Friday, November 20, 2015

CAFÉ E BOM DIA #4 (por Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta)


QUANDO DESCOBRI QUE BLOOM ERA TARADO POR POETAS DO SÉCULO XIX COMPREI "A ANGÚSTIA DA POESIA". POUCAS PESSOAS QUE CONHEÇO TEM DOMÍNIO DA BIBLIOGRAFIA DE HAROLD BLOOM, RAZÃO PELA QUAL SOU CARENTE DE AVALIAÇÕES CRITICAS POR QUEM LEU. 

TROCAR IMPRESSÕES É IMPORTANTE E SEMPRE AJUDA. 

"O CÂNONE OCIDENTAL", LIVRO QUE PEDI EMPRESTADO PARA O FLAVIO AMOREIRA E TORNEI A PEDIR SEMANA PASSADA PARA RELER, SERVIRÁ PARA RATIFICAR OU NÃO A ANGLOFILIA DO AUTOR. CONFESSO QUE BLOOM ME FEZ FICAR RETORCIDO POR INÚMEROS PONTOS DE DISCÓRDIA E DESCONFIAR DO SEU HUMANISMO. 

TALVEZ TENHA ME PEGADO NUM MOMENTO DE SACO CHEIO DOS MARXISTAS E SOPRANDO FORTE PARA HISTORICISTAS. 

NUNCA SOUBE EXPLICAR PARA MIM MESMO O QUE É UMA INFLUÊNCIA NEGATIVA OU POSITIVA NA LITERATURA. 

COMO BLOOM TEM UMA TEORIA, ME PROVOCA PARA QUERER ENTENDER. 


COMECEI A ME INTERESSAR POR PÚCHKIN FAZ MENOS DE DOIS MESES, LENDO NABOKOV. 

O AUTOR DE LOLITA ESPARRAMA SEU OLHAR NA OBRA DE PÚCHKIN DISSECANDO O PRECURSOR DA LÍNGUA MODERNA RUSSA. 

TIVE COM NABOKOV UMA PRÉVIA DA IMPORTÂNCIA DO POETA NA LITERATURA RUSSA. 

AFIRMA A GENIALIDADE DO POETA, RATIFICADO POR GRANDE NUMERO DE OUTROS AUTORES EXPRESSIVOS E ESTUDIOSOS DE LITERATURA.

CHEGUEI A TER EM OTTO MARIA CARPEAUX PONDERAÇÕES SOBRE O AUTOR RUSSO, MAS ALBANO FONSECA TEVE QUE DEVOLVER O LIVRO QUE ME HOUVERA SIDO EMPRESTADO E INTERROMPI A LEITURA, QUANDO JÁ HAVIA ANOTADO SER PUCHKIN UM AUTOR DE PERSONAGENS TIPICAMENTE RUSSOS VIVENDO CONTRADIÇÕES MARCADAS PELA PRETENSÃO EUROPEIZANTE E CAMPOS ATRASADOS.

POSTERIORMENTE TIVE BORIS SCHNAIDERMANN CONSIDERANDO PUCHKIN AUTOR DE NARRATIVA IDÍLICA COM "SORRISOS DEMONÍACOS E SARCASMOS CRUÉIS". 

PÚCHKIN DESDE JOVEM FOI LEITOR INCANSÁVEL E APAIXONADO PELA LITERATURA FRANCESA, FARTA NA BIBLIOTECA DE SEU PAI. TORNOU SE PERSONAGEM DA ELITE INTELECTUAL PROMOVENDO SEU ROMANTISMO E IRONIA NUM PALCO AFRANCESADO NA ALTA SOCIEDADE DE MEADOS DO SÉCULO XIX. 

NÃO LI SUA NOVELA EM VERSOS "EVGUÊNI ONÉGUIN", ESCRITA QUANDO ESTAVA NO EXÍLIO. 

MORREU JOVEM, AOS 38 ANOS EM UM DUELO. 

É COM PÚCHKIN QUE EMBARCO NESTA SEXTA, NÃO SEM CAFÉ E MEU DESEJO DE BOM DIA.



Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
 é poeta e proprietário
 da banca de livros usados
 mais charmosa da cidade de Santos, 
situada na Rua Bahia sem número, 
quase esquina com Mal. Deodoro,
entre o Empório Saúde Homeofórmula,
 onde bebe seu cafezinho orgânico, 
e a loja de equipamentos eletrônicos 
do amigo Orlando Valência





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