Li uma notícia muito curiosa um dia desses de uma dessas Agências Internacionais que abastecem portais da web.
Reproduzo a seguir:
"De acordo com uma pesquisa realizada no Centro de Cirurgia Plástica Avançada de Londres, sob a coordenação do Dr. Julian de Silva, a atriz norte-americana Amber Heard tem o rosto mais bonito do mundo. O pesquisador mediu o rosto de várias personalidades levando em conta as proporções do "número de ouro (1.618)" - uma medida que, comprovadamente, cria imagens mais agradáveis para os olhos.Com mapeamento facial feito com base na teoria grega chamada "Proporção Áurea" (conhecida por ter a fórmula secreta da perfeição), Amber apareceu no topo com um rosto 91.85% perfeito. Nomes como Kim Kardashian (91.39%), Kate Moss (91.06%), Emily Ratajkowski (90.8%) e Kendall Jenner (90.18%) apareceram logo em seguida."
O tal Dr. Julian de Silva, pelo visto, acredita ter achado uma fórmula que leva a um padrão absoluto de beleza.
Vejam o que ele diz:
"Nós desenvolvemos um tipo novo de técnica de mapeamento. Depois que criamos o software e os algorítimos para os pontos-chave no rosto, eu pensei que seria uma boa ideia testar o sistema em algumas das mulheres mais bonitas do mundo e ver se poderíamos provar com geometria e ciência exatamente o que faz um rosto bonito".
Pois bem: é inegável a beleza da modelo e atriz Amber Heard, na flor de seus 30 aninhos de idade -- que, diga-se de passagem, estava se divorciando do ator Johnny Depp em meio acusações de violência doméstica, mas, na contramão da lei Maria da Penha, achou melhor retirar as queixas contra Depp para fugir do assédio da Imprensa de Fofocas e começou a circular -- e a sorrir publicamente -- em companhia do bilionário Elon Musk.
Mas por mais que seu rostinho seja lindo, e repleto de elementos que viraram padrão a ser seguido por essas tontas que gastam uma fortuna em procedimentos estéticos idiotas, há quem ache -- eu, por exemplo! -- que Amber é magrela e ossuda demais, com peitinhos bem mixos, pernas demasiadamente finas e uma bundinha nada expressiva -- dois pontos que, em tempos de Kim Kardashian, passaram a ser pecado mortal até nos Estados Unidos.
Vê-se logo que o tal Dr. Julian de Silva não passa de um idiota da objetividade, para usar o clássico jargão de Nelson Rodrigues.
Trata-se de um cretino fundamental que obviamente não gosta de mulheres, pois, se gostasse, não buscaria fórmulas para padronizá-las.
Verdade seja dita: quem gosta de mulher pra valer, gosta justamente do que as faz diferentes umas das outras, e gosta de mulher de qualquer jeito: fica de pau duro contemplando tanto um catecismo de Carlos Zéfiro quanto uma foto de Brooklyn Decker clicada semana passada.
Em última análise, homem que é homem consegue ver com clareza como os padrões de beleza mudaram com o passar dos tempos, e não estão nem aí com as imposições da moda.
Enfim, talvez falte um pouco informação a essas mulheres vaidosas demais e replexivas de menos.
A vocês, queridas, ofereço uma rápida aula de história da arte como uma espécie de serviço de utilidade pública, para que vocês não caiam vítimas desses pilantras vampirescos que sugam o dinheiro e a essência de vocês em prol de um "ideal de beleza" que, desnecessário dizer, é altamente duvidoso.
Hora da aula:
Há milhares de anos o homem faz arte olhando o mundo ao seu redor, e tira para si algo que tenha significado ou possa transmitir uma ideia ou sentimento.
Temas e interesses, formas e conteúdos vão se modificando ao longo do tempo, assim como o próprio homem.
Mas por mais que na arte tudo seja transformação, existe um único tema que sempre esteve presente na arte desde o período pré-histórico:
A mulher, claro!
Conheçam algumas dessas mulheres imortalizadas pela arte que representam brilhantemente os padrões de beleza das épocas em que vivemos.
Vênus de Willendorf
(Escultura de Pedra)
A primeira mulher foi esculpida por um caçador primitivo no período pré-histórico paleolítico superior há 40.000 anos. Atualmente se encontra no Museu de História Natural de Viena. Tem 11 cm de altura e foi esculpida em Calcário Oolítico. Foi encontrada em 1908, na Áustria.
