A CÓPULA
Depois de lhe beijar meticulosamente
o cu, que é uma pimenta, a boceta, que é um doce,
o moço exibe à moça a bagagem que trouxe:
culhões e membro, um membro enorme e turgescente.
Ela toma-o na boca e morde-o. Incontinenti,
Não pode ele conter-se, e, de um jacto, esporrou-se.
Não desarmou porém. Antes, mais rijo, alteou-se
E fodeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente
Que vai morrer: - "Eu morro! Ai, não queres que eu morra?!"
Grita para o rapaz que aceso como um diabo,
arde em cio e tesão na amorosa gangorra
E titilando-a nos mamilos e no rabo
(que depois irá ter sua ração de porra),
lhe enfia cona adentro o mangalho até o cabo.
(Manuel Bandeira)
Manuel Bandeira nasceu
na cidade do Recife, Pernambuco,
no dia 19 de abril de 1886,
e foi, além de poeta,
professor de Literatura, crítico literário
e crítico de arte.
Os temas mais comuns de sua obra são:
a paixão pela vida, a morte, o amor
e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância.
Tuberculoso, em 1913, ele vai para
o sanatório de Cladavel, na Suíça,
onde convive com o poeta francês Paul Éluard.
Discutem sobre a possibilidade
do verso livre na poesia.
Esse aspecto técnico veio fazer parte
da poesia de Bandeira, que foi considerado
o mestre do verso livre no Brasil.
Em 1917, publica seu primeiro livro "A Cinza das Horas".
Em 1919, publica "Carnaval", que representou
sua entrada no movimento modernista.
No ano seguinte morre seu pai.
Para a Semana de Arte Moderna de 1922,
enviou o poema "Os Sapos",
que, lido por Ronald de Carvalho,
tumultuou o Teatro Municipal.
Em 1924, publica "Ritmo Dissoluto".
Em 1930, publica "Libertinagem",
obra de plena maturidade modernista.
Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras,
ocupando a cadeira de nº24.
Ao completar oitenta anos, em 1966,
publica “Estrela da Vida Inteira”.
Faleceu no Rio de Janeiro,
no dia 13 de outubro de 1968.
Obras de Manuel Bandeira
A Cinza das Horas, poesia, 1917
Carnaval, poesia, 1919
Os Sapos, poesia, 1922
O Ritmo Dissoluto, poesia, 1924
Libertinagem, poesias reunidas, 1930
Estrela da Manhã, poesia, 1936
Crônicas da Província do Brasil, prosa, 1937
Guia de Ouro Preto, prosa, 1938
Noções de História das Literaturas, prosa, 1940
Lira dos Cinquent'Anos, poesia, 1940
Belo, Belo, poesia, 1948
Mafuá do Malungo, poesia, 1948
Literatura Hispano-Americana, prosa, 1949
Gonçalves Dias, prosa, 1952
Opus 10, poesia, 1952
Intinerário de Pasárgada, 1954
De Poetas e de Poesias, prosa, 1954
Flauta de Papel, prosa, 1957
Estrela da Tarde, poesia, 1963
Vou-me Embora pra Pasárgada, poesia, 1964
Andorinha, Andorinha, prosa, 1966 (textos reunidos por Drummond)
Estrela da Vida Inteira, poesias reunidas, 1966
Evocação do Recife, poesia, 1966
Colóquio Unilateralmente Sentimental, prosa, 1968
Lendário poema de um lendário autor 👏👏👏
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