Foi divulgada nesta última terça-feira uma notícia que deixou tanto os onanistas analógicos quanto os onanistas digitais deste Brasil Varonil completamente alvoroçados: a PLAYBOY BR, que acaba de ser "descontinuada" pela Editora Abril depois de 40 anos de parceria editorial entre os Civita e os Hefners, voltará a circular em Março de 2016 através de uma nova editora: a paranaense PBB Entertainment.
Ao contrário da PLAYBOY USA, que não terá mais nus frontais em sua edição principal a partir de 2016, na PLAYBOY BR as pepequinhas ilustres das modelos da revista permanecerão visíveis e apreviáveis por todos indefinidamente. Faz sentido que seja assim. A PLAYBOY USA pode prescindir de muitos países onde sua revista é publicada. Mas não do Brasil. As mulheres brasileiras abastecem franquias da revista pelo mundo todo. Ter uma base brasileira é mais do um ponto estratégico para os interesses de Hugh Hefner. É vital mesmo.
É sempre bom lembrar que aqui no Brasil, durante o período mais hardcore da ditadura militar, censores obtusos proibiam em nome da moral e dos bons costumes a exposição de fotos das modelos "em flor" nas revistas masculinas. As regras em vigor na época eram completamente malucas. Só se podia mostrar um peitinho de cada vez. Bunda, só com as pernas bem fechadas, sem exposição genital. Pelos pubianos, de forma alguma. E as adoráveis pepequinhas das modelos, proibidíssimas, só faltavam ser enquadradas na lei de Segurança Nacional. Assim que a ditadura abrandou na metade do Governo Geisel, as pepequinhas entraram em cena. E nunca mais saíram. Para nossa alegria.
A nudez feminina exposta na PLAYBOY BR sempre esteve relacionada apenas à curiosidade de homens -- e mulheres também -- em ver atrizes e celebridades peladonas, até porquê o brasileiro reprime menos o seu desejo do que o americano. Essas atrizes e celebridades nuas, em contraponto às inúmeras não-celebridades que pipocavam nas outras revistas masculinas, é que faziam da PLAYBOY BR uma revista diferenciada e com uma aceitação de público tão ampla.
Historicamente, o impacto de PLAYBOY USA na sociedade puritana deles lá sempre teve como seu maior aliado nas vendas da revista o desejo incubado em todo "americano tranquilo" pela "garota que mora ao lado", um tema que Billy Wilder explorou de maneira notável em sua comédia de 1955 "The Seven Year Itch - O Pecado Mora Ao Lado", com Marilyn Monroe -- sintomaticamente, a "coelhinha" da edição inaugural da PLAYBOY USA em Dezembro de 1953, quando ainda não era uma estrela em Hollywood.
Esse desejo norteia de forma contundente o imaginário americano, tanto que a PLAYBOY USA sempre que pôde lançou suas playmates do mês mais versáteis para carreiras na TV e o Cinema.
Só em meados dos Anos 60 é que começou a convidar atrizes como Ursula Andress, Elke Sommer, Carol Linley, Stella Stevens e Kim Novak para posarem nuas para a revista. Até o final dos Anos 70, muitas atrizes conhecidas mundialmente -- como Raquel Welch, Brigitte Bardot, Laura Antonelli e Bo Derek -- posaram nuas para a revista. Com a chegada dos mais conservadores Anos 80, isso começou a mudar, e passou a acontecer cada vez com menor frequência, até chegar à situação atual, com a PLAYBOY USA desistindo de exibir fotos de nu frontal.
Dizem os publishers da PLAYBOY USA que, de alguns anos para cá, a nudez perdeu força comercial em veículos impressos por causa da concorrência de sites e blog pornográficos. Bobagem. A verdade é que a revista viu muitos anunciantes escaparem de uma hora para outra por conta de um boicote velado promovido por associações de consumidores homossexuais que não tem a menor simpatia pela revista, e que passaram a não consumir produtos que vinham anunciados nela.
Uma outra razão é a velha dificuldade em colocar displays da revista em cadeias como a Walmart, que, a pretexto de não perturbar o imaginário (ou a falta de um imaginário) de seus clientes mais puritanos, nega-se a comecializar a revista há muitos anos.
Sem contar algumas bancas de revistas mais pueris que até hoje insistem em esconder a revista no cantinho dedicado às revistas pornográficas.
Os novos editores da PLAYBOY BR acham que a nudez ainda é rentável.
