181818; color: white; font-size: 14px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px;">Edy Star Staredy, o último kavernista (do disco "A Grã Ordem da Sociedade Kavernista Apresenta - Sessão das Dez", com ele, Raul Seixas, Sergio Sampaio e Miriam Batucada) tem certamente mmmmuita história pra contar! Absolutamente imperdível!</span></span></p><p style="text-align: center;"><span face="Roboto, Arial, sans-serif" style="background-color: #181818; color: #2b00fe; font-size: 14px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"><span style="background-color: white;"> (ROGÉRIO BARAQUET)</span></span></p><p style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/ujq92nXe3t4" width="480"></iframe></p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-38670597691630103102020-09-28T09:42:00.002-03:002020-09-28T09:44:51.669-03:00O MAL NOSSO DE CADA DIA (por Fábio Campos)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG1kJbPKGeBx7GY3lm8K4sDsLyAgRzCCa2_WKqG_NfGEMXxCoef7kAWBE1K7rIN1pz5aRkuktqtJKm3SmFkO_NrFe_1IZKPWha_2OSizRCdEWRv-NYmxhg9hH7OpTnXjnUiNsMosmir9s/s1176/devil_all_the_time_ver2_xlg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1176" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG1kJbPKGeBx7GY3lm8K4sDsLyAgRzCCa2_WKqG_NfGEMXxCoef7kAWBE1K7rIN1pz5aRkuktqtJKm3SmFkO_NrFe_1IZKPWha_2OSizRCdEWRv-NYmxhg9hH7OpTnXjnUiNsMosmir9s/w435-h640/devil_all_the_time_ver2_xlg.jpg" width="435" /></a></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;">O sul e
o norte dos EUA guardam muitas diferenças, gerando inclusive a tão conhecida
guerra civil. O sul, mais agrícola, mais religioso e menos educado acabou sendo
obrigado a engolir a abolição da escravatura depois da derrota na guerra civil.
Curiosamente, a maior religiosidade nunca pareceu conflitar com a convivência
com a escravidão, um argumento comum aos que questionam a religião como bússola
moral. Essa parece ser a questão fundamental do filme de Antônio Campos – filho
do apresentador do Manhattan Conection, Lucas Mendes –, O Diabo de Cada Dia, em
cartaz no Netfilx.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;">Apontando
para duas pequenas comunidades do meio-oeste americano, o filme mostra as
consequências da mistura de ignorância, religião, pobreza e violência e a
imensa dificuldade de alguém nascido ali escapar do que parece ser um destino
imutável.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"> </span></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaZNnoRztyobAYJqMplXNmUZbDGi8Z05WR7SVb54G7x0nARjf4uKHKb5FMwDcsPHccOinGn58Q-rG9kdXGIyA27jnkAvoPIiu1g-98NRb8cxIFpbh6q__6TfNdTE7FoOU-k2EKNuouboo/s800/EegwNwoUwAAj64y-1-scaled.jpg" style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: 18pt; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="573" data-original-width="800" height="458" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaZNnoRztyobAYJqMplXNmUZbDGi8Z05WR7SVb54G7x0nARjf4uKHKb5FMwDcsPHccOinGn58Q-rG9kdXGIyA27jnkAvoPIiu1g-98NRb8cxIFpbh6q__6TfNdTE7FoOU-k2EKNuouboo/w640-h458/EegwNwoUwAAj64y-1-scaled.jpg" width="640" /></a><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><br /><br /></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;">Baseado
no livro O Mal Nosso de Cada Dia, Campos convidou o autor do livro, Donald Ray Pollock,
para fazer a narração em off, recurso que, se por um lado, tira um pouco da
inventividade do filme, por outro, deixa a trama, que acompanha duas gerações
de nascidos naquelas bandas, mais fácil de seguir.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"> </span></span><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: 18pt;">Logo no início,
dois casais são formados ao acaso numa lanchonete. Willard, que acaba de voltar
da guerra do pacífico, e Charlotte e Carl e Sandy. A partir daí passamos a
acompanhar a trajetória família de Willard, do nascimento do filho à doença da
esposa. A cada novo acontecimento, Willard, apesar da reticência inicial, acaba
abraçando cada vez mais a religiosidade até chegar ao fanatismo. Essa
trajetória é repleta das contradições, a convivência entre a religiosidade e a
violência parece não incomodar, aliás, é passada de pai pra filho impedindo que
a próxima geração possa escapar do destino, aparentemente, já traçado antes do
nascimento.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"> </span></span><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: 18pt;">Carl e
Sandy voltam a aparecer mais a frente, mas, antes, passamos a acompanhar Arvin
– o atual Homem Aranha, Tom Holland – morando com a avô e a órfã Lenora, depois
de uma serie de consequências trágicas. Apesar da grande religiosidade da avó,
Arvin tem dificuldade em abraçar a religião por conta dos excessos do pai. Já
Lenora a abraça com toda a força e a chegada na comunidade de um novo pastor,
vivido por Robert Pattinson, vai escancarar ainda mais a convivência do mau
inerente aos seres humanos com a aparente pureza da religião.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr7EX-WqkNfYauAJheiXEnpmhjFL529eVz3drv2pz7-zWngjmrmU8uHZDFjHZB1R_Apgidm6zEBwqsyB45fCKgUYlF66iSeavAP6X9gBaQeXMHi8jDia4sPPSq5bFwlCDlmrBDwLC1JgA/s800/devil.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="800" height="464" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr7EX-WqkNfYauAJheiXEnpmhjFL529eVz3drv2pz7-zWngjmrmU8uHZDFjHZB1R_Apgidm6zEBwqsyB45fCKgUYlF66iSeavAP6X9gBaQeXMHi8jDia4sPPSq5bFwlCDlmrBDwLC1JgA/w640-h464/devil.jpg" width="640" /></a></div><br /><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: 18pt;"><br /></span><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"> </span></span><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: 18pt;">Essa
dualidade é a força do filme, pessoas cheias de pecado tentando resistir, ou se
entregando a eles, num meio altamente religioso. A culpa e a ignorância arrastam
muitos ao fanatismo e à violência tão entranhados na comunidade. Fica cada vez
mais claro a enorme dificuldade de alguém escapar disso à medida que o filme
avança.</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 18pt;"><span style="font-family: Luckiest Guy;">O Mal
Nosso de Cada Dia foi recebido de forma morna pela critica, o que, na minha
opinião, é uma injustiça. O filme pode não ser um primor de criatividade, mas tem
uma estória poderosa e impactante, muito bem contada e com boas atuações. Tem
um certo didatismo, mas nada que estrague o filme, pelo contrário, o deixa mais
digerível para os assinantes do Netflix sem abrir mão da qualidade. Uma ótima
opção em tempos de cinemas fechados.</span><span face="Verdana Pro SemiBold, sans-serif"><o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><br /></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC8XV6Rf-H9g1kp07-RhBSN7DMyIfxveFnvzeZIStIDj5qyfpwtn68u7X6WJTM38Ayth-YJ-0OzP80yYJkB-W9qQY0t9HQ9c4-e1F6LV096jDTqbhQyDp10YzNpOgVHjTpQ0w5S8f2nKw/s800/FABIO+CAMPOS.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="505" data-original-width="800" height="404" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC8XV6Rf-H9g1kp07-RhBSN7DMyIfxveFnvzeZIStIDj5qyfpwtn68u7X6WJTM38Ayth-YJ-0OzP80yYJkB-W9qQY0t9HQ9c4-e1F6LV096jDTqbhQyDp10YzNpOgVHjTpQ0w5S8f2nKw/w640-h404/FABIO+CAMPOS.jpg" width="640" /></a></div><span style="color: red;"> </span><p></p><div style="text-align: center;"><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Fábio Campos convive com filmes e música<o:p></o:p></span></b></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">desde que nasceu, 52 anos atrás.<o:p></o:p></span></b></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Seus textos sobre cinema passam ao largo<o:p></o:p></span></b></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">do vício da objetividade que norteia<o:p></o:p></span></b></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">a imensa maioria dos resenhistas.<o:p></o:p></span></b></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Fábio é colaborador contumaz<o:p></o:p></span></b></span></div><b style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">de LEVA UM CASAQUINHO.</span></b></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s794/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="632" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" /></a></div><b><br /></b></span></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-33626734848061334212020-09-28T09:08:00.009-03:002020-09-28T09:55:34.188-03:00A GALERIA DO LAURO: O SER E A PROFISSÃO #1 (Caricaturas Sem O Caricaturado - por Lauro Freire)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg70HYsTzQNRCe8f5r3FtoHyYKogRp1sSzLe2cFnS61vJwV18v0M4jfanjytm6kKjh6DrvDPZfvwjyOh8KSdN9Qlhjupuf564DXrrJAyQslx14-wnKejzEWlCx22wdpl0nF038WyZajWV8/s1396/20200526_204629.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1396" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg70HYsTzQNRCe8f5r3FtoHyYKogRp1sSzLe2cFnS61vJwV18v0M4jfanjytm6kKjh6DrvDPZfvwjyOh8KSdN9Qlhjupuf564DXrrJAyQslx14-wnKejzEWlCx22wdpl0nF038WyZajWV8/s16000/20200526_204629.jpg" /></a></div><span><h1 style="font-family: "Luckiest Guy"; text-align: center;"><span style="font-size: large;">RAINHA ELIZABETH</span></h1><div class="separator" style="clear: both; font-family: "Luckiest Guy"; font-size: xx-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG0OF7GLmmNVOdR_lan0nT77YPUyctQMms4omxpJ1XI_uWYwEeFf-tHwZoyyeC6cqIyBkNMo9gt0Z3dpS-dalHRjTY4jX_IoF_6BcIGebw-z8np5bkTqWeKN-5mLQcRnJUtxQVgME3Eh8/s1065/GALERIA+DO+LAURINHO+footer+2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1065" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG0OF7GLmmNVOdR_lan0nT77YPUyctQMms4omxpJ1XI_uWYwEeFf-tHwZoyyeC6cqIyBkNMo9gt0Z3dpS-dalHRjTY4jX_IoF_6BcIGebw-z8np5bkTqWeKN-5mLQcRnJUtxQVgME3Eh8/w480-h640/GALERIA+DO+LAURINHO+footer+2.jpg" width="480" /></a></div><br /><div style="font-size: xx-large; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Lauro Freire é um
artista admirável.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">desenhista com um
traço inconfundível,<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e dono de um senso de
humor muito peculiar.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Poderia estar expondo
em salões<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e circulando pelo
país,<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">mas prefere seguir
pela contramão<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e pintar pontos
culturais da cidade --<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">como as colunas da
Disqueria, no Baixo Boqueirão<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">(Av. Conselheiro
Nébias 850).<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">É com muito prazer
que LEVA UM CASAQUINHO<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">hospeda em suas
webpáginas<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">a GALERIA DO LAURO.</span><o:p></o:p></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s794/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="632" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" /></a></span></p></div></span><p></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-83562957639784853942020-09-28T08:54:00.003-03:002020-09-28T08:54:44.930-03:00A MÁQUINA POP TRANSMÍDIA DO GORILLAZ (por Eduardo Rubi Cavalcanti)<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnVFQdvoE3OtHA2KgIVa1mMw0FNrcAmDcmkkSYqMgY_yZPP_5JBGfJZVbpWtN41BVxul3ccC3m_7xAQXvMOgNTtINvWzPIFCIf_735ZbleWg6CZca1HipNEV2k7dHbTicA9fCxxD1-8GI/s1600/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="567" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnVFQdvoE3OtHA2KgIVa1mMw0FNrcAmDcmkkSYqMgY_yZPP_5JBGfJZVbpWtN41BVxul3ccC3m_7xAQXvMOgNTtINvWzPIFCIf_735ZbleWg6CZca1HipNEV2k7dHbTicA9fCxxD1-8GI/s1600/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" /></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDVs7CarLFoF-L0Ay6rE7zYmuj0XOLsH36Vj1gyTgD_ALm5hnBd57YsEnJmarh5UKHTnQVR5O5H28ERuFzcWGr0rJUJ_zp-eXoRfM5eD8m4hRFcPPT622tpv5C03vSi2XvUd_8Fkd8Ojg/s1471/120043922_3196355447100867_7685709393187601532_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1471" data-original-width="860" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDVs7CarLFoF-L0Ay6rE7zYmuj0XOLsH36Vj1gyTgD_ALm5hnBd57YsEnJmarh5UKHTnQVR5O5H28ERuFzcWGr0rJUJ_zp-eXoRfM5eD8m4hRFcPPT622tpv5C03vSi2XvUd_8Fkd8Ojg/s16000/120043922_3196355447100867_7685709393187601532_o.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="618" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKEXU-hggaL1-56XpDYGkgY2KVIRR-hKVYqbKv5q6NUyhPolsXalBpx6CjD9WVMKfbykLOw4WdnkNIznO1To50QCkPzhFk91vQA_mBZ2dq8LsZzhfjda6wCUNC_eUxQH8yBf4HFAUw2I/s400/Edu+Cavalcanti+BIGPIC.jpg" width="387" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Eduardo Rubi Cavalcanti<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">é jornalista desde a década de 80.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Trabalhou em A TRIBUNA de Santos<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e em várias outras publicações.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">É Mestre em Comunicação Social<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">pela Universidade Metodista de São Paulo<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e leciona Jornalismo na Unisantos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">onde cursou sua graduação.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Publica domingo sim, domingo não,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">em A TRIBUNA de Santos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">a página PRÓXIMA PARADA,</span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><b style="font-size: 18pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">que reproduzimos aqui.</span></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="660" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcOG92a8MkqedaTdzQphIvFrSB0EUw94n3niSun6c88RgBGMQbX0zqtvCxkZK46v65S5dpmua72DJeWQuBjZjoAh0Pf_lIWwsqWq4UzoaNmuk9zRPGD0ib2nKDIePnimZJVM5tkzjU09w/s640/PROXIMA_PARADA_1469033018598332SK1469033018B.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-9377877214647929322020-09-28T08:47:00.002-03:002020-09-28T08:48:35.939-03:00MESADA (por Marcelo Rayel Correggiari)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiURD-S2glbCRQhFrmNd2DhVOfsvDG5_EpL1kSP3LTxf1utbnmmHZhDWjQIWu4u4jBPmrOIxegewclBbzZzZ-N9Ml0LHQM5p2FZsn8AeHWRIb2IkvRv39z86hao8AzA8x5NDe4sPoBMO0Q/s860/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="860" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiURD-S2glbCRQhFrmNd2DhVOfsvDG5_EpL1kSP3LTxf1utbnmmHZhDWjQIWu4u4jBPmrOIxegewclBbzZzZ-N9Ml0LHQM5p2FZsn8AeHWRIb2IkvRv39z86hao8AzA8x5NDe4sPoBMO0Q/s16000/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" /></a></div><p></p><p style="text-align: center;"><br /></p><p></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Mais uma
vez, nossa resistente Mercearia volta a tratar de negócios. Negócios
públicos... dinheiro de governo, arrecadação e os ‘escambau’.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Já diria
o magnânimo Milton Friedman que governança é uma desgraça: como já sabem que
todo final de mês pinta o ‘dinheirinho’ dos impostos nos cofres do governo,
“... tendem a gastar muito mal...” essa arrecadação. O prêmio Nobel de ciências
econômicas de 1976, diferente do que muitos pensam, era um quase
revolucionário: “onde hay govierno, soy contra”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">No mínimo,
já caberia a pecha de ‘desconfiado’. E ainda tem gente que sapeca umas de ‘o
pai do neoliberalismo’: bom... se considerarmos que esquerda e neoliberais
partem de uma mesma pauta progressista, ...<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">*********<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Levando-se
em consideração que o mundo não resolveu os graves problemas iniciados pela
Crise dos Primes de 2008, já era de se esperar a quebradeira geral: uma
depressão econômica internacional pior que o ‘crack’ de 1929! Só para se ter
uma ideia, o PIB japonês já caiu 27%.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Até
que...<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">...
pintou a pandemia.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Bom, as
restrições para o controle da pandemia meteram ‘o loko’ — feito uma ‘fratura
exposta’ — para cima de uma economia internacional que mais parece uma
‘caozada’ daquelas bem monstro. Apregoava-se que a economia ‘ia bem, obrigado’
porque agora fica tudo no bolso, é tudo eletrônico... no celular. Fodeu
lindamente! O que se viu é que a tal ‘proximidade social’ é que fazia a roda
girar, até para lavar dinheiro de crime, bem como ilícitos. Afinal, sem povo na
rua não é possível disfarçar que a galera precisa de uma ‘obrazinha’ tipo
aquelas que têm ‘cartas marcadas’ com empreiteiras de estimação.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Até para
assalto, homicídio, acidente automobilístico fatal, precisa-se de ‘povão’ nas
ruas.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Ora,
ora, ora... vejam freguesas e fregueses, queridíssimas(os) clientes: sem
comprar o que seja, não tem imposto! ‘Úia’! ‘Cadê’ a arrecadação?! Como
serviços públicos serão pagos?! Como o salário dos trabalhadores (públicos)
serão pagos se já não circula mais dinheiro por conta do ‘isolamento social’?!<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">É um
‘êita’ atrás de ‘êita’.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Com isso, a
aceleração da tal ‘reforma tributária’: necessita-se de ‘la plata’
urgentemente! Na maçaroca medonha de sumir com PIS/Cofins e botar em campo a </span><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Contribuição Social
sobre Operações de Bens e Serviços (CBS), vai para ‘le derrière’ da geral uma
belíssima de uma naba.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">‘Úia’! Pegou o
livro! Vejamos o que é possível ser feito... e qual lubrificante ‘la tchurma’
pegadora do bastão ‘pós maio de 1968’ escolheu para aliviar o esfíncter.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">*********<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A alegação do
Ministro da Fazenda para tributar livro tem toda lógica do mundo: ele não é
literato, andou sempre ‘cagando & andando’ para livro e toda vez que
baixava numa livraria, para apoiar um amigo que lançasse sua mais recente obra,
encontrava uma penca de gente chique, metida à besta e endinheirada. Logo, “...
tributa essa merda, porra! Tem dinheiro, paga mais imposto!”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Lógica mais
‘cartesiana’, impossível. Pela vivência que ele possui, faz sentido.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Quando acaba a
grana, supomos que também acabam os argumentos que serviriam para brecar a taxação
do ‘objeto livro’ — aqui entra a forma como o ministro enxerga livro e
literatura. A turma do ‘deixa disso’ veio com uma argumentação do século XIX:
uns troços de que “... um povo sem cultura...”, “... o livro traz o saber...”,
“... é importante para a educação...”, “... não se faz uma grande nação sem
livros...” já não seduzem mais ninguém. Para ‘o povão’, nunca houve tanto livro
e a porra do buraco só aumentando<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Vejamos os porquês
literatas & literatos brasileiros, nesse momento, não podem nem ‘dar uma
gemidinha’.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">*********<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O povão já não
acompanha mais o livro. De verdade, não. Claro que há exceções! Mas, no geral,
ambiente com livros soa como ‘coisa de gente metida’: se bobear, até nas áreas
mais nobres de nossas grandes cidades. Esse elã entre massa populacional e o
livro, de fato, nunca existiu: se existiu, foi aquele gozo bem rapidinho.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Começa aqui a
primeira mentira que somente nossos ouvidos escutam: de que livro é importante.
