Na velha Irlanda, certa feita insuflaram William Cakes como um grande lutador. Puseram-no ao centro de um teatro de arena para lutar com dez inválidos de uma vez. O primeiro, numa cadeira de rodas, atacou William Cakes abertamente. Levou uma traulitada tão forte no quengo que a cadeira empenou. Depois foi a vez do cego Pew, que avançou esmurrando William. Este se esquivou, imobilizou o cego e o fez comer terra. Depois foi o infante Rubens que, apesar da pouca idade e preparo pra luta, destemido enfrentou Cakes. Foi humilhado, o herói tirou-lhe o doce como se faz a uma criança e ainda meteu-li um soco no Figueiredo.
Assim William Cakes destruiu um a um aquele exército de Branca Leone, composto de guerreiros infames, fracos que qualquer idiota derrotaria com um pé atrás. O povo revolucionário da Irlanda, sem embargo, o festejou como o novo líder, o único capaz de encabeçar a luta.
Enquanto isso, Michael Collins, que havia derrotado em jogo limpo o estado maior da repressão irlandesa, continuava preso, à custa de uma emboscada, e aguardava sua sentença de morte.
Germano Quaresma, ou Manuel Herzog,
nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.
Criado na cidade de Cubatão,
trabalhou na indústria química
e formou-se em Direito.
Estreou na literatura em 1987
com os poemas de "Brincadeira Surrealista".
É autor dos romances
"A Jaca do Cemitério É Mais Doce" (2017),
"Dec(ad)ência" (2016), "O Evangelista" (2015)
e "Companhia Brasileira de Alquimia" (2013),
além dos livros de poemas
"6 Sonetos D’amor em Branco e Preto" (2016)
e "A Comédia de Alissia Bloom" (2014)
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