Segundo eles: "A sensualidade da mulher brasileira tem outro padrão, não dá para comparar com as norte-americanas. A começar pelo biquíni. O grande erro das editoras foi não dar a devida importância à internet. Nós vamos vir com um grande portal, com acesso mobile, muita interatividade. Não falaremos mais "Revista 'Playboy' e, sim, "A Nova Playboy'. Aguardem grandes novidades em breve. Mas fiquem tranquilos, pois serão mantidos todos aqueles ítens que deram fama à publicação no mundo inteiro: os ensaios fotográficos, as grandes entrevistas e o jornalismo de primeira linha. Peparem-se para "A Nova Playboy"".
Não vai ser tarefa fácil para a PLAYBOY BR renascer das cinzas depois do admirável trabalho de demolição que a Editora Abril promoveu nas pautas da revista nos últimos anos. Sempre empenhada em transformar revistas naturalmente segmentadas em publicações de interesse geral, a Abril vem matando implacavelmente, ano após ano, títulos preciosos como BRAVO, UM, LOLA E GLOSS. A Abril só não se desvinculou da obrigação mensal de publicar PLAYBOY BR porque a multa recisória do contrato era alta demais, e não valia a pena rompê-la.
O jornalismo provocativo e diferenciado, que sempre foi a marca da PLAYBOY USA, e sempre a manteve próxima de outras publicações de prestígio como ESQUIRE e VANITY FAIR, desapareceu por completo das páginas da PLAYBOY BR.
As entrevistas, que antes tomavam vários dias de dedicação de jornalistas tarimbados e de entrevistados, ficaram ligeiras. pouco reveladoras e desinteressantes.
E as mulheres... bem, as mulheres são uma história à parte.
Até cinco anos atrás, a PLAYBOY BR sempre trouxe mulheres atrizes conhecidas e muito cobiçadas completamente nuas clicadas por fotógrafos de primeira grandeza em sua edição de aniversário e também em sua edição de Natal.
Nos outros meses do ano, a revista publicava fotos mais triviais de participantes de reality shows, musas do Carnaval, dançarinas de axé-music, criaturas assim... Vez ou outra, surgiam em suas páginas fotos de uma ou outra sobrinha ou prima ou amante de algum político conhecido.
Essa tendência começou com força nos Anos 80, com fotos reveladoras de sobrinhas e netas gostosíssimas de Jânio Quadros, Francisco Dornelles e Antonio Carlos Magalhães. Teve na última década representantes de peso, como a filha de Guido Mantega, a secretária de Ideli Salvatti e a ex-amante que Renan Calheiros mantinha com dinheiro desviado do Erário Público. Mas morreu de uns tempos para cá, desde que Fernanda Tedeschi, a exuberante irmã de Marcella Temer, assinou um contrato com a revista e, sem dar maiores explicações, deixou de comparecer à sessão de fotos.
Se a NOVA PLAYBOY conseguir se impor no mercado ao longo de 2016 com um projeto bem elaborado que abrace onanistas digitais e onanistas analógicos, ela vai longe.
As chances dela conseguir isso através da enxuta PBB Entertainment -- que trabalha há muitos anos com agenciamento de artistas -- não são pequenas.
Até porque só as editoras grandes, que não conseguem se desvencilhar de velhos hábitos de mercado, estão apanhando feio no mercado publicitário atual, vendo o valor de suas empresas caindo drasticamente ano após ano.
A "novata" PBB Entertainment, que vai publicar PLAYBOY BR de Março em diante é formada por três sócios brasileiros em parceria com a matriz americana. São eles: Marcos de Abreu, André Sanseverino e Edson Oliveira. Todos ex-funcionários da Abril, com anos de dedicação à revista.
Sendo assim, eu vou aproveitar a deixa para incluir na minha cartinha a Papai Noel deste ano os nomes de algumas mulheres que espero ver peladíssimas nas páginas de PLAYBOY ao longo dos próximos anos.
Quem sabe eu não sou atendido já em 2016...
ALINE MORAES
FIORELLA MATHEIS
TAINÁ MULLER
GIOVANNA ANTONELLI
DEBORAH NASCIMENTO
LAVÍNIA VLASAK
MARIA JOÃO BASTOS
LETÍCIA SPILLER
SHARON MENEZES
DÉBORA FALABELLA
VANESSA GIÁCOMO
SUSANA WERNER
ANGÉLICA KSYVICKIS
PAOLLA OLIVEIRA
MARJORIE ESTIANO
MAYA GABEIRA
LUANA PIOVANI
Finalizando, eu, Odorico Azeitona, desejo um Feliz Natal e um ótimo Reveillon para todos os leitores de LEVA UM CASAQUINHO que andavam inconsoláveis com a morte anunciada da PLAYBOY BR.
A agonia acabou, pessoal.
Odorico Azeitona
é o tipo de homem que lê PLAYBOY
Escreve toda semana
em LEVA UM CASAQUINHO
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