Tuesday, December 1, 2015

ESTE LIVRO VESTE QUE É UMA BELEZA (por José Luiz Tahan)



A mesma pergunta se repete ano após ano: 

Tudo bem dar livros de presente em ocasiões como o Natal? 

E a resposta também se repete: Sim, claro! 

Cabe nestas linhas analisar o saudável hábito de presentear com livros. Um livro aproxima as pessoas. Quando alguém se arrisca a pensar em como o conteúdo da obra combina com a pessoa presenteada, é um passo de comunhão. 

A gente nota isso na hora da abertura do pacote, nas feições expressadas pelo futuro leitor.


Alguns livros raramente são dados de presente. 

Difícil embrulhar o "Minha Luta", de Hitler, por exemplo. 

A crônica, o humor e os romances são os campeões de bilheteria.

Muitos outros pontos são favoráveis para se lembrar do presente-livro. Eles não apertam o joanete e vestem que é uma beleza, até para quem ganhou uns quilinhos e só usa preto ultimamente. Não assusta uma cor cítrica na capa, como aquela da camisa berrante que você deu no último amigo-secreto, lembra

É delicado presentear com perfume as influências de clima e temperamento dificultam a escolha. Se o lugar é quente, vai melhor um adocicado; se é frio, amadeirado, ou vice-versa.

Também tem aquele primo que só é visto nas festas de fim de ano, o chamado primo longe.



Para os não tão chegados, sempre é recomendável um Verissimo. Suas crônicas ou romances não têm contraindicação, é tiro e queda. 

Ao seu lado desponta a também gaúcha Martha Medeiros, lida em massa por mulheres de todo o país.

E também há os livros da moda, os livros que viram febre. Biografias de personalidades, os vampiros adolescentes e os livros nascidos de séries de TV.


Vale lembrar quando damos ou ganhamos um livro comprado em alguma viagem, dentro ou fora do Brasil. 

Uma vez comprei uns cartuns do Quino, em Buenos Aires. Quando pego esses livros em mãos naturalmente me voltam à memória aqueles dias especiais que vivi na companhia da família.


Os autografados também são especiais. Imagine ganhar um livro assinado pelo próprio autor... 

Valem também livros usados, adquiridos em sebos, com anotações nos rodapés.

E a generosidade de quando emprestamos um livro Não vejo outro artigo que seja tão emprestado e que se multiplique tanto como um livro. Que renda tanto em tantas mãos diferentes.
Por fim, para os inseguros e indecisos, foi criado o vale-livro. 

Quando você tira o chefe num amigo-secreto, ou o amigo em questão é tão secreto que você sequer o conhece, o vale cai como uma luva. 

Ainda mais se você não se deparar com um livreiro tão cheio de sugestões como esse que vos fala.


José Luiz Tahan é livreiro e editor, 
e proprietário da Realejo Livros e Edições, 
a livraria e publishing house 
mais charmosa de Santos
e de todo o Litoral Paulista.

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