Monday, August 21, 2017

CALLING DOCTOR LOVE: HIGIENE SENTIMENTAL PARA UMA VIDA SEXUAL SAUDÁVEL E SUPIMPA (#45)



Caro Dr. Love:
Sou empresária, possuo uma pequena rede de perfumarias, e me considero realizada profissionalmente no meu trabalho. No entanto, desde pequena eu descobri que tinha mais facilidade em lidar com o mundo masculino se utilizasse com os homens da minha vida técnicas sexuais tão austeras quanto as adotadas por minhas professoras na escola. Então, um belo dia, tive um insight curioso: sempre que eu palestrava diante de um grupo num auditório ou numa sala, eu sentia um tesão incontrolável, daí resolvi alugar uma sala grande num conjunto comercial e mobiliá-la como uma sala de aulas só para poder realizar meus encontros amorosos num ambiente plenamente excitante (para mim, é claro). O problema é que nenhum dos rapazes que eu normalmente arrasto para lá aceita trepar numa sala de aula por muito tempo, e logo quer seguir para um lugar mais confortável -- e sempre que isso acontece eu me vejo obrigada a encerrar o romance. Porque será que eu não consigo sentir prazer trepando em lugares adequados para isso? O que você poderia fazer por mim, Dr. Love?
(Pssora do Amor, Diadema SP)
   
Cara Pssora do Amor:
Apesar desse papo de empoderamento feminino
estar muito na moda nos dias de hoje,
eu, se fosse você, não levaria assim tão a sério,
pois isso pode prejudicar qualquer
eventual troca com algum parceiro,
e acabar virando uma relação unilateral.
Quer um conselho de amigo?
Fume um baseadinho antes de trepar.
Ou então beba duas ou três taças de vinho,
ou dois shots de uma boa cachacinha mineira,
para reduzir a tensão na hora de ir para a cama
e se permitir ser comida, só para variar,
pois pelo que estou entendendo
quem come o parceiro é sempre você,
nunca o contrário -- estou correto?
Experimente dar, só para variar um pouco.
Se não conseguir dar, procure um terapeuta
para tentar descobrir a raiz desse bloqueio emocional.
Desejo a você boas fudelanças, dê bastante e boa sorte!



Caro Dr. Love:
Tenho 45 anos, sou casada há 19 anos, e sou dona de um canil e de várias pet-shops. Optei ainda muito jovem por não ter filhos. Na verdade, nem sei se foi uma opção, pois nunca tive essa coisa maternal muito aflorada em mim, mas fui feliz e plenamente satisfeita mesmo assim, ao longo de todos esses anos. Alguns meses atrás, no entanto, uma golden retriever do meu canil estava prestes a dar a luz a uma ninhada enorme, e teve complicações durante o parto, vindo a falecer. Os dez filhotes da ninhada sobreviveram, mas exigiram um cuidado todo especial da minha parte durante várias semanas. Consequentemente, eles me adotaram como uma espécie de mãe para eles, e não desgrudam de mim. E eu, que nunca tive meu instinto maternal pulsando, sinto alguma coisa acontecendo comigo em decorrência do afeto desses cachorrinhos, um sentimento extremamente confuso, mas intenso. Como já tenho 45 anos, estou em flerte aberto com a menopausa e sei que o risco de nascer uma criança com Down por conta de todos esses fatores não é pequena, nem cogito em fazer Inseminação Artificial, e também não quero adotar pois tenho medo de sequelas decorrentes de pais e mães usuários de crack. Mas, voltando aos cachorrinhos, o caso é que eu morro de tesão quando esses cachorrinhos se agrupam em cima de mim e começam a me lamber. Um dia desses gozei enquanto eles faziam isso. Não sou adepta da zoofilia, tenho verdadeiro horror a isso, mas confesso que fiquei impressionada com o que eu senti naquele momento. Seria eu uma pervertida sexual, Dr. Love?
(Lassie Doggie Dog, Angra dos Reis RJ) 


Caro Lassie Doggie Dog:
O que você sentiu é plenamente natural.
Animais permanecem na fase oral
praticamente a vida toda.
O que para nós é inadequado,
para eles é extremamente natural.
O que não é aconselhável é você permitir
que o animal penetre em você,
ou que um parceiro penetre em algum animal,
se bem que na roçar esse tipo de intercurso sexual
é muito comum e praticado sem restrições.
Enfim, curta seus cachorrinhos que eles vão crescer rápido,
e dê todo o carinho que achar que eles merecem.
E se por acaso eles devolverem esse carinho
na forma de tesão, não hesite e goze bastante. Você merece.
Desejo a você boas lambidas, bons orgasmos e boa sorte!


Caro Dr. Love:
Estou estarrecida. Estou mexendo nas recordações de meus pais, falecidos ano passado num acidente automobilístico aos quase 70 anos de idade, e descobrindo coisas do arco da velha. Uma das minhas descobertas é que os dois eram swingers nos Anos 70, e mantinham registros fotográficos dos casais com quem se relacionavam, todos devidamente preservados. Outra descoberta, que me doeu no coração, foi encontrar muitas fotos de mamãe na cama com outras mulheres e outros homens e -- ai, Meu Deus! -- papai sendo enrabado por travestis e por umas bichonas musculosas. Mas tem um lado engraçado também, que eu já conhecia e não me surpreendeu. Papai e mamãe adoravam pregar peças em velhinhos em praças: o mamãe surgia nua usando apenas um sobretudo, escolhia alguém distraído sentado em algum banco e o abria, enquanto papai flagrava o susto com uma câmera fotográfica, e a seguir os dois saíam correndo... Gostaria de mostrar algumas dessas fotos para meus irmãos, mas acho que vou acabar maculando uma imagem cristalizada que ficou deles dois depois do acidente. O que eu faço, Dr Love?
(Filha do Casal do Babado, São Paulo, SP)

Caro Filha do Casal do Babado:
Quer um conselho?
Guarde as fotos para você.
Mostre apenas para familiares
que venham a achar engraçado
as situações em que eles se meteram,
e que não sejam puritanos.
Vai por mim, é melhor assim.
Fotos como essa podem provocar
uma comoção familiar inadministrável,
e você pode sair machucada nessa história.
Desejo a você bom senso, boas gargalhadas e boa sorte!





Odorico Azeitona vem escrevendo
sobre putaria e sacanagem
para LEVA UM CASAQUINHO
desde o início de 2014.
Expert gabaritadíssimo nesses assuntos,
decidimos convidá-lo para assinar
uma coluna de aconselhamento sexual
para nossos leitores mais atrapalhados.
Odorico não só adorou a ideia
como rapidamente se transformou
no conselheiro sexual menos ortodoxo
do lado de cá do Equador:
DOCTOR LOVE



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