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Gostoso é gostoso mesmo

As caipirinhas da creperia Madame Chita, em São Miguel do Gostoso, Rio Grande do Norte, são tão coloridas e irresistíveis como a sua proprietária, Rosana Carneiro
Por Cristina Ramalho / Fotos: Ana Ottoni
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– Eu ficava sozinha aqui, isso aqui era uma porrrtinha – ela conta, já rindo antes de terminar a história, o erre carregado lá de Ribeirão Preto, a voz rouca, extensão natural do eterno cigarrinho nas mãos.
Toma mais um gole da cerveja.
– Amiga, isso aqui era um deserto. Eu estava tomando minha cerrvejinha quando parou um jipão amarelo, e desceu um homem… Homem não, ô bem, aquilo era dois metros de homem, não acabava nunca, uma maravilha. Eu me ajeitei, escondi a cerveja embaixo do balcão, fui abrindo um sorriso, sabe a-que-le sorriso?  Ele perguntou: “Você vende bebida?” ­– Sim, claro, você quer uma caipirinha, uma cerrveja? E ele: “Tem Toddynho?”
Pausa. Ela faz uma careta. – Ah, tenho cara de quem vende Toddynho?
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Tempere seu Gim ou Porto Tônica com especiarias, pimentas e frutas

É fácil criar um drinque bem diferente e aromático à base de tônica: veja o que há de bom no armarinho de temperos ou pense seriamente nisso na próxima visita ao mercado
Por Sergio Crusco
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Porto Tônicas charmosamente aromatizados e servidos em potinhos na Tasca da Esquina
Em Portugal e na Espanha é uma sensação: mercados descolados vendem kits lindos para incrementar o seu Gim ou o seu Porto Tônica. São caixas luxuosas com vidrinhos de especiarias, flores e chás que dão aquele twist todo especial ao drinque. Quem gosta desse tipo de coquetel quase não resiste. Mas aí você pensa no preço (os mais caros estão na faixa dos 50 euros), no perrengue que vai ser transportar a caixa e finalmente lembra que por aqui existem maravilhas como a paulistana Zona Cerealista, onde é possível comprar tudo fresquinho e a granel.
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Pirajá lança Cachaça Velha Guarda e novas caipirinhas no cardápio

Criada em Paraty e envelhecida por dois anos em carvalho, a Velha Guarda chega chegando, para ser provada pura ou em quatro novas receitas de caipiras no boteco paulistano
Por Sergio Crusco
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Nova cachaça e novas caipirinhas do Pirajá: Velha Guarda, Baile de Gala, Brigar Pra Quê? e Doce Ilusão
Quando o bar paulistano Pirajá lançou sua primeira cachaça exclusiva e branquinha, a Pirajá Santo Grau, em 2013, já se imaginava um upgrade. Eduardo Mello, da destilariaEngenho D’Água, em Paraty, estava de mangas arregaçadas preparando a irmã mais velha, uma pinga adormecida durante seis meses em tonéis de amendoim e por mais dois anos em carvalho francês velho. Essa semana a Pirajá Velha Guarda Santo Grau veio à luz, levemente dourada, com notas de baunilha e perfeita para o preparo de coquetéis. “O carvalho antigo amacia a cachaça e não confere tanta cor, a bebida mantém os aromas e sabores característicos da cana-de-acúcar”, explica Eduardo, membro da quinta geração de uma família que destila a marvada desde o século 19.
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Perdido na ExpoVinis

Na maior feira de vinhos da América Latina, ficamos indecisos com quase o mundo inteiro servido em taças. Impossível provar tudo – mas alguns dos bons rótulos que conseguimos sorver está apresentado aqui
Por Sergio Crusco

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Um parque de diversão para adultos. É o que me ocorre para tentar explicar a ExpoVinis, maior feira de vinhos da América Latina, que aconteceu em São Paulo de 22 a 24 de abril. No começo a gente fica meio perdido, zanzando sem ter muita noção de por onde ir. Continua perdido ao longo do tempo, pois são tantas emoções e sabores, impossível ver e provar tudo. Uma dica aqui dos amigos jornalistas e especialistas, uma fuçada curiosa acolá, um estande vistoso mais adiante, um rótulo sedutor… E assim vamos indo, ao sabor da descoberta.
Para facilitar a vida de quem vai à feira para fazer negócios ou simplesmente conhecer as novidades, a ExpoVinis faz anualmente um concurso que elege os dez melhores vinhos inscritos (veja a lista no final do post). Mas preferi traçar um roteiro intuitivo (pra não dizer desorganizado), uma vez que aquele mundo todo não caberia em dois dias de visita à feira. Como não sou especialista, fui seguindo o meu faro – talvez não certeiro. A preferência pelos brancos quem sabe incomode os fãs de tintos. Mas vamos lá. A seleção é bem pessoal, de alguém que gosta de beber e de compartilhar o que prova por aí.
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Rum, limão e gelo: o jeito cubano de turbinar seu caldo de cana

Além do Mojito e do Daiquiri, Cuba tem um segredinho quase desconhecido, mas muito fácil de reproduzir por aqui. É o Guarapo con Ron – ou seja, garapa com alguma safadeza
Por Sergio Crusco
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Ernest Hemingway e sua turma da pesada no balcão do Floridita, em Havana, nos anos 50 – na esquina da barra, Spencer Tracy
Quem vai a Cuba quer dringue. Impossível não lembrar da frase de Ernest Hemingway e não querer fazer exatamente o que ele propunha: “Mi Mojito en La Bodeguita, mi Daiquiri en El Floridita”. Foi o que fiz, ora essa. A patetice turística causou a primeira grande decepção: o Mojito da Bodeguita é um asco – aguado, chocho, sem sabor, pouco gelo, hortelã murcha, uma turminha de maus bofes preparando seu coquetel como quem assina o ponto. Tomei melhores em qualquer outro lugar. Deve ter sido bom nos tempos em que Hemingway pintava o caneco em Havana. Hoje ele teria trocado de bar, aposto.
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Estás bor-ra-cho!

A narrativa de amor de uma paraguaia com um caubói americano temperada por um Old Fashioned
Por Cristina Ramalho
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“Vai um dringue?”, pergunta JR Ewing, o patriarca de Dallas
Foi no Paraguai. Eu estava em um cassino dentro do resort de um americano, figurão do tipo caubói. Ele andava pelos corredores, entre as máquinas de caça-níqueis e umas loiras em todos os tons da química, um JR Ewing com chapelão e tudo, saído direto do seriado Dallas. Alto, muito alto. Alguém me soprou no ouvido que a baixinha lá atrás, uma versão mignon de Joan Collins (eu sei, eu sei, Joan era doDinastia, mas um casal desses ocupa dois seriados) equilibrada sobre plataformas de Carmen Miranda, é a sua esposa. Ela cintila: cílios imensos, roupa de paetês, a cintura apertada. As mãos têm pedras faiscando em todos os dedos, unhas vermelhas de dar medo. Somos apresentadas.
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Nunca peça mais uma

Jacklemmon-editado
Jack Lemmon pede mais algumas numa véspera de Natal solitária em Se Meu Apartamento Falasse (1960), de Billy Wilder
Há algum tempo, em Barcelona, parei no balcão de um lindo e espaçoso bar (do qual não vou lembrar o nome) e pedi a primeira cerveja. Ainda não havia me acostumado com o espírito notívago da cidade, em que o agito só começa a acontecer lá pelas tantas. À espera de uma noite sacudida, enquanto o lugar não esquentasse de gente (o que de fato aconteceu), restou-me uma opção. Pedir mais uma.
– Una cerveza más, por favor!