Sempre que alguém procura filmes sobre escolas, alunos e professores, as escolhas são rigorosamente as mesmas. Vão dos tradicionais "Adeus Mr. Chips" e "Ao Mestre Com Carinho", aos mais modernos
"Sociedade dos Poetas Mortos" e "Clube do Imperador", isso quando não enveredam por algum título diferenciado, como o documentário fake francês "Além Dos Muros Da Escola" ou o thriller inglês "Notas Sobre Um Escândalo".
Todas essas escolhas acima, no entanto, falham por não conseguir propor um novo olhar sobre o tema que consiga fuja do lugar comum das discussões habituais.
Em todos os três filmes escolhidos para o PARADISO TOP 3 desta semana temos confrontos de idéias de várias naturezas diferentes.
O primeiro filme indicado mostra como disciplinas aparentemente antagônicas devem ser sempre encaradas pelos professores e alunos como disciplinas complementares.
O segundo filme indicado confirma uma premissa assustadora: até um completo idiota é capaz de estimular de forma positiva um grupo de jovens alunos.
E o terceiro filme indicado revela uma premissa ainda mais assustadora: como a ideologização do processo didático aliado ao carisma de certos professores podem levar jovens com pouca vivência a situações irremediáveis, ou difíceis de ser revertidas.
Vamos a eles:
PALAVRAS E IMAGENS
(Words & Pictures, 2014, Fred Schepisi)
Jack Marcus (Clive Owen) é um escritor que já fez muito sucesso, mas que hoje, esquecido, bebe muito, faz papelões homéricos e está prestes a perder seu emprego como Professor de Literatura. Quando Dina Delsanto (Juliette Binoche), uma pintora e professora de arte abstrata, é contratada pela mesma Escola, Jack fica encantado com ela e tenta voltar a ser o homem e o artista que era antes de se entregar às ironias auto-corrosivas que cultiva em seu cotidiano. Mas não vai ser uma tarefa fácil. Um filme muito melhor do que aparenta ser à primeira vista, graças às interpretações deliciosas do casal de protagonistas.
ESCOLA DE ROCK
(School Of Rock, 2003, Richard Linklater)
Dewey Finn (Jack Black) é um cantor e guitarrista de rock que é demitido da banda No Vacancy, e é convidado por uma diretora de escola reprimida sexualmente e bêbada (Joan Cusack) para virar professor substituto. Como Dewey só pensa em rock o dia inteiro, decide estimular os talentos musicais de seus alunos formando uma banda com uma turma de Quinta Série do Ensino Fundamental, para assim tentar vencer um concurso do tipo "Batalha das Bandas" e conseguir pagar o seu aluguel. Destoa um pouco da idiotia habitual dos filmes de Jack Black, graças à direção e ao roteiro sempre habilidosos de Richard "Boyhood" Linklater.
A PRIMAVERA DE UMA SOLTEIRONA
(The Prime Of Miss Jean Brodie, 1969, Ronald Neame)
Jean Brodie (Maggie Smith) é professora em uma Escola Feminina nos Anos 1930, que inspira suas alunas com idéias sobre Arte, Música e Política. O problema é que ela simpatiza com Mussolini e com Franco. Sua ascendência perante suas alunas começa a ser questionada tanto pela Escola onde trabalha quanto por sua subestimada aluna Sandy (Pamela Franklin), que decide medir forças com ela seduzindo Teddy, um professor de arte que até então arrastava um caminhão pela balzaquiana Miss Brodie. Bela adaptação do premiado romance de Muriel Spark. Maggie Smith está simplesmente magnífica, e sem dúvida mereceu o Oscar de Melhor Atriz que ganhou por este papel, no início de 1970.
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