Thursday, June 14, 2018

DEIXEM O PAÍS EM PAZ... (por Alvaro Carvalho Jr)



Dizem que conselho, se fosse bom, não seria gratuito. Mas, desculpem caros leitores, não resisto e encaminho um conselho aos velhos políticos, particularmente FHC e Lula: deixem o País em paz! Vocês tiveram seus momentos, sentaram na cadeira de presidente, outros nas cadeiras deputados, senadores e, num balanço final, o que restou? Apenas revolta, um País dividido, uma enorme conta para pagar (coisa que não sabem de nada...) e uma população desanimada, descrente e prestes a um colapso de nervos. Vocês nos cansaram...

Posso garantir a todos os velhos políticos que a aposentadoria não mete medo em ninguém. Eu, pobre jornalista, aposentado pelo sistema do INSS, afirmo que sinto saudades de uma redação de jornal, mas sinto-me muito mais à vontade, muito mais leve e solto usando meu moleton e um delicioso e aconchegante crocs. Imaginem vocês, brasileiros especiais (não sei bem porque, mas...) com suas polpudas aposentadorias, sim aquelas que a gente finacia com impostos, usufruindo de todas as regalias que foram acumulando ao longo de anos de mordomia! Imagine, plano de saúde sem limites, dinheiro garantido no final do mês, sem o risco de depender de uma reforma pevidenciária para receber. Saibam, serão dias maravilhosos!!!!

Acredito que, como eu, vocês tenham netos. Uma sequência natural da vida. Aproveitá-los neste momento em que ainda não chegaram à adolescência e que ainda temos saúde e rédeas para controlá-los (isso se chama educaçaão, não sei se conhecem a palavra...), criam dias incríveis, recheados de um convívio delicioso, como se nossos filhos tivessem vivido  a experiência de Benjamin de Button e alí estão, na nossa frente, não mais adultos, mas crianças peraltas, saudáveis e que pedem de tudo um pouco, de sorvete a figurinhas da Copa. Saibam, é algo quase impossível de descrever. Para nós, brasileiros do pé no chão, os netos devem escolher: ou sorvete ou figurinhas. Os dois nunca, fogem do orçamento permitido pelo salário do INSS. Agora, vocês, com a burra cheia, podem tudo: sorvetes, figurinhas, brinquedos, uma matinê, um tênis novo e tudo mais. Tentem a experiência, é muito boa. Se para nós, duros, é ótimo, imaginem para vocês...

Além disso, longe das manchetes e dos mais importantes acontecimentos nacionais, a honra de suas mães seria, finalmente, respeitada. Nada mais de ofensas nas redes sociais e, pasmem!, poderão degustar uma deliciosa pizza na mais cara pizzaria da cidade sem serem defestrados por mau educados que não sabem se controlar. Sentariam em mesas bem decoradas, cheirosas, atendidos por garçons que os tratariam por Doutor, mas não aquele Doutor desrrespeitoso que vocês nem percebiam, enquanto ainda estavam na ativa! Sim, ou vocês pensam que o garçon que os atendia não enfrentava problemas com as contas no final do mês, com a mensalidade do filho na escola, com a conta de água, luz, do supermercado, aluguel?

Esses personagens, os garçons, fazem parte deste Brasil de pés no chão, aquele que vocês sempre olham de cima para baixo. Inclusive, peço desculpas pelo vocabulário, pela utilização de um vernáculo quase desconhecido nesse Brasil do andar de cima, onde vocês vivem. Sei que deveria evitar paralvras como salário, educação, instrução, água, luz, aluguel, impostos, decência, honestidade, justiça, meritocracia, trabalhador, população, povo (estas duas parecem, mas não são a mesma coisa...), respeito, e uma outra palavra especial: Constituição!

Pode não acreditar, mas Constituição parece ser uma palavra importante e saiba: ela é! Define o documento mais importante do país, uma espécie de manual que rege toda nossa vida, que nos ajuda a definir o que é certo e errado. Infelizmente, nossa Constituição reformada em 1988, que o então deputado Ulisses Gumarães definiu de “redentora”, tem um erro básico que vocês sabem muito bem e usaram com maestria: ela define todas as responsabilidades do Estado para com o cidadão, mas não define os deveres do cidadão para com o Estado! Nesse caso, a aposentadoria não resolverá nada; essa é a única situação em que vocês estarão em igualdade de condições com o Brasil de baixo, aquele dos cidadãos com pés no chão. Mas não se preocupem, vocês ainda terão amigos influentes e, em alguns casos, manterão suas regalias.Nada que venha a estragar suas vidas...

