Fim
de Copa nos leva a encarar a realidade, depois de 32 dias entorpecidos pelos
jogos. E, como era de se esperar, as coisas pouco mudaram nestas terras
tropicais descobertas por Cabral (o navegador português, não o preso). A
política continua chafurdando na lama; a proximidade das eleições começa a
afunilar e apertar o bom senso e o começo de espaço de TV e rádio anda
movimentando mais dinheiro que a Bovespa. Sim, meus caros, a coisa está feia e
a gente não vê possibilidade de melhorar, pelo menos a curto prazo.
Os
candidatos até agora apresentados são de dar piriri em qualquer um.
Considerando-se os grandes partidos, não há um candidato sequer que entusiasme,
que nos tire do sério. Bolsonaro, Ciro, Alckmin, Álvaro Dias, Marina...mais uma
grande dose do mesmo. Fica-se com a impressão de que o País está viciado em
incompetência, em mesmice; atolado em desesperança, sem sonhos, sem nada. Como
explicar isso?
Bolsonaro,
que vem liderando as pesquisas, dificilmente chegará ao segundo turno, apesar
de todos afirmarem ao contrário. Na minha opinião, o povo não é tão cego assim:
na hora do vamos ver, o bom senso acaba prevalecendo e qualquer atitude de
extremos será combatida. A mesma coisa se pode dizer de Ciro Gomes, o
coronelzinho de segunda classe que sonha em chegar à presidência para tentar
transformar este País numa enorme ditadura. Quem o definiu bem foi Vera Magalhães, do Estadão: “Ciro flex”. Ou seja: para fechar um acordo, ele se
agarra na direita, no esquerda, no centro,
no céu, em fio desencapado...
Aliás,
Ciro Gomes, o destemperado, vai contra tudo aquilo que o País precisa. Não é o
momento de extremismos, não é o momentos de verborragia;não é o momento de
confrontos.A conciliação será o único caminho que poderá levar o país a outros
patamares; a única maneira de conseguirmos realizar as tão esperadas (e
necessárias)reformas tão anunciadas por 10 entre 10 economistas. Ciro significa
truculências, oportunismo barato, populismo burro. Desperdiçar um voto com Ciro
Gomes beira a irresponsabilidade. Basta
conhecer sua carreira política e descobriremos que ele não tem qualquer
formação ideologia coerente. Tanto que já passou por diversos partidos, fazendo
agora sua estréia no PDT, aquele mesmo do Lupi. Ou seja, um oportunista
barato...
Alckmin
significa o continuísmo atrasado, lerdo, cansativo, monótono. É outro que a
gente não sabe bem o que apita. Se é um social-democrata mesmo ou se assume sua
postura de direito definitivamente. Não há qualquer pecado em ser de direita ou
esquerda, mas é preciso que se tenha uma definição. Como o alto do muro é o
lugar preferido por seu partido, não chegou a surpreender seu acordo com o
famigerado Centrão, um pântano político de assustar. Com isso, ele consegue 40%
do horário eleitoral, um passo importantíssimo para o segundo turno. E com a força
que tem no Interior de São Paulo, não será novidade levar ainda no primeiro
turno. Na minha pobre e pequena opinião, não será bom para o Brasil...mas será
a menos ruim de todas as opções.
Isso
porque Marina Silva chega como sempre chegou: quase morrendo. Não diz coica com
coisa, não assume uma postura de luta definitiva; deita-se no berço esplêndido
ambiental que seu marido faz questão de chutar para o alto (envolvido com
venda de madeira ilegal...); faz cara de vítima, conta mais uma vez a história
de sua vida e não muda absolutamente nada. Parece que entra na disputa única e
exclusivamente para encher o saco dos outros ou para se colocar politicamente
no país e conseguir um cargo aqui, outro ali para agradar seus seguidores.
Convenhamos, Marina Silva é um porre...
Meu
xará, Álvaro Dias, pode até ser um bom nome. Mas, honestamente, falta-lhe
pegada, falta-lhe aquele algo mais que um candidato a presidente precisa ter.
Ele recebe apenas seu salário de senador, abriu mão de assessores, luta por uma
política mais limpa; anda por todo o País pregando o combate à corrupção, apoia
de peito aberto a Lava Jato, o Juiz Sergio Moro, mas, sejamos honestos, anda
pregando no deserto. Por mais que lute e esperneie, não consegue fazer com que
sua campanha saia do chão. Talvez o fato de fazer parte do atual Congresso
Nacional o coloque na mesma bacia da camarilha. E como todo mundo anda de saco
cheio, ele acaba se borrando na lama dos outros. Enfim...
Enquanto
isso...
E
enquanto o País luta para encontrar um nome que possa se transformar num líder,
num estadista, a nossa brava esquerda, liderada pela grande e brilhante Gleise Hoffman, participava do tal Forum de
São Paulo, desta vez em Havana, Cuba. Confesso:
imaginava que esse estrovenga já tinha acabado, mas lá estavam eles com
os mesmos slogans dos anos 60, 70, 80, completamente esquecidos que a Guerra
Fria já acabou faz muito tempo e que agora, a
velha União Soviética transformou-se
em Rússia e que os Estados Unidos da América não mudaram de nome, apenas de
gerente. E o atual gerente parece ser íntimo amigo do gerentão Putin, tanto que
prefeiu defender o líder russo a respeitar as investigações feitas pelo seu
próprio Serviço Secreto. Quem diria...
Difícil
acreditar que pessoas com um mínimo de integridade tenham fígado para ouvir um
tonto como Nicolas Maduro, líder da pobre Venezuela. Logo ele que acabou de vez
com a oposição ao seu governo, conseguiu exilar todos os dissidentes, jogou seu
povo numa penúria de dar medo e ainda
expulsou todos os dissidentes! Animado, atacou a política brasileira com fúria,
exaltou Lula (o presidente preso por corrupção) e atacou os Estados Unidos com
aqueles slogans de sempre: imperialismo america, neoliberalismo e outras
palavras e ordem que nem merecem ser repetidas.
Na
verdade, para Maduro, todos os problemas da America Latina são de responsabilidade
dos norte americanos. Para ele, a perseguição aos “líderes progressistas” (que
diabo será isso?) de todo o continente, “é uma guerra de caráter não
convencional” e que teve seu ponto mais alto com a prisão do meliante conhecido
por Lula, ex-presidente brasileiro. Maduro teve o desplante de exigir a
liberdade do prisioneiro famoso, afirmando que sua prisão era “uma ofensiva
reacionária, conservadora e restauradora neoliberal”. Durma-se com um barulho
desses....Inté.
Álvaro Carvalho Jr. é jornalista aposentado
e trabalhou para vários jornais e revistas
ao longo de 40 anos de carreira.
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quando esquece que está aposentado.
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