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CANCELADO NA CHINA
minissérie
em três episódios
CAPÍTULO
I
Há
um ano estive num festival internacional de poesia em Buenos Aires onde
brilhei, lacrei e seduzi como um notável poeta tupiniquim socialista e defensor
das causas humanas mais clementes. Fiz contatos com pessoas excepcionais, das
quais inclusive me tornei amigo, indo depois visitá-las em seus países, e mesmo
recebi outros tantos poetas aqui. Na paleta de nacionalidades poéticas havia
argentinos, óbvio, uruguaios, norteamericanos, mexicanos, espanhóis,
portugueses, italianos. Não vou mentir que foi ali que travei contato com a
China, mas foi a partir dali que me procurou a poeta Sun Lee Ming (o nome é
fictício, a história, verdadeira), amiga de um amigo holandês. Escreveu-me num
inglês que não sei dizer se impecável ou precário, mas que permitia ao meu reduzido
conhecimento deste idioma compreender o que desejava comunicar. Para mais que
isso, fazia o obséquio de enviar o mesmo texto em espanhol, idioma que também
dominava. Desgraçadamente nada sabia do português.
Nunca
havia conhecido uma poeta chinesa, o que me interessou deveras. Sun Lee
explicava (li-o tão somente em inglês, para testar meu poliglotismo, ignorei o
texto em espanhol) que fazia um importante trabalho de divulgação internacional
da poesia, tal e qual todos nós que estivéramos no congresso portenho, onde não
pudera ir, lamentavelmente, mas que fazia parte da rede e, neste sentido, teria
imenso prazer em traduzir ao mandarim alguns dos meus poemas, e que também eu o
fizesse para o português em relação aos seus.
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