por Edu Fernandes
para Preview
Em um período com tantas sequências desnecessárias, é bom que entre em cartaz uma continuação despretensiosa, mas que satisfaça uma base de fãs razoável. Truque de Mestre (2013) não foi um fenômeno estrondoso nas bilheterias, mas conseguiu se firmar e havia alguma expectativa por mais aventuras com os ilusionistas-golpistas. Por isso, nada mais justificável do que realizar Truque de Mestre: O 2º Ato.
Depois dos acontecimentos do filme anterior, os Cavaleiros são fugitivos, mas ainda mantêm contato com o Olho, organização secreta que planeja suas missões. Há um esboço de descontentamento em Daniel (Jesse Eisenberg), que se julga mais apto para ser o líder do grupo. Esse será o mote inicial para a nova história, que prega a união dos mágicos em uma tentativa clara de manter a franquia em cartaz em mais capítulos futuro.
No entanto, antes do próximo show, ocorre uma mudança na equipe: sai Isla Fisher, que estava grávida durantes as gravações, e entra Lizzy Caplan na vaga feminina em um remendo narrativo típico quando essas manobras são necessárias – ao menos seu personagem tem luz própria e dá conta do recado.
Se há novidade entre os anti-heróis, o mesmo acontece entre os antagonistas: Walter (Daniel Rafcliffe) é um investidor inescrupuloso que obriga o grupo a executar um roubo em troca de suas vidas de volta. Pelo caminho, aparecem outras figuras interessantes, mas não é necessário estragar a surpresa.
Com todos os jogadores em campo, o enredo funciona de maneira semelhante ao filme anterior: um golpe complexo, com vários truques de ilusionismo para dar um charme. A diferença é que na sequência há um cuidado maior para explicar truques aqui e ali, o que abre brechas para liberdades no roteiro quando não são revelados os segredos.
AGORA VOCÊ ME VÊ, AGORA NÃO.
por Leonardo Marques
para Apertando Play
'Now You See Me (Agora Você Me Vê)' já tem um erro claro quando sua sequência não se chama 'Now You Don't (agora não)', mas é um caso raro em que uma sequência consegue superar o original. Seguindo os acontecimentos do primeiro filme, agora os quatro Horsemen deixam a ideia de roubar bancos de lado para tentar expor o plano de um magnata, que tem como objetivo criar um aparelho que decodifica e controla qualquer computador no planeta.
AGORA VOCÊ ME VÊ, AGORA NÃO.
por Leonardo Marques
para Apertando Play
'Now You See Me (Agora Você Me Vê)' já tem um erro claro quando sua sequência não se chama 'Now You Don't (agora não)', mas é um caso raro em que uma sequência consegue superar o original. Seguindo os acontecimentos do primeiro filme, agora os quatro Horsemen deixam a ideia de roubar bancos de lado para tentar expor o plano de um magnata, que tem como objetivo criar um aparelho que decodifica e controla qualquer computador no planeta.
Assim como seu antecessor, é um filme muito bonito, as imagens são polidas, a fotografia é realmente destacável e melhora o que está sendo visto. As cenas de mágica são de longe as melhores, com destaque para uma sequência envolvendo uma carta e os quatro mágicos onde tudo parece extravagante, mas plausível o suficiente para que não se torne absurdo. Alguns truques já são mais fáceis de se prever caso você tenha assistido o primeiro filme ou conheça os princípios da mágica de espetáculo, mas ainda assim o filme trabalha muito bem a ideia de perspectiva, e por vezes pode enganar o telespectador também. As sequências do Three Card Monte, dos pombos e da chuva são excelentes. Nos pequenos detalhes é um filme mais bem costurado.
