Essa impedida
Mercearia jamais se isentaria, em qualquer momento e instante, de colocar os
‘pingos nos “i”s’.
Não que seja uma
missão... longe disso. Mas há de se questionar em qual ponto a maionese
desanda.
Erros de
leitura? Talvez... pode ser. Há determinados momentos da vida que o ‘trem’ foge
da sanidade.
É meio um
‘pe-re-rê’ de certo ponto em diante. O que leva alguém a agir da forma que age?
‘Em tese’, há
uma avalanche de explicações. É possível afirmar que ‘há explicação para tudo’.
Há explicação para tudo?
Nem sempre...
Pode até ser
explicado, mas não justificado. Ou pode ser justificável, mas a quantidade de
‘livre-associação’ detona qualquer espírito humano.
A coisa cai no
‘disse-me-disse’ e novamente estamos às voltas com a improbabilidade de medidas
tomadas a toque de caixa diante de uma deliberação débil, claudicante e, pior,
sem se saber, ao certo, como andam as coisas em certa paragem.
“... eu acho que
é assim...”, e pronto! Algo bem perto da insanidade.
A coisa do
diálogo, o famigerado ‘sentar “pra” conversar’, saber o que de fato anda
ocorrendo, é belo enfeite discursivo, mas nem um pouco aplicável, de fato, na
vida real.
Haveria
explicação para tudo... ou quase tudo...
Em geral, quase
todos nós buscamos autonomia, e quanto mais ‘corremos atrás’ dela, a impressão
que fica é a de que menos a temos.
Via de regra,
temos a nítida impressão de que sabemos onde fica a ponta de nossa próprio
nariz. Bom... de ilusão também se vive. O fato é que, diante do improvável,
fica difícil saber onde está a ponta, e onde estaria, de fato, o nariz.
O que faz alguém
agir da forma que age é ainda grande mistério. Há explicação... até... mas bem
pouco fornida sequer de uma ilogicidade perfeitamente humana.
Enquanto isso,
seguimos no duelo entre o mundo real e o ‘estado clínico’, como diria Deleuze.
A ode de todo-o-santo-dia: tentar seguir adiante diante de iminente pancada.
É fato também
que a vida quase sempre se constitui de tudo aquilo que acreditamos ser
‘inconfessável’. Nem sempre é de bom tom ‘... tocar em certos assuntos’, ou
agir com alguma franqueza em momentos –chave. “... há hora ‘pra’ tudo...”,
diziam os antigos.
Só que, nessa,
as coisas ganham contornos que ficam bem além do simples ‘dramático’ da coisa. Quando
menos se espera, o ‘crônico’ avança galopante campo adentro de tal maneira que
uma reversão de quadro se torna profundamente impossível.
Era até simples,
mas... ‘como é de boa etiqueta não tocar em certos assuntos’, salvamos a
própria pele e toca-se, de um certo ponto em diante, uma espécie de “...
foda-se o resto!”.
Enfim, um
princípio humano lapidar...
Até haveria uma
certa preocupação diante de certos quadros que se desenham diante de nós,
mas... o que fazer?!
Aquela velha
história: achar o ponto certo de se dizer, de falar, ou agir em conformidade
daquilo que é (ou seria) o mais saudável é a ‘arte do barulho’.
E, assim, as coisas
vão se repetindo. Como diz o querido Nívio Mota: “... o mais da mesma coisa”.
Nada sai muito do lugar. Quando vemos, a força que se precisa para sair de
certas instâncias chega a ser tripla, quádrupla... um inferno de processo.
Uma força
sobre-humana para se tentar imprimir um ciclo novo às coisas. O que fica pelo
caminho é uma sensível e terrível perda: afinal, nada precisaria ser realmente
desse modo.
Entre os que têm
coragem, surge essa súplica: compra-se chão! Porque a falta dele costuma ocupar
a maior parte do tempo.
Paga-se bom
preço.
Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
mas vive mesmo é de escrever e traduzir.
É avesso a hermetismos
e herméticos em geral,
e escreve semanalmente em
LEVA UM CASAQUINHO
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