por Chico Marques
Quem vê Aldine Müller sempre sorridente, com seu jeito de menina aos 63 anos de idade, não imagina a vida louca e cheia de reviravoltas que ela teve.
Seu nome verdadeiro é Aldina Rodrigues Raspini. Filha de italianos, ela nasceu em São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, onde passou sua infância e adolescência.
Mas o caso é que São José dos Ausentes era
muito pouco para aquela menina que sonhava em ser atriz, e ela, conforme foi crescendo, foi buscando maneiras de conseguir sair da casa de seus pais e ganhar o mundo.
Aldine acabou engravidando de seu primeiro namorado aos 16 anos de idade. Mas não estava madura o suficiente para ser mãe, e não segurou a barra: deixou seu filho com o marido e foi tentar a vida em São Paulo. Por conta disso, perdeu a guarda do filho, César, que acabou sendo criado pela família do pai dos 9 meses aos 7 anos de idade. Só quando seu marido morreu foi que ela conseguiu reaver a guarda do menino, que se chama César e tem hoje 47 anos, 3 filhos, e uma carreira como publicitário em São Paulo.
Aldine foi balconista, garçonete e modelo, mas vivia correndo atrás de figurações na TV Tupi, na esperança de ganhar algum papel numa das novelas da emissora. Mas esse papel que ela tanto queria nunca veio, e então, aos 24 anos, ela aceitou seu primeiro papel num filme produzido na lendária Rua do Triunfo, coração da Boca do Lixo, no Centro de São Paulo.
Estreou no filme “Clube dos Infiéis” (1974), dirigido por Cláudio Cunha. Quando soube que teria que ficar nua em cena, Aldine não se abalou, até porque nunca teve medo de mostrar seu corpo: “Tinha uma cena de sexo na estrada, e Cláudio disse que eu iria precisar tirar a roupa. Fui tirando, aí ele disse: calma, é só na hora da cena. Fiquei conhecida como a atriz que tirava a roupa e não chorava. Queria mais era pegar meu dinheiro e ir embora.”
O sucesso veio para Aldine como uma faca de dois gumes. Se por um lado, levantou a bandeira da liberação da mulher –- “Longe de me considerar uma Leila Diniz, mas sei que quebrei barreiras”--, por outro colocou-a na posição de mulher-objeto, o que não foi nada agradável para uma mulher livre como ela. E quando ela viu “Comecei a me sentir um pedaço de carne no açougue. Os homens me comiam com os olhos, então passei a me vestir como freira. Se alguém vinha falar comigo, eu dizia que não era a Aldine.”
Aldine participou de 40 filmes entre 1975 e 1985, e abandonou as pornochanchadas e dramas eróticos quando sentiu que tudo havia perdido a graça e ela estava se sentindo como um pedaço de carne no açougue. Por sorte, isso coincidiu com os primeiros convites para fazer Televisão, gerando a oportunidade que ela precisava para promover um redirecionamento drástico em sua carreira.
Fez teleteatro na TV Cultura. Participou de novelas como “Sassaricando”, “O Salvador da Pátria”, “Rainha da Sucata” e o remake de “Escrava Isaura”. Passou por praticamente todas as emissoras brasileiras, trabalhou em humorísticos com Chico Anísio e Tom Cavalcante e até fez parte do último remake de "Chiquititas" no SBT.
Quem vê Aldine Müller sempre sorridente, com seu jeito de menina aos 63 anos de idade, não imagina a vida louca e cheia de reviravoltas que ela teve.
Seu nome verdadeiro é Aldina Rodrigues Raspini. Filha de italianos, ela nasceu em São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, onde passou sua infância e adolescência.
Mas o caso é que São José dos Ausentes era
muito pouco para aquela menina que sonhava em ser atriz, e ela, conforme foi crescendo, foi buscando maneiras de conseguir sair da casa de seus pais e ganhar o mundo.