Cascata! Isso caía bem na época em que a melhor gráfica era a do Guttemberg e
era uma penca de copista caprichando na caligrafia. Enquanto a eletrônica não
entrou em campo, até daria para dizer que o livro ‘era o tal’. Rádio e
televisão — somados ao cinema — já tinham dado a dica de que essas três áreas
seriam os postos avançados das Letras.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Literata &
literato que não viu isso, lamento: o livro, veículo ‘de tanta cultura’, com
alguma sorte, já nos anos 1980, servia para facilitar a vida de arquitetas e
arquitetos ‘designers de interiores’ para dar um ‘up’ — aquele ‘gasinho’ — no
ambiente decorativo da sala de estar (se bobear, hoje, nem isso!). O livro virou
coisa de entusiasta e apaixonado — como este humilíssimo merceeiro que vos fala
— na lida ‘do mundo cada vez mais incompreensível’. Lógico que rola um lance
com muito tesão ao qual damos o nome de estética — isso conta muito —o que
deixa a existência bem mais saborosa. Só que quem não curte essa praia nem
esquenta a cuca se o preço do livro subiu ou desceu. Cagando & andando.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Simples assim.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Logo, não entra na
cachola da massa populacional as argumentações do tipo “... o livro é
importante para o engrandecimento de uma nação”. Para ‘o povão’, isso é cascata
da grossa! Nunca se teve tanto livro, leitura, loja, rede de livraria, festival
e salão literário para o presidente ser o Bolsonaro.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Lamento, mas essas
literatas & literatos perderam: um troço meio 7X1, saca?!<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Então, essa relação
perde completamente o sentido. <o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sobrou para a
educação, com uma molecada nervosa com celular no bolso: “... ah! O livro
contém o saber”. A molecada se vira para você e fala: “Tio! O senhor já leu o
PDF do Taleb ou do Jordan Peterson?!”. PDF, putada! Que ‘mané’ livro, o cacete!<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um dos meus grandes
dissabores mais recentes, inclusive, foi o desdém de Noam Chomsky em relação a
Peterson manifestado numa singela entrevista de outubro do ano passado para um
grupo de alunos de pós-graduação de alguma ‘porta-de-esquina-acadêmica’ nos EUA,
entrevista, essa, que gerou — numa decisão pessoal — o encerramento quase
completo de qualquer boa vontade minha em relação ao linguista: Chomsky não
entendeu que os novos heróis da molecada incluem Peterson que, aliás, é um
enorme conhecedor de Jean Piaget.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Vai lá, Chomsky!
Morra em paz, meu velho! Que Deus te acompanhe...”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Ainda
que não goste dos novos heróis da meninada, há de se reconhecer que gente como
Sam Harris, Jordan Peterson, Bret Weinstein, Heather Heying, Glenn C. Loury,
Coleman Hughes, James Lindsay, Christina Hoff Sommers, Thomas Chatterton
Williams, Kmele Foster e o professor de linguística da Universidade de
Columbia, também colunista do The Atlantic, John McWhorter fazem um ‘para lá’
de excelente trabalho, mesmo que não tenha nada a ver com a minha cara. Ou
seja, mesmo concordando ou não com o que eles dizem, isso jamais terá qualquer
relevância quanto ao valor conferido por qualquer outra pessoa que aprecie
esses intelectuais e pensadores, principalmente quando se trata de grupos mais
jovens, enfiados — os coitados — num buraco que não foram eles que produziram e
loucos para, finalmente, dar um jeito nessa porra toda.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Nem é
preciso dizer que ‘as guerrinhas da engenharias sociais’ — responsáveis, na
minha modestíssima opinião, por tombarem Chomsky como “um grande intelectual de
ponta”, principalmente porque não teve colhões para bater de frente contra a
própria ‘tchurma’ (que ele mesmo alimentou durante todo esse tempo) no caso da
Universidade Evergreen e que vitimou um ‘colega de esquerda’ como Weinstein —
fizeram do objeto livro quase um símbolo de treta e um poço interminável do pior
enfado possível e existente.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">Depois,
é bom não ficar com ‘cartinha’ na revista Harper’s como ‘manifesto contra a
cultura do cancelamento’. Porra, vão se foder! “Foram vocês que criaram essa
bosta!”. Quando era contra “... o inimigo de vocês...” (ou alguém que vocês
supõem ‘inimigo’), servia! Quando tomba gente do mesmo lado da mesa, numa
covardia de doer no espírito, como o que aconteceu com Bret Weinstein e Heather
Heying em 2017 na Evergreen, aí... “ai! Cartinha para a Harper’s”. É de mandar
tomar no...<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">*********<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt;">É por
essas e outras que rola o fim da isenção para livros prometida pela </span><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Contribuição Social
sobre Operações de Bens e Serviços (CBS) (não é um ‘aumento de imposto’ como
andam dizendo, mas o fim de uma isenção de 12%). Com o lance da quebradeira
promovida pela pandemia, somado à ausência da massa populacional que anda
passando a léguas de distância de um livro, as governanças aproveitam o ensejo
para tentar, de uma forma ou de outra, derrubar as isenções que esses veículos
tinham.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Governo ruim, que
não quer lidar com Cultura?! Sem dúvida! Enxergam a coisa na base do “... esse
bando de desocupados”. Só que eles têm apoio justamente na ausência de plateia:
seria algo como: “... de fato, entendemos patavinas desse troço de Cultura.
Mas, pelo jeito... vocês também não andam fazendo muito sucesso fora daquilo
que chamam de ‘cultura de entretenimento’”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Cabe o debate: qual
seria o protagonismo social das Artes, em especial da Literatura, quando se
descobre que as próprias Artes parecem ter perdido por completo a embocadura de
uma lida mais abrangente com a massa da população?</span><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"> </span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 18pt;"> </span><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/2727687249039697718#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="524" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDFlRqdT_xxpD1hsyG0T3YImoz0zDg3jJCBVNJGjHXZy1zDe0Xg0TO9Qp-7vDwDyoythrcTRLy-QuNhvOvRvSdqnOacaKtpptbxQkwSjhpvz2nq89_76NgS_6VTQr0qeydrDCIBOxUTC0/w400-h339/pagebvcdsfghjk-horzNBV-horz.jpg" width="400" /></a></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="font-size: 18pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Marcelo Rayel Correggiari</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>nasceu em Santos há 48 anos<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>e vive na mítica Vila Belmiro.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>Formado em Letras,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>leciona Inglês para sobreviver,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>mas vive mesmo é de escrever e traduzir.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>É autor de <u>Areias Lunares</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>e <u>O Verão No Café Atlântico</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: #01ffff;"><b>(à venda na Amazon, em livro e e-book).</b></span></span><br /><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b><br /></b></span></span><br /></span><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><br /></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></span></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div><br style="text-align: start;" /></div><p style="text-align: center;"><br /></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-55173805948608723342020-09-28T08:40:00.005-03:002020-09-28T19:34:46.979-03:00CANCELADO NA CHINA - CAPÍTULO #1 (por Germano Quaresma aka Manoel Herzog, ou vice-versa)<p style="text-align: center;"> - </p><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: x-large;"><u></u></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: x-large;"><u><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6idcs9QSL82hdvGMwcVKwss4t1_VZiDwonI_7-6q_hhxUAdDsRbmyGeOlXqydM_ciOe7HDgKmPKI_jsBCxlsNTjPTSWoXLDlm0uXkaLqDPt69VIs2yE8Jxa4LPvhF2m3QVYsD7vE2SzI/s800/119958234_1764755843676732_8731121174067091569_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6idcs9QSL82hdvGMwcVKwss4t1_VZiDwonI_7-6q_hhxUAdDsRbmyGeOlXqydM_ciOe7HDgKmPKI_jsBCxlsNTjPTSWoXLDlm0uXkaLqDPt69VIs2yE8Jxa4LPvhF2m3QVYsD7vE2SzI/s16000/119958234_1764755843676732_8731121174067091569_n.jpg" /></a></u></span></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Luckiest Guy"; font-size: x-large;"><u><span style="color: #01ffff;">CANCELADO
NA CHINA</span></u></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: large;"><u>minissérie
em três episódios</u><o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: large;"><u><span style="color: #01ffff;">CAPÍTULO
I</span></u><o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: large;"><br /></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: large;">Há
um ano estive num festival internacional de poesia em Buenos Aires onde
brilhei, lacrei e seduzi como um notável poeta tupiniquim socialista e defensor
das causas humanas mais clementes. Fiz contatos com pessoas excepcionais, das
quais inclusive me tornei amigo, indo depois visitá-las em seus países, e mesmo
recebi outros tantos poetas aqui. Na paleta de nacionalidades poéticas havia
argentinos, óbvio, uruguaios, norteamericanos, mexicanos, espanhóis,
portugueses, italianos. Não vou mentir que foi ali que travei contato com a
China, mas foi a partir dali que me procurou a poeta Sun Lee Ming (o nome é
fictício, a história, verdadeira), amiga de um amigo holandês. Escreveu-me num
inglês que não sei dizer se impecável ou precário, mas que permitia ao meu reduzido
conhecimento deste idioma compreender o que desejava comunicar. Para mais que
isso, fazia o obséquio de enviar o mesmo texto em espanhol, idioma que também
dominava. Desgraçadamente nada sabia do português.<o:p></o:p></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal">
</p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Luckiest Guy; font-size: large;">Nunca
havia conhecido uma poeta chinesa, o que me interessou deveras. Sun Lee
explicava (li-o tão somente em inglês, para testar meu poliglotismo, ignorei o
texto em espanhol) que fazia um importante trabalho de divulgação internacional
da poesia, tal e qual todos nós que estivéramos no congresso portenho, onde não
pudera ir, lamentavelmente, mas que fazia parte da rede e, neste sentido, teria
imenso prazer em traduzir ao mandarim alguns dos meus poemas, e que também eu o
fizesse para o português em relação aos seus.</span><span face="Verdana Pro SemiBold, sans-serif" style="font-size: 18pt;"><o:p></o:p></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl6HusZUVtDY0RkmDSSwkuN5hqUOSRIlQkv4LIHgHRDZebGfNh44NzgnqkAZ4QZeMTusa9zKG0Lowo11peMocdFLPRayR3c5p1vA5EMv35S5YAyNJkv3zXFZpmUl_nMObYqEhcCCqTLLs/s1471/119937160_1764755907010059_6000683360645311815_n-horz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="857" data-original-width="1471" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl6HusZUVtDY0RkmDSSwkuN5hqUOSRIlQkv4LIHgHRDZebGfNh44NzgnqkAZ4QZeMTusa9zKG0Lowo11peMocdFLPRayR3c5p1vA5EMv35S5YAyNJkv3zXFZpmUl_nMObYqEhcCCqTLLs/w640-h372/119937160_1764755907010059_6000683360645311815_n-horz.jpg" width="640" /></a></div><br /><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s640/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" width="640" /></a></span></p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div align="center" class="MsoNormal"><div align="center" class="MsoNormal"><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>Germano Quaresma, ou Manoel Herzog,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>Criado na cidade de Cubatão,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>trabalhou na indústria química<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>e formou-se em Direito.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>Estreou na literatura em 1987<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>com os poemas de <u>Brincadeira Surrealista</u>.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>É autor dos romances<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b><u>A Jaca do Cemitério É Mais Doce</u> (2017),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b><u>Dec(ad)ência</u> (2016), <u>O Evangelista</u> (2015)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>e <u>Companhia Brasileira de Alquimia</u> (2013),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>além dos livros de poemas<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b><u>6 Sonetos D’amor em Branco e Preto</u> (2016)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;"><b>e <u>A Comédia de Alissia Bloom</u> (2014).<o:p></o:p></b></span></span></div><span face="arial, helvetica, sans-serif"><b><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy; font-size: 20pt;">Aqui, seus mais recentes trabalhos publicados:</span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s1600/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="407" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s640/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" width="640" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><span style="font-size: 20pt;"><br /></span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><div><br /></div></div></div></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-1601177983236644782020-09-28T08:22:00.005-03:002020-09-28T09:20:25.356-03:00PRIMAVERA COM ARES DE VERÃO (por Flávio Viegas Amoreira)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5MyreKkqtWINYEIIdtO9fwNh2OO-sLzMzSZ_K85INNzkykMw5q1RJYWUSMX480GrA6Iy9lr50Kf3ETA3ErQMDX8Fw-f3y4J8YLUOXuXDW-ZPhpL_CivyYB69mBOOB1XyzFAdvMxrgVUY/s800/FL%25C3%2581VIO+VIEGAS+AMOREIRA+HEADER.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="800" height="502" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5MyreKkqtWINYEIIdtO9fwNh2OO-sLzMzSZ_K85INNzkykMw5q1RJYWUSMX480GrA6Iy9lr50Kf3ETA3ErQMDX8Fw-f3y4J8YLUOXuXDW-ZPhpL_CivyYB69mBOOB1XyzFAdvMxrgVUY/w800-h502/FL%25C3%2581VIO+VIEGAS+AMOREIRA+HEADER.jpg" width="800" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgFUdVSo8jIu8eoQRyqS63uOpOfSST1O4UA9SB0Qloley8POpbi4Kbvt5vRYCQVIrn_DyTgWsk9jUt6ovw5Qd1w563wR1mIfZ9wH5Zjdxo3zM_cUzsM7BVi1pQJNKNMEi2UglIHxCfFk/s800/WhatsApp+Image+2020-09-23+at+8.57.20+AM.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="767" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixgFUdVSo8jIu8eoQRyqS63uOpOfSST1O4UA9SB0Qloley8POpbi4Kbvt5vRYCQVIrn_DyTgWsk9jUt6ovw5Qd1w563wR1mIfZ9wH5Zjdxo3zM_cUzsM7BVi1pQJNKNMEi2UglIHxCfFk/s16000/WhatsApp+Image+2020-09-23+at+8.57.20+AM.jpeg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/4898268627791835843#" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 24px; font-weight: bold; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="609" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-YZ8PgUgh50A5JKEfA4NjXRgvzR7jvJr2UAoBGZQ1RowgBlfCaOTODSjI09aHYa6cXoWpBu7iXgX_BLsP0DsDoVvosH6wLYFt2RWknPOSgLEEA8zqNaGlabeBFsBF5BtHOLOc86yFdo/w640-h424/Flavio+Amoreira+BIGPIC.jpg" width="640" /></a></div><b style="font-size: 24px; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; font-family: "verdana pro semibold", sans-serif;"><b style="font-size: 18pt;"><span style="color: #01ffff;"><br /></span></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Poeta,
contista e crítico literário,<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Flávio
Viegas Amoreira é das mais inventivas<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">vozes
da Nova Literatura Brasileira<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">surgidas
na virada do século: a ‘’Geração 00’’.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Utiliza
forte experimentação formal<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e
inovação de conteúdos, alternando<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">gêneros
diversos em sintaxe fragmentada.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Participante
de movimentos culturais<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">e
de fomento à leitura, é autor de livros como<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Maralto
(2002), A Biblioteca Submergida (2003),<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-size: 18pt; line-height: 107%;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy;">Contogramas
(2004) e Escorbuto (2005).</span><span style="font-family: Verdana Pro SemiBold, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></p></div></b><div><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 24px; text-align: center;"><span style="color: #01ffff;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both;"><span face="" style="font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><b></b></span></div><br /><span face="" style="font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><b></b></span><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNknrovEYj51BgyjJqKAlVX-JoZQ41QFoIk_3HcARcjg3nLZRwlbZxTkxW0JkUXSUts9SeMSjNvgpItdoETKu1kqb6ubW01eNBzx8lgQ9V_x4W-WlZSCekWL-GEVDQodwYAeOuiS0pEpI/s720/119095353_10157681908558716_7049947819953595084_n.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-weight: 400; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNknrovEYj51BgyjJqKAlVX-JoZQ41QFoIk_3HcARcjg3nLZRwlbZxTkxW0JkUXSUts9SeMSjNvgpItdoETKu1kqb6ubW01eNBzx8lgQ9V_x4W-WlZSCekWL-GEVDQodwYAeOuiS0pEpI/w640-h480/119095353_10157681908558716_7049947819953595084_n.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div></b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-87910405731549765662020-09-28T07:55:00.008-03:002020-09-28T08:46:50.820-03:00SAUDADE DO FUTURO (por Itamar Alves)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Uma
das tônicas da música brasileira da segunda metade do século XX é a de forma e
conteúdo servirem à ideia de mudança. Canções com letras em versos abertos e
estruturas modernas traduziram foneticamente o salto desenvolvimentista das
décadas de 1950 e 60, e a redemocratização dos 80 teve impacto forte no
ambiente pop brasuca . Duas canções-chaves desses momentos aproximam-se nos
formatos e temas de vontade de futuro: “Chega de Saudade”, de Tom Jobim e
Vinícius de Moraes; “Fullgás”, de Marina Lima e Antonio Cícero. Funcionam como
polaróides do que o crítico literário José Guilherme Merquior chamou de
“saudade às avessas”, ou seja, o sentimento de falta do que ainda não veio como
vetor para transformação.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 107%;">Escritas
por dois poetas que queriam rearranjar o contexto das letras de seus
respectivos momentos, “Chega de Saudade” e “Fullgás” subverteram a prática
comum . A música das décadas de 1950, com temas de tristeza e abandono, e de
1970, ainda com ranços ou de binarismo ideológico, ou sublimação sociopolítica,
foi relida, respectivamente, por Vinícius de Moraes e Antonio Cícero de modo a
renovar os motivos e perder a empostação. O amor ainda como tristeza, a
política ainda como engajamento, mas tratadas de forma solar e individualista,
algo que já tinha ocorrido pelos (e)feitos do Modernismo, no início do século
XX.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 18pt;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxuD4ML0B0t91Lnf47RsJdZ0im_Qx7WiHmgdTdm7VBDAKIxbr0mOIURuLMwok7qAbmgApcfEZl6PnoXXZQyCzfKp1JG0O3supWfeDufnyHamKVT_V6QX48Ay3fzlgQw-hfeL8lhEK6BI/s676/1_L-07q8wDg8XjR4u1tURprQ.jpg" style="font-size: 18pt; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="660" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxuD4ML0B0t91Lnf47RsJdZ0im_Qx7WiHmgdTdm7VBDAKIxbr0mOIURuLMwok7qAbmgApcfEZl6PnoXXZQyCzfKp1JG0O3supWfeDufnyHamKVT_V6QX48Ay3fzlgQw-hfeL8lhEK6BI/s16000/1_L-07q8wDg8XjR4u1tURprQ.jpg" /></a></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt;">“Chega
de Saudade” (Tom Jobim, Vinícius de Moraes)</span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Vai
minha tristeza<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">E
diz a ela que sem ela não pode ser<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Diz-lhe
numa prece<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
ela regresse<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Porque
eu não posso mais sofrer<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Chega
de saudade<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">A
realidade é que sem ela não há paz<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Não
há beleza<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">É
só tristeza e a melancolia<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
não sai de mim, não sai de mim, não sai<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Mas
se ela voltar, se ela voltar<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
coisa linda, que coisa louca<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Pois
há menos peixinhos a nadar no mar<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Do
que os beijinhos que eu darei<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Na
sua boca<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Dentro
dos meus braços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Os
abraços hão de ser milhões de abraços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Apertado
assim, colado assim, calado assim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Abraços
e beijinhos, e carinhos sem ter fim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Não
há paz<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Não
há beleza<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">É
só tristeza e a melancolia<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
não sai de mim, não sai de mim, não sai<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Dentro
dos meus braços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Os
abraços hão de ser milhões de abraços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Apertado
assim, colado assim, calado assim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Abraços
e beijinhos, e carinhos sem ter fim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Que
é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Não
quero mais esse negócio de você longe de mim<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 107%;">Vamos
deixar desse negócio de você viver sem mim</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 18pt;"> </span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvMWaZ_HPSWnG8p1L210HhUYm97D1863DMSNweAM0sPNHoJF7gZfvoMvm8cAvrHHxxSWR6rX0cf2yfSogOUZaYlPKUUt2GF0fi00iARwrwIB1hzzh4li0FE41XHsokMDhuFBjkN4WyScc/s676/1_XYT3DN92o7oHRohvIBXYLQ.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="660" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvMWaZ_HPSWnG8p1L210HhUYm97D1863DMSNweAM0sPNHoJF7gZfvoMvm8cAvrHHxxSWR6rX0cf2yfSogOUZaYlPKUUt2GF0fi00iARwrwIB1hzzh4li0FE41XHsokMDhuFBjkN4WyScc/s16000/1_XYT3DN92o7oHRohvIBXYLQ.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: Luckiest Guy;"><br /></span><p></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">“Fullgás”
(Marina Lima, Antonio Cícero)<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Meu
mundo você é quem faz<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Música,
letra e dança<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Tudo
em você é fullgás<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Tudo
você é quem lança<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Lança
mais e mais<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Só
vou te contar um segredo<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Não
nada<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Nada
de mal nos alcança<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Pois
tendo você meu brinquedo<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Nada
machuca, nem cansa<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Então
venha me dizer<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">O
que será<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Da
minha vida<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Sem
você<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Noites
de frio<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Dia
não há<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">E
um mundo estranho<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Pra
me segurar<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Então
onde quer que você vá<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">É
lá, que eu vou estar<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Amor
esperto<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Tão
bom te amar<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">E
tudo de lindo que eu faço<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Vem
com você, vem feliz<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Você
me abre seus braços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">E
a gente faz um país<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Você
me abre seus braços<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">E
a gente faz um país<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Os
títulos deixam claro a relação negativa com questões de tradição. Moraes, em
“Chega de Saudade”, evoca um manifesto somente por seu título, enquanto
“Fullgás” condensa o termo “fugaz” com a expressão inglesa “full gas”,
expandindo as semânticas originais em sentido de urgência. Moraes espanta o
saudosismo, abrindo as portas para o país procurar seu lugar no mundo, e Cícero
reorganiza o futuro político, fechando as portas para o passado de chumbo
militar.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Ambas
as canções iniciam-se com pronomes possessivos na primeira pessoa e verbos na
segunda pessoa. O efeito de conexão com quem os ouve é imediato e mantido até o
fim. No caso de “Chega de Saudade”, há uma transição entre uma terceira pessoa
e o ouvinte, já que Moraes troca bruscamente os pronomes entre o terceiro e o
quarto versos, usando a ambiguidade do possessivo como ponte.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 107%;">Os
versos abusam de tônicas abertas e rimas deslocadas, que, por si só, tornam a
melodia interna de ambas sincopadas e levemente desconjuntadas. A repetição de
palavras é usada com o sentido de ênfase, para Moraes (“assim… assim…”), e de
indefinição, para Cícero (“tudo… nada…”). Moraes prefere repetir pronomes na
primeira pessoa, enquanto Cícero os suprime da conjugação de verbos e enfatiza
o pronome na segunda pessoa. As letras funcionam como espelhos distantes de si
mesmas e de seus momentos, ao mesmo tempo em que comunicam possibilidades de
maneira clara e automática, ainda que extremamente modernas para seus
contextos.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 18pt;"> </span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhW54s02nR3iTUqIA29u2AMCW0JL8MoQIC5A8LDb250QJ0iVcDPm0C1b10-5SwGAsi6nd-HGO9GBUunZzLgjXpBZ3nckrLN2XU56Yo0LiRJ8Ai6Te9mUiqRc2avmNuNxyByjqRMp-mBtU/s1053/1_J5YyEhKGzIh4vWYAlIM7Xg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><img border="0" data-original-height="1053" data-original-width="660" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhW54s02nR3iTUqIA29u2AMCW0JL8MoQIC5A8LDb250QJ0iVcDPm0C1b10-5SwGAsi6nd-HGO9GBUunZzLgjXpBZ3nckrLN2XU56Yo0LiRJ8Ai6Te9mUiqRc2avmNuNxyByjqRMp-mBtU/s16000/1_J5YyEhKGzIh4vWYAlIM7Xg.jpg" /></span></a></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Em
um ensaio sobre “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, o crítico José Guilherme
Merquior propôs que o poema trata de futuro, e não de nostalgia. Segundo
Merquior, o que o poeta descrevia na comparação entre sua nação e o que via no
exílio seria a vontade de que seus sentimentos correspondessem à realidade.
