“Decadência”
é a palavra que me vem a cabeça quando vejo as autoridades deste país.
Como
cidadã otimista eu penso: _ a decadência é o fundo do poço e como “do chão não
passa” – diz o ditado – vamos nos recuperar.
Espero
por isso há alguns anos.
Então,
como historiadora eu lembro que a decadência, às vezes, é um processo que vem
para ficar.
Acho
que todo mundo estudou na escola a “Queda do Império Romano” – um clássico, em
termos de decadência. Os bárbaros levaram a culpa, mas a verdade é que a
sociedade romana apodreceu por dentro. A corrupção moral, política e econômica
comeu as suas entranhas como cupins. Quando os bárbaros chegaram, as paredes
caíram de podre.
Mas
naquela época, não havia tantos exemplos de decadência. Temos, hoje, uma
vantagem sobre os romanos: conhecemos a história, podemos estudar e nos
precaver.
A
história nos diz que um país não pode prosperar sendo governado por lideranças
políticas que não fazem distinção entre o patrimônio público e o patrimônio
privado.
A
história nos diz que um país não pode prosperar sendo governado por pessoas que
vendem o poder que conquistaram do povo por um saco de dinheiro; pessoas que
guardam o dinheiro que roubaram do povo em apartamentos ou que o carrega em
malas ou, ainda, na cueca!!!
Na
cueca...imaginem um deputado japonês sendo flagrado com dinheiro na cueca!
Motivo de haraquiri, tamanha a vergonha, tamanha a desonra.
No
Brasil não há vergonha. Há excesso de tolerância e de impunidade. E pior que
isso! Há pessoas que defendem a roubalheira em troca de uma suposta
“benevolência” da autoridade com os mais pobres.
Por
que não nos perguntamos por que ainda temos pobres num país tão cheio de
riquezas?
Ora,
façam-me o favor e enfiem no brioco amarrotado a defesa apaixonada desses
macunaímas, esses populistas sem caráter, egoístas e enganadores.
Essa
defesa forma o meio de cultura onde surgem as aberrações a quem entregamos
poder e autoridade nesse país. Quem não lembra do espetáculo grotesco da Câmara
dos deputados federais votando o impeachment da saudadora da mandioca?
Nesse
espetáculo tudo é ruim! Não há lados, não há partidos, não há ideias,
ideologias ou visões de país. Há apenas “décadence sans
élégance”.
Meu nome é Denise Mattos Marino,
mas fui sintetizada: Denise Marino
ou, simplesmente, Dê,
acompanhada ou não do Marino.
Sou historiadora e professora de história.
Atualmente aposentada – fui mais rápida
que a reforma. Mas ainda levo
para os meus aposentos a curiosidade,
o “só sei que nada sei”
e a vontade de ensinar.
Ah! Sou libriana.
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