“Garbo Laughs”.
Foi com este slogan que a Metro-Goldwyn-Mayer decidiu promover "Ninotchka" no decorrer de 1939.
Lenda divina da história do cinema, Greta Garbo era sobretudo conhecida pelos papéis mais dramáticos, entre as quais as vamps de "The Temptress" e "Flesh and the Devil", as trágicas Anna Karenina e Rainha Cristina, que tanto encantaram o público, pelo que "Ninotchka" resultou numa procura do estúdio em apresentar a actriz num registo distinto e superar o fracasso de "Conquest".
Para realizar esta comédia protagonizada por Garbo, o estúdio contratou o mestre alemão Ernst Lubitsch, um cineasta de distinto valor, cujo toque de Midas, ou se preferirem, "toque de Lubitsch" revelou-se aprimorado em "Ninotchka", com o realizador a explorar o talento da "esfinge sueca" e a desenvolver uma comédia magnífica, onde não falta bom humor, romance e uma sátira corrosiva à União Soviética.
O enredo de “Ninotchka” desenrola-se em Paris, no período anterior à Segunda Guerra Mundial, num tempo em que quando um francês apagava as luzes "não era por causa de um ataque aéreo”, numa alusão directa ao conflito que decorria durante o desenvolvimento do filme.
Devido aos problemas financeiros sentidos pela União Soviética, Iranov (Sig Ruman), Buljanov (Felix Bressart) e Kopalsky (Alexander Granach), três enviados soviéticos, deslocam-se a França tendo em vista a negociarem as jóias que outrora pertenceram à Duquesa Swana (Ina Claire), considerando que estas são propriedade do Governo e devem ser vendidas para ajudarem a equilibrar as contas do país, enquanto esta pretende recuperar os seus bens.
No entanto, os elementos do trio cedo começam a deslumbrar-se pelos encantos de Paris e do Capitalismo, divertindo-se como nunca tinham feito durante toda a sua vida. Perante a passividade do trio, o Comissário Razinin resolve designar uma enviada especial para desbloquear a situação.
Esta enviada é Nina Ivanovna Yakushova (Greta Garbo), mais conhecida por Ninotchka, uma mulher com uma personalidade dicotómica do trio interpretado por Sig Ruman, Felix Bressart e Alexander Granach.
Se estes têm uma adaptação bastante fácil a Paris e cedo cedem aos ideias capitalistas, no caso de Ninotchka vamos assistir a um enorme choque cultural, de alguém que se considera como uma “pequena engrenagem na grande roda da evolução”.
Em Paris, tudo é diferente dos valores que Ninotchka defende, desprezando a forma de vestir, de viver, de falar dos franceses, sentindo-se insultada por ter de estar numa suite que custa uma vaca por dia ao povo russo.
Foi com este slogan que a Metro-Goldwyn-Mayer decidiu promover "Ninotchka" no decorrer de 1939.
Lenda divina da história do cinema, Greta Garbo era sobretudo conhecida pelos papéis mais dramáticos, entre as quais as vamps de "The Temptress" e "Flesh and the Devil", as trágicas Anna Karenina e Rainha Cristina, que tanto encantaram o público, pelo que "Ninotchka" resultou numa procura do estúdio em apresentar a actriz num registo distinto e superar o fracasso de "Conquest".
Para realizar esta comédia protagonizada por Garbo, o estúdio contratou o mestre alemão Ernst Lubitsch, um cineasta de distinto valor, cujo toque de Midas, ou se preferirem, "toque de Lubitsch" revelou-se aprimorado em "Ninotchka", com o realizador a explorar o talento da "esfinge sueca" e a desenvolver uma comédia magnífica, onde não falta bom humor, romance e uma sátira corrosiva à União Soviética.
O enredo de “Ninotchka” desenrola-se em Paris, no período anterior à Segunda Guerra Mundial, num tempo em que quando um francês apagava as luzes "não era por causa de um ataque aéreo”, numa alusão directa ao conflito que decorria durante o desenvolvimento do filme.
