LEVA UM CASAQUINHO: STAR WARS - O DESPERTAR DA FORÇA REINICIA A SAGA MAIS CULT DA HISTÓRIA DO CINEMA

Thursday, December 17, 2015

STAR WARS - O DESPERTAR DA FORÇA REINICIA A SAGA MAIS CULT DA HISTÓRIA DO CINEMA

por Chico Marques

Eu tinha 17 anos de idade em 1977 quando vi o STAR WARS: UM NOVO COMEÇO no cinema. Confesso que não morri de amores por aquilo tudo logo de imediato. É compreensível, já que nunca fui fã de Flash Gordon na infância ou na adolescência -- um pré-requisito talvez necessário para se encantar com algo daquela natureza em meados dos Anos 70. Apesar de ter visto os 13 episódios do seriado para cinema "Flash Gordon" na TV, (com Buster Crabbe, produzido em 1936), não rolava fascínio algum.

Conforme O IMPERIO CONTRA-ATACA e O RETORNO DE JEDI foram sendo lançados no cinema, fui pouco a pouco reavaliando o conjunto da série e me apegando ao imaginário em torno dele. Nada comparável ao meu apego por "Star Trek" e "James Bond 007", mas legítimo e, a essa altura do campeonato, já bem longevo. E depois de ver os episódios iniciais da saga STAR WARS rodados nos Anos 90 desaguando naturalmente na trinca de filmes produzidos entre 1977 e 1983, a febre STAR WARS se einstalou em mim, deixando um gostinho de "quero mais" inevitável.

Pois a espera acabou. O DESPERTAR DA FORÇA, sétimo episódio da saga, estreia hoje em todo o Planeta Terra. Eu não vi ainda. Estou ansioso para ver. E vou ver agora à tarde, na sessão das 15.30hs. Mas, mesmo sem ter visto, indico a todos desde já. E para dar respaldo a essa indicação, faço uso de um comentário da jornalista brasileira com base em Sherman Oaks, California, Ana Maria Bahiana, publicado ontem em seu perfil no Facebook:

O DESPERTAR DA FORÇA, PRIMEIRAS IMPRESSÕES

por Ana Maria Bahiana

Se existe uma coisa para reclamar de Star Wars: O DESPERTAR DA FORÇA é que J. J. Abrams foi respeitoso demais com o cânon da saga, e criou uma obra que é, sob todos os aspectos, o espelho perfeito de Star Wars: Uma Nova Esperança. Cada beat da trama repete, ecoa e amplifica uma beat do filme que deslanchou tudo. Cada personagem é a mesma persona, uma oitava acima.

Até a estética é respeitosamente a mesma – vintage, mas espetacularmente bem feita, graças aos recursos disponíveis, hoje. Sei que muitos fãs vão ter delírios de felicidade com a história, os detalhes da história, os ovos de páscoa da história. Eu, pessoalmente, fui imediatamente tomada pela estética de Despertar da Força- humana, feita a mão, gloriosamente referenciando as raízes da mitologia. Enquanto a maioria dos filmes de superherói parece feita de plástico para ser vista por seres de plástico com óculos de realidade virtual, O DESPERTAR DA FORÇA parece feito por gente, para ser visto por gente. É algo que não se vê apenas – se percebe, se sente.

A mitologia STAR WARS é profundamente humana, e esta é, acredito, uma das razões de seu prolongado enraizamento nas nossas mentes e corações. Abrams (e o maravilhoso roteiro escrito a quatro mãos com o mestre Lawrence Kasdan) compreende e respeita esse elemento tão essencial.

Quanto menos eu falar sobre a trama, melhor. Basta dizer que é sobre o que aconteceu, quase quatro décadas depois, com uma família muito, muito complicada, numa galáxia ainda mais complexa. Como todo bom mito, esta iteração da saga fica mais interessante quando nós a lemos à luz do que estamos vivendo agora – a ascensão do terrorismo religioso, por exemplo; ou, quem sabe, as crises internas deste ou daquele país.

Um bom mito bem contado é assim: como o tarot ou o i-ching, um espelho oracular de nossas ansiedades.

O elenco é todo excelente – mas espero mais de Domhall Gleason e Gwendoline Christie. Fiquei particularmente impressionada com Adam Driver. E quero levar BB8 para casa.

Vão ver! Vão ver correndo, no melhor cinema possível, com o melhor som possível. Levem os amigos, os parentes, os filhos, os sobrinhos. Iniciem uma nova geração no culto! Que a Força esteja com todos nós.