Wednesday, October 14, 2015

ENTENDA PORQUE O POLONÊS "IDA" GANHOU O OSCAR 2015 DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO

por Sérgio Prior
para www.setimaarte.iron.com.br



Anna (Agata Trzebuchowska) vive num convento de freiras desde que se conhece por gente. 

Às vésperas de fazer seus votos de freira é comunicada pela madre superiora que ela tem uma tia, Wanda (Agata Kulesza), e que ela deve visitar a tia de imediato. 

O conhecimento do mundo fora do convento inexistia para Anna. 

A jornada que está prestes a se iniciar vai ser decisiva para os rumos que sua vida irá tomar. 

O período de transição não se restringe à vida de Ida, já que a trama se passa na Polonia dos anos 60, período em que o país ainda vivia alguns fantasmas relativos à ocupação nazista na segunda grande guerra e o regime comunista então vigente.


As descobertas de Ida são inúmeras, mas uma das principais é de que seus pais eram judeus. 

Com a ajuda de sua tia, que havia sido uma juíza das mais severas em defesa do estado polonês e do comunismo, e que se encontrava então aposentada, vai em busca do local onde seus pais estariam enterrados. 

Anna fica sabendo que o nome escolhido por seus pais fora Ida. Tia e sobrinha fazem um road movie psicológico. 

Wanda, que outrora fora uma "carrasca", tem uma visão pessimista da vida, do regime, e o que é pior, dela própria. 

Já Anna/Ida está em processo de decisão para onde irá encaminhar a sua vida.


O filme só poderia ser rodado em preto e branco, assim fica sublinhado o aspecto psicológico dos personagens e político. 

O oásis do filme fica por conta do grupo de jazz que toca "Naima", de John Coltrane, num final de noite, num boteco. 

Oásis numa época e em personagens que em muito ainda sofriam com as cicatrizes que a história de suas vidas, da história de seu país (holocausto/comunismo) ainda permaneciam longe de estarem fechadas.


IDA
(Ida, 2013, 82 minutos)

Direção e Roteiro
Pawel Pawlikowski

Elenco
Agata Kulesza
Agata Trzebuchowska
Halina Skoczynska
Joanna Kulig




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