Deusa das Serpentes
(Creta 1800 A.C.)
Com o passar dos séculos surge a mulher de vestido longo e seios à mostra, a figura esguia da Vênus pré-histórica Deusa da Serpente. É uma deusa, e embora tenha corpo humano é distante e severa na postura e no olhar. Mede 29.5 cm de altura e encontra-se no Museu Arqueológico de Heraclião/Grécia.
Nefertari, Mulher de Ramsés II
(1350 A.C.)
As figuras egípcias são de uma elegância aristocrática. Essa mulher é leve, magra e com roupa. O olho de frente e o rosto de perfil; o corpo de frente, as pernas e braços de lado. Durante séculos o Egito representou dessa maneira as figuras humanas por força de uma tradição ligada a valores religiosos. Durante muito tempo a arte do Egito foi esquecida da Europa. A partir do século XIX é que a arte dos egípcios foi descoberta, passou a inspirar os artistas e ser admirada.
Vênus de Milo
(Século II A.C.)
A Grécia nos deixou um mundo povoado por mulheres ideais e homens perfeitos. Na exaltação de Afrodite, a Deusa do amor e da Beleza, o artista buscou a harmonia formal: graça na postura, suavidade nos contornos, proporção nas formas: livre, solta e bela. Por isso encantou gerações de artistas, inspirando o Renascimento no século XV e o Neoclassicismo no século XIX.
Flagellato e La Baccanti
(Século 1 D.C)
A pintura romana chegou até nós graças a um terrível acontecimento: as cidades de veraneio Pompéia e Herculano ficaram por muitos séculos soterradas sob as lavas de um vulcão. Só no século XVIII é que foram descobertas as ruínas das duas cidades que guardavam, pelas lavas ressecadas, grandes exemplos da pintura romana. A arte de Pompéia guardou um caráter misterioso e particular por estar ligada a uma série de ritual que só as mulheres tinham acesso. Através dessas obras encontradas é possível imaginar como seriam as pinturas gregas e dos povos sob sua influência que se perderam no tempo e não pudemos conhecer. Embora mais realista, suas figuras são mais pesadas, as mulheres mais volumosas e menos preocupadas com os deuses.
Imperatriz Teodora
(Século 1 D.C.)
Os deuses e nobres estão distantes dos homens comuns. A lição grega aprendida pelos romanos já não interessava mais. É outra gente, outra época em contato mais estreito com o oriente. As obras desse período são frias, distantes, sagradas. Brilha mais o ouro no mosaico que o olhar dos santos. No luxo das roupas, um símbolo do poder.
Período Românico
(Século XII)
São raras as figuras femininas no período românico. A própria vida da mulher na sociedade medieval é apagada e reclusa, pois valores da religião cristã impregnaram todos os aspectos da vida medieval. A igreja como representante de Deus na terra tinha poderes ilimitados e assim glorifica mais o Cristo do que a Virgem. A noção do mal e do bem orienta a arte e predomina a ideia de que a mulher representa o pecado. Invariavelmente numa manifestação românica, ela é santa ou pecadora e tem o corpo maltratado. Santa ou pecadora –, mas nunca uma simples mulher.
Virgem com o Menino e os Anjos
(Século XIV - Período Gótico)
Lentamente vão surgindo o sorriso e a 'mulher'. Aparece aqui nesse período a riqueza das roupas, a harmonia da postura, a graça e elegância dos contornos. Nesse período a imagem da Virgem é exaltada, reabilitando a mulher que não é mais pecado e pode ser bela. Essa obra é do artista italiano Cimabue. (afresco da igreja S. Francisco de Assisi - 1280)
O Nascimento de Vênus
(Séc XV - Renascimento)
Em imagens religiosas ou profanas a beleza da mulher é outra vez enaltecida. Os artistas retomam a lição dos gregos. Fatores de ordem econômica e social contribuíram para uma nova visão do mundo. Dominando o conhecimento científico o homem se coloca no centro do Universo. Desvinculando-se dos laços que a atavam à religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza passa a ser o foco das atenções. Procura-se a harmonia, a proporção das formas. A pintura consegue dar às figuras uma ilusão de vida, de volume. E as paisagens um sentido de profundidade, graças à perspectiva. E o artista modela os rostos e os corpos femininos, buscando outra vez uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Escultura Africana
(Século XX)
Aqui, já são outras as proporções e significados. É visto na arte africana, que a obra tem de corpo magro e cabeça grande demais em relação aos padrões Ocidentais. Mas isso pouco importava diante da coerência e da força expressiva que impressionava na obra. Há muito tempo a arte africana era conhecida, embora desprezada pelos europeus. Apenas no início do Século XX, artista como Picasso buscou inspiração na África, reabilitando essa arte.
