Sunday, March 12, 2017

NOSSO GLOBETROTTER SEXUAL MANUEL MANN ESTÁ DE VOLTA COM MUITO AMOR PRA DAR #6 (FINAL)



Quando chega Dezembro, faz um frio dos diabos aqui em London Town.

Os ventos gelados e bestialmente úmidos que chegam dos Mares do Norte atingem o Reino Unido com uma intensidade violentíssima.

Até Margaret Thatcher, o aquecimento da imensa maioria das casas britânicas era feito à base de carvão -- em consequência disto, o ar não perdia a umidade, ficava apenas aquecido.

Era algo profundamente desagradável.

De Thatcher para cá, no entanto, as minas de carvão foram desativadas, e a boa e velha Inglaterra acabou obrigada a adequar-se aos novos tempos, com aquecedores a gás ou elétricos que são também desumidificadores.

Em consequência disto, passar o Inverno dentro de casa em London Town tem sido um enorme prazer desde então.

Para nudistas como eu, posso afirmar que melhorou tanto que talvez até tenha se tornado minha estação do ano favorita.



Mas mudemos de Hemisfério, só um  pouquinho.

Enquanto vejo pela web que as poucas praias nudistas brasileiras estão lotadas de turistas, e que o emaranhado de regras de conduta ridículas impostas pelos chatos naturistas de plantão simplesmente não pegaram no Brasil, passo a acreditar que ainda existe saída para o "Bananão"

(Bananão: termo carinhoso que o escritor brasileiro Ivan Lessa usava para descrever este enorme, mas nada pujante, país tropical).

Nas praias nudistas brasileiras pode tudo.

Em algumas mais organizadas, existem áreas específicas para atividades as mais diversas -- sexo inclusive --, com recomendações para que famílias com crianças não invadam espaços mais reservados.

Só uma ou duas praias seguem os moldes internacionais, com restrições de toda espécie.

Nos anos em que vivi no Brasil, nunca frequentei praias nudistas.

Lembro-me de tomar banho de mar nu em dias de pouco movimento na Praia de Pernambuco, no Guarujá, em Barra do Sahy, São Sebastião, em Castelhanos, Ilhabela, em Trindade, perto de Paraty, na Joatinga, perto da Barra da Tijuca, e em Itacoatiara, Niterói.

Sempre na condição de nudista fora da lei.

Ah, que saudades do Verão escaldante brasileiro...



Definitivamente, não nasci para o Inverno.

Como este foi meu primeiro fim de ano em London Town depois de muitos anos, contratei em meados de Novembro um decorador de festas para caracterizar meu apartamento como uma praia tropical para ambientá-lo para uma sequência de festas que tinha em mente.

Minha intenção era promover em casa vários eventos nudistas durante o Inverno: uma Suruba no Thanksgiving, Festas à Fantasia pré-natalinas, uma Festa do Cabide de Natal, uma Suruba "Salve-se Quem Puder" de Reveillon, Luaus Havaianos com imagens de Waimea projetadas na parede e Quatro Noites de Carnaval com sambas clássicos e marchinhas antigas, além de muito dedo e muita sacanagem.

Ou seja: nada menos que mais de 15 festas aqui em casa em cerca de 3 meses, uma melhor e mais selvagem do que a outra.

Tudo isso para matar as saudades do Brasil, este adorável país pródigo em tamanho e safadeza. 



A suruba de Thankgiving, que deu início a esta maratona de putaria, foi certamente a mais adorável e mais cativante de todas.


Chamei apenas mulheres -- nove no total --, oriundas de diversos países, com quem tive o prazer de conviver ao longo do ano, e aproveitei a ocasião para agradecer a todas elas pelas alegrias que me proporcionaram em 2016.


Ao invés de servir um tradicional peru, preferi fugir à liturgia da data e preparar um belo pernil com molho cítrico apimentado acompanhado de batatas ao murro, cebolas empanadas cortadas em forma de flor, farofa de bacon e fatias de abacaxis vindos da África.


