Definitivamente
não há qualquer relação entre postura politico-ideológica e talento literário.
É um erro crer que só um medíocre abraçaria uma posição ideológica diversa da
nossa. Eu faço aqui minha autocrítica e me declaro incondicional admirador de
Gustavo Corção, Chesterton, Fernando Pessoa, Anthony Burguess e tantos.
Não
acho que o fato de algum intelequituau brazuca apoiar o candidato fascista seja
indicativo de escrotice, idiotice, desconexão dazideia ou incapacidade de
exprimir seu pensamento em um texto. Creio mesmo que deva haver um novo Ezra
Pound prestes a florar da sarjeta dos apoiadores dessa coisa. Se alguém souber,
mim aviza, por favor. Que eu até agora só vi merda. Mas num perdi a fé.
Hoje
o meu nome saiu numa lista de apoio. Primeira coisa que fiz foi compartilhar a
lista. Não que me seja confortável ou lucrativo, pode ser, dada a conjuntura
política que se apresenta, inclusive perigoso. Mas, reafirmo: meu nome está na
tal lista, e quero que este fato fique registrado. As minhas tomadas públicas
de posição fazem coro ao fato de eu figurar na lista.
Vendo
os nomes dos que estão comigo na tal lista eu acho que estou em ótima
companhia. Admiro todas aquelas pessoas. Mas admiro, acima disso, o candidato a
presidência Fernando Haddad, objeto de apoio das pessoas da lista. Se ele for
eleito e decepcionar eu nunca vou negar que apoiei. Se quiserem publicar a
lista pra quem quer que seja eu, de cabeça erguida, vou reafirmar que sim, faço
parte. Ainda que me custe prestígio, integridade física, dinheiro. Nunca vou me
chatear ou indignar com alguém que espalhe por aí que eu apoio uma causa que eu
apoio mesmo. Sei que meus companheiros de luta têm a mesma altivez, o mesmo
prazer de ser mencionados como partícipes dessa lista.
Dizer
que voto é secreto, que não apoia ninguém, ou ficar brabinho quando vem à tona
que se tomou tal ou qual posição, declarada num perfil público, só revela que a
causa não é digna e que, no fundo, no fundo, a pessoa morre de vergonha de ser
como é.
Não
precisa ser petista
Que
nem eu mesmo não sou
Mas
quem se pretenda artista
Sabe
que o Coiso é um cocô
Germano Quaresma, ou Manoel Herzog,
nasceu em Santos, São Paulo, em 1964.
Criado na cidade de Cubatão,
trabalhou na indústria química
e formou-se em Direito.
Estreou na literatura em 1987
com os poemas de Brincadeira Surrealista.
É autor dos romances
A Jaca do Cemitério É Mais Doce (2017),
Dec(ad)ência (2016), O
Evangelista (2015)
e Companhia Brasileira de Alquimia (2013),
além dos livros de poemas
6 Sonetos D’amor em Branco e Preto (2016)
e A Comédia de Alissia Bloom (2014).
Este é seu mais recente trabalho publicado:
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