Wednesday, March 14, 2018

MAIS 5 BONS FILMES SOBRE GRANDES HERÓIS DA PRIMEIRA GERAÇÃO DO ROCK & ROLL (ANOS 60)




THE DOORS
(The Doors, 1990, 120 minutos, dir: Oliver Stone)

Cinebiografia um tanto quanto tendenciosa (afinal, é um filme do sempre duvidoso Oliver Stone) que mostra a ascensão e queda de Jim Morrison (Val Kilmer), vocalista dos Doors, o equivalente losangeleño ao rock sombrio e lírico dos novaiorquinos do Velvet Underground.  O filme se baseia nos relatos Pamela Courson (Meg Ryan), namorada romântica e atrapalhada de Jim, e da jornalista Patricia Kennealy (Kathleen Quinlan), que iniciou Jim em práticas sadomasoquistas que, somadas às drogas que ele consumia em quantidades quase industriais, pouco a pouco o levaram à ruína pessoal, culminando em sua morte em Paris em 1971. O filme foi muito criticado em seu lançamento por Ray Manzarek, organista e líder dos Doors, que lamentou ver seu velho bandmate retratado de uma maneira tão tola e descabida. Mesmo com todos esses senões, é uma produção primorosa, com atuações contundentes, e merece ser vista.
STONED - A HISTÓRIA SECRETA DOS ROLLING STONES
(Stoned, 2005, 98 minutos, dir: Stephen Woodley)

Curiosa e nada glamurosa cinebiografia de Brian Jones (Leo Gregory), gênio musical dos Rolling Stones na primeira fase da banda (1964-1967), que no auge da fama se rebelou contra tudo e todos que o cercavam e passou a se dedicar em tempo integral ao alcool, às drogas pesadas, ao cinema e à música étnica no Marrocos, até ser encontrado morto na piscina de sua casa vítima de afogamento aparentemente acidental. Durante muito tempo, fãs dos Stones viciados em teorias da conspiração cultivaram a lenda de que Brian teria sido sacrificado em consequência do envolvimento de Jagger e Richards com voodoo em New Orleans. O bom deste filme é que em momento algum toma partido de qualquer um dos personagens focalizados. Nem mesmo o de Brian. Honesto, envolvente e certeiro.
 NÃO ESTOU LÁ
(I'm Not There, 2007, 135 minutos, dir: Todd Haynes)

Sem sombra de dúvidas, a cinebiografia mais brilhante, inusitada e alegórica já realizada, fugindo do realismo habitual sem fazer a menor cerimônia para contar a história do genial cantor e compositor  Bob Dylan -- que é interpretado por nada menos que seis atores diferentes: Christian Bale, Heath Ledger, Marcus Carl Franklin, Richard Gere, Ben Whishaw e até Cate Blanchett, que o interpretam desde quando era um jovem menestrel e profeta folk até virar o maior poeta do rock and roll e o ícone principal da contracultura, seguido de uma fase "born-again Christian" e de outra como uma espécie de cowboy solitário.  Sempre viveu em constante mutação ao longo da vida, especialmente durante os anos 60. Musicalmente, fisicamente, psicologicamente, as alterações do seu personagem público dialogaram com acontecimentos sociais e ocasionaram múltiplas repercussões culturais. Um filme notável, de um realizador idem.
JIMI: TUDO A MEU FAVOR
(All Is By My Side, 118 minutos, 2013, dir: John Ridley)

O filme foca no período em que Jimi Hendrix (Andre Benjamin) iniciou sua carreira como guitarrista de apoio em clubes de Nova York. Ele é descoberto por Linda Keith (Imogen Poots), uma modelo apaixonada por música que na época namorava o guitarrista Keith Richards (Ashley Charles). Ela acredita no potencial de Hendrix e o convence a se mudar para Londres e gravar um disco -- que seria o clássico "Are you Experienced", com a banda Jimi Hendrix Experience. O filme é um recorte muito bem roteirizado da vida e da carreira de Jimi Hendrix, focando os anos de 1966 e 1967, e termina um pouco antes de sua clássica apresentação de Hendrix no Monterey Pop Festival, onde simula sexo e põe fogo em sua guitarra no palco, para ao final destruí-la diante do público, numa performance contundente (e flamejante) que entraria para a história do rock & roll. De rachar de rir a cena em que Keith Richards, com dor de corno por ter perdido sua namorada para Hendrix, comenta com Andrew Loog Oldham (Robbie Jarvis): "O que foi que ela viu nesse cara? Ele é um junkie..."
THE BEACH BOYS - UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
(Love & Mercy, 2014, 122 minutos, dir: Bill Pohlad)

Cinebiografia de Brian Wilson (Paul Dano na juventude, John Cusack na maturidade), figura central dos Beach Boys, que pouco a pouco foi assumindo as composições, os arranjos e a produção dos discos da banda, até ser derrubado pela esquizofrenia depois de começar a usar LSD regularmente. Quando volta à ativa em 1976, depois de dez anos afastado das rotinas de estrada da banda, ele passa a se tratar com um psiquiatra chamado Eugene Landy (Paul Giamatti), que passa a manipular sua vida, tornando-se inclusive parceiro em suas canções, até que começa a bater de frente com   Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks), namorada de Brian, que o ajudo a se reerguer mostrando que ele pode viver sem a tirania imposta por seu psiquiatra. Uma das cinebiografias de popsrars mais honestas e menos chapa branca já realizadas. Tanto Dano e Cusack quanto Giamatti e Banks estão perfeitos. Um filme fundamental para que gosta de pop, e com grandes chances de agradar até quem não é admirador dos Beach Boys.




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