Devido aos problemas financeiros sentidos pela União Soviética, Iranov (Sig Ruman), Buljanov (Felix Bressart) e Kopalsky (Alexander Granach), três enviados soviéticos, deslocam-se a França tendo em vista a negociarem as jóias que outrora pertenceram à Duquesa Swana (Ina Claire), considerando que estas são propriedade do Governo e devem ser vendidas para ajudarem a equilibrar as contas do país, enquanto esta pretende recuperar os seus bens.
No entanto, os elementos do trio cedo começam a deslumbrar-se pelos encantos de Paris e do Capitalismo, divertindo-se como nunca tinham feito durante toda a sua vida. Perante a passividade do trio, o Comissário Razinin resolve designar uma enviada especial para desbloquear a situação.
Esta enviada é Nina Ivanovna Yakushova (Greta Garbo), mais conhecida por Ninotchka, uma mulher com uma personalidade dicotómica do trio interpretado por Sig Ruman, Felix Bressart e Alexander Granach.
Se estes têm uma adaptação bastante fácil a Paris e cedo cedem aos ideias capitalistas, no caso de Ninotchka vamos assistir a um enorme choque cultural, de alguém que se considera como uma “pequena engrenagem na grande roda da evolução”.
Em Paris, tudo é diferente dos valores que Ninotchka defende, desprezando a forma de vestir, de viver, de falar dos franceses, sentindo-se insultada por ter de estar numa suite que custa uma vaca por dia ao povo russo.
Durante uma tentativa para conhecer as estruturas da cidade e uma das obras arquitectónicas mais imponentes do Mundo, a Torre Eiffel, Ninotchka acaba por travar conhecimento com o Conde Leon d'Algout (Melvyn Douglas), o representante da Duquesa Swana, na disputa pela posse das jóias.
A interacção entre estes dois gera alguns dos melhores momentos do filme, com o caloroso e engatatão Conde Leon d'Algout a procurar seduzir a fria e bela Ninotchka, que se sente pouco impressionada pelos avanços pouco subtis do “macho arrogante da sociedade capitalista (…) um produto infeliz de uma sociedade em extinção”.
No entanto, esta resistência da protagonista não dura muito, com Ninotchka a começar a ceder aos encantos de Paris, do Ocidente, do Capitalismo, e sobretudo do Conde, algo paradigmaticamente representado quando este a faz rir.
Aos poucos Ninotchka liberta-se das suas amarras ideológicas e começa a extravasar os sentimentos que sempre reprimiu.
Esta felicidade não dura muito, com um forte revés a colocar em causa a felicidade do casal, com Ninotchka a ser forçada a partir para a União Soviética tendo em vista a não desiludir os seus camaradas em dificuldades.
Ninotchka, Iranov, Buljanov e Kopalsky ficam desolados por terem de partir tão repentinamente da Cidade Luz, indo unir-se em Moscovo para recuperarem e recordarem aqueles momentos da Primavera de Paris, que nada se parece com a Primavera moscovita.
Por sua vez, o Conde procura a todo o custo partir em direcção à União Soviética para juntar-se à sua Ninotchka ao longo desta sublime comédia romântica, onde Greta Garbo surpreende pela positiva, Ernst Lubitsch apresenta o seu toque refinado na realização cinematográfica e o argumento de Charles Brackett, Billy Wilder e Walter Reisch revela as suas enormes qualidades.
“Ninotchka” é a prova de que uma boa comédia não precisa de ter um enredo desprovido de conteúdo e sentimento, apresentando-nos a um romance improvável entre uma rígida e fria enviada soviética e um Conde Francês bonacheirão, colocando em contraste os valores que estes defendiam antes de se conhecerem, ao mesmo tempo que nos apresenta uma sátira algo contundente à União Soviética e aos valores defendidos pelo Regime Comunista de Josef Stalin.
Estas vão ser as duas unidades temáticas principais, com Lubitsch a utilizar um estilo muito próprio e discreto, para abordar um tema tão problemático como a crítica ao comunismo.