Tratava-se, então, de uma ideia de futuro, na qual Dias descreveu o país que
gostaria que existisse, e não o que efetivamente era. A “saudade de futuro”
representaria uma força transformativa dentro da obra, e as letras de Vinícius
de Moraes e Antonio Cícero encaixam-se nesse ideal.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-family: Luckiest Guy; font-size: 18pt; line-height: 107%;">O
romantismo da década de 1840, a bossa nova de 1960 e o pop brasileiro de 1980
têm em comum o contexto de renovação de ideias e possibilidade para aberturas
comportamentais. Poesia, em livro ou canções, conecta esses sentidos de
mudança, e sua penetração popular indica o grau de legitimidade para ações
práticas. Entre o sólido e o fugaz, a saudade de futuro é uma marca da obra
popular de vanguarda no país.<o:p></o:p></span></p></div><p><span style="font-family: Luckiest Guy;"><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCm9biO3_yJlnu3DYOlcAfbdJL_BBlBQenMnDGuGJSfDqyVEWL1XGkCHA6iNlttsR8-8j-Ynsd8TrvO1XJS4cDkJCbLuYzZM820MfzlWRjqHktNN9faYKyTqK07jI0_c3QXLwXX6pdcEM/s711/119889064_321584569145856_6320201187268924157_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Luckiest Guy;"><img border="0" data-original-height="711" data-original-width="711" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCm9biO3_yJlnu3DYOlcAfbdJL_BBlBQenMnDGuGJSfDqyVEWL1XGkCHA6iNlttsR8-8j-Ynsd8TrvO1XJS4cDkJCbLuYzZM820MfzlWRjqHktNN9faYKyTqK07jI0_c3QXLwXX6pdcEM/w400-h400/119889064_321584569145856_6320201187268924157_n.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: Luckiest Guy;"><br /></span><p style="text-align: center;"><span style="color: #01ffff; font-family: Luckiest Guy; font-size: 20pt;">Itamar Alves nasceu em Recife há 40 e poucos anos, foi criado em Santos e estudou no Colégio Canadá, onde foi aluno de Inglês do editor desta webpocilga aqui. Lembro que minha empatia por ele foi imediata. Fora da escola, viramos amigos. Diz ele que possui fotos perturbadoras minhas condensando secundárias no laboratório de Física, mas é pouco provável que as divulgue algum dia. Leciona Inglês e é um dos provocadores mais brilhantes que o Facebook já conheceu. No entanto, sou suspeito para falar disso. Julguem por sí próprios acompanhando os textos que Itamar envia para LEVA UM CASAQUINHO.</span></p><p style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></span></p><p style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><br /></span></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-289818403480436892020-09-21T09:32:00.005-03:002020-09-21T10:00:53.139-03:00CHICO MARQUES REÚNE OS 25 ANIVERSARIANTES DA SEMANA NUMA PLAYLIST BEM ECLÉTICA<p style="text-align: center;"> </p><span style="font-size: x-large;"><div style="font-family: courier; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWuyvEjhxf1WbvNHtIXLAbaWHIuG9HKKVt5PBA91NPxXsJep3teqsDNJ24zC0PKNDqRRaKfa6tMyfwm5JarcJNS1LP_qTF-thCHpawcLfj7aOs4yrLWc-kqRe9GgvHbFmeunCf28WXndk/s16000/playlist.png" /></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><span><b><u><span style="color: #04ff00;">ANIVERSARIANTES DA SEMANA</span></u></b></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><span><b><span style="color: #04ff00;">(<u>21 A 27 DE SETEMBRO</u>) </span></b><u style="color: #fcff01;"><o:p></o:p></u></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="color: #fcff01; font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"> </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><span style="color: #04ff00;">LEONARD COHEN, LIAM GALLAGHER, MARLENA SHAW, MIKE PATTO, NICK CAVE, JOAN JETT, VANUSA, FENTON ROBINSON, JOHN COLTRANE, LES MCCANN, MIGHTY JOE YOUNG, RAY CHARLES, JERRY COLE, ROY BUCHANAN, TIM ROSE, BRUCE SPRINGSTEEN, WILLIE KENT, GEORGE GERSHWIN, GAL COSTA, NICHOLAS PAYTON, JULIE LONDON, BRYAN FERRY, TRACEY THORN, RANDY BACHMAN, BUD POWELL</span></span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s720/arrow-1294465_960_720.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s320/arrow-1294465_960_720.png" /></a></p></div><div style="text-align: center;"><u><b><a href="https://open.spotify.com/playlist/5QLQ73PybQRwMYtZ6HiplC?si=eZzCW-NtQ1SVF0dYZ4Vmbg" target="_blank"><span style="font-family: inherit;">CLIQUE AQUI PARA OUVIR</span></a></b></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div></div></span>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-10731206089961451272020-09-20T11:48:00.006-03:002020-09-21T10:01:08.927-03:00ROGÉRIO BARAQUET ENTREVISTA O MÚSICO E ARRANJADOR OMAR CAMPOS EM "RESPIRANDO MÚSICA"<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9qza6ss3_xTItsESaigoFGsZ4Pgu8NkhLB0PsgiPCJWYzOlSDSUrCFrcveWqg4wx1PEcIE3Sn8Gu7UIYO7aomSZMUPdv0tXSHmd8snYOEH8-lqVNIjzTvNnwB3f68GWsz8RHdykU0I_M/s819/119472496_10224201707733832_4933549652354165720_o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9qza6ss3_xTItsESaigoFGsZ4Pgu8NkhLB0PsgiPCJWYzOlSDSUrCFrcveWqg4wx1PEcIE3Sn8Gu7UIYO7aomSZMUPdv0tXSHmd8snYOEH8-lqVNIjzTvNnwB3f68GWsz8RHdykU0I_M/s16000/119472496_10224201707733832_4933549652354165720_o.jpg" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: center;"><span face="Roboto, Arial, sans-serif" style="background-color: #181818; color: white; font-size: 14px; text-align: start; white-space: pre-wrap;">Imagine um guitarrista, violonista, arranjador e produtor musical que já participou da gravação de mais de uma centena de CDs, tocou e produziu inúmeros shows pelo Brasil e no exterior ao lado de grandes nomes da musica brasileira como: Oswaldinho do Acordeon, Cida Moreira, Dominguinhos, Raul de Souza, Sivuca, Tânia Alves, Elba Ramalho, Alayde Costa, Zélia Duncan e Fabiana Cozza, entre outros. Além disso é professor e coordenador do curso de guitrarra da Universidade Livre de Música Tom Jobim. Muita bagagem e história pra contar, né? (ROGÉRIO BARAQUET)</span></p><p style="text-align: center;"><span face="Roboto, Arial, sans-serif" style="background-color: #181818; color: white; font-size: 14px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/vM__0bGH7AU" width="480"></iframe></p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-63557466529349100322020-09-20T11:29:00.004-03:002020-09-21T10:01:32.222-03:00EDUARDO RUBI CAVALCANTI VIAJA PELOS NOVOS RUMOS DO SCIFI EM PRÓXIMA PARADA<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVmdhSjGQxfQGQU6vwe78ZvzxTDsw1sjrdlUPQP8ShyphenhyphenEtueY4_Ro4sEJ36ofpyXj564EibN4zbgFUtEo92Gc_6QhKU-sece1KJQJg5Bdk0zPOemJGgaYVpPtZ4hrS3gWpU4ejcxTCtmyk/s800/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="567" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVmdhSjGQxfQGQU6vwe78ZvzxTDsw1sjrdlUPQP8ShyphenhyphenEtueY4_Ro4sEJ36ofpyXj564EibN4zbgFUtEo92Gc_6QhKU-sece1KJQJg5Bdk0zPOemJGgaYVpPtZ4hrS3gWpU4ejcxTCtmyk/s16000/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" /></a></div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5hHM1lWBOVwzx687aZDu71LQ4XXGUciH1Zu5IwhvgWtF3aSKNC1fRgSI2yDy6hZV_QFWSV279MLSlmXY1YSTPGhcZBzVZNaWDLFtAToukDHsUibxlrOz5HAJpuX52-RRtNKULKI552JQ/s1301/SCIFI.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1301" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5hHM1lWBOVwzx687aZDu71LQ4XXGUciH1Zu5IwhvgWtF3aSKNC1fRgSI2yDy6hZV_QFWSV279MLSlmXY1YSTPGhcZBzVZNaWDLFtAToukDHsUibxlrOz5HAJpuX52-RRtNKULKI552JQ/s16000/SCIFI.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="618" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKEXU-hggaL1-56XpDYGkgY2KVIRR-hKVYqbKv5q6NUyhPolsXalBpx6CjD9WVMKfbykLOw4WdnkNIznO1To50QCkPzhFk91vQA_mBZ2dq8LsZzhfjda6wCUNC_eUxQH8yBf4HFAUw2I/s400/Edu+Cavalcanti+BIGPIC.jpg" width="387" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Eduardo Rubi Cavalcanti<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">é jornalista desde a década de 80.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Trabalhou em A TRIBUNA de Santos<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">e em várias outras publicações.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">É Mestre em Comunicação Social<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">pela Universidade Metodista de São Paulo<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">e leciona Jornalismo na Unisantos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">onde cursou sua graduação.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Publica domingo sim, domingo não,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">em A TRIBUNA de Santos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">a página PRÓXIMA PARADA,</span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt;"><span style="color: #b51200;">que reproduzimos aqui.</span></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="660" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcOG92a8MkqedaTdzQphIvFrSB0EUw94n3niSun6c88RgBGMQbX0zqtvCxkZK46v65S5dpmua72DJeWQuBjZjoAh0Pf_lIWwsqWq4UzoaNmuk9zRPGD0ib2nKDIePnimZJVM5tkzjU09w/s640/PROXIMA_PARADA_1469033018598332SK1469033018B.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-18114789773471250442020-09-20T11:15:00.002-03:002020-09-21T10:01:46.775-03:00DE AFRODITE A ATENA (por Flávio Viegas Amoreira)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB60XN9g_trjhXGFAgp3vScOpUby-TMxiapf_AkFg3_4NM5TR37z9lRkdAMo7v72C3uo6TKIjo2lo0NYec4JbkpkoBB2dz4D9JJPEGKi9zV9R3ig3bkqDetOOMGHq4qiLAr08EFtgIvKw/s640/FL%25C3%2581VIO+VIEGAS+AMOREIRA+HEADERSD.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB60XN9g_trjhXGFAgp3vScOpUby-TMxiapf_AkFg3_4NM5TR37z9lRkdAMo7v72C3uo6TKIjo2lo0NYec4JbkpkoBB2dz4D9JJPEGKi9zV9R3ig3bkqDetOOMGHq4qiLAr08EFtgIvKw/s16000/FL%25C3%2581VIO+VIEGAS+AMOREIRA+HEADERSD.jpg" /></a></div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMoc5dmEQCU7wkSpdNpR7w2ErzlcIdf5lYEO0VfVEOBwDmgNidVaDF3rYvz_aYylO_dTX1MebDqlFklZ75tM0cQrUS-uvBSBwj1Px1-Q59diRj2TsXT5Y11bhZFew9lHPk4v_w_EtbVgs/s826/de+afrodite+a+atena.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="826" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMoc5dmEQCU7wkSpdNpR7w2ErzlcIdf5lYEO0VfVEOBwDmgNidVaDF3rYvz_aYylO_dTX1MebDqlFklZ75tM0cQrUS-uvBSBwj1Px1-Q59diRj2TsXT5Y11bhZFew9lHPk4v_w_EtbVgs/s16000/de+afrodite+a+atena.jpeg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"> </div><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 24px; text-align: center;"><br /><br /><div class="separator" style="clear: both;"></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/4898268627791835843#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="609" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-YZ8PgUgh50A5JKEfA4NjXRgvzR7jvJr2UAoBGZQ1RowgBlfCaOTODSjI09aHYa6cXoWpBu7iXgX_BLsP0DsDoVvosH6wLYFt2RWknPOSgLEEA8zqNaGlabeBFsBF5BtHOLOc86yFdo/w640-h424/Flavio+Amoreira+BIGPIC.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><b style="font-size: 18pt;"><span style="color: #01ffff;"><br /></span></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b style="font-size: 18pt;"><span style="color: #01ffff;">Poeta, contista e crítico literário,</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>Flávio Viegas Amoreira é das mais inventivas<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>vozes da Nova Literatura Brasileira<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>surgidas na virada do século: a ‘’Geração 00’’.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>Utiliza forte experimentação formal<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>e inovação de conteúdos, alternando<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>gêneros diversos em sintaxe fragmentada.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>Participante de movimentos culturais<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>e de fomento à leitura, é autor de livros como<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b>Maralto (2002), A Biblioteca Submergida (2003),<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></div><span face="" style="font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><b><span style="color: #01ffff; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;">Contogramas (2004) e Escorbuto, Cantos da Costa 2005).</span></b></span></b><div><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 24px; text-align: center;"><span style="color: #01ffff;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both;"><span face="" style="font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><b></b></span></div><br /><span face="" style="font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><b></b></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNknrovEYj51BgyjJqKAlVX-JoZQ41QFoIk_3HcARcjg3nLZRwlbZxTkxW0JkUXSUts9SeMSjNvgpItdoETKu1kqb6ubW01eNBzx8lgQ9V_x4W-WlZSCekWL-GEVDQodwYAeOuiS0pEpI/s720/119095353_10157681908558716_7049947819953595084_n.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-weight: 400; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNknrovEYj51BgyjJqKAlVX-JoZQ41QFoIk_3HcARcjg3nLZRwlbZxTkxW0JkUXSUts9SeMSjNvgpItdoETKu1kqb6ubW01eNBzx8lgQ9V_x4W-WlZSCekWL-GEVDQodwYAeOuiS0pEpI/w640-h480/119095353_10157681908558716_7049947819953595084_n.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div></b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-61870043894402558072020-09-20T10:31:00.005-03:002020-09-21T10:02:00.441-03:00PANDEMIAS E ORELHADAS (por Marcelo Rayel Correggiari)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivgYolgpcyugcFag4ZsTaIZnme8RRoQHC0J7BugEZwe9yDpSBn-v5bWfa6z4kMIlDfcvzuHo6GAfw6bTRwsj_T7pR-4nNj-gFivZUKkCMaGOZtNrR_cn0CbNvvxoib_vkVAPRAQA8wToY/s640/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivgYolgpcyugcFag4ZsTaIZnme8RRoQHC0J7BugEZwe9yDpSBn-v5bWfa6z4kMIlDfcvzuHo6GAfw6bTRwsj_T7pR-4nNj-gFivZUKkCMaGOZtNrR_cn0CbNvvxoib_vkVAPRAQA8wToY/s16000/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" /></a></div><br /><p></p><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><br /></span><p></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Foi uma
tonelada de textos... todos prontos para publicação.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Chegava
na hora, refutava: sempre tinha um dado novo para trazer à luz, uma mudança de
paradigma... rolava sempre algum tipo de coisa — um troço qualquer — que me
fazia meter o pé no freio, dar um jeito de não botar o texto para frente.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Quando
deu um mês, meti um baita ‘textão-áudio’ para o editor dessa nobre revista. Por
doze minutos, expliquei que não havia emudecido: havia textos aos borbotões, de
dúzias, mas quase todos eles com um tom mais puxado para o niilismo e sempre
com traços de uma certa agressividade que nem dava para explicar muito.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Esse
texto foi escrito no sábado do feriadão de 07 de setembro — o feriado nacional
cai numa segunda-feira. Para quem é de Santos, rola o 08 de setembro logo em
seguida — dia da madroeira da cidade — garantindo à querida população de
Enguaguaçu uma espécie de ‘carnaval’ no segundo semestre, mas sem
quarta-de-cinzas.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Puxo
aqui esse contexto por causa da quantidade de automóveis que desceram a serra
em direção às praias do litoral paulista. Em plena pandemia de SARS-Cov-2, com
números nacionais ultrapassando os 125 mil óbitos, as imagens de todos aqueles
carros nas estradas — antes bem-vindas em momentos de paz e saúde — soavam como
um belíssimo de um ‘foda-se quem está de luto’.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Mesmo
considerando que não daria para ficar o tempo todo em casa e que, a partir de
certo ponto, todos teriam de voltar a algum tipo de atividade — seja ela qual
fosse — o momento exigiria algum tipo de recato, de reverência ao luto de mais
de 125 mil famílias, mas não foi o visto no feriadão do Dia da Independência.
