Wednesday, January 3, 2018

ANO III, O RESGATE (uma crônica de Marcelo Rayel Correggiari)


No próximo dia 9, esse combalido merceeiro parte para quatro ponto sete, e essa resistente Mercearia comemora seu segundo ano.
Tudo numa mesma data, coincidentemente, que é para facilitar na distribuição do bolo.
Naquilo que tange ao merceeiro, os dias até poderiam ser melhores, mas há de se entender que nem tudo são flores e que portas estreitas existem justamente para que delas surjam algum tipo de arte na condução das coisas.
Normal. Difícil, mas normal. Complexo, mas contingencial. Alguns ovos se quebram, no metonímico, para que o bolo de aniversário presenteie as papilas gustativas dos nossos convidados.
‘E la nave va’... até gostaríamos que fosse de um outro jeito, com algum prazer mais duradouro, mas nem sempre tudo está em nossas mãos, ou temos o controle de coisas que, no frigir dos ovos (olha eles de novo, aí!), não deveriam realmente estar sob nossos prestimosos cuidados.
Vale a máxima popular de que “... Deus sabe o que faz...”. Sempre seria uma baita irresponsabilidade nossa jogar certos trajetos nos costados de Deus, mas entender nossa insignificância também pode ser um tremendo alento em termos de saúde mental.
Então, os crentes pedem a Deus, os descrentes jogam ‘pro’ Universo, e a barca do inferno segue adiante.
2017 foi um ano, no mínimo, “sui generis”: Maluf puxando cana, segundo período de um montão de gente boa desempregada, fora as incontáveis (e eternas!) ‘dores-de-cotovelo’ cada vez mais frequentes nas quais já não se enche mais o caneco com aquele ‘conhacão’ velho-de-guerra ao som de algum Reginaldo Rossi de vossa preferência: tudo substituído pelas ruidosas ‘baladinhas’ regadas a “free” vodka, “open bar” de whisky com energético.

Foi um ano da barra-pesada... tirando os inevitáveis desencontros amorosos (uns de rádiopatrulha na porta...!), nada anda se provando estar no lugar. E a tendência é piorar: haja medicamento.
Tempo de maluco: na meteorologia e no “cronos”! É preciso muita arte para não começar a babar na gravata e o sorvete não parar na testa. Se não é enfurecedor, possui todos os componentes de enlouquecer.
Assim, abrem-se as cortinas para o terceiro ciclo dessa Mercearia. Quem diria... Ano III!!! Se um(a) sujeito(a) chegasse a esse combatível merceeiro e dissesse que duraria três anos, escalaria tal pessoa ‘pra lóki’ na base do “... esse(a) aí não tomou os remédios hoje”. Mas não é que cá estamos?!?
Próximo dia 9 e apagaremos as velinhas do merceeiro e da Mercearia. O especial obrigado ao editor do LUC, Chico Marques, pela paciência de Jó que ele tem comigo e com todos os(as) fregueses(as). Se há algum sucesso (relativo) em torno dessa Mercearia, boa parte dele se deve ao Chico. É para Deus abençoar...
E, sempre... sempre, sempre, sempre, esse muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado ao(à) querido(a) freguês(a) dessa Mercearia, que vem nos acompanhando e dando preferência a esse modesto estabelecimento comercial. Sem sua presença, querido(a) freguês(a), nada seríamos.
E ‘bora’ começar o Ano III dessa Mercearia Praiana! Já vamos avisando que será cada traulitada de perder o rumo... mas certamente cá estaremos na outra ponta, lá distante, do calendário, a inaugurar o Ano IV.

Um excelente ano (que está se iniciando!) a todas(os)!


Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
mas vive mesmo é de escrever e traduzir.
É avesso a hermetismos
e herméticos em geral,
e escreve semanalmente em
LEVA UM CASAQUINHO

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