No
escuro d'alma não fazem lume
Embora
eu bem tente, nada existe
Que
vá desbastar todo o negrume.
Não
sou odioso, e nem o ciúme,
O
orgulho, ou o fato de eu dar-me aos chistes,
Nada
alivia, não há o que aprume,
Devo
aceitar tal sina: sou triste.
Mesmo
se aparecer alguém que ame,
Que
à minha vida proponha ajuste
Virá
a tristeza que me consome
Decretar
pra todo bem que: "Baste!"
Mesmo
que encontre o verso que rime
Tentando
um Norte, só irei pra Oeste -
Não
há Oriente pra mim. I'm lost.
Tristeza
mora em meu peito. E geme.
SONETO
DO APOCALIPSE
Jesus
subiu num pé de goiaba
Judas
subiu foi num pé de figo
Pra
se enforcar. Quando vim a naba
No
cu do Bozo e dos seuzamigo
Quero
nem ver, que esse mundo acaba
Vou
rir do azar dos meuzinimigo
Anjo
Miguel pega eles e enraba
Com
areia no cu - mais num digo.
O
bicho vai pegar presses puto
E
o mais legal é que é tudo crente
Mais
pra mim eles é do cu quente
Tem
uns comportamento dissoluto
Eles
quer bíblia e odeia alcorão
Trai
o país e fode os irmão.
Germano Quaresma, ou Manoel Herzog,
nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.
Criado na cidade de Cubatão,
trabalhou na indústria química
e formou-se em Direito.
Estreou na literatura em 1987
com os poemas de Brincadeira Surrealista.
É autor dos romances
A Jaca do Cemitério É Mais Doce (2017),
Dec(ad)ência (2016), O Evangelista (2015)
e Companhia Brasileira de Alquimia (2013),
além dos livros de poemas
6 Sonetos D’amor em Branco e Preto (2016)
e A Comédia de Alissia Bloom (2014).
Este é seu mais recente trabalho publicado:
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