Dizem
que conselho, se fosse bom, não seria gratuito. Mas, desculpem caros leitores,
não resisto e encaminho um conselho aos velhos políticos, particularmente FHC e
Lula: deixem o País em paz! Vocês tiveram seus momentos, sentaram na cadeira de
presidente, outros nas cadeiras deputados, senadores e, num balanço final, o
que restou? Apenas revolta, um País dividido, uma enorme conta para pagar
(coisa que não sabem de nada...) e uma população desanimada, descrente e
prestes a um colapso de nervos. Vocês nos cansaram...
Posso
garantir a todos os velhos políticos que a aposentadoria não mete medo em
ninguém. Eu, pobre jornalista, aposentado pelo sistema do INSS, afirmo que
sinto saudades de uma redação de jornal, mas sinto-me muito mais à vontade,
muito mais leve e solto usando meu moleton e um delicioso e aconchegante crocs.
Imaginem vocês, brasileiros especiais (não sei bem porque, mas...) com suas
polpudas aposentadorias, sim aquelas que a gente finacia com impostos,
usufruindo de todas as regalias que foram acumulando ao longo de anos de
mordomia! Imagine, plano de saúde sem limites, dinheiro garantido no final do
mês, sem o risco de depender de uma reforma pevidenciária para receber. Saibam,
serão dias maravilhosos!!!!
Acredito
que, como eu, vocês tenham netos. Uma sequência natural da vida. Aproveitá-los
neste momento em que ainda não chegaram à adolescência e que ainda temos saúde
e rédeas para controlá-los (isso se chama educaçaão, não sei se conhecem a
palavra...), criam dias incríveis, recheados de um convívio delicioso, como se
nossos filhos tivessem vivido a
experiência de Benjamin de Button e alí estão, na nossa frente, não mais
adultos, mas crianças peraltas, saudáveis e que pedem de tudo um pouco, de
sorvete a figurinhas da Copa. Saibam, é algo quase impossível de descrever.
Para nós, brasileiros do pé no chão, os netos devem escolher: ou sorvete ou
figurinhas. Os dois nunca, fogem do orçamento permitido pelo salário do INSS.
Agora, vocês, com a burra cheia, podem tudo: sorvetes, figurinhas, brinquedos,
uma matinê, um tênis novo e tudo mais. Tentem a experiência, é muito boa. Se
para nós, duros, é ótimo, imaginem para vocês...
Além
disso, longe das manchetes e dos mais importantes acontecimentos nacionais, a
honra de suas mães seria, finalmente, respeitada. Nada mais de ofensas nas
redes sociais e, pasmem!, poderão degustar uma deliciosa pizza na mais cara
pizzaria da cidade sem serem defestrados por mau educados que não sabem se
controlar. Sentariam em mesas bem decoradas, cheirosas, atendidos por garçons
que os tratariam por Doutor, mas não aquele Doutor desrrespeitoso que vocês nem
percebiam, enquanto ainda estavam na ativa! Sim, ou vocês pensam que o garçon
que os atendia não enfrentava problemas com as contas no final do mês, com a
mensalidade do filho na escola, com a conta de água, luz, do supermercado,
aluguel?
Esses
personagens, os garçons, fazem parte deste Brasil de pés no chão, aquele que
vocês sempre olham de cima para baixo. Inclusive, peço desculpas pelo vocabulário,
pela utilização de um vernáculo quase desconhecido nesse Brasil do andar de
cima, onde vocês vivem. Sei que deveria evitar paralvras como salário,
educação, instrução, água, luz, aluguel, impostos, decência, honestidade,
justiça, meritocracia, trabalhador, população, povo (estas duas parecem, mas
não são a mesma coisa...), respeito, e uma outra palavra especial:
Constituição!
Pode
não acreditar, mas Constituição parece ser uma palavra importante e saiba: ela
é! Define o documento mais importante do país, uma espécie de manual que rege
toda nossa vida, que nos ajuda a definir o que é certo e errado. Infelizmente,
nossa Constituição reformada em 1988, que o então deputado Ulisses Gumarães
definiu de “redentora”, tem um erro básico que vocês sabem muito bem e usaram
com maestria: ela define todas as responsabilidades do Estado para com o
cidadão, mas não define os deveres do cidadão para com o Estado! Nesse caso, a
aposentadoria não resolverá nada; essa é a única situação em que vocês estarão
em igualdade de condições com o Brasil de baixo, aquele dos cidadãos com pés no
chão. Mas não se preocupem, vocês ainda terão amigos influentes e, em alguns
casos, manterão suas regalias.Nada que venha a estragar suas vidas...
