Não será nada fácil para a nova administração
brasileira, agora sob o comando do capitão Bolsonaro, tocar em frente todas a
necessárias mudanças na economia. Tanto que, numa forma de revolta subliminar, deputados
de vários partidos já lançam torpedos contra as reformas tão necessárias para
que este País saia de sua inércia.
E o cinismo desses deputados chega a níveis tão
descarados e cínicos que assustam: falam claramente que dificilmente apoiarão a
reforma da Previdência, por exemplo, sem que não haja uma contrapartida, usando
a impopularidade da reforma como moeda de troca. Uns canalhas.
Segundo esses deputados, só há uma maneira de tocar as
reformas: os partidos precisam ser ouvidos e receber, proporcionalmente, o que
tem de direito, como se nossa política fosse um pedaço de carne a ser
repartido. Argumentam, Pasmem!, não encontrarem motivação suficiente para
aprovarem uma proposta tão importante e tão rejeitada pelo eleitorado! Só há
uma saída: a troca por alguma coisa, no caso cargos e dinheiro.
A situação ficou mais complicada à partir do momento
em que o capitão Bolsonaro resolver entregar três cargos importantes para o
DEM-Democratas, um partido que quase foi aniquilado pelo PT e que agora volta
ao cenário político com toda força. Mas, fazendo justiça, o DEM nem foi
consultado para a entrega desses cargos. Foram personagens escolhidos a dedo
pelo presidente eleito, escolhas pessoais e que, segundo ele, seguiram questões
de competência, nada além disso.
Fica claro, portanto, que o toma lá dá cá parece um
câncer colado à política brasileira como tatuagem de péssimo gosto. O mundo
mudou, as pessoas mudaram, o eleitorado brasileiro –para o bem ou para o mal-
demonstrou sua ânsia de mudanças nas urnas e meia dúzia de políticos ainda
insistem nesse hábito terrível. Até quando seremos obrigados a conviver com
esse tipo de política velho, carcomido, sujo?
Chegou o momento de enterrar certos mitos que vem nos
atrapalhando pelos séculos. Esse negócio de afirmar que privatizar é de direita
ou intervir no mercado é de esquerda; priorizar o mercado internacional é de
direita, combater a desigualdade de renda é de esquerda, não passam de jargões
políticos muito úteis no horário de propaganda eleitoral. Mas bem pouco úteis
na hora de tocar um País em frente. Durante a Ditadura Militar, considerada de
direita, o mercado sofreu intervenções sempre que o ditador de plantão decidia.
E a maior onda de privatizações foi com FHC, um social democrata, portanto de
esquerda.
Na realidade, o que interessa é o ajuste e aplicação
de uma política econômica que atenda ao País; que torne a vida de todos mais
fácil e que leve a Nação para um bem-estar geral. Sempre é bom lembrar que o
dinheiro tem duas qualidades fantásticas: não leva desaforo para casa e nem tem
cor ideológica. Fica claro, portanto, que direita e esquerda servem apenas para
disputar poder, mas a economia deve ser levada com seriedade, dentro das
necessidades que o País exige.
O Brasil, por exemplo, enfrenta uma crise fiscal
histórica. E 10 entre 10 economistas de plantão consideram que as reformas da
Previdência, trabalhista e Tributária são a única saída para se tentar
equilibrar as contas lá por 2023. Sim, crianças, lá por 2023, ou seja, dentro
de uns 5 anos. Isso se essas reformas forem aprovadas ainda este ano! Como sair
desta enrascada? Apenas com sacrifício, muito sacrifício. Não serão as teorias
de Marx ou de Keynes que irão alterar o panorama tenebroso que enfrentamos. Ou
une-se o País e vamos todos colocar uma só camisa, ou iremos, todos em
uniformes diferentes, para o mesmo buraco.
Não dá mais para conviver com bancada da bala, a
bancada ruralista, a bancada evangélica, a bancada católica, a bancada seja lá
do que for. Gostaria de saber quando teremos a bancada do Brasil, a única que
realmente interessa. Esse negócio de cada um puxar a sardinha para o seu lado é
política superada, enterrada e sepultada.
E, finalmente, acabar definitivamente com esses
políticos do tipo Dalário Beber, senador por Santa Catarina, do PSDB, que,
cinicamente, tentou baixar de 8 para 3 anos a proibição de ocupar cargos
públicos dos políticos corruptos pegos na Lei da Ficha Limpa, a única lei
popular aprovada. Um País, para chegar ao seu destino, precisa respeitar as
leis. Sujeiras como essa desse senadorzinho não levam a nada. Um político que
nunca aprovou nada e que vive às nossas custas a um custo altíssimo. Mais um
que o eleitorado esqueceu de defenestrar...Adiós.
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