Não sei se os conselhos ajudam . Entretanto, vamos analisar alguns pontos que estão acontecendo e que são inaceitáveis em qualquer País sério. Um sujeito preso, condenado em todas as instâncias, que não ganhou um só voto a seu favor, não pode e nem deve continuar essa ladainha da inocência. São volumes e mais volumes de provas, declarações, depoimentos, documentos, enfim uma renca de papéis mostrando todas as tramóias feitas ao longo de mais de 8 anos de poder. Os Ministros do Supremo, inclusive, foram, em sua maioria escolhidos por ele e, nem assim, conseguiu vencer. Portanto, a culpa fica mais clara e sua impossibilidade de concorrer ao próximo pleito uma verdade definitiva.

O sr. Silva, encarcerado na Papuda, insiste que é preso político e que, mesmo assim, vai sair candidato. Diz que seu encontro com o povo acontecerá de qualquer maneira, mas, como um preso pode ficar dando declaraçõe desse tipo numa clara necessidade de contubar o país, de pensar apenas no seu ego, no seu plano de poder? Nem pela nossa Constituição, “a generosa”, definição minha, ele encontra meios para sustentar essa louca tese de candidatura mesmo preso. Infelizmente, outros tão insanos começam a se movimentar. Um preso numa cidade de Minas, lança seu nome para a vereança e, caso nossa Justiça Eleitoral não tome uma posição dura e definitiva, não será surpresa se Fernandinho Beira-Mar não sair para senador por algum Estado.

Assim, sr. Silva, o melhor seria deixar o País em paz. Cumpra sua dívida para com a sociedade – a Constituição “bondosa” permite que cumpra apenas 1/6 da pena com bom comportamento. Divida os 12 anos por 6 e terá o tempo exato. Só para esclarecer...- e vá curtir a vida com os netos. O estado paga, ou seja o povo, a população. Vamos lembrar que seus asseclas lhe permitem a mantenção de todos os privilégios de um ex-presidente, mesmo condenado. Portanto poderá passear com seus netos em qualquer lugar, sempre vigados por seguranças ou em carros blindados ou até passagens aéras para Disney e assemelhados.

Com FHC acontece a mesma coisa. Sentado em seus confortáveis divãs de um belo apartamento em Higienópolis, ou Jardins, não tenho certeza, o ex-presidente adora dar pitacos na política brasileira, como se fosse Zeus sentado em seu trono; inacessível, impávido colosso, impoluto, dono da verdade definitiva. Na verdade, FHC fala tanto e tantas sandices, que o melhor seria ficar calado: daria um excelente poeta. O sr. Fernando Henrique já saiu do poder faz mais de 10 anos, já atingiu uma idade que o melhor seira decorar uma série de histórias para contar aos netos ou, melhor ainda, contar suas aventuras políticas, bem mais educativas do que as do sr. Silva. FHC, pelo menos, saiu ileso e ainda está solto, apesar de que o cerco começa a apertar.

Para os demais políticos, o mesmo conselho. Deixem o País em paz! Todos estão cheios de dinheiro, comungam políticas do século passado e não conseguem mais esconder o pouco caso para com a população. Não sabem mais o que significa trabalhar pelo País; conhecem apenas a usurpação do País. Nem vale a pena citar exemplos claro que os jornais estampam todos os dias. Basta o exemplo emblemático da Pedtrobras que de 8ª empresa do mundo passou a ser a mais endividada do mundo. E aqueles que se aventuram a presidente, prestem atenção: tenham um pouco de simancol e recolham suas candidaturas. Não é possível a gente ser obrigado a suportar um Bolsonaro, o típico  misógino de direita. Muito menos um Ciro Gomes, o misógino ou micuim que dá no cocô do cavalo do bandido que morre no trailler, pela esquerda.

Vivemos outros tempos. Calheiros, Jaders, Lobões, Collor, Sarneys, Alkmins, Marinas e tantos outros, não conseguiram mudar o discurso e seguem com as mesmas manias, as mesmas promessas e a mesma voracidade. Esquecem que já desempenharam cargos públicos e que nada mudou neste nosso Brasil. Nós, brasileiros dos pés no chão, queremos alguém que tenha condições de liderar o país sem divisões e que nos apresente um plano moderno e eficiente de governo. Cartilhas, sejam de direita o esquerda, não interessam. Queremos grandes teses e grandes desafios. Ou ficaremos nessa mesmice até o fim dos tempos, perpetuando o velho chavão: “Brasil, o eterno País do futuro”. Acredito que isso já cansou a beleza de todo mundo...deixem o país em paz! Inté...

Álvaro Carvalho Jr. é jornalista aposentado
e trabalhou para vários jornais e revistas
ao longo de 40 anos de carreira.
Colabora com LEVA UM CASAQUINHO
quando esquece que está aposentado.

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