Depois do jantar, minhas convidadas passaram a atracar-se sobre os carpetes da sala, em uma sessão grupal de lesbianismo tão perfeitamente integrada que até parecia pre-ensaiada.




Foi encantador ver Eleonora enroscada com Juliet e Hailey pela primeira vez depois de nossa viagem de navio.


Fui ao delírio ao vislumbrar Mildred e Leona a se chuparem mutuamente enquanto esfregavam pedaços de pernil bem gordurosos uma pelo corpo da outra, para se lamberem com uma volúpia sublime.

Mas, para ser absolutamente sincero, nada do que vi nesta festa deixou-me mais enlouquecido do que Grete e Verene com seus dildo belts a enterrar nas bucetinhas e nos cuzinhos de todas as convidadas que possuíam orifícios desocupados.


Sem contar as carioquíssimas Gilsandra e Cinira, que estavam a passear por Amsterdam com o maridão boiola, e aproveitaram a deixa para dar uma escapadinha até cá para matar saudades de nossas estrepolias cariocas.



As Festas à Fantasia Pré-Natalinas que se seguiram ao Thanksgiving foram igualmente sensacionais.


Desta feita, os convidados eram todos colegas de trabalho lá da Bronkson Thompson Inc., além de Eleonora e suas amigas endiabradas.


Na primeira destas festas, todos foram convocados a "trajar" apenas tatuagens, fossem elas permanentes ou de henna (aquelas que duram, se muito, uma semana na pele, e vão sumindo banho após banho).


Cada convidado foi convocados a trazer também ao menos um brinquedinho sexual

Desnecessário dizer que foi uma farra e tanto, tanto em termos visuais quanto em termos de ação.

Duas amigas de Eleonora perderam o controle -- sabe-se que substância tomaram -- e dançaram sem parar a noite inteira com pequenos vibradores enterrados em seus cus, tendo sido comidas por vários convidados e por várias convidadas, sempre em pé, sem parar de dançar.

Uma situação estranhíssima.

Mas confesso que achei original.



Na segunda festa, o tema foi A Suruba do Chacrinha, e o buffet, basicamente frutas tropicais, sushis e sashimis e saladas.


O traje masculino sugerido era chapéus de sol e óculos escuros, ou bonés e óculos escuros -- alguns convidados vieram com chapéus de cowboy e sombreros, mas sempre acompanhados de óculos escuros

Já as meninas foram convocadas a vir mascaradas e, na medida do possível, caracterizadas como dançarinas de palco de programas de auditório, com peças de lingerie erótica que deixassem seus seios, suas bundinhas e suas bucetinhas expostas e desimpedidas.

Detalhe: eu, na condição de anfitrião, vesti-me de Chacrinha, e Eleonora arrasou com seu traje Carmen Miranda dominatrix.

Rolou de tudo nesta Suruba, desde uma quase overdose de alguma droga sintética até vizinhos a reclamar da musica alta até altas horas.

Mas nada que um pouco de diplomacia e uma garrafa de bagaceira portuguesa de presente para os incomodados eventuais não resolvesse.

Modéstia a parte, sou um bom diplomata e um bom negociador. 



Na terceira festa, usamos motivos escoceses, e solicitamos aos convidados e às convidadas que o traje fosse boina escocesa, peito nu e kilts com absolutamente nada por baixo.


Foi bastante divertido: entre os quase vinte convidados, havia um sujeito completamente bêbado que passou boa parte da noite a tentar tocar "Take The A Train" em uma gaita de foles.

Sem sucesso algum, obviamente.

Saldo final da brincadeira: muito whisky red label com club soda, muitas mulheres bêbadas completamente fora de controle e fudendo desenfreadamente numa "suruba long-player" que durou até a hora do almoço do dia seguinte.



Já em nossa quarta fizemos uma homenagem aos velhos filmes da Turma da Praia da lendária produtora American International.

A trilha sonora foi basicamente surf-music dos anos 60, mesclada a clássicos do twang de Duane Eddy e Link Wray.

Todos os convidados compareceram com pés de pato, colares havaianos, camisas floridas abertas e nada além disso.

