Ele sabe atuar -- não só em comédias --, escrever e dirigir.
Partindo do pressuposto que o nosso planeta passou por uma hecatombe, só conseguem sobreviver os humanos que não emitirem sons.
Não há maiores explicações para o fato.
Ainda bem.
Caso ocorressem quaisquer frêmitos criaturas alienígenas atacam e matam.
A família composta pelo pai (John Krasinski), mãe (Emily Blunt), filha (Millicent Simmonds, em atuação brilhante) e filho (Noah Jupe) vivem silenciosamente numa casa isolada.
Uma espécie de bunker, com câmeras de vigilância, alimentos armazenados e armas.
O fato da filha ser surda, a família tem a comunicação por sinais facilitada.
Há pouquíssimos diálogos ao longo dos 90 minutos do filme.
Uma das cenas mais emblemáticas é aquela na qual o pai leva o filho para uma cachoeira, que serve para bloquear os sons por ele emitidos, e, dessa forma, eles podem conversar.
O momento "ternura" fica por conta da esposa dividir um fone de ouvido com o marido, e dançam ao som de "Harvest moon", de Neil Young.
A cena mais horripilante é aquela na qual a mãe, grávida, em vias de dar a luz, pisa num prego, ao descer uma escada.
A platéia divide com ela a experiência de dor.
Interessante como comediantes, como é o caso de John Krasinski, de uma forma geral, sabem como fazer com que a platéia tenha respostas físicas, seja através do riso ou do medo.
Deve ser duro viver num mundo onde não possamos nos expressar.
Se eu fosse divagar, diria que o filme é um ataque ao totalitarismo dos dias de hoje.
(A Quiet Place, 2018, 91 minutos)
Roteiro e Direção
John Krasinski
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