Aldine acabou engravidando de seu primeiro namorado aos 16 anos de idade. Mas não estava madura o suficiente para ser mãe, e não segurou a barra: deixou seu filho com o marido e foi tentar a vida em São Paulo. Por conta disso, perdeu a guarda do filho, César, que acabou sendo criado pela família do pai dos 9 meses aos 7 anos de idade. Só quando seu marido morreu foi que ela conseguiu reaver a guarda do menino, que se chama César e tem hoje 47 anos, 3 filhos, e uma carreira como publicitário em São Paulo.
Aldine foi balconista, garçonete e modelo, mas vivia correndo atrás de figurações na TV Tupi, na esperança de ganhar algum papel numa das novelas da emissora. Mas esse papel que ela tanto queria nunca veio, e então, aos 24 anos, ela aceitou seu primeiro papel num filme produzido na lendária Rua do Triunfo, coração da Boca do Lixo, no Centro de São Paulo.
Estreou no filme “Clube dos Infiéis” (1974), dirigido por Cláudio Cunha. Quando soube que teria que ficar nua em cena, Aldine não se abalou, até porque nunca teve medo de mostrar seu corpo: “Tinha uma cena de sexo na estrada, e Cláudio disse que eu iria precisar tirar a roupa. Fui tirando, aí ele disse: calma, é só na hora da cena. Fiquei conhecida como a atriz que tirava a roupa e não chorava. Queria mais era pegar meu dinheiro e ir embora.”
O sucesso veio para Aldine como uma faca de dois gumes. Se por um lado, levantou a bandeira da liberação da mulher –- “Longe de me considerar uma Leila Diniz, mas sei que quebrei barreiras”--, por outro colocou-a na posição de mulher-objeto, o que não foi nada agradável para uma mulher livre como ela. E quando ela viu “Comecei a me sentir um pedaço de carne no açougue. Os homens me comiam com os olhos, então passei a me vestir como freira. Se alguém vinha falar comigo, eu dizia que não era a Aldine.”
Aldine participou de 40 filmes entre 1975 e 1985, e abandonou as pornochanchadas e dramas eróticos quando sentiu que tudo havia perdido a graça e ela estava se sentindo como um pedaço de carne no açougue. Por sorte, isso coincidiu com os primeiros convites para fazer Televisão, gerando a oportunidade que ela precisava para promover um redirecionamento drástico em sua carreira.
Fez teleteatro na TV Cultura. Participou de novelas como “Sassaricando”, “O Salvador da Pátria”, “Rainha da Sucata” e o remake de “Escrava Isaura”. Passou por praticamente todas as emissoras brasileiras, trabalhou em humorísticos com Chico Anísio e Tom Cavalcante e até fez parte do último remake de "Chiquititas" no SBT.
Depois que completou 40 anos de idade, Aldine Müller começou a sentir os convites para fazer TV ficando cada vez mais espaçados um do outro, e então sentiu que estava na hora de redirecionar sua carreira mais uma vez. Montou sua própria Companhia de Teatro e decidiu apostar uma série de comédias picantes muito bem sucedidas em bilheteria.
A grande vantagem da maturidade, para Aldine, é não ter que engolir sapos, como aconteceu em diversos momentos de sua carreira, e afirma com orgulho: "Hoje eu faço o que eu quero, ninguém manda em mim. Digeri todos os sapos que engoli ao longo da minha vida artística no cinema e na TV, e não me arrependo de nada, nem tenho vergonha do que fiz.”
Atualmente, Aldine Müller circula pelo Brasil com a comédia "O Virgem de 40.com", que virá a Santos neste próximo final de semana. Se você, assim como eu, é fã de longa data dessa moça espevitada de 63 anos de idade e está ansioso por vê-la novamente depois de todos esses anos, recomendo vir ao Teatro Guarany no próximo sábado, dia 19, às 21 horas.
Prepare-se para vê-la em excelente forma, tanto como comediante quanto como mulher.
PS: Entre 1975 e 2000, Aldine Müller posou para diversos ensaios fotográficos para STATUS, PLAYBOY E SEXY. A sessão de fotos que fez ao lado da amiga Zaira Bueno em Maio de 1983 é tida por muitos como o pictorial mais quente e mais ousado publicado pela revista em sua longa história no Brasil. E é com essas fotos maravilhosas que encerramos esse texto louvação a essa gauchinha sapeca e eternamente jovial.