Já as convidadas usavam penteados típicos da época e soutiens bicudos desacompanhados das devidas calcinhas.

Eu fui fantasiado de Vincent Price.

Eleonora foi de Eric Von Zipper.

E vimos vários Frankie Avalons e Annette Funnicellos em conjunção carnal sobre pranchas de surf enormes que aluguei para a ocasião.

Foi engraçado. 



Com tantas festas preliminares, a Noite de Natal Nudista não podia ser outra coisa senão uma Suruba inesquecível.


Encomendei um belo smorgasbord numa deli sueca cá perto de casa na mesa, e ficamos, Eleonora e eu, a aguardar a chegada dos convidados.

O combinado foi que todos os homens usassem apenas gorro e barba de Papai Noel, e as mulheres apenas meias coloridas.

Depois da comilança de praxe e da troca de presentes de amigo oculto com direito a eventuais boquetes, cantamos velhas canções e ouvimos na íntegra o disco clássico de John Waters com canções bizarras de Natal.

A fudelança natalina só começou para valer quando os discos de natal da Brian Setzer Orchestra começaram a tocar.

Começou na noite do dia 24 e seguiu bravamente até a manhã do dia 26.



Já quanto ao Reveillon...


Bem, o Reveillon foi um salve-se quem puder generalizado.

Minha casa nunca presenciou tamanha selvageria sexual antes.

E quem punha fogo na brincadeira era justamente Eleonora, mais atrevida e enlouquecida do que nunca.

Havia uma razão para isso: ela estava a encerrar sua temporada britânica e a se preparar para voltar ao Rio na primeira semana do novo ano.

Não se fez de rogada: comeu impiedosamente todos os presentes naquela noite, e no dia seguinte também.

Deu tanto seu cuzinho que, ao final, confidenciou-me que não sabia se uma semana seria suficiente para reabilitar sua bunda a ponto de não sentir dores no período prolongado que enfrentará sentada na poltrona do avião.

Mas deu tudo certo mo final.



Confesso que as festas de Janeiro e o Carnaval aqui em casa sem Eleonora já não tiveram o mesmo vigor.


Por mais devassas e sexualmente criativas que minhas convidadas pudessem ser, faltava sempre a loucura de Eleonora para dar o tom bravio e criar momentos realmente contundentes.

Senti muito a falta dela, depois de seis meses morando lá em casa.

Talvez tenha me apaixonado por ela, ou coisa que o valha.

Não sei...



   Só sei que no dia anterior a sua partida de volta ao Rio, Eleonora sentou-se diante de mim na banheira e abriu seu coração.


Disse-me que adorou cada minuto que passou a meu lado, que nunca teve um companheiro com quem esteve tão afinada, em todos os sentidos.

E então, do alto de seu extenso "carnal knowledge", disse-me assim:

"Manuel, eu gosto muito de você, e me preocupo com esse tipo de vida que você leva. Comigo, tudo bem, pois tenho apenas 22 anos de idade. Mas você já está com quase 60 anos. Qualquer hora dessas você infarta no meio de uma suruba dessas e aí vai ser um problema enorme. Vou te iniciar no sexo tântrico, que exige muito menos esforço do coração e proporciona um prazer tão intenso quanto o sexo aeróbico tradicional. Quer experimentar, bonitão?"

Eu disse que sim.


E as horas seguintes foram absolutamente maravilhosas.

Mal conseguia acreditar que uma mulher tão selvagem e tão "fio desencapado" quanto Eleonora pudesse ser capaz de fuder de uma maneira tão leve, tão desapressada e tão tranquila.

Foram horas e horas e horas com minha piroca dentro dela, com ela por cima de mim coordenando todos os movimentos -- que eram lentos, mas nem por isso menos intensos.

Ao final, depois de tantas horas de ereção e de ejaculação controlada, eu sentia tanta dor entre as minhas pernas que, ao tentar gozar, simplesmente não consegui.

Perguntei a Eleanora: "O que faço agora?"

Ela disse: "Nada, apenas relaxe"

Fomos dormir e, no meio da noite, acordei com Eleonora fazendo o boquete mais delicado e prolongado que alguém já fez em minha piroca.