Não
sei se os conselhos ajudam . Entretanto, vamos analisar alguns pontos que estão
acontecendo e que são inaceitáveis em qualquer País sério. Um sujeito preso,
condenado em todas as instâncias, que não ganhou um só voto a seu favor, não
pode e nem deve continuar essa ladainha da inocência. São volumes e mais
volumes de provas, declarações, depoimentos, documentos, enfim uma renca de
papéis mostrando todas as tramóias feitas ao longo de mais de 8 anos de poder.
Os Ministros do Supremo, inclusive, foram, em sua maioria escolhidos por ele e,
nem assim, conseguiu vencer. Portanto, a culpa fica mais clara e sua
impossibilidade de concorrer ao próximo pleito uma verdade definitiva.
O
sr. Silva, encarcerado na Papuda, insiste que é preso político e que, mesmo
assim, vai sair candidato. Diz que seu encontro com o povo acontecerá de
qualquer maneira, mas, como um preso pode ficar dando declaraçõe desse tipo
numa clara necessidade de contubar o país, de pensar apenas no seu ego, no seu
plano de poder? Nem pela nossa Constituição, “a generosa”, definição minha, ele
encontra meios para sustentar essa louca tese de candidatura mesmo preso.
Infelizmente, outros tão insanos começam a se movimentar. Um preso numa cidade
de Minas, lança seu nome para a vereança e, caso nossa Justiça Eleitoral não
tome uma posição dura e definitiva, não será surpresa se Fernandinho Beira-Mar
não sair para senador por algum Estado.
Assim,
sr. Silva, o melhor seria deixar o País em paz. Cumpra sua dívida para com a
sociedade – a Constituição “bondosa” permite que cumpra apenas 1/6 da pena com
bom comportamento. Divida os 12 anos por 6 e terá o tempo exato. Só para
esclarecer...- e vá curtir a vida com os netos. O estado paga, ou seja o povo,
a população. Vamos lembrar que seus asseclas lhe permitem a mantenção de todos
os privilégios de um ex-presidente, mesmo condenado. Portanto poderá passear
com seus netos em qualquer lugar, sempre vigados por seguranças ou em carros blindados
ou até passagens aéras para Disney e assemelhados.
Com
FHC acontece a mesma coisa. Sentado em seus confortáveis divãs de um belo
apartamento em Higienópolis, ou Jardins, não tenho certeza, o ex-presidente
adora dar pitacos na política brasileira, como se fosse Zeus sentado em seu
trono; inacessível, impávido colosso, impoluto, dono da verdade definitiva. Na
verdade, FHC fala tanto e tantas sandices, que o melhor seria ficar calado:
daria um excelente poeta. O sr. Fernando Henrique já saiu do poder faz mais de
10 anos, já atingiu uma idade que o melhor seira decorar uma série de histórias
para contar aos netos ou, melhor ainda, contar suas aventuras políticas, bem
mais educativas do que as do sr. Silva. FHC, pelo menos, saiu ileso e ainda
está solto, apesar de que o cerco começa a apertar.
Para
os demais políticos, o mesmo conselho. Deixem o País em paz! Todos estão cheios
de dinheiro, comungam políticas do século passado e não conseguem mais esconder
o pouco caso para com a população. Não sabem mais o que significa trabalhar
pelo País; conhecem apenas a usurpação do País. Nem vale a pena citar exemplos
claro que os jornais estampam todos os dias. Basta o exemplo emblemático da
Pedtrobras que de 8ª empresa do mundo passou a ser a mais endividada do mundo.
E aqueles que se aventuram a presidente, prestem atenção: tenham um pouco de
simancol e recolham suas candidaturas. Não é possível a gente ser obrigado a
suportar um Bolsonaro, o típico misógino
de direita. Muito menos um Ciro Gomes, o misógino ou micuim que dá no cocô do
cavalo do bandido que morre no trailler, pela esquerda.
Vivemos
outros tempos. Calheiros, Jaders, Lobões, Collor, Sarneys, Alkmins, Marinas e
tantos outros, não conseguiram mudar o discurso e seguem com as mesmas manias,
as mesmas promessas e a mesma voracidade. Esquecem que já desempenharam cargos
públicos e que nada mudou neste nosso Brasil. Nós, brasileiros dos pés no chão,
queremos alguém que tenha condições de liderar o país sem divisões e que nos
apresente um plano moderno e eficiente de governo. Cartilhas, sejam de direita
o esquerda, não interessam. Queremos grandes teses e grandes desafios. Ou
ficaremos nessa mesmice até o fim dos tempos, perpetuando o velho chavão:
“Brasil, o eterno País do futuro”. Acredito que isso já cansou a beleza de todo
mundo...deixem o país em paz! Inté...
Álvaro Carvalho Jr. é jornalista aposentado
e trabalhou para vários jornais e revistas
ao longo de 40 anos de carreira.
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quando esquece que está aposentado.
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