A interacção entre estes dois gera alguns dos melhores momentos do filme, com o caloroso e engatatão Conde Leon d'Algout a procurar seduzir a fria e bela Ninotchka, que se sente pouco impressionada pelos avanços pouco subtis do “macho arrogante da sociedade capitalista (…) um produto infeliz de uma sociedade em extinção”.
No entanto, esta resistência da protagonista não dura muito, com Ninotchka a começar a ceder aos encantos de Paris, do Ocidente, do Capitalismo, e sobretudo do Conde, algo paradigmaticamente representado quando este a faz rir.
Aos poucos Ninotchka liberta-se das suas amarras ideológicas e começa a extravasar os sentimentos que sempre reprimiu.
Esta felicidade não dura muito, com um forte revés a colocar em causa a felicidade do casal, com Ninotchka a ser forçada a partir para a União Soviética tendo em vista a não desiludir os seus camaradas em dificuldades.
Ninotchka, Iranov, Buljanov e Kopalsky ficam desolados por terem de partir tão repentinamente da Cidade Luz, indo unir-se em Moscovo para recuperarem e recordarem aqueles momentos da Primavera de Paris, que nada se parece com a Primavera moscovita.
Por sua vez, o Conde procura a todo o custo partir em direcção à União Soviética para juntar-se à sua Ninotchka ao longo desta sublime comédia romântica, onde Greta Garbo surpreende pela positiva, Ernst Lubitsch apresenta o seu toque refinado na realização cinematográfica e o argumento de Charles Brackett, Billy Wilder e Walter Reisch revela as suas enormes qualidades.
“Ninotchka” é a prova de que uma boa comédia não precisa de ter um enredo desprovido de conteúdo e sentimento, apresentando-nos a um romance improvável entre uma rígida e fria enviada soviética e um Conde Francês bonacheirão, colocando em contraste os valores que estes defendiam antes de se conhecerem, ao mesmo tempo que nos apresenta uma sátira algo contundente à União Soviética e aos valores defendidos pelo Regime Comunista de Josef Stalin.
Estas vão ser as duas unidades temáticas principais, com Lubitsch a utilizar um estilo muito próprio e discreto, para abordar um tema tão problemático como a crítica ao comunismo.
A relação entre Ninotchka e o Conde é a alma deste filme, com a química e dinâmica fantástica entre Melvyn Douglas e Greta Garbo a concederem uma dimensão de excelência a "Ninotchka", a ponto dos personagens que este interpretam figurarem em quadragésimo lugar na lista das cem maiores paixões elaborada pelo American Film Institute.
Melvyn Douglas foi um dos parceiros com melhor química com Greta Garbo a par de John Gilbert, tendo em "Ninotchka" a segunda colaboração com a actriz. O Conde interpretado por Douglas é um personagem nas antípodas ideológicas da protagonista, embora esse choque de culturas não impeça o amor entre ambos, com os dois a protagonizarem momentos marcantes de cinema, onde o estilo descontraído do actor serve magnificamente o personagem que interpreta.
Greta Garbo tem um desempenho notável como Ninotchka, uma rígida enviada soviética, que é seduzida por Paris e pelo Conde d'Algout.
Esta surge no grande ecrã com um tom de voz quase mecânico, uma extrema rigidez física, num visual quase masculino, no estereótipo do ideal soviético de agir, um comportamento que aos poucos se vai diluindo, em grande parte graças ao personagem interpretado por Melvyn Douglas, com as dicotomias entre os personagens que interpretam a proporcionarem alguns momentos de enorme humor e até romantismo.
Uma das cenas mais hilariantes desenrola-se na Torre Eiffel, quando o Conde procura demonstrar a Ninotchka toda a beleza da cidade, vista do cimo da Torre, enquanto esta está indignada com o desperdício de electricidade que há em Paris.
Este é um dos exemplos da rigidez de Ninotchka em contraste com o Conde, embora esta aos poucos se deixe seduzir por Paris, pelo capitalismo e pelo personagem interpretado por Melvyn Douglas, mostrando ser uma mulher sensível, pronta a demonstrar os seus sentimentos e até a rir.