De fato, não é possível viver o tempo inteiro com medo e muito menos a reboque
de controles governamentais que definitivamente não sabem como guiar uma
população inteirinha ao longo de uma pandemia. <o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Lá ia
eu, outra vez, com mais um texto ‘cheio de raiva’ contra a insensibilidade
humana diante de um momento de exceção. Repito que também concordo com o perigo
de controle por intermédio do medo — o lance de uma ‘segunda’ e/ou ‘terceira’
ondas amedrontadoras, suficientes para enfurnar em domicílios bilhões ao redor
do planeta para mais de ano. Todavia, trocar o feriadão de Independência pelo
da Madroeira do Brasil (12 de outubro, uma segunda-feira) soava mais condizente
se levarmos em consideração os números ruins trazidos pelo surto de Covid-19.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Isso
posto — sabedor que ninguém é a ‘medida do mundo’ — recolhi-me em minha
insignificância a fim de melhor elaborar as imagens de milhares se dirigindo ao
litoral para o feriadão. Tem horas que é ajuizado engolir a raiva e o desgosto
de certas visões a fim de se preservar: a. o bom andamento de alguma interação
minimamente civilizada num futuro próximo e; b. a saúde mental.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Portador
de um texto altamente inflamado, coloquei o danado na pastinha do ‘para mais
tarde’. Aliás, era o quinto ou sexto nessa linha que não apaguei de todo, ou
joguei fora, mas tive de segurar para outra oportunidade no claro objetivo de
não sair por aí xingando quem passasse pela frente. Sim, porque na quinta e
sexta da véspera, era doído ver conterrâneos fazendo campanha pelas mídias
sociais em prol da presença maciça nas praias — como o ocorrido no 30 de
agosto, o domingo anterior — transformando uma doença num ato político e/ou
cívico para a prevalência dos ‘direitos civis’ de ‘ir-e-vir’ — uma espécie de
“quem manda aqui nessa porra é ‘nóis’ — bem como a “derrubada do STF”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Foi
triste. Duríssimo: amigas e amigos que perderam pai, mãe, parentes, pessoas
amadas e queridas tendo de topar com boçais transformando uma “ida à praia” num
gesto de desobediência civil bem rastaquera sem se ater à excepcionalidade
desse instante. Haja sangue-de-barata!<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Mais
dois meses e tudo teria alguma solução mais apaziguadora e abrangente. Mas...
‘não!’. Rolou uma espécie de “foda-se, você” e, no caso de pintar um solzinho,
“... vamos a la playa...”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Como
dito há pouco, é duro vivermos a reboque de gente que ainda não conhece nada da
doença, muito menos de como pedir o bom-senso das pessoas para se evitar sua propagação
em escalas exosféricas. Essa pandemia mostrou (e bem!) o quanto arrotamos muita
sapiência sobre coisas que, de fato, sabemos quase nada delas.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Foi, aí,
que pintou a ideia: “ô, Marceleza?! Do que adianta você ler os livros do Taleb
e ficar ‘putinho’ com o que anda rolando com essa pandemia?!”. Karakas, o
próprio Taleb, em fevereiro e março, afirmou por “a+b” que o coronavirus jamais
foi ou seria um “Cisne Negro” (quando muito, um cisnezinho cinza... e já
fazendo muita força nesse sentido).<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Bom,
soltei o recado no sábado à noite, pelo ‘feicebúqui’: quem quisesse ter uns
‘drops’ de São Nassim Taleb, era só colar na banca. Afinal, nos próximos
eventos, já se é possível selecionar quem está falando ‘coisa-com-coisa’
daqueles que utilizam mídias sociais e de massa para ‘fazer o trabalho do
“cão”’ (a saber: engendrar, em todas e todos, a ‘máquina-do-medo’ e do pânico).<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">*********<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Nassim
Nicholas Taleb, como todos sabem, é formado em engenharia e hoje ensina
probabilidade numa universidade nova-iorquina. Fugido da guerra civil do
Líbano, seu país de origem, teve de lutar com unhas e dentes em sua nova vida
na América, longe de toda a força e tradição de sua ancestralidade no Levante.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Taleb
teve como tio-avô um ex-vice Primeiro Ministro libanês e a experiência política
da família já havia deixado ares de que nem sempre políticos sabem, de fato e
na realidade, o que estão fazendo. Confiar na capacidade de previsão de um
político ‘profissional’ nem sempre é o melhor dos mundos. Aliás, é dele a frase
“... meu tio sabia tanto de política quanto o motorista particular dele, o
Mikail”.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Ao se
formar na faculdade, a luta continuava, dessa vez, pelo ‘primeiro emprego’: a
convite de um amigo, foi parar num banco, desses, de investimento, só conseguindo
ganhar dinheiro se fizesse algo razoavelmente diferente do executado pelos
‘cabeças coroadas’ da época. Não tardou para que jogassem ele “na fogueira”:
com a confiança dos principais acionistas das empresas por onde passou, ganhou
de presente uma ‘cova-dos-leões’. A cova?! Operar uma “mesa de opções”, uma das
mesas mais perigosas num banco de investimento.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Foi ali
que Taleb viu a ascensão e ruína de muitos ‘gurus’ do mercado financeiro: uma
turminha de ‘selecionados’, “... tocados por Deus...” que, no alto de suas
arrogâncias, levaram tombos que incluíam tragédias econômicas, passando,
inclusive, por ‘puxações de fase’ (Alô, Tim Maia! Aquele abraço!) conhecidas em
território tupiniquim como ‘cadeia’ (ou ‘ver o sol nascer quadrado’).<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Taleb,
que já tinha a desconfiança de que o ser humano é um bichinho ‘meio teba’,
passou a verificar que, de fato, não há especialistas em nada nesse mundo. Sua
tese era a de que não dava para confiar muito nesses ‘gênios’ e ‘gurus’: nenhum
deles se atinha a uma espécie de ‘visão periférica’ — em sentido metafórico —
necessária para se tomar boas decisões. Pior: alimentavam seus próprios
‘auto-enganos’ ao afirmar que suas constatações eram uma espécie de ‘verdade
absoluta’.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">E tomem
perder ‘zilhões’ quando “um ciclo se encerrava”: esse foi o tema de um dos seus
primeiros livros, o “Iludidos pelo Acaso”. Nessa obra, Taleb observa que uma
determinada postura acaba por ser muito bem sucedida porque o comportamento que
gerava esse sucesso tinha muito pouco a ver com o ‘elemento gerador’ desse
triunfo. Era como se dissesse que “aquela época” pedia certos procedimentos,
posturas e comportamentos que coadunavam com o cultivo daquele instante. <o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Quando o
ciclo se encerrava, e novos padrões mexiam nesse ‘elemento gerador’, tais
comportamentos e abordagens passavam a ‘jogar contra’. Ao invés do futuro
candidato a fracassado tirar o pé do acelerador para se aperceber ‘do
periférico’, aquilo que passava ‘pela visão periférica do(a) observador(a)’, bem
como tudo o que indicasse um novo ‘elemento gerador’ para a aquisição de uma
determinada riqueza, o(a) sujeito(a) mantinha sua fé-cega no modelo anterior e
acabava por arrombar as carteiras de investimentos dos clientes de uma
determinada instituição financeira.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Ora...
qualquer semelhança com a atual administração de uma ‘situação de exceção’ —
uma pandemia, por exemplo — talvez não seja uma ‘mera coincidência’. Quando os
governantes “que deveriam agir pelo bom-senso” não sabem quais decisões tomar, torna-se
irrefutável a evidência de que somos nós que críamos um ‘bom-senso’ dos homens
e mulheres de vida pública que só existe em nossos pensamentos e imaginações.
Nunca nos passa pela cabeça de que mulheres e homens de vida pública não sabem
o que fazer quando pinta uma pandemia na área: uma hora, fecha tudo; na outra,
abre; num instante, estão proibidas as aglomerações; em outro, a praia está
liberada, mas somente em pequenas faixas de horário.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Para
Taleb, a confiança que você tem ‘no(a) outro(a)’ é diretamente proporcional à
percepção que você tem de que ‘esse(a) outro(a)’ possui uma sensibilidade à
visão periférica e age conforme à sutileza dessa periferia. Convenhamos, é tudo
o que uma mulher e homem de vida pública não possui nos dias de hoje, não é
verdade?!<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Mas isso
é matéria para a próxima coluna. Para o momento, apenas tente reparar naqueles
que possuem essa visão que capta as sutilezas encontradas nas periferias de um
dado da vida. Logo, logo, aprenderão a diferenciar quem realmente quer te
ajudar durante uma pandemia ou não passa de um(a) gaiato(a) querendo te apavorar
e te encher de medo.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 18.0pt;">Mas, por
favor, façam esse exercício longe do mar: com um bom golpe de sorte (acreditem,
o acaso também responde por 80% das coisas!), esse tipo de lazer retorna mês
que vem. A praia pode esperar. <o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18.0pt; text-align: center;"><o:p> </o:p> <a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/2727687249039697718#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="524" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDFlRqdT_xxpD1hsyG0T3YImoz0zDg3jJCBVNJGjHXZy1zDe0Xg0TO9Qp-7vDwDyoythrcTRLy-QuNhvOvRvSdqnOacaKtpptbxQkwSjhpvz2nq89_76NgS_6VTQr0qeydrDCIBOxUTC0/w400-h339/pagebvcdsfghjk-horzNBV-horz.jpg" width="400" /></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt;"><span style="color: red;">Marcelo Rayel Correggiari</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>nasceu em Santos há 48 anos<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>e vive na mítica Vila Belmiro.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>Formado em Letras,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>leciona Inglês para sobreviver,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>mas vive mesmo é de escrever e traduzir.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>É autor de <u>Areias Lunares</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>e <u>O Verão No Café Atlântico</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>(à venda na Amazon, em livro e e-book).</b></span></span><br /><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b><br /></b></span></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div><br style="text-align: start;" /></div><p style="text-align: center;"><br /></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-26917016491225631942020-09-20T10:03:00.004-03:002020-09-21T10:02:18.740-03:00TOFU DIDO, UMA COMÉDIA ALIMENTAR (por Germano Quaresma, aka Manoel Herzog, ou vice-versa)<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBip8DACsVR2A6HhfZyCNwHkcC5BZ_0mfrW6-Xdnzwv9DpdXNhx7eEq_fMSd2gTR1Z5gZtk_DfER3SRBWGi2SB0T4bfCo18zZjQB5qj-gvKVFJTCRpx0f_DeyMbCN8ahEcE5aGAhyRr4/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBip8DACsVR2A6HhfZyCNwHkcC5BZ_0mfrW6-Xdnzwv9DpdXNhx7eEq_fMSd2gTR1Z5gZtk_DfER3SRBWGi2SB0T4bfCo18zZjQB5qj-gvKVFJTCRpx0f_DeyMbCN8ahEcE5aGAhyRr4/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" /></a></p><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: #2b00fe;">COMÉDIA
ALIMENTAR - TOFU DIDO</span><o:p></o:p></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b> </b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b> <span style="color: #2b00fe;">I- Quad</span></b></span><b style="font-family: "Verdana Pro SemiBold", sans-serif; font-size: 16pt;"><span style="color: #2b00fe;">ras</span></b></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Sabendo
que a carne é podre,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Fato
que muito me enoja,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Querendo
comida nobre<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Fui
comer carne de soja.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Daí
que fiquei sabendo<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">De
um parasita, meu sócio,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Que
ganhava os dividendo:<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Esse
tal de agronegócio.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Levei
sabugo de milho<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">(haja
papel higiênico)<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Aqui
se come restolho,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">é
o alimento transgênico<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tiraro
as floresta tudo<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">No
lugar pôs soja e boi<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Os
pobre índio botocudo<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Ganhou
celular da Oi,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Da
Tim, da Vivo, o cacete.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Brasil,
celeiro do mundo:<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Empresários
cafajestes<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Políticos
vagabundos<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Uma
mídia bem canalha<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Justiça
venal e lerda<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
o povo, nessa caralha,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pagando
e comendo merda</span><o:p></o:p></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b> </b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: #2b00fe;">II
- Tercetos</span><o:p></o:p></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Cansado
de carne com papelão<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Assunto
que virou carne de vaca<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Foi
que eu me decidi por abrir mão<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">De
comer carne, já que a carne é fraca<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
transformei inteiro o meu cardápio<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pra
só comer soja, milho e alfavaca.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Rasguei
meus ternos, me cobri de trapos<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">(Quase
me interditou minha família)<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Mas
tinha dignidade em meus farrapos<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Morreu
papai, fiz chorar minhas filhas,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Família
não é mais minha seara,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Veja,
até Fátima largou de William<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Chamou
de brocha, cuspiu-lhe na cara<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Deu
piti, fez escândalo, que treta<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Saiu
do jornal, fichou na Seara,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
foi vender linguiça pra caceta<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Mas
a mais trolhuda socou no cu<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Daquele
que a trocou pela Poeta.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">De
minha parte eu, pobre e seminu,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Me
viro como posso nesta piça<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Montei
a fabriqueta de tofu<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Porque
ruiu o império da linguiça<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
assim foi que me tornei empresário<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Da
gororoba insossa, sem delícia -<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Especialista
em nutrição de otários<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Eu
me tornei, e fui bem sucedido<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pois
procurei um bom publicitário<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pra
criar um nome, um logo, apelido<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Que
fizesse bombar o meu produto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
ele me sugeriu meu nome: Dido.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pensei
comigo, que sujeito arguto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Este
publicitário, este Olivetto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Botar
meu nome no tofu, que puto,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Não
achei bom mas, sei lá, nem me meto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Ele
é publicitário, estudou tanto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Deve
de ter razão, eu me submeto.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Com
meu queijo de soja me agiganto,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Me
deixou rico meu tofu querido<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Feito
da melhor soja da Monsanto<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
hoje o Brasil consome Tofu Dido.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tofu
Dido vem lá do Mato Grosso,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Vem
do Goiás, Pará, Rondônia, Obidos<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Criar
boi não é mais futuro nosso<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Comprei
uns matos, broquei, plantei soja,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Matei
uns índios e enterrei num fosso<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Sob
o protesto de um bando, uma corja<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">De
vagabundos e ambientalistas<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Essa
raça de putos que me enoja<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Mas
que, por paradoxo, uns ativistas<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Do
veganismo, adoram meu negócio -<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
eu vendo preles, já que eu estou na pista.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Eu,
pra ter lucro, aceito qualquer sócio<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Hippie,
petista, coxinha vegano,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Eu
entrei nesse tal de agronegócio<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pra
ficar rico a qualquer custo, mano,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tô
nem aí se dentro dos currais<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">O
boi tem tratamento desumano,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Se
foda o boi, eu quero é ganhar mais,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Se
foda os bicho todo, o porco, o frango<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pra
falar real, detesto vegetais.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">O
foco desta minha empresa é o rango<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Se
a moda agora é adorar o boi<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Comprar
bife de soja a centos mango<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tô
dentro, minha ideia sempre foi<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Acabar
c'a Amazônia e encher de gado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
que, na frente, de berrante, entoe<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">O
boiadeiro aquele som cagado,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">O
tal sertanejuniversitário.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Mas
se o boi acabou vitimizado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
pro consumidor é prioritário<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Cuidar
da saúde e o colesterol<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Inda
que fazendo papel de otário<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Nos
frigoríficos passo o cerol<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
planto soja nessa porra toda<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Estou
bem convencido de que o sol<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">nasceu
pra mim, o resto que se foda,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Me
nome é Dido, Dido que é meu nome<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Se
o Tony Ramos se queimou na roda<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Bonito
fiquei eu, sujeito home<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Eu
que vou sustentar toda a canalha<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Não
quero ver meu povo passar fome<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tô
bem ligado que o esquema enxovalha<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Quer
destruir a empresa nacional<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Pro
americano vir meter cangalha<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">No
lombo dos brazuca etc e tal<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Meus
concorrente vai ser dizimado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Também
sei manejar o capital<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Preciso
destruir o tal Nikado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">O
fazendeiro japonês vizinho<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Que
diz o meu tofu falsificado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">E
o dele é bom, "melhor, mais gostosinho,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Né?
japonês sabe fazer tofu."<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tem
que tirar o japa do caminho:<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Nikado
vai ser pasto de urubu.<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Portanto,
ficamo assim combinado,<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Quem
comer carne vai tomar no cu<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Come
queijo de soja batizado<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Essa
bosta que tem gosto de rolha<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Tem
Tofu Dido e tem Tofu Nikado –<o:p></o:p></span></b></span></p><p align="center" class="MsoNormal">
</p><p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: red;">Importa
é ter “liberdade de escolha”.</span></b><o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s640/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" width="640" /></a></p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div align="center" class="MsoNormal"><div align="center" class="MsoNormal"><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>Germano Quaresma, ou Manoel Herzog,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>Criado na cidade de Cubatão,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>trabalhou na indústria química<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>e formou-se em Direito.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>Estreou na literatura em 1987<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>com os poemas de <u>Brincadeira Surrealista</u>.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>É autor dos romances<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><u>A Jaca do Cemitério É Mais Doce</u> (2017),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><u>Dec(ad)ência</u> (2016), <u>O Evangelista</u> (2015)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>e <u>Companhia Brasileira de Alquimia</u> (2013),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>além dos livros de poemas<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><u>6 Sonetos D’amor em Branco e Preto</u> (2016)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b>e <u>A Comédia de Alissia Bloom</u> (2014).<o:p></o:p></b></span></span></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><span style="font-size: 20pt;">Aqui, seus mais recentes trabalhos publicados:</span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s1600/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="407" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s640/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" width="640" /></a></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: lime;"><b><span style="font-size: 20pt;"><br /></span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><div><br /></div><span face="arial, helvetica, sans-serif" style="color: yellow; font-size: large;"></span></div></div></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-82895015096956766432020-09-20T09:33:00.008-03:002020-09-21T10:02:32.362-03:00MAIS ESCURO: AS ARTES DAS CAPAS DOS LPS DE LEONARD COHEN (por Itamar Alves)<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi31O7c-67xHlXxLg51qWkO5cZ4xBpCg2I1r5IPrjH5NR7l3AW1rFe2XXhAp4PSd2bL5Hah1pKm7uTArMfw_XzuEYnZEZ4NhiAptZ3c4TlVHgPVdZqCMCHUxpbR6Uct5AAoWNeqVMCBQaA/s1063/1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1063" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi31O7c-67xHlXxLg51qWkO5cZ4xBpCg2I1r5IPrjH5NR7l3AW1rFe2XXhAp4PSd2bL5Hah1pKm7uTArMfw_XzuEYnZEZ4NhiAptZ3c4TlVHgPVdZqCMCHUxpbR6Uct5AAoWNeqVMCBQaA/s16000/1.jpg" /></a></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">Leonard
Cohen lançou a última coleção de canções originais, “You Want It Darker”, em
2016, fechando seu ciclo na cultura popular. O cantor encontrava-se em estado
de saúde terminal, que foi debatido ostensivamente nas entrevistas de
divulgação. Morte e sexo talvez sejam os temas principais de suas canções, e
era o próprio fim que Cohen contemplava. Esteticamente, pode-se notar uma
contiguidade de ideias nas artes de seus discos, em especial a série que vai de
“Old Ideas”, de 2012, ao derradeiro. Como fez desde a estreia em 1967, Cohen
aparece encarando sem rodeios aquilo que tem que enfrentar.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">Capas
de discos ganharam importância cultural com a massificação do “long play”(LP),
expansão do número de canções a serem comercializadas em um único produto. Se
na literatura o romance do século XIX significou a possibilidade de
encadeamento de múltiplos personagens em um único arco, a indústria fonográfica
mimetizou o mesmo processo através do LP, após a Segunda Guerra Mundial.
