POR CHICO MARQUES
(Jack Ryan Shadow Recruit, 2014, 105 minutos, direção: Kenneth Branagh)
Jack Ryan (Chris Pine) estudava em Londres quando o World Trade Center desabou devido a um ataque terrorista ocorrido em 11 de setembro de 2001. Servindo o exército americano, ele participa da Guerra do Afeganistão e lá sofre um sério acidente na coluna. Durante a recuperação no hospital ele conhece a doutora Cathy (Keira Knightley), por quem se apaixona. É neste período que ele recebe a visita de Thomas Harper (Kevin Costner), que trabalha para a CIA e recomenda que Ryan retorne ao doutorado em economia. Ele segue o conselho e, a partir de então, passa a trabalhar às escondidas para a CIA, sem que nem mesmo Cathy saiba. Em meio às investigações, Jack descobre um complô orquestrado na Rússia, que pode instalar o caos financeiro nos Estados Unidos. Com isso, ele viaja a Moscou com o objetivo de investigar Viktor Cheverin (Kenneth Branagh), o líder da operação.Talvez você não se lembre do personagem em si, mas é provável que o tenha visto em suas reencarnações anteriores nas telonas. Afinal de contas, Jack Ryan já vestiu a pele de Alec Baldwin, Harrison Ford e Ben Affleck em filmes do porte de "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos", sempre mesclando suspense a uma boa dose de ação. Este aqui, no entanto, consegue ser mais eletrizante que todos os anteriores juntos. O grande problema é que o personagem principal sempre teve menos relevância do que seus intérpretes, algo que a própria Paramount tenta reverter ao colocar seu nome já no título do filme. Mas apesar do filme não ter sido o sucesso de público esperado na ocasião de seu lançamento, é preciso dizer que este novo Jack Ryan é convincente, e que Chris Pine cumpre bem seu papel, dando ao personagem o vigor físico necessário e valorizando o impacto emocional de seus atos. A direção de Kenneth Branagh é precisa e o roteiro, bem funcional, sem grandes surpresas. A escolha por uma guerra econômica como tema principal do filme é no mínimo original. Um filme que merece ser visto, ou revisto.
(The Man From UNCLE, 2015, 117 minutos, direção: Guy Ritchie)
Napoleon Solo (Henry Cavill), é um agente da CIA, que em plena Guerra Fria recebe a missão de resgatar uma mulher misteriosa (Alicia Vikander) da Alemanha Oriental. Lá, ele descobre que os russos também estão de olho na jovem. Após um confronto inicial, Solo é ordenado a trabalhar lado a lado com os russos para investigar um caso, o que gera uma parceria inusitada com Illya Kuriakin (Armie Hammer). A dupla acaba indo para a Itália para investigar uma organização de ex-nazistas que investe no desenvolvimento de uma arma nuclear. Versão para as telonas de série clássica de muito sucesso nos anos 60 "O Agente da U.N.C.L.E.", que tinha Robert Vaughn como Napoleon Solo e David MacCallum como Illya Kuriakin. Belo acerto artístico de Guy Ritchie, que não alcançou o resultado esperado nas bilheterias, ainda que esteja longe de ser um "box-office flop". U.N.C.L.E. conta com boas cenas de ação, com um bom senso de humor e com uma edição primorosa, que nas cenas de ação divide a tela em vários quadros, remetendo diretamente aos recursos visuais utilizados no seriado original. Mas, por outro lado, não faz uma releitura reverente do original, inserindo cenas de humor deliciosas -- como a cena de ação em que Ritchie corta completamente o som ambiente para colocar a clássica canção italiana "Che Vuole Questa Musica Stasera?". A australiana Elizabeth Debicki consegue criar uma personagem sexy e ameaçadora que também se revela muito forte, e Hugh Grant interpreta o britânico carismático, o que não lhe exige muito. Resta saber se o estúdio dará a oportunidade para que tenhamos uma continuação.