O Rapto das Filhas de Leucipo
(Barroco - Século XVII)
Aqui as mulheres são loiras, gordas e sensuais, aparecendo entre espirais e arabescos. Pintura explosiva, sensual que fala ao sentido com suas figuras tão distantes das imagens sagradas de Bizâncio. E das formas do Românico. Os nus de Rubens são exuberantes.
Condessa de Howe
(Século XVIII)
Aqui nas obras de Gainsborough, as mulheres são de uma síntese inglesa de elegância, requinte e boas maneiras. As figuras se mostram sóbrias, calmas e recatadas. Até na cor há sutileza com tonalidades de outono. O artista criou uma delicada harmonia. Nada é exaltação. Se existe alguma é no capricho das rendas. Uma graça discreta.
Mulher Puxando as Meias
(1894)
Toulouse Lautrec cria uma mulher mais humana do que bela; não é mais cantada a beleza da modelo. Está muito distante dos nus de Ingrés ou da exaltação renascentista. A mulher também não é mais um símbolo religioso. Agora é focalizada sua intimidade. Um desenho forte, marcante e ágil, por vezes até caricatural, define a figura. A cor e o modelo tem menos importância. A mulher pode ser fria e triste, mas sempre vista naquilo que tem de mais humano e sofrido.
Mulher ao Espelho
(1932)
Para Picasso a mulher importa pouco, a realidade também. Ambas são pretexto para uma fantasia de formas e cores. Olhando-se essa obra se procurarmos simplesmente pela mulher, não teremos resposta. Mas se procurarmos a pintura, encontraremos a riqueza das formas, a força das cores, a emoção oferecida por um desenho fluído que descreve mil espirais. É também a mulher, mas pretexto para uma festa colorida de Picasso.
Marilyn
(Pop-Art Anos 60)
Com várias nuances de cor, a Marilyn de Andy Warhol virou coqueluche. A pop art começou com a apropriação de objetos que, para surtir efeito precisava multiplicar-se, nos mesmos moldes da publicidade, da imprensa e da indústria das celebridades. Este era um dos segredos. Ainda mulher, mas esquematizada, transformada em símbolo gráfico. A cultura das massas, contemporânea, a partir de 1950. Embora simplificada para facilitar a repetição e a reprodução em larga escala, essa mulher ainda é capaz de transmitir sentimentos e ideias. O que de fato muda no passo rápido da evolução e do progresso é a maneira de representá-la com as mãos da arte, universal e terna e com os olhos de cada época.
Odorico Azeitona nunca esteve
na Mansão Playboy em Los Angeles,
mas sonhou por muitos anos
com as surubas
na piscina da gruta
que Hefner promovia.
Escreve toda semana
em LEVA UM CASAQUINHO
Outra deusa maravilhosa e fascinante absolutamente linda e angelical de Hollywood e do cinema mundial é a grande diva e estrela americana Margaret Colin que é dona de uma beleza física absolutamente esplêndida e impecável feito as igualmente belíssimas e inesquecíveis Elizabeth Perkins e Jessica Walter também.
ReplyDeleteA belíssima e escultural Margaret Colin assim como a própria deusa da beleza Afrodite é a beleza da própria beleza também.
ReplyDeleteSe os anjos realmente existem, então a beleza celestial de Margaret Colin foi inteiramente esculpida por eles também.
ReplyDeleteAlém da nossa querida Margaret Colin, a saudosa Gena Rowlands também foi outra grande beleza icônica de Hollywood e do cinema mundial.
ReplyDeletePor falar na beleza de Margaret Colin e Gena Rowlands, como a Debby Lagranha era linda na época do Clube da Criança lembrando muito fisicamente a Nikka Costa no auge da beleza e da graciosidade também.
ReplyDeleteOutra beleza feminina e clássica igualmente linda e rara que também merece demais ser lembrada é a diva italiana Carla Gravina.
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