Gradualmente, a embalagem de discos passou a influenciar os sentidos
sonoro-narrativos gravados. Não por acaso, ilustradores e fotógrafos
tornaram-se famosos por confeccionarem uma aura própria em seus trabalhos para
músicos.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWcWUV8U3xz29ENiDliDHwvkUQWe5cKN7RwpLYB-NI_QSxueMG0R76pHkRhhALOYtenodAtiMABNLCVAchgI_sZs-6M13vYmf0hJkI7BUwfBB7GYOcmJ-fb_JZI91qi2uPMNc5LWi9sk/s820/2.jpg" style="font-family: "Verdana Pro SemiBold", sans-serif; font-size: 20pt; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWcWUV8U3xz29ENiDliDHwvkUQWe5cKN7RwpLYB-NI_QSxueMG0R76pHkRhhALOYtenodAtiMABNLCVAchgI_sZs-6M13vYmf0hJkI7BUwfBB7GYOcmJ-fb_JZI91qi2uPMNc5LWi9sk/w624-h640/2.jpg" width="624" /></a></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">“Songs
of Leonard Cohen”, de 1967, brinca com a ideia da capa como abertura de
sentidos para consumidores. Em uma espécie de divisão kafkiana entre enredo e
narração, há um descolamento do visível (a arte do álbum) com o invisível (as
canções). O cantor canadense apresentou o fantástico de suas composições em uma
polaróide duramente realista, do mesmo modo que o escritor tcheco passou a
narrar as desventuras de Gregor Samsa após o choque inicial da metamorfose. A
ilustração na contracapa, uma figura mexicana aparentada à de Joana D’Arc,
indicava que havia um inseto na cama, mas os simbolismos não eram ostensivos
para o público casual, quem, por sua vez, era objeto do olhar fixo do cantor,
configurando um curto-circuito entre quem introduzia o quê, na relação entre
arte e observador.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAuOWJjPl-i6uM1TETKlwQmROEPVAVwYFbIIlm8Rqdo37J9PfWmN1ILEQjn7-r37oNwqQX7zBe_TZsIemIQoGDzz11u70OC8tGZYPUU6f2-AwI8lrtng5eDdU70jA3fxum9TJB9rdGp1s/s820/3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAuOWJjPl-i6uM1TETKlwQmROEPVAVwYFbIIlm8Rqdo37J9PfWmN1ILEQjn7-r37oNwqQX7zBe_TZsIemIQoGDzz11u70OC8tGZYPUU6f2-AwI8lrtng5eDdU70jA3fxum9TJB9rdGp1s/w624-h640/3.jpg" width="624" /></a></div><br /><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">Grande
parte da arte de capa dos discos subsequentes de Cohen são fotos frontais do
músico, com algumas variantes. A de “I’m Your Man” (1988) é antológica: o
compositor de óculos escuros, flagrado da cintura para cima, segurando uma
banana. Novamente, a ironia em preto e branco da imagem — tremendo humor judeu
na linha Woody Allen — pouco dava bandeira daquilo que o disco realmente
continha: uma crônica multifacetada sobre a passagem do milênio. Leonard Cohen
parecia nunca se cansar de projetar sempre o mínimo possível de suas intensas
fantasmagorias sonoras no campo visual.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRyI5i3ABvDPUdH9tKEKHEavGPieaqxudYw1AQQecP6EigGBA8fQ0y-SWcAIPxh6_H43JKi0ZjTzthovSQjrB7HzMLz8xguC557tijOYV8EvTbnVNM7H-YvuhyphenhyphensKU6gAXgeQoGIDuvrow/s834/4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="834" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRyI5i3ABvDPUdH9tKEKHEavGPieaqxudYw1AQQecP6EigGBA8fQ0y-SWcAIPxh6_H43JKi0ZjTzthovSQjrB7HzMLz8xguC557tijOYV8EvTbnVNM7H-YvuhyphenhyphensKU6gAXgeQoGIDuvrow/w614-h640/4.jpg" width="614" /></a></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">“Old
Ideas”, de 2012, trouxe uma tríade conceitual final às capas de seus discos,
finalmente com um aceno para o fantástico. Desta vez, a foto é de corpo total
do compositor, sentado em uma cadeira de jardim. Pode-se ver a sombra de quem o
está fotografando, aparentemente uma figura feminina. Entretanto, não está
claro se o que se vê é uma sombra, de vez que há uma duplicata avermelhada
desta. Se paralelismos resolvem a questão, então a cor vermelha seria a sombra
da figura negra. A situação introduziria o primeiro personagem fantástico numa
capa de disco de Leonard Cohen.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibrV0qUVHocoWJx9D1HzVbqx-Sn9SlvGclQXOQyUOVOV0-CdPfq4A0C9vwtad-63ojCYrk_6259XNhZZH__ObfalX57sJSrRVYNv5fn0FW6EhuBNl9ntfGQsvS_uiObuOG1uermOS04HU/s815/5.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibrV0qUVHocoWJx9D1HzVbqx-Sn9SlvGclQXOQyUOVOV0-CdPfq4A0C9vwtad-63ojCYrk_6259XNhZZH__ObfalX57sJSrRVYNv5fn0FW6EhuBNl9ntfGQsvS_uiObuOG1uermOS04HU/w628-h640/5.jpg" width="628" /></a></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">A
arte de “Popular Problems”, de 2014, continua na mesma toada: Cohen, trajado de
modo praticamente idêntico à imagem do disco anterior, e a figura negra com sua
sombra vermelha. Desta vez, entretanto, eles não aparentam dialogar. A figura
parece perseguir o cantor, o que empresta uma atmosfera lynchiana ao caso todo.
A matiz de fundo é uma divisória branca e amarela, com as sombras de ambos os
personagens dispostas em campos opostos. A capa parece sugerir que a figura
negra insinua-se no espaço do compositor, mesmo que seu campo branco seja maior
que o de Cohen, que transita em ambos.</span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"> </span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqaMhddbXBcYWmUrTNT17VY9HyVZs3VoECNvzr6Sb9mT5coEyU8nzQb8HtZxoAQnCClsVbOeWgTXi_MrEAsrIPzae-UUBmSB3dR4cqW416F7TExlFlhuH2ccMr1OZVPMtAuBlRXtZ5dSo/s820/6.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqaMhddbXBcYWmUrTNT17VY9HyVZs3VoECNvzr6Sb9mT5coEyU8nzQb8HtZxoAQnCClsVbOeWgTXi_MrEAsrIPzae-UUBmSB3dR4cqW416F7TExlFlhuH2ccMr1OZVPMtAuBlRXtZ5dSo/w624-h640/6.jpg" width="624" /></a></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">“You
Want It Darker”, de 2016, fecha a tríade. Vestido da mesma forma, Cohen está
sentado no espaço branco da arte do disco anterior, mas, agora, este não é o
campo principal do que é visto. Ele olha através de uma janela para uma
escuridão, a qual pode ser “o interior” da figura negra. Desta vez não há
sombras, e a ironia vem com tudo: óculos de sol para encarar o negrume final.
Cohen retoma o olhar duro para seu objeto relacional, do mesmo modo que nos
fitava na capa do primeiro disco. O detalhe de segurar um cigarro — a parte de
seu corpo que adentra o campo escuro — converge com o tom da música-título, de
que não vai haver remorsos ou penitências pelo que se está apresentando, seja a
humanidade rumando para o apocalipse, ou o cantor indo ao encontro de sua
nêmesis negra. Como em 1967, Cohen não pede licença para a aproximação.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;">Morte
e sexo foram os temas principais de Leonard Cohen, raramente de um ponto de
vista individualista. A humanidade como um todo foi sua musa. Relacionava-se
com seu público nunca demonstrando o óbvio, utilizando o realismo estético de
maneira desestabilizadora, profissão de fé estampada em suas capas de discos.
No mundo possivelmente pós-humano e maquínico que o novo século aponta, talvez
não haja espaço para o tipo de relação imagética articulada pelo compositor. A
escuridão que ele encara em “You Want It Darker”, no entanto, deve ecoar ainda
por muito tempo.<o:p></o:p></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 26.6667px;"><iframe allowfullscreen="" class="giphy-embed" frameborder="0" height="421" src="https://giphy.com/embed/gfxuM9GBMER4k" width="480"></iframe></span></p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCm9biO3_yJlnu3DYOlcAfbdJL_BBlBQenMnDGuGJSfDqyVEWL1XGkCHA6iNlttsR8-8j-Ynsd8TrvO1XJS4cDkJCbLuYzZM820MfzlWRjqHktNN9faYKyTqK07jI0_c3QXLwXX6pdcEM/s711/119889064_321584569145856_6320201187268924157_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="711" data-original-width="711" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCm9biO3_yJlnu3DYOlcAfbdJL_BBlBQenMnDGuGJSfDqyVEWL1XGkCHA6iNlttsR8-8j-Ynsd8TrvO1XJS4cDkJCbLuYzZM820MfzlWRjqHktNN9faYKyTqK07jI0_c3QXLwXX6pdcEM/w400-h400/119889064_321584569145856_6320201187268924157_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">Itamar
Alves nasceu em Recife há 40 e poucos anos, foi criado em Santos e estudou no
Colégio Canadá, onde foi aluno de Inglês do editor desta webpocilga aqui. Lembro que
minha empatia por ele foi imediata. Fora da escola, viramos amigos. Diz ele que
possui fotos perturbadoras minhas condensando secundárias no laboratório de
Física, mas é pouco provável que as divulgue algum dia. Leciona Inglês e é um
dos provocadores mais brilhantes que o Facebook já conheceu. No entanto, sou
suspeito para falar disso. Julguem por sí próprios acompanhando os textos que Itamar
envia para LEVA UM CASAQUINHO.</span></p><p style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></span></p><p style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;"><br /></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-90100906599262101742020-09-13T23:01:00.007-03:002020-09-21T10:03:00.832-03:00ROGÉRIO BARAQUET ENTREVISTA O JORNALISTA SÉRGIO MARTINS EM "RESPIRANDO MÚSICA"<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZHSambhp8fI_dLHyuqYUk2QBJmxDrrxSpy2cygsOjMToISA-H1XBax7wL4O-1vp9DR_MiLOoewrkcixC4qKrmLUZryjCab-YHg5f9Fv91FERdozdOc4GZKISdK_x5HglpWknVW3odJIM/s883/118958198_10157695443233041_4331453949881654222_o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="883" data-original-width="860" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZHSambhp8fI_dLHyuqYUk2QBJmxDrrxSpy2cygsOjMToISA-H1XBax7wL4O-1vp9DR_MiLOoewrkcixC4qKrmLUZryjCab-YHg5f9Fv91FERdozdOc4GZKISdK_x5HglpWknVW3odJIM/s16000/118958198_10157695443233041_4331453949881654222_o.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOwStXF3knFkbAnmOfXFctDbMbLnVnQid5se-8U1SuI0e81JqtlPWxc7DUxNA543fNJ4unkR_Vq4vGYv5TbsjjMa0wOx6YiQGDFUFxWu3NBJAuFGLDtTMoinAGDwUAYa34PFXKZg_Na_g/s720/arrow-1294465_960_720.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOwStXF3knFkbAnmOfXFctDbMbLnVnQid5se-8U1SuI0e81JqtlPWxc7DUxNA543fNJ4unkR_Vq4vGYv5TbsjjMa0wOx6YiQGDFUFxWu3NBJAuFGLDtTMoinAGDwUAYa34PFXKZg_Na_g/s320/arrow-1294465_960_720.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=jqH1LHfIQbM&list=PL_lH0XRB0vD-JGqlCAc2F1AB2HIn7myRh" target="_blank">CLIQUE AQUI PARA VER</a></b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;"><br /></span></div><br /><p></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-46143028804755054462020-09-13T22:09:00.010-03:002020-09-21T10:03:12.562-03:00CHICO MARQUES REÚNE OS 25 ANIVERSARIANTES DA SEMANA NUMA PLAYLIST DE ARREBENTAR<p style="text-align: center;"> </p><span style="font-size: x-large;"><div style="font-family: courier; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWuyvEjhxf1WbvNHtIXLAbaWHIuG9HKKVt5PBA91NPxXsJep3teqsDNJ24zC0PKNDqRRaKfa6tMyfwm5JarcJNS1LP_qTF-thCHpawcLfj7aOs4yrLWc-kqRe9GgvHbFmeunCf28WXndk/s16000/playlist.png" /></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><span style="color: #fcff01;"><b><u>ANIVERSARIANTES
DA SEMANA</u></b><u><o:p></o:p></u></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="color: #fcff01;"><span face=""Verdana Pro SemiBold",sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"> </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">BOBBY
SHORT, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">MEL
TORME, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">JON
HENDRICKS, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">B
B KING, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">DAVID-CLAYTON
THOMAS, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">BROOK
BENTON, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">BILL
MEDLEY, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">CASS
ELIOTT, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">AMY
WINEHOUSE, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">CHARLES
BROWN, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">PETER
CETERA, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">FREDA
PAYNE, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">MARCOS
VALLE, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">NILE
RODGERS, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">FIONA
APPLE, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">JACK
MCDUFF, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">ERIC
GALE, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">PAUL
KOSSOFF, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">DAVID
BROMBERG, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">AL
CASEY, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">LOUIS
MEYERS, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">BILLY
BOY ARNOLD, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">SNOOKY
PRYOR, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">HANK
WILLIAMS, </span><span face=""Verdana Pro SemiBold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">CANNONBALL
ADDERLEY</span></span></p><p align="center" class="MsoNormal"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s720/arrow-1294465_960_720.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR9jVtw8CcMiBAlWiCXLfz7yc0NkDXdLBsEKlLFX1GOzEX6Jj4ScZG4WZOIrC6lWE6UJKvEv99DoAz754d517YcZr72CfWvhz6VfcGUMCKrU2wlPjbeEsub4xSuDwQQ0f6YJ4zmeuM34E/s320/arrow-1294465_960_720.png" /></a></p></div><div style="text-align: center;"><u><b><a href="https://open.spotify.com/playlist/5QLQ73PybQRwMYtZ6HiplC?si=eZzCW-NtQ1SVF0dYZ4Vmbg" target="_blank"><span style="font-family: inherit;">CLIQUE AQUI PARA OUVIR</span></a></b></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><u><br /></u></div><div style="font-family: courier; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div></div></span>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-74840623520926905352020-08-24T20:41:00.004-03:002020-09-21T10:03:30.481-03:00NOSSO COMENTARISTA DE CINEMA SÉRGIO PRIOR RECOMENDA DOIS ÓTIMOS FILMES QUE VIU RECENTEMENTE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRjGh0omIljcJhRlVGLrxTu0grH6mxJ4VK2ThrJrQMakdWWLG_OKUsKtJJmUQkNO5VPGFIM_uwqAZb9iOQI4FKvlajIFKxn70g6PYbATCmfvUIX1GG4C-MoDHHD9S-vjE_Xq92icKh6iE/s1226/118260791_3137557453029816_3176484493045327761_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1226" data-original-width="860" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRjGh0omIljcJhRlVGLrxTu0grH6mxJ4VK2ThrJrQMakdWWLG_OKUsKtJJmUQkNO5VPGFIM_uwqAZb9iOQI4FKvlajIFKxn70g6PYbATCmfvUIX1GG4C-MoDHHD9S-vjE_Xq92icKh6iE/w449-h640/118260791_3137557453029816_3176484493045327761_n.jpg" width="449" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: red;"><br /></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: red;">"</span><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">DEPOIS
DA TEMPESTADE", de Hirokazu Kore-Eda, tem como personagem central Ryota
(Hiroshi Abe), um escritor que não consegue sobreviver economicamente, com
compulsão por apostas, sempre endividado, que tem na atividade de detetive o
seu ganha pão. Separado de sua esposa, pai de um filho, que já se cansaram de
tantas promessas feitas por ele. O principal objetivo da vida de Ryota, por
incrível que pareça, é reatar os laços com a sua família. A ambição de
"botar a vida nos trilhos" por vezes parece ser irreal, mas está longe
disso. E é justamente nessas incongruencias de todos nós, no cotidiano sem
grandes sobressaltos, que o cinema do diretor Kore-Eda se debruça. Não há
grandes digressões filosóficas, tampoucos cenas céleres, repletas de ação. Seu
cinema analisa como se ele tivesse um microscópio e ampliasse a simplicidade da
vida de um homem comum. Ryota se pergunta numa certa altura a razão de sua vida
não ter dado certo. Kore-Eda não dá respostas. A personagem mais bela deste
filme é a mãe de Ryota, mostrada nos seus afazeres domésticos no seu
apartamento na periferia de Toquio. Uma senhora viúva representante, com gestos
de uma dignidade ímpar. Como todos sabem, o Japão é assolado por tornados com
frequencia, e o título do filme é uma alusão a esse fato. Mas de forma simbólica,
pois o que Ryota almeja é mudar a sua vida depois da tormenta em que esta se
tornou. Uma pequena obra-prima de um grande diretor. "DEPOIS DA
TEMPESTADE", de Hirokazu Kore-Eda, pode ser encontrado na Vídeo Paradiso.</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIKC9mzK-RXw1iANfouBcmS9r4skHfCqp_O-hJgdjZjZL64yY2W37CZxVSsezASez1S6xwkZbS9GPDaux3e9DqN4WbJfkUN4G3G6ZUXsljiTrl5eRH89pPA8x3Rjc-2i3M_VsmpzmjPKs/s1142/117873204_3116356065149955_447399443197267046_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1142" data-original-width="860" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIKC9mzK-RXw1iANfouBcmS9r4skHfCqp_O-hJgdjZjZL64yY2W37CZxVSsezASez1S6xwkZbS9GPDaux3e9DqN4WbJfkUN4G3G6ZUXsljiTrl5eRH89pPA8x3Rjc-2i3M_VsmpzmjPKs/w482-h640/117873204_3116356065149955_447399443197267046_n.jpg" width="482" /></a></div> <p></p>
<p style="text-align: center;"><span style="color: red;"><span face=""verdana pro semibold", sans-serif" style="font-size: 20pt;">O
diretor polonês Jan Komasa viu seu "REDE DE ÓDIO" premiado no festival
Tribeca, nos EUA, como melhor filme estrangeiro, versando sobre um tema
bastante atual e relevante, particularmente no Brasil atual. A narrativa segue
a vida de Tomasz (Maciej Musialowski), um estudante de direito da universidade
de Varsóvia que é expulso da mesma por ter plagiado num de seus trabalhos.