A grande vantagem da maturidade, para Aldine, é não ter que engolir sapos, como aconteceu em diversos momentos de sua carreira, e afirma com orgulho: "Hoje eu faço o que eu quero, ninguém manda em mim. Digeri todos os sapos que engoli ao longo da minha vida artística no cinema e na TV, e não me arrependo de nada, nem tenho vergonha do que fiz.”
Atualmente, Aldine Müller circula pelo Brasil com a comédia "O Virgem de 40.com", que virá a Santos neste próximo final de semana. Se você, assim como eu, é fã de longa data dessa moça espevitada de 63 anos de idade e está ansioso por vê-la novamente depois de todos esses anos, recomendo vir ao Teatro Guarany no próximo sábado, dia 19, às 21 horas.
Prepare-se para vê-la em excelente forma, tanto como comediante quanto como mulher.
PS: Entre 1975 e 2000, Aldine Müller posou para diversos ensaios fotográficos para STATUS, PLAYBOY E SEXY. A sessão de fotos que fez ao lado da amiga Zaira Bueno em Maio de 1983 é tida por muitos como o pictorial mais quente e mais ousado publicado pela revista em sua longa história no Brasil. E é com essas fotos maravilhosas que encerramos esse texto louvação a essa gauchinha sapeca e eternamente jovial.
Ano | Título | Papel | Notas | Emissora |
---|---|---|---|---|
2013 | Chiquititas | Vera | 2013-2015 | SBT |
2007 | Dance, Dance, Dance | Ângela Garcia | Rede Bandeirantes | |
Show do Tom | Vários Personagens | Rede Record | ||
2006 | Cristal | Madre Montserrat | SBT | |
2004 | A Escrava Isaura | Estela | Rede Record | |
2003 | Jamais Te Esquecerei | Délia | SBT | |
1998 | Serras Azuis | Ilsa Paleólogo | Rede Bandeirantes | |
1997 | O Olho da Terra | Rosa | Rede Record | |
1996 | Quem É Você? | Cristina | Rede Globo | |
1992 | Escolinha do Professor Raimundo | Dona Flor | 1992-1995 | |
1991 | Estados Anysios de Chico City | Vários Personagens | ||
1990 | Rainha da Sucata | Ângela | ||
1989 | Cortina de Vidro | Judite | SBT | |
O Salvador da Pátria | Dinah | Rede Globo | ||
1987 | Sassaricando | Brigite | ||
1986 | Tudo ou Nada | Berta | Rede Manchete | |
1985 | Uma Esperança no Ar | SBT | ||
1983 | Razão de Viver | Rita | ||
Moinhos de Vento | Lídia | Rede Globo | ||
1982 | Casa de Pensão | Amélia | TV Cultura | |
O Pátio das Donzelas | Maya |
"Meu objetivo sempre foi ser atriz, desde que eu nasci. Na minha vila eu pegava, por exemplo, o filho pródigo, pegava lá da Bíblia, adaptava, preparava para o teatro, dirigia, atuava, cobrava bilheteria e entrava em cena. Então eu sou atriz desde que nasci, entendeu? Não tenho, nunca tive vontade de fazer outra coisa. Fora que as pessoas nem sabiam o que era arte, era uma vila, mas eu devo isso muito a uma professora, professora de ginásio, que me incentivou muito, ela era uma alemã, uma pessoa muito especial, professora Nilza, ela era diretora. Ela me chamava para ir para a casa dela, ler Shakespeare com a filha dela, e eu adorava, porque não tinha amigos em casa, então imagina você entrar em um mundo o qual você desconhecia completamente, e a gente começa a brincar lá e a fazer teatro."