A cena do riso de Ninotchka marca um ponto de viragem para a personagem de Greta Garbo, a partir daqui a enviada extraordinária Yakushova começa a perder toda a rigidez inicial e começa a extravasar os seus sentimentos e a ser feliz.
Vale ainda a pena recordar a cena do primeiro beijo do casal, em que a bela soviética parece impassível, ou quando rejeita os avanços do Conde quando este lhe explica a localização da Torre Eiffel, para aos poucos começar a ceder ao calor da paixão.
A juntar a este dueto, temos ainda o trio formado por Iranov, Buljanov e Kopalsky, o alívio cómico desta belíssima comédia que contrasta de forma satírica os estereótipos associados às sociedades capitalistas com os estereótipos ligados à União Soviética e ao Comunismo.
Melvyn Douglas foi um dos parceiros com melhor química com Greta Garbo a par de John Gilbert, tendo em "Ninotchka" a segunda colaboração com a actriz. O Conde interpretado por Douglas é um personagem nas antípodas ideológicas da protagonista, embora esse choque de culturas não impeça o amor entre ambos, com os dois a protagonizarem momentos marcantes de cinema, onde o estilo descontraído do actor serve magnificamente o personagem que interpreta.
Greta Garbo tem um desempenho notável como Ninotchka, uma rígida enviada soviética, que é seduzida por Paris e pelo Conde d'Algout.
Esta surge no grande ecrã com um tom de voz quase mecânico, uma extrema rigidez física, num visual quase masculino, no estereótipo do ideal soviético de agir, um comportamento que aos poucos se vai diluindo, em grande parte graças ao personagem interpretado por Melvyn Douglas, com as dicotomias entre os personagens que interpretam a proporcionarem alguns momentos de enorme humor e até romantismo.
Uma das cenas mais hilariantes desenrola-se na Torre Eiffel, quando o Conde procura demonstrar a Ninotchka toda a beleza da cidade, vista do cimo da Torre, enquanto esta está indignada com o desperdício de electricidade que há em Paris.
Este é um dos exemplos da rigidez de Ninotchka em contraste com o Conde, embora esta aos poucos se deixe seduzir por Paris, pelo capitalismo e pelo personagem interpretado por Melvyn Douglas, mostrando ser uma mulher sensível, pronta a demonstrar os seus sentimentos e até a rir.
A cena do riso de Ninotchka marca um ponto de viragem para a personagem de Greta Garbo, a partir daqui a enviada extraordinária Yakushova começa a perder toda a rigidez inicial e começa a extravasar os seus sentimentos e a ser feliz.
Vale ainda a pena recordar a cena do primeiro beijo do casal, em que a bela soviética parece impassível, ou quando rejeita os avanços do Conde quando este lhe explica a localização da Torre Eiffel, para aos poucos começar a ceder ao calor da paixão.
A juntar a este dueto, temos ainda o trio formado por Iranov, Buljanov e Kopalsky, o alívio cómico desta belíssima comédia que contrasta de forma satírica os estereótipos associados às sociedades capitalistas com os estereótipos ligados à União Soviética e ao Comunismo.
O Comunismo aparece quase sempre retratado como algo negativo, associado à repressão e à pobreza, em oposição ao Capitalismo.
Esta dicotomia a nível ideológico é paradigmaticamente exposta através das distintas representações de Paris e de Moscovo.
Paris aparece representada como a cidade da liberdade, onde os cidadãos podem desfrutar de uma vida agradável, as diferenças entre os distintos grupos sociais são encaradas como algo natural e todos parecem viver em harmonia, é a Cidade Luz em todo o seu esplendor, no cenário anterior à II Guerra Mundial.
Já o cenário da União Soviética é bem diferente, ao sermos apresentados a um cenário cinzento de uma parada militar, onde não faltam cartazes com símbolos comunistas, com figuras de Estaline e Lenine, no culto da personalidade, numa demonstração clara de propaganda política de pendor fascista.
