Thursday, June 14, 2018

CAMPEONATO MUNDIAL DA TERRA-DE-CEGO FIFA 2018: A FESTA VAI COMEÇAR (por Marcelo Rayel Correggiari)



Semana retumbante, essa...
... última terça, dia nacional da flor roxa com o encontro interestelar de Donald Trump e Kim Jong-un. Alguns afirmando que é “... o encontro do século...”.
Lamentamos, por intermédio dessa cosmológica Mercearia, que talvez o ‘encontro do século’ seja justamente o encontro da Terra com o meteoro. Nada além disso...
Lapidar (no caso do país parar na campa) ver o chefe do executivo nacional emplacar nos anais nacionais como o pior presidente da história da República (e do Brasil!) Injustiça! Justamente ele que passou boa parte do tempo reclamando ser um ‘vice decorativo’.
Pessoalmente, a coisa melhorou deveras para o mandatário federal: tornou-se, agora, um ‘presidente decorativo’.
72% achando que o trem ‘tá’ ruim é saudável: as estações de TV até tentam imprimir certo clima de ‘Coupe du Monde’ no inconsciente brasileiro, mas não vai virar. Não tem nem clima...!
Copa entre os BRICS é melhor do que em qualquer outro lugar: fica aquele clima “No Coração das Trevas”, uma mistura de selva, gelo e arena romana. “(...) O horror, o horror (...)”.
Queria ver jogo no domingo em Moscou e na quarta em Vladivostok: aí, sim! Copa do Mundo “raiz”!
Diziam os antigos que “... em terra de cego, quem tem um olho é rei”! Nada muito alentador em termos de ‘evolução da espécie’.
Pois nessa quinta, o jogo de abertura entre os donos da casa, a Rússia, contra a intrépida Arábia Saudita, por mais uma fase final do Campeonato Mundial da Terra-de-Cego FIFA 2018.
Técnicos geniais com estratagemas de outro mundo, jogadores suando sangue pelos seus países, cartões amarelos e vermelhos, contusões, botinadas, muito 0X0 e cobranças de pênaltis.
Lionel Messi é o único que tem um olho. Cristiano Ronaldo ali por perto. França avacalhada por um técnico osso duro de roer, Bélgica enfiando 4 no segundo adversário brasileiro, muito arremedo de estrogonofe, vodka na caveira e um verão que é um frio ‘da moléstia’.
Equipes de jornalismo se lascando para atender a plateia brasileira com um fuso horário dos infernos: todo mundo labutando às 3, 4, 5 da manhã, vidão na madruga de Moscou. Nossa ‘night’ é melhor do que a deles.
Se bem que, pelos salários nababescos que recebem, comparados com a ausência deles para 11 milhões de fodidos há 3 anos ininterruptos, número que sobe para 24 milhões (ou bem mais!) se incluirmos os ‘desalentados’, “... ‘tá’ bom demais, ‘né’?!”. ‘Tão’ garotos!
Como tem quem pague, no caso anunciantes dos ramos de bebida, telefonia celular, fabricante de automóveis, além de bancos, bancos e mais bancos, “suave na nave”. “... ‘tá’ pago, ‘çaporra’!”. Se der problema na hora de fechar o caixa, o BNDS dá jeito no negócio.
É justamente essa mecânica que assola o país na sua miséria (não nos esqueçamos que, porventura, há uma ligação bem estreita entre padrões mercantis e capitalistas com pauperização de milhões) que faz com que o “clima de Copa” não tenha decolado até agora em terras tupiniquins.
Graças a Deus! Se é um sinal de que o país anda se movendo para a ‘prateleira de cima’ (como costumam dizer os mineiros) é a perda desse ‘clima de Copa’. Deve rolar um ‘churras’ aqui e acolá na casa de um(a) conhecido(a), como de costume, mas nada além disso.
É bom se ligar... até o dinheiro da carne do pobre ‘churras’ em dia de jogo serve para alimentar os melhores esquemas de corrupção na face da Terra.
“... ‘tá’ tudo dominado!”.
E ainda vem a TV Cultura (São Paulo) mostrar, no seu principal jornal do dia, o exemplo do sistema educacional... DA FINLÂNDIA!!! Aí, o(a) telespectador(a) manda se foder e é tido como raivoso(a), mal-educado(a), intransigente e irascível.
Ora, pelo amor de Deus! Um país que tem 5,5 milhões de habitantes... fica fácil. Pequeno em território e população, qualquer ideia de jerico cola! Sem contar que o governo local é o mais socialista possível: ajuda em tudo tendo como troca tributações que podem alcançar 51% dos ganhos de seus cidadãos.
Num lugar onde a corrida presidencial se dá sobre necessária reforma tributária em que os mais ricos pagam mais impostos, ou se reduzir e eliminar certos tributos, o exemplo da Finlândia, como modelo educacional, deveria ser substituído pelo caso de Sobral, esse, sim, que tem mais a ver com os 27 países disfarçados de um país somente.
De longe, o esporte futebol é o mais mal jogado ao redor do planeta. Clássico local tipo Real Madrid X Barcelona serve para ofuscar os grandes clássicos locais em lugares como Lituânia, Uzbequistão e Jamaica. Quando a fase final do campeonato mundial chega aos níveis de um Islândia X Nigéria é que nos tocamos o quanto um jogo de futebol perde em execução para outras modalidades como o vôlei, o basquete e o rugbi.
Até hóquei de campo e cricket tornam-se mais interessantes...
De qualquer maneira, a festa do Campeonato Mundial da Terra-de-Cego FIFA 2018 só está começando. Na esperança de, pelo menos, muitos gols em cada partida.
E “... vem ‘ni nóis’, meteoro!”.



Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
mas vive mesmo é de escrever e traduzir.
É avesso a hermetismos
e herméticos em geral,
e escreve semanalmente em
LEVA UM CASAQUINHO

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