ENTREVISTA COM JASON REITMAN
por Mike Ryan para UPROXX
Então esta é uma
história verídica. Quando fui ver “Tully” eu estava ouvindo Cyndi Lauper cantar
"Money Changes Everything", que é um corte mais profundo no mesmo
tema. Essa música está de alguma forma neste filme.
Nós tivemos que contar a história de como o Marlo vai de Rye, Nova York,
para Manhattan. É uma viagem de uma hora, e eu queria mostrar o tempo que ela
levou para chegar a Nova York e o quão longe ela mora. Então veio a ideia de
deixar rolar um CD para mostrar que a viagem levaria o equivalente à duração de
um CD. Então, veio também a ideia de contar a viagem através de 10 faixas de um
álbum, e nós contatamos Cyndi Lauper para explicar a ideia. Ela assistiu o
filme e eu fui a este almoço de quatro horas com Cind – onde falamos apenas sobre
música, filmes e crianças – e ela topou se envolver no projeto e autorizar o
uso do disco. Foi demais.
Este é um daqueles
filmes repletos de surpresas muito interessantes e incomuns. Não dá para falar
sobre elas bancar o desmancha-prazeres...
Pois
é... é complicado mesmo. Quando Diablo me chamou para me contar a ideia antes
de formular o argumento para o roteiro, eu já sabia que vinha algo de peso. Sempre
que ela diz "Eu tenho uma idéia", eu sei que ela está prestes a me
dizer algo que eu vou fazer e muita gente vai querer ver. Mas naquele momento,
é só uma ideia na cabeça dela, e eu estou sempre pronto para ouvir. Então, ela
descreveu “Tully” em duas frases. E seis semanas depois ela já tinha um roteiro
e nós estávamos fora das corridas. Mas o que ela descreveu nessas duas frases é
algo que não pode ser discutido até que você termine de assistir o filme.
Tem razão...
E
eu estava tipo, é isso... Assim, a conversa antes de ver o filme é que fizemos
um filme sobre a maternidade de uma forma precisa que expõe todas as suas
falhas e é engraçado.
Meus amigos do sexo
masculino que têm crianças que viram este filme disseram: "Eu me sinto
como um pinto agora."
Você
sabe, os homens quando viram pais, ficam em segundo plano, participam menos e,
consequentemente, ganham menos crédito pelo que fazem – mas a maioria fica
satisfeito com o trabalho que fizeram.
Este filme parece ser
um bom pré-requisito para quem quer ser pai.
Se
o que você está sugerindo é que todas as pessoas devem ver o filme, então eu
concordo totalmente.
Acho que muitos homens
vão achar isso um exagero. Você concorda?
Quero
dizer, gosto da sua abordagem. Acho que todo mundo vai se sentir diferente
sobre isso. Obviamente, a divisão de gênero na criação dos filhos está se
tornando mais complicada a cada ano. E eu acho que Diablo criou um espelho
realmente interessante sobre relacionamentos de pais modernos.
Ajuda bastante para
isso o personagem de Ron Livingston não ser retratado como um idiota.
Certo.
Bem, é impossível, certo? Porque Ron Livingston é o mais simpático possível que
um ser humano pode ser. Você sabe, eu acho que há um elemento que este é um pai
que precisa intensificar mais. Quero dizer, ele está lá, ele ama seu filho, ele
faz o dever de casa, ele faz as coisas, mas eu acho que ele precisa abrir os
olhos. E, olha, é sobre uma relação que entrou naquele lugar tranquilo onde
todos têm medo de dizer alguma coisa. Ninguém quer agitar o barco. E então, todos
se deitam um com o outro e apenas pegam seus iPads e não falam. Um tema constante
ao longo de todos os filmes que eu faço é a importância da comunicação.
Algum motivo para
estrear o filme em Maio?
Achamos
que seria bom estrearmos perto do Dia das Mães. Vejo Tully como sendo parte do
universo Star Wars, então acho que a escolha da data foi acertada.
Eu
sei que você tem estado ocupado com sua série de TV, “Casual”.
Já
se passaram dois anos, sabe. Eu realmente adorei fazer esse programa. Foi a minha
primeira experiência na televisão, e foi emocionante para mim estar em uma sala
de escritores de TV e trabalhar com Zander e Helen. Na verdade, é engraçado. Estamos
fechando a quarta e última temporada. Mas essa foi uma viagem incrível, parte
da minha jornada para estes dois filmes, e agora estou começando um novo capítulo
na minha carreira cinematográfica. Estou feliz com “Tully”. E muito animado
para o futuro.
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