Moscou aparece representada como uma cidade em que os habitantes vivem em condições miseráveis e num clima de suspeição, em que tudo o que é dito tem de ser controlado e as inovações e diferenças reprimidas.
Esta crítica aprofunda-se mais se tivermos em consideração a personagem da Duquesa Swana, com esta a representar a antiga aristocracia despojada dos seus bens após a Revolução Russa, que coincidiu com a nacionalização dos bens e propriedade privada.
A própria Duquesa não está desprovida de defeitos, representando a avareza e a mesquinhez que levaram a que muitos dos cidadãos russos se revoltassem contra a estrutura hierárquica da sua Nação.
A venda do colar da Duquesa serviria para comprar mais tractores, para alimentar o programa de industrialização intensiva e de colectivização da agricultura soviética.
As purgas efectuadas pelo regime soviético, sobretudo com Estaline, não são esquecidas, sendo abordadas através de uma frase de Ninotchka, que no inicio do filme não tem pudores ao afirmar que as purgas foram um sucesso, ao comentar “The last mass trials have been a great success.
There are going to be fewer but better Russians”.
Ninotchka referia-se à Grande Purga, uma acção movida pelo ditador soviético contra os seus opositores políticos, verdadeiros ou não, entre 1934 e 1939.
Esta dicotomia a nível ideológico é paradigmaticamente exposta através das distintas representações de Paris e de Moscovo.
Paris aparece representada como a cidade da liberdade, onde os cidadãos podem desfrutar de uma vida agradável, as diferenças entre os distintos grupos sociais são encaradas como algo natural e todos parecem viver em harmonia, é a Cidade Luz em todo o seu esplendor, no cenário anterior à II Guerra Mundial.
Já o cenário da União Soviética é bem diferente, ao sermos apresentados a um cenário cinzento de uma parada militar, onde não faltam cartazes com símbolos comunistas, com figuras de Estaline e Lenine, no culto da personalidade, numa demonstração clara de propaganda política de pendor fascista.
Moscou aparece representada como uma cidade em que os habitantes vivem em condições miseráveis e num clima de suspeição, em que tudo o que é dito tem de ser controlado e as inovações e diferenças reprimidas.
Esta crítica aprofunda-se mais se tivermos em consideração a personagem da Duquesa Swana, com esta a representar a antiga aristocracia despojada dos seus bens após a Revolução Russa, que coincidiu com a nacionalização dos bens e propriedade privada.
A própria Duquesa não está desprovida de defeitos, representando a avareza e a mesquinhez que levaram a que muitos dos cidadãos russos se revoltassem contra a estrutura hierárquica da sua Nação.
A venda do colar da Duquesa serviria para comprar mais tractores, para alimentar o programa de industrialização intensiva e de colectivização da agricultura soviética.
As purgas efectuadas pelo regime soviético, sobretudo com Estaline, não são esquecidas, sendo abordadas através de uma frase de Ninotchka, que no inicio do filme não tem pudores ao afirmar que as purgas foram um sucesso, ao comentar “The last mass trials have been a great success.
There are going to be fewer but better Russians”.
Ninotchka referia-se à Grande Purga, uma acção movida pelo ditador soviético contra os seus opositores políticos, verdadeiros ou não, entre 1934 e 1939.
Os ideais soviéticos e os seus planos a longo prazo acabam por ser satirizados através dos vários personagens ao longo do filme.
Iranov, Buljanov e Kopalsky cedem facilmente ao luxo e boa vida que a cidade parisiense oferece.
Nesta cidade estes podem falar livremente, beber, divertir-se e conhecer belas mulheres, como nunca antes o fizeram, a ponto de desertarem na primeira oportunidade que tiveram.
O Conde d'Algout não se cansa de mostrar os benefícios do sistema capitalista, que facilita a demonstração de sentimentos, que proporciona a felicidade e bem estar aos cidadãos, mesmo que estes estejam falidos como o Conde.
