Monday, June 6, 2016

UM LONGO VERÃO BABADO FORTÍSSIMO - PARTE 3 (por Jurema Cartwright)



Depois de um Reveillon glorioso ao lado de minhas "companheiras em armas" Luzinete e Vesúvia em meu "aparelho" no topo da Ilha Porchat, em São Vicente, e de algumas trocas de óleo deliciosas no início do ano com as duas adoráveis ninfas em questão, confesso que comecei e ter saudades de minha vidinha normal.

Não... não estou com saudades do trabalho... longe disso, estou não só em férias como também num flerte aberto com a aposentadoria... e por mais que adore sexo e enlouqueça com os "capôs de Fusca" de Luzinete e Vesúvia pra lá e pra cá o dia inteiro no apartamento -- como são acaloradas essas duas! --, confesso que às vezes tenho muita saudade de ficar sozinha comigo mesma.

Não me entendam mal: gosto muito de receber visitas em casa. Mas vocês hão de concordar comigo que o prazer em receber deveria vir sempre acompanhado de um selo do Inmetro, com um determinado prazo de validade -- e quando esse prazo não é respeitado, a chance de uma brincadeira antes adorável azedar é sempre considerável.



E então, quando eu estava começando a me sentir confinada em minha própria casa, sem acesso à minha vida pessoal, eis que meu querido amigo Manuel Mann -- que acaba de mudar para o Rio de Janeiro --, me presenteia com uma passagem para embarcar num cruzeiro de 12 dias até a Argentina no Costa Fortuna.

Disse o galante gajo que ganhou 3 passagens de presente há meses, e que sua idéia original era levar suas namoradas gêmeas Mariluce e Marlice para passear. Mas sua vida tomou outro rumo desde então, e nem Mariluce, nem Marilice toparam acompanhá-lo na mudança para o Rio. 

Disse ainda que suas duas beldades louras suburbanas iriam dividir cabine comigo no Costa Fortuna, e, meio choroso, perguntou no meu ouvido: "Caso nunca tenhas encaçapado gêmeas antes, sugiro experimentar... Posso garantir que não existe nada mais sublime neste planeta, acredite."

"Mas Manuel...tu sabes que mulheres de amigo meu para mim são homens! Tens certeza de que posso avançar o sinal com elas? Veja lá... nossa amizade vale muito mais do que duas lindas e adoráveis bucetinhas gêmeas suburbanas."

Manuel me abraçou e disse simplesmente: "Vivi alguns meses adoráveis ao lado delas duas, e agora chegou a hora do próximo felizardo, ou dá próxima felizarda, entrar em cena. Faça bom proveito das meninas, Jurema querida. E quando vieres ao Rio, venha me visitar. Fique hospedada em meu apartamento. Vou morar no Arpoador, já acertei os detalhes do aluguel."

Antes de sair, Manuel me lembrou que eu teria que correr, pois o navio deixaria o Porto de Santos em apenas dois dias. Mal sabia ele que, para alguém com meu passado de reporter, dois dias de antecedência antes de embarcar em alguma missão é quase uma eternidade, tempo de sobra... 



Luzinete e Vesúvia ficaram surpresas com minha saída temporária de cena.

Mal conseguiam esconder uma certa decepção com minha atitude.

Mesmo assim, disseram que estariam me esperando na volta com muitas surpresas.

Obviamente, não disse nada a elas sobre dividir cabine com as gêmeas do Manuel, disse apenas que iria aproveitar para descansar um pouco de tudo.

Separei para levar comigo 4 livros que comprei recentemente, e que ainda não li, para tentar convencer a mim mesma que estava indo para descansar.

Claro que, nem de longe, eu estava convencida disso.



E lá fomos nós: Mariluce, Marilice e eu.

As  dondocasduas estavam pisando num navio pela primeira vez, e estavam completamente deslumbradas.

Sem querer ser pernóstica, eu que já viajei no Queen Elizabeth não me impressiono nem um pouco com esses navios italianos cafonas que mais parecem casinos flutuantes. Mas tem quem ache legal...

O Costa Fortuna é uma espécie de Hotel Íbis flutuante: 12 andares de um nouveau-richismo triunfante, com detalhes em dourado por todos os lados e luz de padaria gritando em todos os cantos em que o sol não bate.

E claro: gente saindo pelo ladrão, gente perdida andando de um lado para o outro, gente com cara de que acabou de vomitar o almoço mirando o horizonte no convés, um verdadeiro circo de horrores flutuante...



Nossa cabine era grande e muito aconchegante, com uma cama de casal e uma de solteiro, banheiro, vista panorâmica e uma varanda.

Fiquei na cama de solteiro e deixei a de casal para Marilice e Mariluce.

Disse a elas: "Divirtam-se bastante, meninas. Façam as estrepolias que quiserem, comam todos os tripulantes que vocês acharem interessantes. Eu sou uma senhora de 69 anos e não tenho mais o vigor de vocês. Daí, quando precisarem de um pouco de privacidade, é só me avisar que eu vou para uma espriguiçadeira qualquer no convés ler um livro. Juro que não vou reclamar se tiver que dormir ao relento". 

