PAUL
KLEE O POEMA
O
prazer do conjunto
condensação
essencialidade
na
estilização infinita do traço liberto do rebento
método
mítico
[
somos poucos quando não sentimos ]
aparente
solidez sujeito-objeto
onde
nada se explica
explicar
é falho
pouco
tudo
se sugere
água
do rio
nenhuma
vacuidade
dualidade
toda
fluidez interdependente
toda
oferta aos sentidos
como
pegos em flagrante
tal
prisma em teu parapeito
onde
exista vida
além
desse barulho
refratar
refletir
sem
da linha ao ponto
rígido
sem
vezo
arremesso
pólen
arborescendo
abstraindo
ao cerne
tudo
no instante
fértil
traço
cor
motivo
amanhece
nem
começo
nem
término
noutra
linguagem
Poeta, contista e crítico literário,
Flávio Viegas Amoreira é das mais inventivas
vozes da Nova Literatura Brasileira
surgidas na virada do século: a ‘’Geração 00’’.
Utiliza forte experimentação formal
e inovação de conteúdos, alternando
gêneros diversos em sintaxe fragmentada.
Participante de movimentos culturais
e de fomento à leitura, é autor de livros como
Maralto (2002), A Biblioteca Submergida (2003),
Contogramas (2004) e Escorbuto, Cantos da Costa (2005).
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