Este ainda vai ao ponto de efectuar uma crítica corrosiva aos planos a longo prazo elaborado pelos comunistas, salientando ser fascinado pelo Plano Quinquenal Soviético, “desde os últimos quinze anos”.
No entanto, não deixa de ser curioso verificar como o filme viria a tornar-se algo constrangedor para os Estados Unidos da América, no decorrer da II Guerra Mundial, após a União Soviética entrar no lado dos aliados.
Por sua vez, irá ganhar uma grande popularidade durante a Guerra Fria, período em que os Estados Unidos e União Soviético viveram num clima de paz armada, que ameaçava a paz mundial, durante a chamada Guerra Fria, com "Ninotchka" a surgir como uma obra paradigmática de valorização dos valores capitalistas e de alguma crítica em relação ao comunismo.
Nas mãos de outro realizador, “Ninotchka” poderia facilmente tornar-se uma sátira desprovida de interesse, apresentando críticas fáceis a um regime antagónico ao capitalismo yankee, algo que raramente acontece ao longo do filme.
Lubitsch consegue conciliar de forma sublime os elementos satíricos com um romance sincero e improvável entre dois personagens que teriam tudo para cair nos estereótipos fáceis, ao longo de uma obra maior da sua carreira, uma comédia leve, inteligente e agradável, que apresenta uma Greta Garbo magistral naquele que viria a ser o penúltimo filme que a “esfinge sueca” protagonizaria.
Garbo ri e o espectador também ao longo desta deliciosa comédia realizada por Ernst Lubitsch.
Iranov, Buljanov e Kopalsky cedem facilmente ao luxo e boa vida que a cidade parisiense oferece.
Nesta cidade estes podem falar livremente, beber, divertir-se e conhecer belas mulheres, como nunca antes o fizeram, a ponto de desertarem na primeira oportunidade que tiveram.
O Conde d'Algout não se cansa de mostrar os benefícios do sistema capitalista, que facilita a demonstração de sentimentos, que proporciona a felicidade e bem estar aos cidadãos, mesmo que estes estejam falidos como o Conde.
Este ainda vai ao ponto de efectuar uma crítica corrosiva aos planos a longo prazo elaborado pelos comunistas, salientando ser fascinado pelo Plano Quinquenal Soviético, “desde os últimos quinze anos”.
No entanto, não deixa de ser curioso verificar como o filme viria a tornar-se algo constrangedor para os Estados Unidos da América, no decorrer da II Guerra Mundial, após a União Soviética entrar no lado dos aliados.
Por sua vez, irá ganhar uma grande popularidade durante a Guerra Fria, período em que os Estados Unidos e União Soviético viveram num clima de paz armada, que ameaçava a paz mundial, durante a chamada Guerra Fria, com "Ninotchka" a surgir como uma obra paradigmática de valorização dos valores capitalistas e de alguma crítica em relação ao comunismo.
Nas mãos de outro realizador, “Ninotchka” poderia facilmente tornar-se uma sátira desprovida de interesse, apresentando críticas fáceis a um regime antagónico ao capitalismo yankee, algo que raramente acontece ao longo do filme.
Lubitsch consegue conciliar de forma sublime os elementos satíricos com um romance sincero e improvável entre dois personagens que teriam tudo para cair nos estereótipos fáceis, ao longo de uma obra maior da sua carreira, uma comédia leve, inteligente e agradável, que apresenta uma Greta Garbo magistral naquele que viria a ser o penúltimo filme que a “esfinge sueca” protagonizaria.
Garbo ri e o espectador também ao longo desta deliciosa comédia realizada por Ernst Lubitsch.
NINOTCHKA
(Ninotchka, 1939, P&B, 110 minutos)
Direção
Ernst Lubitsch
Roteiro
Charles Brackett
Billy Wilder
Walter Reisch
Melchior Lengyel
Elenco
Greta Garbo
Melvyn Douglas
Ina Claire
Bela Lugosi
Sig Ruman
Felix Bressart
Alexander Granach
No comments:
Post a Comment