Importante notar a origem humilde de Tomasz, nascido e criado numa aldeia da
Polonia, que teve a "sorte" de uma família de mecenas bancar os seus
estudos. E é a esta família da elite financeira e intelectual polonesa, os
Krazuckas, que Tomasz deverá se explicar. Importante notar que a família é
também esnobe, olhando as classes operária e de trabalhadores comuns de maneira
pretensiosa, do alto para baixo. Tomasz é apaixonado pela filha mais nova da
família Krasucka, Gabi, que ao contrário da irmã que tem um desempenho
academico elogiável, ainda tem uma dependencia de drogas. Impedido de se
aproximar de Gabi, execrado pelos Krasuckas, Tomasz consegue uma vaga numa
firma especializada em derrubar mitos da internet, claro que de acordo com os
interesses financeiros de um interessado. Em suma, Tomasz mostra sua face
sociopática ao se tornar um mestre em aniquilar pessoas através de fake news, e
testemunhamos todos os mecanismos sórdidos usados pelo submundo das redes
sociais, onde correm solta a xenofobia, o belicismo, as críticas mais vis que
almejam destruir as pessoas e a "alma" da democracia e das pessoas de
bem. O poder que pessoas com esse poder nas mãos têm, movidas pelos mais
diversos tipos de frustrações psicológicas e/ou sociais, pode ser devastador.
Vide as últimas eleições nos EUA e no nosso país varonil. Grande filme. "REDE
DE ÓDIO", de Jan Komasa, está a disposição no streaming da Netflix.</span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="color: red;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><span style="color: red;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXw0yI-rCM0vjmMcRkRsJwTrNu79G08GsZxiwluyo6LRqp77HsacuGs-ErmxlfMJGxABKRmOZoQpeMq3hyWHWmRMVZOzpOAyQ9pbfc9hGmHghrYfXOQF6f0CqG4PA4k5ZMtOpN_wBPwE/s1600/SERGIO+PRIOR+LUC.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXw0yI-rCM0vjmMcRkRsJwTrNu79G08GsZxiwluyo6LRqp77HsacuGs-ErmxlfMJGxABKRmOZoQpeMq3hyWHWmRMVZOzpOAyQ9pbfc9hGmHghrYfXOQF6f0CqG4PA4k5ZMtOpN_wBPwE/w400-h320/SERGIO+PRIOR+LUC.jpg" width="400" /></a></p><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>Sérgio Prior é psiquiatra,</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>torcedor do Santos Futebol Clube</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>e mantém há quase 20 anos a webpage</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>www.setimarte.iron.com.br</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>É colaborador contumaz de</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b>LEVA UM CASAQUINHO</b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: center;"><span face=""trebuchet ms", sans-serif" style="color: #01ffff; font-size: x-large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s794/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="632" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQSLVOd5lYiddk3A3ufqtnLjBmxqPlnQEA6-abSOHsiptdX4C9Hkl-Mc0ASf3vQWCutJdnpPXq1C3IMPSaSATZhSKe63DZq0tOAPvLP69BUXLeHbwcBH-hiD43wmy5aGbm21apYQVEa50/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" /></a></div><b><br /></b></span></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-50197704432677035432020-08-24T20:18:00.003-03:002020-08-24T20:28:50.458-03:00LEVA UM CASAQUINHO ORGULHOSAMENTE APRESENTA OS MAIORES E MELHORES FILMES DE TRIBUNAL DE TODOS OS TEMPOS<p style="text-align: center;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMzmCHjdrDzlFFyL5oPnUrpNT5BZig9r6NVmhZECvSLlvFOmzeh-61_ZFs5aMVYcggSulSP-9V3lXBmQcC9Sdh_gjcuvTy4nCBSe5hcCzDK1yT1wL146Ez8ailxMq_YT_h-46f0_h4XRc/s800/TOP+5+FILMES+DE+TRIBUNAL.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="427" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMzmCHjdrDzlFFyL5oPnUrpNT5BZig9r6NVmhZECvSLlvFOmzeh-61_ZFs5aMVYcggSulSP-9V3lXBmQcC9Sdh_gjcuvTy4nCBSe5hcCzDK1yT1wL146Ez8ailxMq_YT_h-46f0_h4XRc/d/TOP+5+FILMES+DE+TRIBUNAL.jpg" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA8mWm5iAT_1CT8WKfy70zLmw26h3AHnZ2kwvbF8CgV73bUzAzAr57CcMJQlyzZsQpmFDUINnhmq354gk0Q0syeNoayc-hF-GsedhS2hjirdoGlXxm2hSSnDFt9p-S8Pbs5cIAjeA80bM/s1600/PARADISO+TOP5+JURY+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="861" height="502" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA8mWm5iAT_1CT8WKfy70zLmw26h3AHnZ2kwvbF8CgV73bUzAzAr57CcMJQlyzZsQpmFDUINnhmq354gk0Q0syeNoayc-hF-GsedhS2hjirdoGlXxm2hSSnDFt9p-S8Pbs5cIAjeA80bM/w640-h502/PARADISO+TOP5+JURY+%25281%2529.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">O VENTO SERÁ TUA HERANÇA</span></span></b></div><div style="text-align: center;"></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">(Inherit the Wind, 1960)</span><o:p></o:p></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: blue;">O famoso caso ocorrido em 1925, no estado americano do Tennesse, quando o professor John Thomas Scopes foi julgado criminalmente por ensinar a teoria da evolução de Darwin em uma escola pública. ”O Julgamento do Macaco” (Monkey Trial), como ficou conhecido, teve repercussão mundial pela batalha travada pelos advogados de acusação e defesa. Durante o julgamento do Tribunal do Júri, que durou onze dias e foi o primeiro a ser transmitido por rádio, a defesa foi impedida pelo juiz de apresentar cientistas como testemunhas em favor da teoria da evolução. Baseado no romance de J. Lawrence e Robert E. Lee, escrita em 1951.</span><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgin8Pq3dRDAmrccXRYvkTNx0JiPxn9zabAf7Lg_9TW3INueGxtM-X2F0XEMdN0seFODPYaUWpqOtNi4Ze345Pngcgx1CFerelt1uhOhA5k5ZE6pIXDBU-xQluKfB8aoF5dR1uvjg1q5P0/s1600/PARADISO+TOP5+JURY+%25282%2529.jpg" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="702" data-original-width="861" height="522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgin8Pq3dRDAmrccXRYvkTNx0JiPxn9zabAf7Lg_9TW3INueGxtM-X2F0XEMdN0seFODPYaUWpqOtNi4Ze345Pngcgx1CFerelt1uhOhA5k5ZE6pIXDBU-xQluKfB8aoF5dR1uvjg1q5P0/w640-h522/PARADISO+TOP5+JURY+%25282%2529.jpg" width="640" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"> </span><b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO</span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">(Witness for the Prosecution, 1957)</span><o:p></o:p></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: blue;">Que ciência e religião sempre bateram de frente, isto não é novidade para ninguém. Porém, nos idos da década de 1920, um caso que envolvia este embate em uma escola foi um divisor de águas para a sociedade norte-americana e, porque não dizer, mundial. Em 1925, um professor é julgado criminalmente por ensinar a Teoria da Evolução de Darwin em uma instituição pública. A acusação, apoiada pelo fanatismo religioso, era feita pelo pastor Matthew Harrison Brady (Fredric March), candidato à presidência dos EUA, enquanto a defesa cabia a Spencer Tracy), famoso advogado a favor dos direitos civis. O debate no filme de Stanley Kramer tem ecos inclusive no atual momento político do Brasil, onde uma candidata à presidência sugeriu voltar o ensino do Criacionismo nas escolas. Fato que vai muito além e discute até que ponto a religião pode afetar a vida das pessoas. O Vento Será Tua Herança se passa quase que integralmente dentro do tribunal e é um dos exemplares máximo do gênero que não envelhece. Afinal, uma discussão destas é recheada de argumentos e pontos de vista que ecoam até hoje.</span><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijSpvoUCYDwzRRqdeuBlJNgUTZ2Ihk0MLtbR89Nzhvkk4OvBS951geuf4ZAHBEwKqKx-vSHd3ViEibY27rgrFO0KEtp9EDoJxyeZx-_WxL09OMQlg46qNA0XkBvB_Ehlu1zEKQ6DuoXJs/s1600/PARADISO+TOP5+JURY+%25283%2529.jpg" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="664" data-original-width="861" height="494" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijSpvoUCYDwzRRqdeuBlJNgUTZ2Ihk0MLtbR89Nzhvkk4OvBS951geuf4ZAHBEwKqKx-vSHd3ViEibY27rgrFO0KEtp9EDoJxyeZx-_WxL09OMQlg46qNA0XkBvB_Ehlu1zEKQ6DuoXJs/w640-h494/PARADISO+TOP5+JURY+%25283%2529.jpg" width="640" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: red;"><span face="" style="color: red; font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"> </span><b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span>O SOL É PARA TODOS</span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">(To Kill A Mickingbird, 1962)</span></span></b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: blue;">Adaptação do clássico literário escrito por Harper Lee, traz Gregory Peck em um dos papeis que definiram sua carreira: o advogado Atticus Finch, que lhe rendeu um Oscar de Melhor Ator. Situado na cidade de Maycomb, no Alabama dos anos 30, o filme acompanha Atticus e seu envolvimento com um caso no qual precisa defender Tom Robinson (Brock Peters), um homem negro que é acusado de ter estuprado a jovem branca Mayella Ewell (Collin Wilcox Paxton). Como a cidade é predominantemente racista, Atticus e seus filhos Scout (Mary Badham) e Jem (Phillip Alford) passam a ser mal vistos pelas pessoas, enquanto ele tenta provar a inocência de Tom. Seguindo fielmente a história do livro, tem-se aqui um filme bastante simples em sua execução, mas grandioso em sua história e seus personagens, tratando com propriedade um tema social relevante. E se Gregory Peck brilha no papel de Atticus, o restante do elenco não fica muito atrás, desde Mary Badham como Scout até Robert Duvall em sua pequena participação como Arthur “Boo” Radley. Todas essas peças o ajudam a ser um clássico primoroso.</span><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><o:p></o:p></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZtrCz7vTl8GvIP2INCPvZTfDeSTNxWlANinC3SuT-4s76gRmU3ywQIIrRh_QEAHRD-6DEBUKnjLLQeNTuJPAKNxabjM4-KoP6iwXM0sCHvvZxM1Qp3KC5ZBEkFzehmmQrSzMwlb-vFxI/s1600/PARADISO+TOP5+JURY+%25284%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="662" data-original-width="861" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZtrCz7vTl8GvIP2INCPvZTfDeSTNxWlANinC3SuT-4s76gRmU3ywQIIrRh_QEAHRD-6DEBUKnjLLQeNTuJPAKNxabjM4-KoP6iwXM0sCHvvZxM1Qp3KC5ZBEkFzehmmQrSzMwlb-vFxI/w640-h492/PARADISO+TOP5+JURY+%25284%2529.jpg" width="640" /></a></div><br /><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">O VEREDITO</span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">(The Verdict, 1982)</span></span></b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: blue;">Depois de ter construído um filme inteiro dentro da sala dos jurados em 12 Homens e uma Sentença, Sidney Lumet retornaria aos filmes de tribunal com um exemplar mais convencional, mas não menos brilhante, em 1982: O Veredicto. Estrelado por Paul Newman em uma grande performance, o longa-metragem foi indicado a cinco Oscar no ano de 1983 – Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Ator (Newman) e Ator Coadjuvante (James Mason) – mas acabou não levando nenhuma estatueta. Com roteiro de David Mamet, a trama acompanha a trajetória do advogado beberrão Frank Galvin, que vê a chance de reverter sua falta de sorte num caso facílimo, solucionável com um acordo extrajudicial: hospital administrado por igreja comete um erro e deixa uma mulher grávida em coma. Os familiares da vítima não desejam ir a julgamento, muito menos os médicos envolvidos e a instituição. Uma crise de consciência, no entanto, não o deixa seguir o caminho fácil. É bem verdade que todo o caso é solucionado com um personagem surpresa, parecendo mais sorte de Galvin do que propriamente juízo. Mesmo assim, o roteiro de Mamet conduzido magistralmente por Lumet acerta muito mais do que erra. Somando-se às belas atuações do elenco, O Veredicto é mais um trabalho merecedor de distinção na carreira do diretor e do próprio Paul Newman.</span><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><o:p></o:p></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ3HfEVrnz1BRBQjJC6zVMtvt-kqgclV4N6g1mS2TxASLt1zcNqCzR9aGJGYUajoIzpoFhKNxTvmMsY5XEZptnIkp617LrXr4EcD3gPFraNp5dpTllCzDI5MdoGwHADLhwPBh_wUsudwQ/s1600/PARADISO+TOP5+JURY+%25285%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="861" height="505" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ3HfEVrnz1BRBQjJC6zVMtvt-kqgclV4N6g1mS2TxASLt1zcNqCzR9aGJGYUajoIzpoFhKNxTvmMsY5XEZptnIkp617LrXr4EcD3gPFraNp5dpTllCzDI5MdoGwHADLhwPBh_wUsudwQ/w640-h505/PARADISO+TOP5+JURY+%25285%2529.jpg" width="640" /></a></div><br /><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA</span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: red;">(12 Angry Men, 1957)</span></span></b><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><o:p></o:p></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif; font-size: 22pt; line-height: 31.3867px;"><span style="color: cyan;"><span style="color: blue;">12 Homens e uma Sentença é um daqueles trabalhos irretocáveis, dirigido por um estreante Sidney Lumet. Um “filme de tribunal” no qual o espectador faz o papel de décimo terceiro jurado. Escrita por Reginald Rose, a trama acompanha um caso aparentemente indefensável: um rapaz foi preso após ter sido acusado de matar o pai. A situação é bastante complicada para o réu, que tem testemunhas oculares o condenando do crime – e a pena para tal delito é a morte. Cabe aos doze jurados a sentença. Para que o rapaz seja libertado ou condenado, o júri deve sair de sua saleta com uma resolução unânime. Não parecia um grande problema, visto que qualquer um que observasse o caso não teria dúvidas da culpabilidade do réu. Qualquer um, menos o jurado #8 (Henry Fonda), que pede a seus colegas que repensem tudo o que observaram durante o julgamento, para ao menos terem certeza absoluta. A partir dali, cada um dos jurados terá de enfrentar seus preconceitos, crenças e agendas pessoais para dar ao réu um julgamento justo. Passado quase completamente dentro da sala dos jurados, 12 Homens e uma Sentença é um filme de diálogos e, diferente de muitas histórias de tribunal, não acompanhamos o julgamento. Indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado.</span><span><o:p></o:p></span></span></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><img height="137" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgWlUI_eCw0f8zYSxYdEGhyYEfGzJh1hgq1uzwsv5fEDHmxNd-Bb8fY2bAlecS-SprS3h5SbtmbMpypudeXy4S4AIuGNG_uLY4hmK_EFnNCSPg10l1pInohLkuRliIciq-HnDW0cnVdnk/w400-h137/paradiso+logo+endere%25C3%25A7o.jpg" width="400" /><br /><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqO729LTHfegzaYLX92o3oUErJ6QlCt599yUOHRC7oMWEhV0Cj7pvN80kt2gkCsdwO0BRMCP9AaLmmsg-PPLiXnYi1z8yFsEpQIxsNZLnWmx_EjGneCVQI6xWHaKGkQ2jKI6Xc5oPap64/s1600/TOP+5+footer.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="336" data-original-width="647" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqO729LTHfegzaYLX92o3oUErJ6QlCt599yUOHRC7oMWEhV0Cj7pvN80kt2gkCsdwO0BRMCP9AaLmmsg-PPLiXnYi1z8yFsEpQIxsNZLnWmx_EjGneCVQI6xWHaKGkQ2jKI6Xc5oPap64/w400-h207/TOP+5+footer.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjNHV2IaNVkKgDITLmq5Bv-3XEgrlqXCppc7jZhmTSCY2nsktZSYsiR1DvSjc4Z_S4lHb0ERR92QrllBSVnG0ERvn6Cxne6k_380MGMv5v-QE3VgDYPhdfPM1WuqQZgnDdCLTb0CLdU18/s794/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="794" data-original-width="632" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjNHV2IaNVkKgDITLmq5Bv-3XEgrlqXCppc7jZhmTSCY2nsktZSYsiR1DvSjc4Z_S4lHb0ERR92QrllBSVnG0ERvn6Cxne6k_380MGMv5v-QE3VgDYPhdfPM1WuqQZgnDdCLTb0CLdU18/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+6%25C2%25AA.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-24600668146730362752020-08-24T19:51:00.004-03:002020-09-13T23:04:44.128-03:00POIS É, ACONTECE... (um conto de Antonio Luis Nilo)<p class="separator" data-blogger-escaped-style="clear: both; text-align: center;" style="clear: both; margin: 0px;"><a data-blogger-escaped-style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoCkiSa3Z26ZBcesInPbFzpjiXfBzFTbCG8aWhbnM_dpu_95TELWob5I0UPZk6Nzh6X_WNnIGcCGSrqWUD7Hnpn1_82YceZzJv4A9pTj2huY_HYeEylH8BESU-Dss2qbS1SuSkKj9ZO73g/s1600/luanda-angola-696x3211.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-blogger-escaped-data-original-height="449" data-blogger-escaped-data-original-width="860" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoCkiSa3Z26ZBcesInPbFzpjiXfBzFTbCG8aWhbnM_dpu_95TELWob5I0UPZk6Nzh6X_WNnIGcCGSrqWUD7Hnpn1_82YceZzJv4A9pTj2huY_HYeEylH8BESU-Dss2qbS1SuSkKj9ZO73g/s1600/luanda-angola-696x3211.jpg" style="cursor: move;" /></a></p><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><br /></font></font></b></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><br /></font></font></b></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;">Não fazia frio em Luanda, tampouco calor. O vidro da janela do banheiro estava aberto e o frescor do início do cacimbo não incomodava. Na África Meridional, existem duas estações: a das chuvas, que ocorre de outubro a abril, e a da seca, conhecida regionalmente como “cacimbo”, de temperaturas mais amenas. </font><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20pt;" face="" style="font-size: 20pt;">Abaixei a tampa e me preparei para mijar. Um mosquito cruzou a tábua da privada no exato instante em que o primeiro jato se desprendeu. Alvejado em pleno voo, o pernilongo foi arremessado de encontro à parede do vaso e escorreu para a superfície da água, ainda pouco misturada à urina. Direcionei o jato para o seu corpúsculo que flutuava, até ter a certeza de que estava liquidado, e pensei na possibilidade matemática de um mosquito ser abatido no ar por um jato de urina de alguém sonolento. Uma em mil... uma em um milhão. Afinal, eu não persegui o mosquito em seu voo. Nem tinha notado a sua presença. Ele que entrou na frente no momento exato em que eu desferia o primeiro jato. Muito azar do mosquito. Isso só acontece uma vez na vida. Na dele, com certeza.</font></font></b></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20pt;" face="" style="font-size: 20pt;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Lembrei que eu tinha que ligar pro Felipe, meu filho mais velho. Ele que não esquecesse de jogar na mega sena no Brasil. Minha internet estava pra lá de luandense, não dava pra jogar de casa... e no celular, o 3G se arrastava. E o prêmio, acredite, acumulara em 115 milhões. Tinha transferido 380 reais... dava pra fazer um jogo de 9 dezenas. A chance de ganhar subia de 1 em 50 milhões para 1 em 590 mil. Eu sei que ainda seria difícil pra caralho. Mas eu tinha acabado de matar um mosquito em pleno voo com uma mijada... e sem mirar. Ou seja, podia ser o meu dia de sorte.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Luanda é a capital de Angola, um país pobre que amargurou uma história relativamente recente de 30 anos de guerra civil. Os negros reconquistaram seu país. E boa parte dos brancos (portugueses até então dominadores) vazaram para sua terra natal e alguns para a África do Sul e o Brasil. Mas, com a abertura da economia, os brancos voltaram... e trouxeram os amarelos. Os cerca de 400 mil chineses, mão de obra barata, se multiplicavam nas atividades menos nobres das obras de engenharia. Mas a sensação que se tinha é que não construíam apenas edifícios, pontes e estradas... mas uma torre de Babel. Além do português angolano malemolente e de acento lusitano, os dialetos umbundo, quimbundo e quicongo se misturavam ao inglês falado pelos executivos das multinacionais, ao português brasileiro dos odebrechtianos e ao mandarim de quem mais obedece do que fala.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Era sábado, dia de descanso. Como engenheiro, tinha o privilégio de viver num condomínio fechado em Talatona, excelente moradia. Tinha um salário do tamanho da saudade que sentia do Brasil, apesar de visitar a família de seis em seis meses. Vesti uma bermuda confortável e abri uma Cuca Ruiva, uma amber lager tradicional de Angola, e comecei a limpar os espetos da churrasqueira. A piscina estava azul e cristalina, à espera dos convidados. Eu não era um sujeito rico, mas a construtora me garantia uma moradia acima dos meus padrões brasileiros e eu não via mal nenhum nisso. Havia marcado um churrasco com os amigos da empresa por volta do meio dia. Ainda era cedo, teria tempo de preparar tudo com calma e tomar pelo menos umas 8 ou 10 Cucas.