Friday, October 16, 2015

IAN MCKELLEN REVELA COM PERFEIÇÃO O HOMEM POR TRÁS DO MITO SHERLOCK HOLMES

por Victor Braz
para NA MINHA OPINIÃO


Quando sir Arthur Conan Doyle (1859/1930) criou o detetive Sherlock Holmes na revista Beeton's Christmas Annual em 1887, com o livro "Um Estudo em Vermelho", o personagem ficou famoso por usar na resolução de crimes, métodos científicos e a lógica dedutiva, sendo assim, uma das referências na literatura policial, com suas habilidades para resolver mistérios considerados insolúveis, até mesmo na Scotland Yard, o detetive da Baker Street, na Era Vitoriana, teve mais de 60 casos resolvidos ao longo de seus 120 anos. 

Claro que a criação imortal de Conan Doyle já teve várias aparições na mídia, como criança em "O Enigma da Pirâmide", como boxeador e mais aventureiro nos dois filmes dirigidos por Guy Ritchie, e os mais recentes, "Elementary" e "Sherlock", onde Holmes e o fiel Dr. Watson vivem no moderno Século 21, onde o personagem larga seu cachimbo e o chapéu de caça por aparelhos eletrônicos e afins, e também aparecem em mais de 227 longas e programas de TV no mundo inteiro. 

Mas de todas as aparições na literatura e em diversas outras adaptações, o diretor e roteirista Bill Condon (O Quinto Poder) resolve fazer em "Sr. Holmes" (Mr. Holmes, 2015), adaptação de "A Slight Trick of the Mind" de Mitch Cullin, com Ian McKellen como o detetive, uma versão real, e mais familiar do personagem.


Aposentado e com 93 anos, Sherlock Holmes (McKellen) passa seus dias em sua casa distante de Londres, na companhia de sua governanta (laura Linney) e seu filho, Roger (Milo Parker), em plena Segunda Guerra (em mero segundo plano), o ex-detetive, lidando com a deterioração de sua mente, ele passa os dias escrevendo sobre um caso que nunca conseguiu decifrar. 

Sem a ajuda de seu escudeiro, Watson, ele obceca em resolver o mistério. 

A película tem duas time-lines: a primeira em 1947, onde Sherlock faz amizade com Roger e tenta se recordar de seus tempos resolvendo crimes e a segunda quando ainda trabalhava, resolvendo um caso de um casal, no qual não consegue se recordar.


"Sr. Holmes" é o clássico filme para o espectador sentir-se bem, não entendeu? 

Calma, eu explico. 

É aquele filme completamente inofensivo, que não levanta discussões, recauchutado, até a fotografia de Tobias Schliessler desperta tais emoções, apesar de competente, porém, sempre carregada de contra-luzes, enquanto foca nos cenários do litoral inglês. 

Mas o elenco é bem dirigido. 

Ian McKellen está excepcional como Sherlock velho, além da maquiagem muito bem feita, sua atuação também é igualmente inesquecível, tanto fazendo sua versão mais nova quanto á mais velha, em ambas o ator muda, dá pra sentir as dificuldades do personagem e sua tristeza em determinadas cenas. 

O garoto, Roger também surpreende, apesar de ser um personagem clichê de diversos outros longas, a curiosidade que o intriga sobre Holmes é vista á todo momento. 

Apesar da direção manjada de Condon, emulando filmes como "O Juiz", que também era carregado de clichês, que tem seus momentos de originalidade, não vá esperando uma adaptação fiel ao detetive da Baker Street criado por Conan Doyle, "Sr. Holmes" é o filme do Sherlock Holmes para seus avós assistirem.


SR. HOLMES
(Mr. Holmes, 2015, 104 minutos)

Direção
Bill Condon

Roteiro
Jefrey Hatcher

Elenco
Ian McKellen
Laura Linney
Hiroyuki Sanada
Frances de la Tour
Roger Allam
Philip Davis
Hattie Morahan
Patrick Kennedy
Gioacchino Jim Cuffaro
Shina Shihoko Nagai
Paul Blackwell
Eileen Davies
Sonia Mason
Milo Parker
Zak Shukor
Hermione Corfield


em cartaz nos cinemas de São Paulo



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