As performances continuam sólidas com o que lhes é dado. Jesse Eisenberg como Atlas é um personagem realmente interessante, e Woody Harrelson dá show interpretando Merrit e seu cômico irmão gêmeo. Dave Franco vai bem, mas herdou a dificuldade de fazer cenas de romance de seu irmão (James Franco) e seu envolvimento com Lula, interpretada por Lizzy Chaplan, é extremamente mal desenvolvido. A substituição de Isla Fisher foi feita em cima da hora por conta da gravidez da atriz, e o filme não faz questão de expor aonde ela foi mesmo que soubesse de diversos segredos sobre o grupo. A introdução de Lula é preguiçosa, assim como a própria personagem que não consegue ser alívio cômico e é extremamente mal interpretada, não sei se de propósito. Mark Ruffalo, Morgan Freeman e Michael Caine são veteranos e comandam seus personagens, e a adição de Daniel Radcliffe foi menos impactante do que se esperava, mas sua atuação foi boa o suficiente para seu personagem ser odioso, o que é algo bom afinal ele é o vilão, e não o Harry.
No entanto o filme acaba repetindo erros do primeiro. A história está sim menos absurda e requer menos da perseguição mal feita anteriormente, os diálogos raramente se tornam enfadonhos e requerem de menos frases de efeito, mas são apenas necessários para o desenrolar dos acontecimentos, nunca mais do que isso. Não se dá espaço para seus atores brilharem e elevarem o peso emocional e realista da história, o que com um elenco desses é um verdadeiro erro, além da evolução dos personagens ser algo totalmente superficial. As conveniências absurdas para que planos funcionem ainda existem, como se tudo precisa-se conspirar a favor do herói ou vilão por trás do plano.
'Truque de Mestre' e agora sua sequência enganam muito bem seu público atirando tantas coisas em sequência que te deixam confuso e boquiaberto, uma coisa leva a outra que lembra outra do passado e que coloca alguém que você menos esperava no lugar certo. Isso funciona (e muito) até que você pare pra pensar no que realmente está acontecendo. É um filme muito menos inteligente do que diz, e com o mínimo de senso é fácil de achar furos gigantescos no desenrolar da história, que não comprometem o entretenimento, mas sim o valor final.
Talvez o filme tenha sido pouco ambicioso ou tenha tido pouco dinheiro na hora de contratar seus produtores, pois manter Ed Solomon (lembram de 'Super Mario Bros'?) é algo curioso. A combinação dele com o diretor Jon M. Chu realmente é falha, pois para um filme com um elenco desses ou você deixa eles tomarem conta ou comanda tudo de forma que o filme funcione organicamente, e nenhum dos dois acontece. Não deixo de pensar o que seria de 'Truque de Mestre' com uma dupla mais imponente por trás da produção.
Truque de Mestre 2 (perde qualidade se seu título for visto em português, sério) é um filme interessante e que vai entreter quase todos na platéia. O absurdismo ainda existe, mas está um tanto mais palpável e a utilização de elementos mais comuns da mágica foi um verdadeiro acerto. Um Blockbuster fantasiado de um filme extremamente inteligente, não contou com diretor e roteirista bons o suficiente para fazer o contrário, o que seria excepcional. Um filme muito bom se você gosta de pensar um pouco, mas que com qualquer reflexão mais profunda perde muito do seu peso. Se você gosta de mágica vá assistir que a diversão é certa, se não, ainda há a possibilidade de gostar, mas existem opções melhores.
TRUQUE DE MESTRE - O 2° ATO
(Now You See Me - The Second Act, 2016, 115 minutos)
Direção
Jon M. Chu
Elenco
Daniel Radcliffe
Morgan Freeman
Mark Ruffalo
Dave Franco
Jay Chou
Lizzy Caplan
Woody Harrelson
Michael Caine
Jesse Eisenberg
em cartaz nas Redes Cinespaço, Roxy e Cinemark
TRUQUE DE MESTRE - O 2° ATO
(Now You See Me - The Second Act, 2016, 115 minutos)
Direção
Jon M. Chu
Elenco
Daniel Radcliffe
Morgan Freeman
Mark Ruffalo
Dave Franco
Jay Chou
Lizzy Caplan
Woody Harrelson
Michael Caine
Jesse Eisenberg
em cartaz nas Redes Cinespaço, Roxy e Cinemark
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