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Espetos lavados, cervejas a menos 6 graus, petiscos cortados. Abri a quarta Cuca e me recostei numa cadeira de praia pensando no e-mail de minha ex-mulher, mãe dos meus 5 filhos, me pedindo mais dinheiro. A pensão não era das mais robustas, mas tinha dúvida se deveria aumentá-la. Enquanto, de olhos fechados, fazia algumas contas de cabeça, poooffff: uma pasta asquerosa e fedida atingiu o meu rosto, inundando meus olhos, nariz e bigode. Corri para a pia da churrasqueira, lavei o rosto e usei o álcool de acender o fogo pra desinfetar o meu bigode. Parecia cocô de pombo. Corri para a piscina e olhei para o céu. Umas duas dezenas de cegonhas ainda sobrevoavam minha casa a uns 150m de altura ou mais. Porra, não é possível. Seria muito azar tomar uma cagada de cegonha na cara, no conforto da minha piscina. Pensei na possibilidade matemática de isso acontecer, mas logo desisti. Conta difícil, cheia de variáveis, que exigiria pesquisa científica e um mirabolante cálculo de probabilidade com amostragem, fatoriais, velocidade... impossível.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Sentia saudade dos meus filhos, do Rio de janeiro e até de minha ex-mulher. A vida em Luanda era uma merda, só valia o pé de meia. A campainha tocou... eram 11h10 da manhã. Quem seria tão cedo? Olhei pelo monitor da sala que mostra todas as câmeras da casa e vi a figura do porteiro acompanhado de um homem que eu nunca tinha visto na vida. Será que era convidado de algum convidado? Mas por que o porteiro não me avisou pelo interfone? Estranho.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Abri a porta e ouvi o estampido. O filho da puta me atirou na perna e entrou em minha casa arrastando o porteiro. O sangue esguichava, senti tontura. Só lembro de ver o porteiro amordaçado e amarrado na coluna da sala.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Acordei no quarto do hospital dois dias depois com o Felipe sorrindo e falando baixinho: “Porra, pai... que susto que você deu na gente”. Perguntei o que tinha acontecido e ele me falou do roubo, do tiro, da minha cirurgia e da viagem que fez sozinho por imposição da mãe. Achavam que eu ia morrer. Não sei porque, mas a primeira coisa que me veio à cabeça foi o jogo da mega sena. Peguei meu celular na mesinha e pesquisei no Google. Vi que não tinha acertado nem um número. Comentei com o Felipe e ele me disse que tinha sacado o dinheiro, mas que tinha esquecido de jogar. “Porra, pai... eu sabia que você ia ficar puto comigo então corri na banca do jogo do bicho do Jardim de Alah e joguei a grana toda no grupo da borboleta. Eu tinha sonhado com borboleta a noite toda. Deu na cabeça, pai. Você ganhou 6 mil reais, tá aqui a grana”.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Me deu uma fisgada na coxa que me fez contorcer inteiro. Olhei pro Felipe e falei pra ele ficar com mil reais e dar os outros 5 pra mãe dele.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial"><br /></font></b></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal" data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;" face="" style="font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><b><font color="#0000ff" data-blogger-escaped-style="color: blue;" face="arial">Virei pro outro lado, fechei os olhos e só consegui pensar na borboleta. Borboleta na cabeça. Não é um mosquito, mas é o único inseto do jogo do bicho. Uma chance em 25.</font></b><data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></p></div><div data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><br /></p></div><div data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><br /></p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivpE-x3FvpdekTx7OdrJVlKEffAJGqKK9368AOZfK2Eos6O-UrnKLoWTMPQMLAz_2Kg39dvHsoQmZjlDjsKnmvtr9zILncJfPIIZ9fSRFuKD_4et7w3-is_4dHx0i8SV8-4NXdq92rudw/s668/pageEERTG-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="668" height="464" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivpE-x3FvpdekTx7OdrJVlKEffAJGqKK9368AOZfK2Eos6O-UrnKLoWTMPQMLAz_2Kg39dvHsoQmZjlDjsKnmvtr9zILncJfPIIZ9fSRFuKD_4et7w3-is_4dHx0i8SV8-4NXdq92rudw/w640-h464/pageEERTG-horz.jpg" width="640" /></a></div><p class="separator" data-blogger-escaped-style="clear: both; text-align: center;" style="clear: both; margin: 0px;"><br /></p><div data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px; text-align: center;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red; font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt;" face="" style="font-size: 18pt;">Antonio Luiz Nilo nasceu em Santos,</font></p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">e é redator publicitário e diretor de criação<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">há quase 30 anos,<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">com prêmios nacionais e internacionais.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">Circulou a trabalho por todo o país,<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">com paradas prolongadas em Brasília,<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">Belo Horizonte e Salvador.<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">Publicou em 1986, o livro de poemas<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">"Poemas de Duas Gerações",<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">e, mais recentemente, o romance<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">"Ascensão e Queda de Pedro Pluma"<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">(disponível para venda em alnilo@gmail.com).<data-blogger-escaped-o:p></data-blogger-escaped-o:p></font></font></p></div><div align="center" class="MsoNormal"><p style="margin: 0px;"><font data-blogger-escaped-style="font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;" face="" style="font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red;">Além disso, atuou como cronista</font></font></p><p style="margin: 0px;"><font color="#ff0000" data-blogger-escaped-style="color: red; font-family: "verdana pro semibold" , sans-serif; font-size: 18pt;" face="" style="font-size: 18pt;">para o diário Correio da Bahia.</font></p></div><p class="separator" data-blogger-escaped-style="clear: both; text-align: center;" style="clear: both; margin: 0px;"><br /></p><div data-blogger-escaped-style="text-align: center;"><p style="margin: 0px;"><br /></p></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="864" data-original-width="733" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqZbpEQS0Z4TdTR4T9bazwScKddY3oFlSePv_XuEUJ9Bj1ZE9LFMagL74VoNhBxgjp37el68D1hM94Qmq9LVpT9XLvc16QSy_NHUnZM509Y4D-qZKwfSCRkaORy2cwhqjFgRrsNx6xssQ/w542-h640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+2%25C2%25AA.jpg" style="color: #0000ee;" width="542" /></div><p style="margin: 0px;"><br style="text-align: center;" /></p></div><p style="text-align: center;"> </p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-13303831765177453392020-08-24T19:15:00.002-03:002020-09-21T10:05:35.755-03:00CROSSES' CAVERN (Chapters 1 to 5) (by Manoel Herzog aka Germano Quaresma) <p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBip8DACsVR2A6HhfZyCNwHkcC5BZ_0mfrW6-Xdnzwv9DpdXNhx7eEq_fMSd2gTR1Z5gZtk_DfER3SRBWGi2SB0T4bfCo18zZjQB5qj-gvKVFJTCRpx0f_DeyMbCN8ahEcE5aGAhyRr4/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBip8DACsVR2A6HhfZyCNwHkcC5BZ_0mfrW6-Xdnzwv9DpdXNhx7eEq_fMSd2gTR1Z5gZtk_DfER3SRBWGi2SB0T4bfCo18zZjQB5qj-gvKVFJTCRpx0f_DeyMbCN8ahEcE5aGAhyRr4/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" /></a></p><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><p align="center" class="MsoNormal"><br /></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold", sans-serif; font-size: 20pt; line-height: 107%;"><u><span style="color: #2b00fe;"><b>Chapter
The First<o:p></o:p></b></span></u></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold", sans-serif; font-size: 20pt; line-height: 107%;"><u><span style="color: #2b00fe;"><b>Capítulo
de número um</b></span><o:p></o:p></u></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Good
Afternoon, folks. My name is Manny Duke. I am a farmer, sorry, eu sou um
fazendeiro (falemos portuguese, please) aqui do Estado de Idaho, EUA. Nem
sempre eu tenho sido um fazendeiro, isto é, eu usava ser um lawyer quando vivia
lá na cidade grande. Um lawyer, um homem de leis. Cirscunstâncias da life me
levaram, no entanto, a me tornar um farmer, recluso aqui no escondido Idaho, no
munícipio de Crosses Cavern (Caverna das Cruzes), onde possuía já, adquirida
com o dinheiro que ganhei como homem de leis, uma pequena propriedade rural.
Montaigne, um sábio francês, e nós norteamericanos adoramos os franceses, viveu
experiência parecida à minha, a determinado ponto de sua life decidiu abolir
todo contato humano e se recolheu na sua quinta, nos arrebaldes de Paris, de
onde passou a escrever memórias e reflexões. <o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Eu
também decidi abandonar por completo o contato com os seres humanos, e devo
acabar por expor as razões que me levaram a tal decisão ao longo deste relato.
Não o faço agora por dupla razão: primeiro, não há uma lógica ou um ponto
determinante que me tenha feito optar pela vida em eremitério, the lonely life;
e segundo, se eu fosse enumerar o conjunto de razões por certo haveria de
inviabilizar este que denominei first chapter, capítulo primeiro, passando a já
fazer uma novel do que seria um simple chapter.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Meus
chapters, nesta historinha country, terão sempre o padrão de três parágrafos,
de forma a não cansar os leitores que se disponham a acompanhar. Aliás, here am
I já no terceiro parágrafo deste chapter de hoje, de onde devo estacionar.
Antes, contudo, vou adiantar dois substantivos que bem se podem incluir entre
as razões de minha escolha pelo isolamento no campo: um simple, Galinhas (sim,
chickens) and um nome próprio, Tiffany.</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: #2b00fe;"><b>Chapter
The Second<o:p></o:p></b></span></span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: #2b00fe;"><b>Capítulo
Segundo</b></span><o:p></o:p></span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Hi,
Folks. Passei o weekend no meu private
Idaho, com minhas galinhas. Que animais fantásticos. Desde que resolvi me
isolar no Idaho, em Crosses' Cavern, tive bem clara a ideia de empreender uma
criação de chickens. Foi então que adquiri, num fornecedor do Alabama, um lote
de cento e cinquenta pintainhos (tweeties), de variadas raças, para corte,
postura de ovos, ornamento, sacrifício religioso, etc. Há três semanas os tenho
acompanhado, e como crescem! Começa a surgir até mesmo alguma afeição entre me
and my tweeties, e é sobre isso que quero filosofar today.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Viver
a rural life pode nos ressignificar a relação com os animals. O homem urbano,
constato, se acanalhou de tal forma que passou, em sua arrogância, a pretender
humanizar os bichos, aos quais atribuiu a detestável alcunha de
"pets". Um pet é a derrota da civilização. Famílias urbanas reservam
mais cota de amor a seus bichos de estima que a outros de sua espécie, que são
capazes de ver nas ruas, em absoluta miséria, com indiferença. Já presenciei
festa de aniversário pra cachorro, batismo de hamster, desfile de moda de
coelhos. Os próprios animais se tornam canalhas, como se humanos fossem, com
tais procedimentos. Ficam arrogantes, enjeitam alimento, avançam na mão que os
provê etc.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Eu
com meus pintos mantenho uma relação de bem querer e respeito mutual. Sabem que
minha função ali é alimentá-los e devem saber, se a intuição lhes sopra, que
meu intuito é o de um dia devorá-los, se necessário. mas não se restringe a uma
troca econômica a nossa relação, e só isso já a justificaria, segundo Karl
Marx. Há, sim um relação de afeto: não os crio em confinamento, não lhes
ministro hormônios para que cresçam mais e vivam menos, serão lançados a campo
onde viverão em liberdade e à noite terão ração fresquinha e água gelada com
que matar suas fome e sede, além de um poleiro limpo pra dormir ao abrigo das
intempéries. Tudo isso justifica sobremaneira a relação que um homem possa ter
com seu animal, é justo para ambos e mais, é digno. Aliás, dignidade é o que a
Tiffany faltou - a cretina usava manter aqueles gatos imundos como dois
parasitas, dois funcionários públicos estáveis, gordos e soltando pelos pela
casa. Paro por aqui hoje. Said papa Hemingway: just three chapters a day. Bye,
folks.</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: #2b00fe;"><b>3rd.
Chapter </b></span><o:p></o:p></span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">'Mornin,
folks. Yesterday eu estava muito bitter, amargo. Gostaria de me desculpar por
um excesso, ao dizer que Tiffany carecia de dignidade. It's not true. Ela
apenas tem uma predisposição maior que a minha, a nisso a invejo, de suportar a
vida em society, a urban life. O fato de colocar ametistas no chacra frontal de
nossa Shit-su, ou de me recriminar por querer comer ao molho madeira um dos
coelhinhos de nossa daughter, não a torna indigna. Apenas confirma que não
serve pra mim esta relação, e that´s allright, ninguém é obrigado.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Comprei
um lote de cem tweeties, como disse no chapter anterior, mesclados. Havia ali
galinhas brancas, dessas inúteis de granja que só prestam pra comer, havia
galinhas francesas Label Rouge, do pescoço pelado, havia galinhas poedeiras
Rhode Island e galinhas inteiramente negras, de belos olhos e crista vermelhos.
Estas se vendiam caríssimo, um old tycoon, um feiticeiro do underground de
Crosses' Cavern, as comprava para rituais satânicos. Os galináceos são seres
especialíssimos. Têm uma graça natural, não há quem não simpatize com eles,
sempre em volta da gente a nos olhar inquisitivos, curiosos da nossa tão sem
sabor humanidade. Comem o que quer que
se lhes apresente, vegetal, animal, mineral ou celestial. Carne, até a das
companheiras elas comem. Restos de ossos, pelos, cabelos, vísceras, sangue,
pele, pelanca e toda sorte de muxibas, em que estado de frescor ou putrefação
se encontrem. Vegetal, comem de tudo, a casca dos legumes, os grãos, as raízes,
os caules, os frutos e as sementes, inclusive a erva, o capim, e o que mais
viceje. Comem também areia, pedra, casca de ovo, comem, comem e, na medida em
que comem, defecam. Suas fezes têm um teor de nitrato e calcário absurdo, o que
retroalimenta as plantações que haja numa farm ou cottage, e assim criar
galinhas se torna um círculo fechado em que se aduba o que se planta pras
galinhas comerem. São engraçadas e, glória maior, absolutamente burras. Uma
galinha é dos seres mais idiotas e primários que Deus criou, quase tão estúpida
quanto uma anêmona. Não tem sentimentos, o que come é por ela processado com
uma rapidez e indiferença exemplares, não possui memória e nem guarda rancor. E
come, come desesperadamente. Diz-se que se um homem deitar no pasto e mantiver-se inerte elas o
devoram. Creio seja verdade. Billy J., de Oklahoma, garante que seu avô
nonagenário adormeceu sob um pé de oak e quando encontraram o corpo este se
reduzia a um esqueleto, já bastante bicado, pois as galinhas comem ossos
também. Mais um dia de esquecimento do Old Papa J. resultaria em nada se
encontrar além de titica calcárea.<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Nem
só a galináceos, contudo, se resume a minha rural life. Ontem, for example,
passei o dia podando apple trees. Com uma tesoura de poda manual fui
desbastando os galhos que as arvorezinhas insistiam em fazer germinar pra
dentro, no sentido do tronco. É sabido, vi-o num curso de youtube com Dan T.,
um velho plantador de mirtilos, que se devem eliminar os galhos concorrentes
numa árvore, aqueles que nascem pra dentro, priorizando os externos, mais
propensos a floração e frutos. A natureza é isso, babies: algo a ser dominado,
instruído, dirigido, orientado por uma entidade mais sábia, como o é um homem
frente a uma estúpida galinha ou a uma árvore de maçãs. É a missão de um homem,
dirigir sua propriedade no sentido, não de oprimi-la, mas de lhe promover o
desenvolvimento. Todas as vezes que pretendi podar os comportamentos de Tiffany
foi justamente por a fazer evoluir, e ela nunca quis entender isso, a rebelde.
E eu sempre, todas as vezes, fui eu quem se deixou podar, direcionar, governar
por ela.</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: #2b00fe;">4th.
Chapter</span></b><o:p></o:p></span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Hi,
folks. Esta noite fui despertado por um nightmare, um pesadelo horrivel. Um
alarido vindo dos lados do galinheiro. Corri lá por ver o que havia, e
presenciei uma coisa inusitada: as galinhas de postura deblateravam numa
plenária de partido. A vermelhinha Rhode Island presidia os trabalhos e deu voz
à galinha preta, que estava inscrita. "Toda semana, especialmente às
sextas-feiras, uma galinha preta é assassinada! E a mando de um capitalista,
que lucra com o sacrifício." A caipira pé duro, namorada do galo índio,
inscreveu-se também: "Os galos têm fixação por cu. Meu namorado vive
naquelas rinhas de galo, e agora só come os franguinhos viados. É preciso
lembrar que nós também temos cu. Os humanos, pelo menos, nos querem pelo que
temos de melhor, botar ovos. Eles valorizam nosso cu."<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">A
galinha branca, de granja, também deu seu pitaco: "Uma galinha trabalha
duas vezes a jornada de um frango, e ganha menos. Há uma hegemonia no mercado
profissional, podem ver, só galo branco adulto e hetero ganha bem nessa porra.
Não passarão!" E foi assim que passei a me apropriar do conceito de
postura, uma postura radical. Minhas aves tinham sido levadas ao verdadeiro
"empoderamento". <o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Era
de fato um dream bem idiota. Mesmo depois de desperto e do dream estar over,
contudo, eu continuei muito impressionado. Uma tristeza de opressão me apertava
o peito fazendo lágrimas brotarem de my eyes. Ai ai ai I should have done
better, tocava essa música chata na rádio mental. A tristeza e a solidão me
invadiram na night solitária do Idaho. Eu tinha visto muito bem na plenária das
galinhas comunistas, o rosto da branca que deblaterava contra os homens era o
dela. Tiffany.</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><u><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: #2b00fe;"><b>5th
chapter</b></span><o:p></o:p></span></u></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">A
sensação ruim do nightmare, a visão do rosto de Tiffany num corpo de ave me
acusando de todas as culpas pela desgraça do mundo acabou evanescendo com cinco
minutos na doce atividade de poda de apple trees. Era como se, manuseando a
tesoura, a livrar a árvore do excesso de galhos, eu próprio livrasse minha aura
de satélites obscuros, pensamentos ruins que orbitavam em torno de minha
cabeça. Estava já bastante distraído e leve, sentindo o prenúncio dessa
Springtime em pleno frio de agosto, quando um homem soturno bateu à porteira da
Farm:<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">"'D'morne.
