Li quase todos os livros que Zuza escreveu, tenho em conta oito livros dos quais " A Era dos Festivais " vestiu minha alma. Possa ser que assim seja face ter vivido todo os clima de discussões, velho versus novo, Chico versus tropicalismo, Renovação radical. Zuza me ajudou entender a importância de João Gilberto, pois sem João não haveria a renovação que houve. A leitura de Zuza também me fez torcer o nariz, pois não concordo com seu voto de Gal Costa ser a mais bela voz. Algumas canções são perfeitas para Gal desfilar suas potencialidades, mas fico com Elizeth que nunca precisou atravessar notas. Seu novo livro " Samba Canção " que ainda não li, mas imagino ser par perfeito para o livro do Ruy Castro, deve acrescentar e muito, Zuza conhece MPB como ninguém. Lendo sua entrevista para " Valor " nos conforta seus tiros na mosca. Primeiramente que " Águas de Março " é a grande canção da MPB e pela ordem, a segunda afirmação sou inteiramente concordante, a baixa qualidade da MPB tocada nas rádios e tvs e que não representam a verdadeira expressão da cultura brasileira. O que vem bem e poucos tem acesso é a musica instrumental trazendo músicos com conhecimento e domínio técnico. Músicos que embora não sejam divulgados como merecem ser, tem feito o que há de melhor. No mais não há como ficar mais de dois minutos ouvindo o que divulgam nas rádios e tvs.
Faz hoje quatro anos que minha mãe argumentou para mim sobre a importância de ler Dickens e faz dois anos que postei o prazer de mais uma tardia descoberta. Oliver Twist, David Copperfield, Nicholas Nickleby, Philip Pirrip – o que estes personagens de Charles Dickens têm em comum? São jovens que passam por adversidades, sendo obrigados a, precocemente, ir ao encontro dos encargos da difícil e impiedosa vida adulta. O cenário por excelência do Realismo é a prosa, já que a poesia é dominada pelo Parnasianismo. No século XVIII, na Inglaterra, em meio a incontáveis mudanças econômicas, sociais e políticas, no auge da segunda etapa da Revolução Industrial, a narrativa inglesa solidificava as bases do romance típico do Realismo. NA OCASIÃO TIVE PONTOS MARCADOS - Narrativas marcadas pelo humor e ironia; Marcante crítica social; Presença de consciência social; Enredos intrincados; Descrições sugestivas; Caracterizações grotescas
- Oliver Twist - 1839
- Um Conto de Natal - 1843
- David Copperfield - 1850
- A Casa Soturna - 1853
- Um Conto de Duas Cidades - 1859
- Grandes Esperanças - 1861
- O Mistério de Edwin Drood - 1870
Faz 20 anos que o amigo Thomé me incentivou ler Styron, recusei a ideia. Rimos muito de como Styron foi dispensado da McGraw Hill, mas Thomé não me dobrou. Anos depois assisti o filme, considerei muito bom. William Clark Styron Jr. que nasceu em 11 de junho de 1925 em Virgínia, EUA. Ensaísta, editor e romancista dos mais expressivos da geração pós II Guerra Mundial, considerado como o sucessor de William Faulkner. Ficou conhecido, desde cedo, como a voz do Sul, através de dois livros fundamentais: "As Confissões de Nat Turner" (1967), que lhe valeu o Prêmio Pulitzer, e "A Escolha de Sofia" (1979), que foi levado às telas com Meryl Streep e Kevin Kline. Um filme, sobre a história de uma sobrevivente polaca do Holocausto, obrigada por um oficial de um campo de concentração a escolher qual dos dois filhos deveria viver. Eu não o teria feito daquela maneira, mas é um ótimo filme. Eu teria dado uma visão diferente, enfatizando mais a relação ente Sofia e Nathan, o caráter destrutivo desta relação. Mas o produtor adquiriu os direitos para fazer o filme daquela maneira e fez um bom trabalho. O filme foi meu grande estímulo. Peguei o livro da minha mãe que não é fã do autor e acha balela essa de ser um novo Faulkner Escreveu, também, um relato corajoso sobre a depressão, que ele mesmo padecia: Perto das trevas (Rocco, 2000). Nada chegará perto da depressão de Wiston Churchill batizada "Black Dog". O livro ampliou seu público com um contingente razoável de pessoas ávidas em conhecer uma doença tão desconhecida. Além de escrever, atuou como editor trabalhando na MacGraw-Hill e ajudou a fundar a famosa revista The Paris Review. Foi um autor que transferiu as obsessões com a raça, classe social e culpa pessoal para narrativas atormentadas como Lie Down in Darkness (1951); A Longa Marcha ( 1952); Set this house on fire (1960). Seu último livro foi autobiográfico: Uma Manhã em Tidewater ( Rocco, 1993). Faleceu em 1º de novembro de 2006.
Marcel Proust, o autor de “Em Busca do Tempo Perdido”, é universalmente conhecido. Mas sua faceta de duelista e poeta é menos conhecida. Em 1896, quando lançou seu primeiro livro, “Os Prazeres e os Dias” (Nova Fronteira, 260 páginas, tradução de Fernando Py), o crítico Jean Lorrain atacou, no “Le Journal”, com acidez: “Qualquer um, hoje, se considera escritor e vem incomodar a imprensa e a opinião púbica com sua pequena glória, a golpe de jantares, influências mundanas, pequenas intrigas de ventarolas. (...) Todos os esnobes querem ser autores. (...) ‘Os Prazeres e os Dias’, do sr. Marcel Proust: melancolias graves, frouxidões elegíacas, pequenos nadas de elegância e sutileza, ternuras vãs, flertes inanes em estilo precioso e pretensioso”. Possesso, Proust desafiou-o para um duelo. Lorrain aceitou e duelaram, em Paris, sob os olhares de uma plateia animada. Nenhum acertou os tiros e ficou por isto mesmo. Lorrain despontou para o anonimato — porque aquilo que apontava como “defeito” era “virtude” (como o estilo era praticamente desconhecido, soava estranho) — e Proust refinou a qualidade de sua literatura, que já aparecia em relances no livro criticado, e nos legou uma bíblia da sociedade francesa de seu tempo, “Em Busca do Tempo Perdido”.
Temos com Tolstoi o sonho de ver o homem escolher seu destino, seu modo de vida, lutando por ver seus ideais transformadores marchar para uma sociedade cada vez melhor. Certamente achava ser possível com o conhecimento alcançar com racionalidade um tempo de verdades, de amor, honestidade, justiça, segurança, relações com dignidade humana, decência, independência e liberdade. Vemos uma inversão progressiva dos valores éticos que preservem um mínimo de dignidade, há uma tolerância inexplicável. Um dos autores que li tardiamente, Charles Dickens afirmava que a revolução francesa havia sido o pior e o melhor dos tempos. Idade da razão e da loucura, das crenças e descrenças, luz e trevas. Muitos guardam o olhar de Tolstoi, outros Dickens, eu depois que descobri Cioran não creio que haja solução para a total decadência e não há como negá-la.
LÁ VAMOS NÓS AMARGANDO UMA BAITA GRIPE, MAS NADA COMO UM CAFÉ
Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada à Rua Bahia sem número,
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