Ninguém,
ou melhor, nenhuma equipe, tem a obrigação de ser campeã do mundo. Quem define
o maioral é, exatamente, a regularidade, a vontade de vencer e a condição
técnica. A seleção brasileira, nesta última quarta-feira, mostrou que sabe o
que quer e que pode, sim, chegar ao título. Não que a vitória sobre a Sérvia
tenha demonstrado uma equipe defintiva, eficiente, brilhante. Mas, com muita atituide, mostrou uma equipe decidida e em condições de evoluir ao longo de competição.
O
futebol é a grande definição da imponderabilidade, basta usar como exemplo a
derrota alemã para os coreanos e a vibrante e sofrida vitória da Argentina
quando ninguém mais apostaria um níquel, tanto na Coréia como na Argentina. Por
isso, nem mesmo essa vitória brasileira coloca o Brasil como o grande favorito.
México será um adversário complicadíssimo e, caso passe para a outra fase,
preparem-se para enfrentar os gigantes do futebol mundial, mesmo com a saída
alemã.
Mas,
detalhando a partida, descobrimos que Neymar fez sua primeira boa partida neste
Mundial. Não caiu, não abusou das jogadas individuais e, principalmente, não
abusou das firulas. Jogou para a equipe, tocou a bola na hora certa,
deslocou-se bem e arrastou consigo, sempre, dois ou três zagueiros quando
pegava a bola. Hora, se três preocupavam-se com ele, outros dois ficavam mais à
vontade na partida, matemática simples. Assim, o Brasil passou 90 minutos sem
sofrer grandes surpesas, ou sentiu-se afogado e pressionado.
Considero
interessantes as análises pós-jogos, quando nosso “entendidos em futebol”,
derramam várias teorias, colocam em dúvida a partida ou, simplesmente, acham
que o Brasil ainda não jogou bem. Ora, se o futebol é a arte do imponderável, o
que discutir de uma vitória de 2 a 0 sem grandes sofrimentos? É preciso
entender que duas equipes entram em campo para vencer, independente da
qualidade técnica de qualquer uma delas. Volto com o exemplo de Coréia e
Alemanha. Tudo se decide dentro das quatro linhas, onde 22 jogadores procuram, incansavelmente, o gol. Lembrem-se, tudo pode aconceter. O mais fraco
(teoricamente), pode vencer o mais forte (teoricamente), demonstrando a grande
beleza desse esporte bretão. Quando o juiz apita a saída, não existem
favoritos, existem tão somente
levantamentos que informam quantas vezes um time venceu o outro e nada mais.
Caso fosse diferente, os chamados tabus nunca seriam quebrados. Simples assim.
Portanto,
o Brasil dá um passo enorme e tem boas chances de chegar à final. É favorito?
Quem se arrisca a afirmar. O futebol é tão louco e tão imprevisível que
substituições, mesmo que indesejáveis, acabam transformando a partida. Marcelo,
considerado o melhor lateral esquerdo do mundo, saiu logo no início e André Luis
deu conta do recado, transformando a seleção mais forte em sua defesa. O mesmo
se diga do outro lado, onde Danilo era o titular absoluto e acabou derrubado
por uma contusão. Seu substituto, o único jogador que não atua em times
europeus, Fagner, mostrou que é competente o suficiente para ser o titular. Ou
seja, seleção é conjunto, é grupo. Lembrem-se, este talvez o maior exemplo do
futebol mundial, Pelé era reserva em 1958 e deu no que deu.
Assim,
chego à conclusão de que o Brasil pode chegar lá. Campeão? Não sei, a imponderabilidade
do futebol me impede dos dotes de pitonisa. Mas, vamos ser sinceros, a seleção
mostrou outra cara, mostrou outro comportamento e mostrou, principalmente,
atitude. Uma equipe de futebol se forma com homens, não com meninos. Sinto
apenas a falta de um grande líder, Casimiro parece não querer assumir o cargo,
e a falta de um capitão. Em todas as cinco Copas que vencemos, saímos do Brasil
com o capitão definido, homens inesquecíveis e que comandavam a equipe com
linha dura, exigiam garra e determinação. Sempre é bom lembrar que os melhores e
mais famosos, nas velhas seleções, nunca foram capitães. Eram, e sempre foram,
aqueles quem demonstravam liderança. Esse rodízio de Tita pode ser contra
producente, na reta final. Mas, o futebol é imponderável, lembram??? Inté.
PS:
A Itália caiu e não chegou até a Copa. A Alemanha (que delícia!) foi
desclassificada pela Coréia. O Brasil continuará a ser a única quipe penta
campeã. Não sei se isso é importante, mas é um tesão...HE!HE!HE!
Álvaro Carvalho Jr. é jornalista aposentado
e trabalhou para vários jornais e revistas
ao longo de 40 anos de carreira.
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quando esquece que está aposentado.
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