Estou procurando Mr. Emmanuel Duke."<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">"Seu
criado."<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">"Big
Morgan P., muito prazer. Me recomendaram sua cottage, preciso de um fornecedor
de galinhas fixo."<o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;">Admiti-o
à propriedade e lhe mostrei as instalações do pinteiro, com os primeiros
animais em plena adolescência. Contou-me que era um capitalista, e que sua
atividade principal era o off-shore. Mesmo sendo um intelectual, um lawyer com
absoluto domínio da língua inglesa, eu embatuquei. Achei a princípio que fosse
um insólito piloto de lanchas off-shore, atividade de todo incompatível com as
gélidas montanhas do Idaho. Mas ele me fez ver que era outra coisa: cambalacho
financeiro, pilantragem, obtenção de ganho sem trabalho, especulação. Era
riquíssimo, um verdadeiro Tycoon. Propôs um preço bem razoável apenas pelos
pintainhos negros, aqueles sem uma única pluma de outra cor. Compraria quantos
eu produzisse."</span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p align="center" class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana Pro SemiBold",sans-serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: #2b00fe;"><b>(CONTINUA
SEMANA QUE VEM)</b></span><o:p></o:p></span></p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "arial black", sans-serif; font-size: 20pt; line-height: 28.5333px;"><u><span style="color: lime;"><br /></span></u></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s1600/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JSusfgB5J5HkqGGsFlt1Ue-D24Ek6XeOjSGNnqRjpUQlGdk0uSpbQ7QBujKFvSNp2LifowLQMTc1knWr16Ixkl2DTthLqzjSiOEj8flSDxNPByWcLEeupnK14uuKueWHuI3Al40-Mqo/s640/Germano+Quaresma+PIC-horz.jpg" width="640" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div><div align="center" class="MsoNormal"><div align="center" class="MsoNormal"><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>Germano Quaresma, ou Manoel Herzog,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>Criado na cidade de Cubatão,<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>trabalhou na indústria química<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>e formou-se em Direito.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>Estreou na literatura em 1987<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>com os poemas de <u>Brincadeira Surrealista</u>.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>É autor dos romances<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b><u>A Jaca do Cemitério É Mais Doce</u> (2017),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b><u>Dec(ad)ência</u> (2016), <u>O Evangelista</u> (2015)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>e <u>Companhia Brasileira de Alquimia</u> (2013),<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>além dos livros de poemas<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b><u>6 Sonetos D’amor em Branco e Preto</u> (2016)<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="ThankYou"><span style="font-size: 20pt;"><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b>e <u>A Comédia de Alissia Bloom</u> (2014).<o:p></o:p></b></span></span></div><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b><span style="font-size: 20pt;">Aqui, seus mais recentes trabalhos publicados:</span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s1600/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="311" data-original-width="407" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO5A4LWAPKPIFaEZqk3JWJF-4hSx9KyypHg0jHSnxoAZTb_osDbZy9Oy80wZg4Xey1GbFfK9mPDn8Tv0rBolyMzVgagRapSU75Fh0Ffb5dIDuT5gk0cMBTQMj_GPwyDnTquJxc0R4j_Zg/s640/15780908435e0fc15b812fc_1578090843_2x3_md-horz.jpg" width="640" /></a></div><span face="" style="color: lime; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><b><span style="font-size: 20pt;"><br /></span></b></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="" style="color: yellow; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div></div></div></div></div>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-67634095350398379752020-08-24T18:51:00.003-03:002020-09-21T10:05:20.890-03:00EDUARDO RUBI CAVALCANTI SAÚDA EM PRÓXIMA PARADA OS 40 ANOS DO MAIOR FILME DE TERROR JÁ REALIZADO<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnVFQdvoE3OtHA2KgIVa1mMw0FNrcAmDcmkkSYqMgY_yZPP_5JBGfJZVbpWtN41BVxul3ccC3m_7xAQXvMOgNTtINvWzPIFCIf_735ZbleWg6CZca1HipNEV2k7dHbTicA9fCxxD1-8GI/s1600/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="567" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnVFQdvoE3OtHA2KgIVa1mMw0FNrcAmDcmkkSYqMgY_yZPP_5JBGfJZVbpWtN41BVxul3ccC3m_7xAQXvMOgNTtINvWzPIFCIf_735ZbleWg6CZca1HipNEV2k7dHbTicA9fCxxD1-8GI/s1600/PR%25C3%2593XIMA+PARADA+header.jpg" /></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitMxW3Nmcr-ThDV6SIgGez6sUo7WvfRsp3eZ1bpJ-MjULI52UzLgur7DDtA-iPacUUomHkEVrW82hNWcBFAdQa97BfUoKZ7afBXCTv-3vc6UAyfYc4BDnTTgpKA7O2QRsqvcdkizfVJ2A/s2048/117729337_3068071766595903_2241878026938070325_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitMxW3Nmcr-ThDV6SIgGez6sUo7WvfRsp3eZ1bpJ-MjULI52UzLgur7DDtA-iPacUUomHkEVrW82hNWcBFAdQa97BfUoKZ7afBXCTv-3vc6UAyfYc4BDnTTgpKA7O2QRsqvcdkizfVJ2A/d/117729337_3068071766595903_2241878026938070325_o.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="618" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKEXU-hggaL1-56XpDYGkgY2KVIRR-hKVYqbKv5q6NUyhPolsXalBpx6CjD9WVMKfbykLOw4WdnkNIznO1To50QCkPzhFk91vQA_mBZ2dq8LsZzhfjda6wCUNC_eUxQH8yBf4HFAUw2I/s400/Edu+Cavalcanti+BIGPIC.jpg" width="387" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Eduardo Rubi Cavalcanti<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">é jornalista desde a década de 80.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Trabalhou em A TRIBUNA de Santos<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">e em várias outras publicações.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">É Mestre em Comunicação Social<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">pela Universidade Metodista de São Paulo<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">e leciona Jornalismo na Unisantos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">onde cursou sua graduação.<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">Publica domingo sim, domingo não,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">em A TRIBUNA de Santos,<span data-original-tag="O:P"></span></span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><b><span style="color: #b51200;">a página PRÓXIMA PARADA,</span></b></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt;"><span style="color: #b51200;">que reproduzimos aqui.</span></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/61449642916258397#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="660" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcOG92a8MkqedaTdzQphIvFrSB0EUw94n3niSun6c88RgBGMQbX0zqtvCxkZK46v65S5dpmua72DJeWQuBjZjoAh0Pf_lIWwsqWq4UzoaNmuk9zRPGD0ib2nKDIePnimZJVM5tkzjU09w/s640/PROXIMA_PARADA_1469033018598332SK1469033018B.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="" style="color: yellow; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div><br />CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4665648903731022255.post-40094180789721194392020-08-24T18:00:00.003-03:002020-09-21T10:05:03.168-03:00PÃES E LIVES, SEGUNDO MARCELO RAYEL CORREGGIARI<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZyVHy8ZNcPneGEftuUoCJ97asFvZ9SOO13kf9YbajHjSGic4hKXQDSMMgoS0J_lHvQabpBLzkITz4eSxeB9MsKvlSmTWwjrHIus0AdcbeZONyoP8rE4WSrPxW-m3v9CdsUlMvpoCbYGw/s860/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="860" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZyVHy8ZNcPneGEftuUoCJ97asFvZ9SOO13kf9YbajHjSGic4hKXQDSMMgoS0J_lHvQabpBLzkITz4eSxeB9MsKvlSmTWwjrHIus0AdcbeZONyoP8rE4WSrPxW-m3v9CdsUlMvpoCbYGw/s640/MARCELO+RAYEL+CORREGGIARI+HEADER.jpg" width="640" /></a></div><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;"><br /></span><p></p><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">No
início, eram somente ‘duas semanas’.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">“Ah! Dá
‘pra’ levar”, pensaram muitos. “O que são duas semaninhas recolhido em casa,
sem poder ir à praia... passam logo”.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Até que
se vão cinco meses. É bom não esquecer que Santos já vinha com alguns bloqueios
sanitários por causa das atividades portuárias, e que o prefeito efetivou o
bloqueio às praias — a fim de se evitar os chamados ‘clusters’ — no dia 06 de
março.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Bom,
final de agosto... e nenhum sinal de que as agruras cessarão. O pessoal que já
não batia bem dos pinos começou a dar ‘tilt’ direto: fácil de testemunhar,
mesmo em casa, uma vez que os(as) ‘panguá’ publicam os passeios com tons
idílicos — o bom e velho lance do “eu tenho direito a um banho de sol!” — em
redes sociais. Incrível, isso!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">A
justificativa não é nem um pouco inovadora: “... o médico falou que não é bom
ficar sem tomar sol...”, “... precisamos de banho de sol! Como fica nosso
sistema imunológico?!” ou coisas do tipo “... até presidiários têm banho de
sol...” entram na tentativa de dar aquela volta na malandragem — alô, Bezerra
da Silva! Aquele abraço! — sem se ater à excepcionalidade do momento histórico.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;"> O lado bom da coisa: a pandemia serviu como
peneira, ‘caça-talentos’, nos campos da medicina e execução penal.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Um troço!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">O que se
pode entender dessa pandemia, pelo enorme desconhecimento que a ciência ainda
tem da doença no que tange à sua dinâmica, virulência e possível terapia, é que
‘o trem’ é meio parecido com o “Hotel California”, do Eagles: “(...) Você pode
pedir a conta/Mas sem essa de picar a mula”.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Como tem
hora para entrar, mas não para sair, — um detalhezinho que não estava nos
‘planos de negócio’ de absolutamente ninguém — é nessa que você vê o quanto o
ser humano é tudo, menos criativo. Aliás, se fosse, não enlouqueceria da forma
que já vinha rolando antes dos decretos de quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Bom,
para quem tem crianças em casa, deve ser um suplício — aqui vai a tentativa de
abrandar, pelas palavras, um evento que se revelou para papais e mamães como um
verdadeiro martírio. Vai ser osso. E ‘quando tudo isso passar’, mais paulada na
cabeça: um mundo bem pior, longos passeios familiares a clínicas psiquiátricas
e um cagaço ‘da gota’ em deixar os filhos na escola.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Cinema,
teatro, praia e jogo de futebol encherão a veia do pescoço no intuito de
cumprir com o ‘distanciamento social’ suficiente em seus retornos: justamente
para aqueles velhos paradigmas em que “quanto mais lotado, melhor”. O lance da
bilheteria, ‘casa cheia’, ... podem esquecer: por baixo uns três anos dando nó
em pingo d’água. De repente, as supracitadas são franca-favoritas a
desaparecerem no ‘pós’ pandemia.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Será um
furdunço caso isso ocorra. A prova de honra: micareta em Salvador com
‘distanciamento social’. Carnaval em risco: a seguir, cenas dos próximos
capítulos.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Uma
coisa também parece ser fato: algumas atividades têm tudo para desaparecem
iguais a tantas outras que já não existem mais — curso de datilografia,
motorneiro, carrinho de algodão doce pelo bairro. “Tudo muda”, não é o que
dizem?! Se nessa lista entrar teatro, cinema, bares e restaurantes, qual o
problema, não?!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">A
sociedade não chegou até aqui sem o encontro regado a alguma bebida, mas não
temos notícias de que as grandes mutações e revoluções que nos guiaram a esse
angustiante momento foram engendradas dentro de um bar. Afinal, o homem do
terciário, ou do quaternário, vivia em cavernas... não em bares e restaurantes.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Então...
se sumir, ... sumiu! Simples. Sem dramas ou maiores desatinos: a humanidade é
sempre maior do que quaisquer de suas criações e manifestações. Algumas
desaparecerão para dar lugar a tantas outras que pintarão na área.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Como,
por exemplo, o retorno da panificação caseira. O(A) sujeito(a), para não surtar
no confinamento da cela de sua casa, saiu danando a fazer pão. É abrir o
Instagram e se deparar com receitas de pães que jamais tínhamos ouvido falar.
“... olha que coisa boa!”. Não é?! É pão ‘pra’ tudo quanto é lado!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">“Pão
disso”, “pão daquilo”, “pão daquilo-outro” ... pães, pães, pães. Pandemia
serviu para encher barriga, engordar horrores e salvar a vida financeira de uma
penca de moinhos. Nunca se vendeu tanta farinha, Deus-do-Céu! Isso também recai
sobre formas, fornos, gás de cozinha, fermentos... e toda aquela parafernália
para se fazer pão.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Mas não
foram somente “os(as) padeiros(as)-de-pandemia” que azucrinaram ‘timelines’ com
aquela tsunami de pão: quem recebia as benesses, na hora de se empanturrar com
o acepipe, enchia a paciência das redes sociais com mais e mais pães de tudo
quanto era jeito.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Rede
social para pão! Vejam, senhoras e senhores! Fotos de gatinhos, comilança,
ginástica em casa e... pão! Pão, pão, pão! Quem fazia e quem comia. A fim de se
evitar o enlouquecimento precoce, danou-se a fazer pão. Não querer enlouquecer
é um direito de todos. Enlouquecer todos os(as) demais com aquela infinitude de
pão em ‘timeline’ de rede social, aí, já é um certo exagero que só faz subir um
pouquinho mais as cercas já erguidas.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">E as
‘lives’?!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Acho que
nem precisa, não?!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Tudo é
‘live’, como se transmissões ‘ao vivo’ (= ‘live’) fossem a “... invenção do
momento”. Puta merda! Está sendo osso! ‘Live’ de conversa, ‘live’ de música,
‘live’ de debate político ou literário, ‘live’ de pão, ‘live’ de peça de
teatro... só faltou ‘live’ de sexo — até o fechamento desse texto, seu autor
não teve notícias de tal empreendimento.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">E tome
‘live’!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Mundo
despreparado, que acha que a energia elétrica “é tudo” e “será para sempre”,
quando é pego por algum viés de onde menos se esperava, acaba partindo “’pro’
arremedo”. Um troço! Aí... vejam só... descobriram que não conseguem sobreviver
sem público e sem ‘bordereaux’. Sem público, até dá para contornar. Sem
“bufunfa”, aí... é sem chance.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">A
instituição gratuita do ‘live’, que pode ser realizada por qualquer um e ter
uma assistência completamente longe de uma interação mediada por pecúnia, acabou
sendo tutelada pelo boleto bancário. Afinal, nem relógio trabalha de graça, não
é mesmo?! Se há profissionais na música, na mesa de som, na luz e no
espetáculo, cabe sem sombra de dúvidas a remuneração justa e já bastante comum ‘nos
bares da vida’ bem antes dos decretos de quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Só
que... ficou... um arzinho de... “sambarilóvi!!!”. A velha disputa com aquela
penca de shows, um melhor que o outro, com seus artistas preferidos e
totalmente de graça nos ‘streamings de vídeo’ (como o ‘VocêTubo’, por exemplo),
colocou os(as) artistas menos renomados(as) em situação espinhosa ‘pacas’. Em
geral, pagamos por apresentações “concretas”, com interação imediata do(a)
‘performer’ bem na nossa frente, na nossa cara. Socorremo-nos aos ‘streamings’
somente quando perdemos o show, o(a) artista em questão faleceu ou a
apresentação ocorreu no outro lado do planeta. Caso contrário, pagar, só se for
de corpo presente.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">“Ah...
mas é igual a TV a cabo! Você também paga para ver show lá...”, mas... que
diabos! Quem é que disse que eu pago TV a cabo para ver show?! Quem é que
realmente sabe se tenho assinatura de TV ou não na minha residência?! E se eu
não tiver? Continuo vendo show em ‘VocêTubo’, Vimeo, esses trens, sem pagar
nada por isso.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">“Ah! Mas
você acha justo?!”. Sinceramente, nem um pouco. Acho injusto pacas. Só que não
inventei esse cenário: o ‘mundão’ é injusto ‘pra’ burro e já se vão uns dez mil
anos nessa injustiça. A ‘furação-de-olhos’ é antiga e ruim ‘pra’ corrigir,
fazê-la parar. Então, se cada um se vira com orçamento que tem por aí, ... <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Ficou
meio óbvio que as ‘lives’ entraram na base do ‘sufoco’, na falta de dinheiro e
na impossibilidade de ganhá-lo pelos métodos “pré-pandemia”. Acho que esses
métodos retornam: deve tomar um pouco mais de tempo para recuperar a confiança
da galera, mas estarão de volta mesmo com alguma dificuldade (re)inicial.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">O ponto
é que, aos poucos, o povão experimenta um fato que pode ser bastante incômodo,
perturbador, mas muito revelador ao mesmo tempo: o de descobrir que não
precisava de tanta quinquilharia assim para tocar a vida.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">O pior:
economizaram uma penca e nem sentirão tanta falta assim.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNoSpacing" style="margin-bottom: 18pt; text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Pois, é
isso o que ocorre: pães para não enlouquecer, ‘lives’ para pagar as contas. A primeira não segura a onda de uma rica
nutrição e a segunda não pega nem beira para a sustentação do espírito. Para
ocupantes da segunda (ou terceira?!) década do século XXI, de repente, é bem a
nossa cara: tudo tão fraco, insípido, tênue e tépido que não deveríamos ter
tamanho estranhamento. Fim-de-carreira, fim-de-feira, fim-dos-tempos...
apocalipse.<o:p></o:p></span></p>
<p style="text-align: center;"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 20pt;">Pães
para os(as) candidatos(as) a loucos(as), ‘lives’ para os(as) aspirantes à fome
— ou seria o contrário?!? Bem... não importa! O importante é sacar o que vem
por aí: se, porventura, o que já está é o que se estabelecerá, “êita” estreia
mais sem graça, “sô”!</span> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blog/post/edit/1400559636171830731/2727687249039697718#" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="524" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDFlRqdT_xxpD1hsyG0T3YImoz0zDg3jJCBVNJGjHXZy1zDe0Xg0TO9Qp-7vDwDyoythrcTRLy-QuNhvOvRvSdqnOacaKtpptbxQkwSjhpvz2nq89_76NgS_6VTQr0qeydrDCIBOxUTC0/w400-h339/pagebvcdsfghjk-horzNBV-horz.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt;"><span style="color: red;">Marcelo Rayel Correggiari</span></b></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>nasceu em Santos há 48 anos<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>e vive na mítica Vila Belmiro.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>Formado em Letras,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>leciona Inglês para sobreviver,<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>mas vive mesmo é de escrever e traduzir.<span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>É autor de <u>Areias Lunares</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>e <u>O Verão No Café Atlântico</u><span data-original-tag="O:P"></span></b></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal"><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b>(à venda na Amazon, em livro e e-book).</b></span></span><br /><span face="" style="font-family: "verdana pro semibold", sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 25.68px;"><span style="color: red;"><b><br /></b></span></span><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div align="center" class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s1600/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhobAcbdMNVHYB2LiWmk2C8-4ciS3A2ZKytnw4jkUoA4aO0Utf63lWYqjHv3CraLKkbLjqe55ZPYJy5nv_f_jMl-6NEnS95kQelc7gPcUkcELBxAifyvo4oYvIL_hPrrkWhOo9r5Y_oeJE/s640/LEVA+UM+CASAQUINHO+footer+ano5b.jpg" width="508" /></a></div><span face="" style="color: yellow; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b><span style="background-color: white; text-align: start;"><br /></span></b></span></div><br style="text-align: start;" /></div><p style="text-align: center;"><br /></p>CHICO MARQUEShttp://www.blogger.com/profile/00398425913197872291noreply@blogger.com0