A jornada do fotógrafo mudialmente aclamado, Sebastião Salgado, começa em na fazenda de seus pais, em Minas Gerais.
Logo de cara, Wim Wenders explica que a sua fascinação pelo trabalho de Salgado antecede em muito o documentário.
Algumas fotos que Wim Wenders tem em sua casa, feitas pelo brasileiro, o levaram às lágrimas.
É fato conhecido a relação entre a fotografia de tom social e de denúncia das mazelas no mundo e a obra de Sebastião Salgado.
Enquanto as colagens de fotos são exibidas, Sebastião olha o espectador e com uma memória prodigiosa nos revela todo o entorno do momento em que ele baixou o diafragma de sua câmera.
Na Eritréia, na Namíbia, em Serra Pelada, em Kosovo, no confins do mundo para registrar as maiores atrocidades que só a nossa espécie comete entre os seus membros, denunciando, e acima de tudo, deixando registrado aquela mazela que o mundo dito civilizado não tomaria conhecimento não fosse pelo trabalho de Sebastião Salgado.
Interessante a forma como Wim Wenders inseriu a história pessoal do fotógrafo, e que seria um economista de sucesso até hoje, caso não tivesse encontrado sua esposa em Londres.
Foi ela que fez com que Tião chutasse o balde, largasse a economia, comprasse os equipamentos fotográficos mais modernos no início dos anos 70 e pudesse tornar sua arte seu ofício maior de vida.
O ciclo da obra deste fotógrafo partiu do social, dos anos 70 até o início dos anos 2000.
A partir daí, sua obra se voltou para o campo ecológico e ambiental.
A morte e a vida estão presentes de forma indelével na obra de Salgado.
Como ele, também tenho profunda desconfiança que o homem seja o lobo do próprio homem.
Enquanto Sebastião Salgado se redimiu dessa opinião através de seu período atual dedicado à vida selvagem, não posso dizer o mesmo da minha opinião sobre os humanos.
Um documentário para ser admirado.
O SAL DA TERRA
Salt Of The Earth
(2014 - 110 minutos)
Direção
Wim Wenders
em cartaz no Iporanga 4
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