Neste
domingo, dia 11, meu neto Lucas completou apenas três meses de vida. Claro,
tudo indica uma festa: um garoto forte, bonito, saudável, cercado de todo o
carinho do mundo e feliz. Dizem até que tem a cara do avô, particularmente no
branco dos olhos. Mas o que me assusta, pensando nele e no seu irmão, João, o
melhor presente que um homem pode imaginar, é o futuro que vou deixar para os
dois. Ou melhor, onde é que a minha geração errou na construção deste sofrido
País, especificamente na área moral.
Ao
longo desta semana que passou, os casos foram se repetindo no noticiário dando
medo até o cafute. A Ministra Raquel Dodge, procuradora Geral da União, dona
dos olhos mais bonitos do País, não parece ter a mesma beleza em suas decisões.
Decidiu permitir que o processo contra Temer seguisse em frente, colocando
a Constituição Brasileira (lembre-se, o
mantra de nossa democracia) em segundo plano. Não se trata de defender |Temer,
ele não merece pela incompetência e mau caratismo. Trata-se apenas de seguir a
lei e o que está escrito no livrinho: no artigo 86, parágrafo 4, fica
especificado que “o Presidente da Reública, na vingência de seu mandato, não
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.
Mais claro impossível.
Não
se discute aqui se é bom ou ruim. Na minha modesta opinião, seja presidente ou
não, crime cometido, crime pago. Mesmo que isso possa causar qualquer
desconforto ao País. Porém, não posso aceitar que uma mulher da competência de
nossa querida Raquel Dodge (mas que olhos ela tem...!), possa encontrar uma
saída legal para justificar sua atitude, mesmo considerando que o velho ditado
, “cada cabeça uma sentença”. Sim, todos sabemos que a leitura nos leva a
interpretar, sonhar, criar, mas, no caso, está tão claro que acaba levantando
suspeitas, como se houvesse algo por trás de tudo isso. Ou não?
E
fica a pergunta, que Brasil terão Lucas e João? Sinceramente, chego a ficar
assustado. Temos juizes que ganham fortunas mas exigem adicional moradia, mesmo
vivendo nas comarcas onde trabalham. Chegam ao desplante até de fazer
manifestações públicas e ameças de greve! Outros juizes, das instâncias mais
elevadas, soltam aqueles condenados nas
estâncias inferiores, numa festa de HCs, que surpreende qualquer um. E, para completar
a loucura, políticos invadem o gabinete da presidente do Supremo Tribunal
Federal, Carmem Lúcia, exigindo que se
mude a lei para favorecer um indivíduo que foi condenado em duas instâncias,
sempre por maioria indiscutível. Onde estamos?
Mas
as coisas não param por aí. Chegamos a um nível de inversão de valores
inacreditável. Com a decisão de Temer em intervir na segurança do Rio de
Janeiro, o País quase incendeia com as maluquices que, tanto a esquerda como a
direita, deitaram em falação sem nexo. Instituições importantes (até então...)
como a OAB, Anistia Internacional, os chamados partidos progressistas e as
entidades que vivem de levar dinheiro do governo para “salvar os pobres e
inocentes”, sentiram-se insultadas com a ação do Exército, que revistou mochila
de crianças, fotografou pessoas para um cadastro, pediu documento para todo
mundo, plantou barreiras nas subidas dos morros e outra ações. Assim, do nada,
bandido passou a ter imunidade e o Exército passa a ser o bandido! Mortes?
Somente duas opções: responsabilidade da polícia ou bala perdida. Difícil,
muito difícil...
Por
outro lado, a direita insandecida volta a levantar a bandeira da intervenção
militar em todo País. Sonham em ver generais assumindo o comando, colocando
todos citados em delações ou envolvidos em gatiunagens, indiscriminadamente, na
cadeia. Esse pobres infelizes não tem a menor ideia do que significa uma
ditadura, seja de direita ou esquerda. É preciso explicar para esse povo
intransigente que nem direita e nem esquerda são ruins. Cada uma tem sua visão
política e se encontram coisas boas dos dois lados. A Democracia deixa bem
claro que sem contraditórios não se chega a lugar nenhum, e também fica-se
marcado passo quando não se senta e se discute, procurando sempre o bem estar
comum.
Se
há algo que deve ser colocado de lado é o passionalismo partidário. Se há algo
que se deve colocar de lado são os mentirosos. Se há algo que se deve colocar
de lado são os lídreres messiânicos. Se há algo que se deve colocar de lado é a
insegurança jurídica. Se há algo que se deve deixar de lado são os privilégios.
Se há algo que deve ser deixado de lado é a intransigência.
Nestes
dias que parecem anteceder tempos inquisitórios, basta ter um pensamento
diferente e você será enquadrado como fascista, direitista, golpista,
comunista, ateu e toda sorte de qualificativos. Some-se a isso, os defensores
das “vítimas da sociedade burguesa e opressora”, que podem assaltar, assassinar,
mesmo na frente de uma muiltidão, que serão tratados apens como suspeitos,
nunca como criminosos. Repremidos pela Polícia, fatalmente os policiais serão
taxados de “usar excesso de força”, mesmo diante de armas letais, como um fuzil
AK-47, o mais querido de 10 em cada 10 marginais. Respeitar e fortalecer as
Instituições é um dos principais fundamentos democrátios. Há corrupção na
polícia? Vamos nos unir e limpar, sem confundir a instituição com o marginal.
Esse é um detalhe importante.
Só
com muita discussão sadia (lembrem-se, o contraditório é importante...), com
uma luta insana contra a corrupção, com punição dura e definitiva aos marginais
(com ou sem colarinho branco) conseguiremos iniciar um novo País, uma nova
vida. Não será com a defesa de marginais, com as mudanças de leis ao vento e
aos interesses que chegaremos no futuro.
A resistência às mudanças, talvez seja o maior entrave para que o país mude.
Mas espero, sinceramente, que meus netos
João e Lucas, e, claro, todos os netos do país, tenham, pelo menos, uma boa
base para que a construção não despenque aos pedaços, como são os prédios do
Minha Casa Minha vida...inté.
Para
a direita e a esquerda pensarem:
“Marechal
Stálin, eu acaredito que Deus está do nosso lado. Pelo menos fiz tudo que podia
para fazer d”Ele um aliado fiel”, Winston Churchill.
“E
o demônio está do meu lado. Pois, todos sabem, é claro, que o demônio é
comunista e que Deus, sem dúvida, é um verdadeiro conservador”, Josefn Stálin.
Esse
diálogo aconteceu na Conferência de Teerã, final de outono na Europa, novembro
de 1939. Espero que ambos os lados tenham evoluído em seus pensamentos...
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