SALT
(Salt, 2010, 1001 minutos, direção: Philip Noyce)
Quem é fã de carteirinha e vibrou com as performances de Angelina Jolie como heroína em filmes como "Lara Croft - Tomb Raider" ou "O Procurado", com certeza vai adorar "Salt". De certa forma, temos aqui novamente a mesma fórmula de colocar uma bela garota franzina como alguém capaz de superar a todos no quesito "troca de sopapos" e ainda se segurar em lugares com as mãos com uma destreza capaz de fazer qualquer gato ou alpinista roer as unhas de inveja. Na história, ela é uma agente da CIA que foi acusada de ser uma espiã preparada para matar o presidente russo em visita a Nova York. Com sua vida virada do avesso, ela faz gato e sapato para tentar provar que está sendo vítima de uma conspiração. E, aos trancos e barrancos, consegue. Tudo conspira a seu favor. Desde roupas roubadas em cima da hora que servem direitinho até pintura de cabelo que seca na hora. Angelina ficou gatíssima toda de preto, como uma legítima viúva negra, liquidando seus inimigos. Um thriller muito climático, conduzido com talento e competência, e repleto de fugas e perseguições, e voltas e reviravoltas -- algumas absurdas, outras nem tanto. Liev Schrieber está ótimo. Angelina então....
JOGO DE ESPIÕES
Napoleon Solo (Henry Cavill), é um agente da CIA, que em plena Guerra Fria recebe a missão de resgatar uma mulher misteriosa (Alicia Vikander) da Alemanha Oriental. Lá, ele descobre que os russos também estão de olho na jovem. Após um confronto inicial, Solo é ordenado a trabalhar lado a lado com os russos para investigar um caso, o que gera uma parceria inusitada com Illya Kuriakin (Armie Hammer). A dupla acaba indo para a Itália para investigar uma organização de ex-nazistas que investe no desenvolvimento de uma arma nuclear. Versão para as telonas de série clássica de muito sucesso nos anos 60 "O Agente da U.N.C.L.E.", que tinha Robert Vaughn como Napoleon Solo e David MacCallum como Illya Kuriakin. Belo acerto artístico de Guy Ritchie, que não alcançou o resultado esperado nas bilheterias, ainda que esteja longe de ser um "box-office flop". U.N.C.L.E. conta com boas cenas de ação, com um bom senso de humor e com uma edição primorosa, que nas cenas de ação divide a tela em vários quadros, remetendo diretamente aos recursos visuais utilizados no seriado original. Mas, por outro lado, não faz uma releitura reverente do original, inserindo cenas de humor deliciosas -- como a cena de ação em que Ritchie corta completamente o som ambiente para colocar a clássica canção italiana "Che Vuole Questa Musica Stasera?". A australiana Elizabeth Debicki consegue criar uma personagem sexy e ameaçadora que também se revela muito forte, e Hugh Grant interpreta o britânico carismático, o que não lhe exige muito. Resta saber se o estúdio dará a oportunidade para que tenhamos uma continuação.
SALT
(Salt, 2010, 1001 minutos, direção: Philip Noyce)
Quem é fã de carteirinha e vibrou com as performances de Angelina Jolie como heroína em filmes como "Lara Croft - Tomb Raider" ou "O Procurado", com certeza vai adorar "Salt". De certa forma, temos aqui novamente a mesma fórmula de colocar uma bela garota franzina como alguém capaz de superar a todos no quesito "troca de sopapos" e ainda se segurar em lugares com as mãos com uma destreza capaz de fazer qualquer gato ou alpinista roer as unhas de inveja. Na história, ela é uma agente da CIA que foi acusada de ser uma espiã preparada para matar o presidente russo em visita a Nova York. Com sua vida virada do avesso, ela faz gato e sapato para tentar provar que está sendo vítima de uma conspiração. E, aos trancos e barrancos, consegue. Tudo conspira a seu favor. Desde roupas roubadas em cima da hora que servem direitinho até pintura de cabelo que seca na hora. Angelina ficou gatíssima toda de preto, como uma legítima viúva negra, liquidando seus inimigos. Um thriller muito climático, conduzido com talento e competência, e repleto de fugas e perseguições, e voltas e reviravoltas -- algumas absurdas, outras nem tanto. Liev Schrieber está ótimo. Angelina então....