Elas riram. Me acharam dadivosa e altruísta. Tolinhas...

Marilice disse: "Nada disso, pode mudar de ideia já! Nenhuma de nós vai descansar aqui no Splendour In The Ass, nem ouse pensar nisso!"

 Mariluce insistiu: "Que velha, que nada! Você está com tudo em cima para a sua idade. Ainda tem muita lenha para queimar"

Adorei a metáfora churrasqueira da loira. Adorei também o apelido Splendour In The Ass para o navio.

Vimos da varanda da cabine o Porto de Santos passar até a cidade ficar longe. Até os prédios cafonas do Armênio Mendes na Ponta da Praia ficam bonitos quando vistos do mar.

Foi um fim de tarde emocionante.



Ao invès de darmos uma volta pelo navio, propus a Marilice e Mariluce deixarmos para dar uma caminhada mais tarde, depois do jantar.

A noite estava linda, e esquecemos rapidamente do calor senegalesco que fazia em Santos naqueles dias, graças a uma brisa deliciosa que batia em alto mar desde o momento em que saímos da Baía.

Foi quando Mariluce disse: "Puxa, se Manuel estivesse aqui com a gente... ele faz tanta falta." Marilice concordou, apenas balançando a cabeça.

Perguntei a elas porque não o acompanharam na mudança para o Rio, já que ele as haviam convidado, e seus empregos seriam mantidos.

Marilice respondeu que tem pai e mãe muito doentes em Santos, e que ao menos uma delas teria que ficar na cidade para cuidar deles, as duas não poderiam se ausentar ao mesmo tempo.

Chegaram a propor a Manuel se alternarem no Rio semana sim semana não, mas ele descartou alegando que isso criaria um problema logístico complicado na empresa.

Conhecendo bem Manuel, logo deduzi que, individualmente, elas são apenas garotas comuns, e o que elas tem de especial é justamente serem gêmeas, voluptuosas e escancaradamente desfrutáveis.

Depois de uma circulada pelo convés do Splendour In The Ass no início da noite, voltamos para a cabine, pois estavamos cansadas da correria que antecedeu o embarque.

As meninas dormiram cedo naquela primeira noite.

Eu fiquei um pouco na varanda, contemplando o mar e lendo o último livro da Camille Paglia: "Imagens Cintilantes - Uma Viagem Através da Arte, desde o Egito até Star Wars"

Vira e mexe, entrava na cabine só para contemplar as duas dormindo completamente nuas.

Magníficas, exuberantes...

Não tive dúvias: bati uma sirica em pé enquanto contemplava as duas na cama. Gozei, o mais silenciosamente que pude.

Foi quando percebi que tanto Mariluce quanto Marilice estavam de olhos levemente abertos, sorrindo para mim.

Mariluce disse, quase sussurrando: "Relaxou, Jurema? Agora vá dormir um pouco."

Marilice completou, também quase sussurrando: "Tira essa camisola e vá descansar. Renove suas energias para amanhã, querida, pois você vai precisar."

De tolinhas, as duas tinham absolutamente nada.



Acordei no dia seguinte completamente atrapalhada, com Mariluce me chupando os peitos e Marilice sugando minha alma pelo meio das minhas pernas.

Enquanto elas me devoravam com uma volúpia matinal inadjetivável, que me deixava literalmente paralizada, pensei comigo mesma:

"Preciso descansar, estou cansada de guerra, cansada de bancar a abelha-rainha o tempo todo. Enquanto estiver a bordo do Splendour In The Ass, vou deixar que me comam muito. Está na hora de me aposentar também desse ativismo sexual incessante. Chega de ser lésbica diehard. Quero ser que nem essas meninas aí, quero comer um pouco de tudo. Lésbicas tendem a ser sisudas e chatas, e ficam mais sisudas e chatas com a chegada da idade. Eu, definitivamente, não quero virar uma delas."

Mariluce e Marilice me arrastaram para a cama de casal e nos enroscamos por lá por mais meia hora (elas adoram uma tesourinha), depois tomamos banho juntas (não foi fácil, o banheiro era meio apertado), então descemos para tomar café (roubei alguns potes de geléia para usar em nossas brincadeiras sexuais), e, ao invés de seguirmos para uma das piscinas, voltamos para a cabine e nos esbaldamos tomando banho de sol nuas na varanda -- isso enquanto ouvíamos o novo disco da Beyoncé, que as meninas adoram.

Desnecessário dizer que os ocupantes das varandas das cabines vizinhas do Splendour In The Ass adoraram o nosso show.

(continua na próxima terça...)

Jurema Cartwright é mineira de Muzambinho.
Tem 69 anos de idade, mas não aparenta.
Fã confessa de Oriana Fallaci,
circulou pelo mundo em busca de reportagens bombásticas
e chegou a ter alguma projeção nos anos 70 e 80.
Mas dos Anos 90 para cá
deixou o jornalismo investigativo de lado,
virou executiva de imprensa na Área Portuária
e passou a escrever exclusivamente sobre lesbianismo
e a fotografar profissionalmente.
Vive em São Vicente, SP.



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