Wednesday, April 5, 2017

DENAIDEJ E FEINIDEJ, A TODO VAPOR (por Marcelo Rayel Correggiari)



Essa desesclarecida Mercearia não esquece de sua missão...

‘Voilà’, ‘babies’... Sim! Jamais esquecemos de pôr em andamento nossos tradicionais festivais: o Festival Nacional das Ideias de Jerico (Fenaidej) e o Festival Internacional das Ideias de Jerico (Feinidej).

Tudo bem que ainda falta bastante para o final do ano. Contudo, convém nosso(a) querido(a) freguês(a) participar das votações em breve.



No campo internacional, poderíamos indicar o Brexit, mas uma melhor análise sobre o ocorrido nos diz que a jumência do gesto precisa de maiores comprovações futuras para se provar como tal. Entretanto, um segundo plebiscito escocês mostra bem o tipo de pensamento que permeia populações inteiras ao redor do planeta.

Pertencente a uma etnia distinta, se tem um povo que o escocês detesta é o inglês. Há questão de dois anos, a Escócia foi às urnas para saber se continuava dentro do famigerado Reino Unido.

A vitória pela permanência foi apertada. O medo do país se tornar a mesma bagaceira que a República da Irlanda (que não é a Irlanda do Norte!) fez o(a) eleitor(a) escocês(a) meter o pé no freio. “... vai que...”, pensaram. Só que o disparate foi condicionar a permanência no RU se o próprio RU permanecesse na União Europeia (UE).

Uma chance de ouro para se livrarem, democraticamente, dos ingleses de uma vez por todas! A própria Rainha Elizabeth II deu a letra: “O que vocês decidirem, ‘tá’ decidido! Dá o papel aí que eu assino...”. Mas ‘cadê’ os colhões de se transformarem em Irlanda?! Resolveram permanecer ‘de boa’, na segurança institucional e monetária dos ‘reinos unidos’.

Os demais reinos (Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra) acatariam, democraticamente, qualquer decisão soberana do povo escocês, como fizeram. Agora, tome mais democracia para ‘fazer beicinho’ só porque a decisão soberana (e democrática!) das demais populações dos outros reinos foi pela saída do bloco europeu.

Ou seja, a democracia escocesa tem de prevalecer, a dos ingleses e galeses que se dane. O que eu decido tem de ser reverenciado, mas as decisões dos vizinhos eu passo por cima. Belo exemplo...

É o caso de ingleses e galeses mandarem um Telex para os escoceses com a seguinte mensagem: “Por favor, recolham as lonas! O circo de vocês encerrou as atividades”.

Jumência à vista: se a sonhada “solidez” da UE, conforme visão escocesa, “fizer água”, é só dar às mãos aos irmãos irlandeses (da República) e se banharem no ‘lindo lago do Amor’.

É pagar para ver se vinga essa forte candidatura escocesa para o Feinidej.



Aliás, com fortíssima concorrência vinda parte de baixo do Equador: a Venezuela, para variar, caminha a passos seguros e largos a fim de arrebatar o grande prêmio!

Nicolás Maduro conseguiu instituir na política local o maior patrimônio dos jogos infantis tupiniquins: entre as ordens de forças políticas daquele país, a Casa Legislativa Suprema Nacional agora é “café-com-leite”.

Nada mais resta a essa despolitizada Mercearia que não seja declarar: “Puta que pariu! Mas é uma jumência, mesmo...”.

Maduro ‘et ces amis’ do Supremo foram para um ‘bundalelê’ político institucional desautorizando a Assembleia Nacional de qualquer coisa. Ótimo! Vejam bem: deputados e senadores até podem ir ao Congresso, mas só se for para tomar café e comer bolachas. De resto, ...

O mundo ávido por isonomia, justiça e igualdade que só o bom exercício dos poderes republicanos democráticos consegue garantir e o Professor Girafales mandando brasa no cachimbo da vovó. Uma espécie de oligarquia às avessas, um “caudilhismo avermelhado” completamente fora do bonde da História.

É de se perguntar quem pôs o jabuti na árvore! Já pensaram se a moda pega?!



Já para as bandas do Fenaidej, o Copom fará mágicas monetárias de redução de juros em país cujo o PIB em breve apanhará da Libéria e que tem mais desempregados do que Über.

Qualquer jumento que faltou à aula de macroeconomia sabe que juros nominais não puxam queda de juros reais, que deflação é ótimo para manter trabalhadores sem emprego, que nem sempre queda de juros (nominais ou reais) garante melhora no investimento, que melhora no investimento nem sempre nos leva a um aumento de demanda agregada e que nem sempre aumento de demanda agregada significa aumento na produção.

O que sobra para essa Mercearia?! Declarar: “Puta que pariu! (parte II, “A Missão”)”. E tome jornalista de economia esperando redução de juros como a salvação da lavoura (talvez no que tange a essa montoeira de gente devendo no cartão-de-crédito). Ah, meu pai...

Já citado nessa perdida Mercearia o “Prêmio de Liquidez”, de (John Maynard) Keynes, como um dos elementos (juntamente com rendimento e custo) que orientam as taxas de juros, e peão não se toca que qualquer teoria fica bem bonita no papel desde que não tenha de se ver com a danada da liquidez.

O “Prêmio de Liquidez” possui aspectos bem mais psicológicos dos que se possamos imaginar: alguém com acúmulo de riqueza monetária pode fugir de um risco de investimento ao manter e proteger o que já está na conta bancária por intermédio de produtos financeiros de renda.

É de se perguntar ao(à) sujeito(a) que ainda tem algum ‘din-din’ se ele(a) vai botar para quebrar nas ‘holas’ do investimento com um governo federal de um calibre esquisitaço igual a esse que se apresenta nesse instante.



Classe política ao redor do planeta já não é lá grandes coisas: a do Brasil consegue se esmerar.

Com a popularidade do atual chefe do Executivo Federal e o seu ‘pacote de maldades’ (tudo em nome de recuperar a economia brasileira!), é de se puxar da bola de cristal para saber se ele emplaca dezembro de 2018.

Uma outra jumência que falta pouco para a indicação ao prêmio é a reforma trabalhista: a casa legislativa nacional está a um passo de desregulamentar de vez o trabalho no país e fazer valer a máxima do inesquecível Alborghetti: “(...) tudo o que pinta de novo, pinta na bunda do povo!”.

Mas isso é assunto para as próximas semanas. Enquanto isso, querido(a) freguês(a), deixe seu comentário para votos e futuras indicações.



Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,

leciona Inglês para sobreviver,
mas vive mesmo é de escrever e traduzir.
É avesso a hermetismos
e herméticos em geral,
e escreve semanalmente em
LEVA UM CASAQUINHO




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