JOGO DE ESPIÕES
(Spy Game, 2001, 127 minutos, direção: Tony Scott)
Nathan Muir (Robert Redford) é um agente da CIA que está prestes a se aposentar, até que descobre que Tom Bishop (Brad Pitt), seu protegido, foi preso por espionagem na China. Acostumado com o modo de funcionamento da CIA, Muir é convocado para resgatar Bishop de sua atual prisão. É quando, em meio ao embarque para mais uma missão, Muir relembra como ele recrutou e treinou Bishop, seus tempos turbulentos como agentes e ainda a mulher que traiu a amizade deles. Trama sólida e bem amarrada, ainda que com os cacoetes de direção habituais do diretor Tony Scott. O duelo travado entre Robert Redford e toda a CIA para salvar seu protegido é muito bem conduzido pelo roteiro, e dá uma boa sustentação para o clima de tensão em torno da história. O personagem de Redford assume seu lado canalha e em muitos momentos o público discorda de seus métodos, mas ao mesmo tempo torce para que ele consiga convencer a CIA a salvar Tom Bishop. Um filme que surpreende, principalmente quando o plano do personagem de Redford começa a ser desvendado, e que merece ser visto ou revisto com atenção na medida em que não teve a projeção merecida na época de seu lançamento.
ATÔMICA
(Atomic Blonde, 2017, 115 minutos, direção: David Leitch)
Nathan Muir (Robert Redford) é um agente da CIA que está prestes a se aposentar, até que descobre que Tom Bishop (Brad Pitt), seu protegido, foi preso por espionagem na China. Acostumado com o modo de funcionamento da CIA, Muir é convocado para resgatar Bishop de sua atual prisão. É quando, em meio ao embarque para mais uma missão, Muir relembra como ele recrutou e treinou Bishop, seus tempos turbulentos como agentes e ainda a mulher que traiu a amizade deles. Trama sólida e bem amarrada, ainda que com os cacoetes de direção habituais do diretor Tony Scott. O duelo travado entre Robert Redford e toda a CIA para salvar seu protegido é muito bem conduzido pelo roteiro, e dá uma boa sustentação para o clima de tensão em torno da história. O personagem de Redford assume seu lado canalha e em muitos momentos o público discorda de seus métodos, mas ao mesmo tempo torce para que ele consiga convencer a CIA a salvar Tom Bishop. Um filme que surpreende, principalmente quando o plano do personagem de Redford começa a ser desvendado, e que merece ser visto ou revisto com atenção na medida em que não teve a projeção merecida na época de seu lançamento.
ATÔMICA
(Atomic Blonde, 2017, 115 minutos, direção: David Leitch)
Passado em Berlim, em novembro de 1989, pouco antes da queda do muro, a trama mostra uma agente do MI6, Lorraine Broughton (Charlize Theron), que visita a dividida cidade alemã na tentativa de desvendar a morte de um colega seu e também resgatar uma importante lista com o nome de todos os agentes infiltrados na região. Ao chegar na cidade, ela recebe o apoio do também infiltrado David Percival (James McAvoy), mas a vida de espiã faz com que ela não confie em ninguém. A trama é relativamente simples e o joguinho de gato e rato com várias reviravoltas não é exatamente inovador -- mas a experiência cinematográfica, esta sim, é fabulosa, graças a uma sucessão de poderosas sequências de ação e a uma atuação forte e inspirada de Theron. É curioso notar que após "Mad Max: Estrada da Fúria" e "Atômica", a loura sul-africana se tornou um dos principais ícones dos filmes de ação, esbanjando talento e vitalidade numa performance dura e ameaçadora, demonstrando muita desenvoltura nas cenas de luta e se entregando completamente à personagem e ao projeto, com direito a cenas de nudez e tudo mais que possa agradar sua legião de fãs. Que, embevecidos com tamanha generosidade, agradecem cordialmente. O elenco deste filme surpreendente -- e pouco valorizado na ocasião de seu lançamento -- conta ainda com a presença de Sofia Boutella, Toby Jones e John Goodman.