"O Khouri tinha uma coisa, ele realmente tinha uma adoração com as mulheres. Com o Jean Garrett foi muito bom, fiz trabalhos muito melhores com o Jean do que com o Khouri, porque com o Khouri eu era sempre uma das "Khourietes", eu nem tinha muito destaque, mas com Jean eu tinha, eu era protagonista AA, né? Mas era um prazer trabalhar com o Khouri, porque ele ficava ali babando o seu ovo. Para uma mulher que é jovem, que está começando, ter um cineasta ali, que é um cara culto, que sabe o que está fazendo, que não brinca em serviço, e aí fica ali te reverenciando. Tanto que tem uma grande maioria de atrizes que trabalharam com ele e se apaixonaram por ele, tiveram um caso com ele. Porque ele era muito sedutor como pessoa, e como pessoa ele levava, ele conseguia tirar da atriz o que ele queria, porque ele ia naquela sedução “você é linda, você é maravilhosa, coloca lá, olha, olha, eu não gosto da ponta daquele vestido”. Ele tinha uma coisa de perfeição com a atriz, era muito bacana trabalhar com ele, foi bacana, eu fiz três filmes com ele."
"O Carlão Reichenbach era uma paz, né? É difícil essas coisas, de você ter novamente essas pessoas, Carlão era uma paz, era um talento, deixou coisas maravilhosas. Na verdade ele trabalhou mais comigo fazendo iluminação. Dirigida por ele eu fiz um filme, em que eu fazia uma mulher nervosa que vai transar com o cara e ele era broxa. Aí ela fala “o que está pensando? Tá pensando o quê? Você está pensando que eu vim aqui só para te fazer gozar?”. E dá uma porrada no cara."
"Um filme que eu gosto muito é "A Noite". Precisava ver com outros olhos agora para ver como está, se eu estou à altura do elenco, eu não sei, não me lembro, porque quando você vê com bastante distanciamento... Eu me lembro que o Gilberto me falava “olha, ela está sempre, é como se ela estivesse sempre muito delgada, muito fora do ar, muito louca”. E eu não sei se consegui passar isso, não me lembro, realmente nunca mais vi esse filme. É baseado numa obra do Érico Veríssimo"
"Eu gosto, adoro fazer televisão, mas para você ficar na Globo você tem que ficar meio morando no Rio, eu morei por um período lá, mas nunca me dei muito bem morando no Rio. E aí eu fui ficando aqui, fui ficando, eu amo morar em São Paulo, e daí não priorizei. Agora eu quero ver se volto, mas tem outras coisas também que eu quero lançar, uns projetos que eu não posso falar, mas que estão ligados à televisão, ao rádio. E tem muita coisa que eu já fiz, eu já fui apresentadora em um programa da Record, em Campinas. Eu gosto muito da coisa com enredo, com bom humor, e eu me dou bem nessa área."
"Eu sou uma atriz e na televisão eu queria fazer mais novela, então quando eu fazia humor não é que eu não dava o devido valor, é que eu não achava que eu era humorista, eu achava que estava meio como umas daquelas meninas que estavam para enfeitar o programa, entendeu? Eu podia ter feito melhor. Uma coisa é que eu não me arrependo de nada, acho que tudo foi dentro do tempo, eu fui uma pessoa que demorou para amadurecer, talvez, profissionalmente, mas foi maravilhoso."
"Eu acho que a mulher que fez uma revolução, é inegável, é a Leila Diniz. Eu acho que segui o caminho da Leila, embora ela fosse uma pessoa melhor preparada, politizada. Ela é realmente a grande diva do cinema brasileiro, uma pena que ela foi embora tão cedo, de uma forma tão trágica."
LEVA UM CASAQUINHO RESERVOU
PARA OS FÃS DE ALDINE MÜLLER
NADA MENOS QUE ONZE DE SEUS FILMES
RODADOS NOS ANOS 1970 E 1980,
QUANDO ELA ERA UMA DAS GRANDES ESTRELAS
DO CINEMA DA BOCA EM SÃO PAULO,
ALÉM DE UMA ENTREVISTA MUITO SIMPÁTICA
PARA RONNIE VON NO "TODO SEU"
ENJOY...
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