Resultado: caí em prantos ao gozar em sua boca.

Foi naquele momento que tive certeza de que iria sentir muito a falta dela.



Mas a vida continua.


E bucetinhas amistosas hão de jamais faltar em minhas próximas aventuras.

Decidi não desmontar a decoração tropical da sala e dos quartos até a Páscoa, quando pretendo promover uma suruba de proporções bíblicas.


Dessa vez, no entanto, vou seguir o conselho de Eleonora e preservar-me um pouco mais, dedicando-me ao voyeurismo, à pesquisa de novos fetiches, a novas técnicas de manuseio de brinquedinhos eróticos e a toda e qualquer modalidade sexuais de impacto reduzido. 

Todos os convidados desta Suruba de Páscoa terão que usar coletes e chinelos de soldados romanos --  e nada além disso.

Já o traje das convidadas será basicamente sete véus coloridos por cima de seus corpos nus.

Okay, concordo que Salomé não tem absolutamente nada a ver com a Páscoa.


Mas Suruba também não tem, portanto...



Encerro aqui minhas colaborações para LEVA UM CASAQUINHO neste verão tropical aí de vocês.


Cá em London Town, o Inverno dá seus últimos sinais de vida, com nevascas de despedida e vendavais gelados e muito intensos.

Em Agosto estarei de volta a LEVA UM CASAQUINHO, com notícias do verão europeu para aquecer o Inverno de vocês aí no Brasil.


Mas não sem antes deixar aqui registrado para vocês a receita do Pernil que preparei para a comilança de Thanksgiving.





PERNIL DE AÇÃO DE GRAÇAS
AO MOLHO CÍTRICO APIMENTADO

INGREDIENTES

1 pernil de 3 a 4 quilos
3 Colheres de sopa de azeite virgem de oliva
2 cebolas grandes picadas bem fininho
6 pimentas dedo de moça média cortadas ao meio sem sementes
6 folhas grandes de louro
12 cravos da índia
3 xícaras de água
3 xícaras de vinho branco seco
1 colher de sopa de sal refinado
1 copo de suco de grapefruit natural
2 xícaras grandes de coalhada seca

PREPARO

Em uma panela de pressão, aqueço o azeite em fogo médio e então douro a carne.

Em seguida, espeto os cravos no pernil e acrescento as cebolas, as pimenta, o louro, a água, o vinho branco e o sal.

Misturo tudo com uma colher de pau, depois tampo a panela e deixo que cozinhe em fogo médio por 35 minutos.

Retiro a panela do fogo e reservo até sair todo o vapor.

Se a carne ainda não estiver no ponto desejado, termino de cozinhar com a panela destampada.

Coloco a carne em uma travessa grande e reservo por alguns minutos.

Retiro as folhas de louro e misturo o suco de grapefruit e a coalhada seca ao caldo do cozimento da carne formado no fundo da panela, aquecendo em fogo médio e mexendo com a colher de pau sem parar, até formar um molho bem cremoso.

Ao final, despejo o molho cremoso sobre o pernil na travessa, que é decorada com 12 cebolas grandes (cortadas em pétalas, congeladas, e depois empanadas e fritas em óleo fumegante) e mais 12 batatas inglesas grandes assadas (servidas ao natural ou, se preferir, ao murro).

Como acompanhamentos, recomendo arroz integral com pepino ralado bem fininho, farofa de bacon e um mix variado de folhas

Serve 12 pessoas famintas

Para beber, recomendo vinho verde branco ou tinto
(matamos 6 garrafas: 3 de branco e 3 de tinto)


PS: com as sobras, que não foram poucas,
preparamos deliciosos sanduíches no dia seguinte.


  

Por enquanto é só, amigos leitores.


Até breve, com novas aventuras
peladão pelo mundo afora!





Manuel Mann é escritor,
putanheiro de responsa
e executivo de imprensa
na Bronkson Thompson Inc.
Escreve sobre mulheres e comida
de vários cantos do mundo
nas Terças Sem Vergonha
de LEVA UM CASAQUINHO


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