Thursday, August 13, 2015

A MAGNÍFICA HELEN MIRREN CONSEGUE FAZER DE "A DAMA DOURADA" UM FILME AGRADÁVEL

por Chico Marques

Muitos devem estar estranhando tantos filmes sobre roubos de obras de arte ocorridas durante durante a Ocupação Nazista na Segunda Guerra Mundial chegando às telas de uns tempos para cá. 

É que nesse últimos 15 anos, mais de 12 mil objetos que estavam desaparecidos desde a Guerra foram encontrados e devolvidos aos legítimos proprietários -- com todo o apoio da Alemanha, que está incumbida de analisar a procedência de milhares de obras incorporadas ao acervo cultural do país desde então -- e algumas dessas histórias de devolução são tão pitorescas que merecem ser conhecidas por todos. 

Essa onda toda começou no ano passado, George Clooney dirigiu o filme "Caçadores de Obras Primas", mostrando o trabalho de uma brigada aliada que resgatou mais de sete mil obras saqueadas por oficiais nazistas. 

Agora, o diretor Simon Curtis decidiu aborda o tema de forma menos aventuresca neste drama judicial "A Dama Dourada", sobre uma austríaca de origem judaica (Helen Mirren) que tenta reaver um retrato que o renomado Gustave Klimt fez de sua tia, e que fora saqueado da casa de sua família durante a ocupação nazista na Áustria. 

Herdeira por direito, ela decide processar o Governo da Áustria e exigir a restituição da obra -- até então exibida na Galeria de Belvedere, e conhecida como "a Mona Lisa austríaca" --, com a ajuda de um jovem e inexperiente advogado (Ryan Reynolds).


É um tema complicado, que deve provocar arrepios nos Administradores do MASP em São Paulo, já que o museu paulistano possui em seu acervo inúmeras obras de arte adquiridas por seu fundador Pietro Maria Bardi que foram reconhecidamente contrabandeadas para cá depois de terem sido provavelmente saquadas durante a Segunda Guerra.

De qualquer maneira, uma história tão interessante quanto essa poderia ter rendido um filme melhor, mas infelizmente não foi o que aconteceu.

Simon Curtis, que estava perfeito em "Seis Dias Com Marilyn", está irreconhecível aqui -- o que prova que de nada adianta contratar um bom diretor quando ele se vê obrigado a trabalhar com um roteiro fraco, duro e sem pontos de fuga.
  

Helen Mirren está muito bem como a judia anciã. É uma atriz forte e intensa, que tira de letra qualquer papel e consegue sempre imprimir uma personalidade interessante a qualquer personagem.

Guardadas as devidas proporções, Ryan Reynolds também está bem no filme. É um comediante com sérias limitações em pepéis dramáticos, mas que parece determinado a provar para outros que é mais do que um cara engraçado. Não consegue brilhar em seu papel, mas ao menos não compromete. 

Já Katie Holmes, que faz sua mulher, está supreendentemente mal no filme, numa interpretação constrangedora de tão inexpressiva. O que houve com essa moça, afinal? Parece que desaprendeu a atuar. Para piorar, tem apenas 36 anos e parece ser dez anos mais velha... 

No final das contas, "A Dama Dourada" tem pontos positivos em número suficiente para fazer dele um filme agradável de se ver. Mas, se quiserem um conselho de amigo, é melhor não esperar demais dele, para não se aborrecer.


A DAMA DOURADA
Woman In Gold
(2015, 110 minutos)

Direção
Simon Curtis

Roteiro
Alexi Kaye Campbell

Elenco
Helen Mirren
Ryan Reynolds
Katie Holmes
Elizabeth McGovern
Allan Corduner
Antje Traue
Charles Dance
Daniel Brühl
Frances Fisher
Henry Goodman
Max Irons
Moritz Bleibtreu
Nina Kunzendorf
Tatiana Maslany
Tom Schilling

em cartaz do Iporanga 4
 e no Cinemark Praia Shopping



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