Thursday, October 12, 2017

MARION COTILLARD COMPLETA 42 ANOS, E NÓS AQUI COMEMORAMOS EM GRANDE ESTILO

por Chico Marques


Ao invés da pequena biografia habitual, publicaremos aqui uma entrevista que Marion Cotillard concedeu para The Talk quando concorreu ao Oscar 2015 na categoria de Melhor Atriz, pelo filme Dois dias e Uma Noite, dirigido e roteirizado pelos Irmãos Daderne. A tradução é de Dayane Oliveira.


Sra. Cotillard, você tem trabalhado em diferentes projetos, de filmes franceses a blockbusters de Hollywood. Você tem um estilo favorito para trabalhar?

Não, eu amo o quanto cada trabalho é diferente. Eu não gosto de comparar, porque eu não vejo como. Eu não tenho um processo favorito. Meu processo favorito é o processo ideal para a pessoa com que eu estou trabalhando. Eu posso caber em qualquer situação, desde que o diretor me respeite e não tente me colocar em uma situação para tirar algo de mim – se eu posso, lhe darei sem essa situação. Não funciona com todos.

Que tipo de situação?

Me deixar irritada ou criar uma situação que não está relacionado com a minha personagem, a fim de me colocar no estado da personagem. É 100% contraprodutivo. Ou eu vou ficar louca ou não vai ficar bom – que é o que acontece na maioria das vezes – eu vou rir. Não posso levar a sério.

Porque não?

Porque é um truque, e eu preciso de autenticidade. Eu preciso estar na mesma página que o diretor. Aconteceu uma vez, quando um cara começou a fazer algumas coisas e me pediu pra fazer coisas que eu não esperava. Acabei gostando, porque se encaixava no filme. Nunca levei um tapa na cara, mas alguns atores tiveram essa experiência. Não funciona sempre pra mim. Preciso ser parte do processo – e da verdade.


Você tem mais auto-confiança agora do que costumava ter?

Não. Eu acho que faz parte de mim. A insegurança é muito comum entre os atores. Quando eu comecei a dar entrevistas e falar com as pessoas que eu não conhecia, era um pesadelo. Eu aprendi como lidar com as entrevistas e a insegurança; Eu me acostumei com isso. Mas é sempre estranho quando você tem que falar com alguém que você não conhece, alguém que faz perguntas sobre você. É um processo estranho. Mas eu me sinto bem. Gosto de aprender e saltar para o desconhecido, porque não há segurança lá.

É por isso que trabalha na Europa e em Hollywood?

Não, isso é pura sorte. Eu nunca tinha pensado em trabalhar fora do meu país, especialmente nos Estados Unidos. Eu sou desta geração, onde o americano, os filmes norte-americanos, fazem parte da nossa cultura, de modo que os filmes americanos alimentaram meu sonho de ser atriz, mas eu nunca pensei que eu poderia trabalhar um dia em um filme americano. Então, eu tenho muita, muita sorte.

Bem, não doeu quando você ganhou o Oscar por seu desempenho La Vie en Rose.

Sou muito sortuda por este louco Olivier Dahan ter pensado que eu poderia ser Édith Piaf. Ele mudou a minha vida. Como atriz eu sempre quis fazer filmes e eu nunca sonhei em fazer filmes na América, porque eu achava que não era possível. Nunca foi uma parte do meu sonho. Meu sonho era muito simples. Eu só queria contar histórias, fazer filmes. Eu já me considero muito sortuda de ser capaz de fazer o que eu amo fazer.


Mas muitos atores e cineastas franceses optam por não trabalhar na América, mesmo que pudessem. O Diretor francês François Ozon nos disse: “ os Americanos respeitam quem quer ficar no seu país, mas quando você vai para a América acabou.”

Eu estava em Cannes uma vez, com uma atriz francesa, muito talentosa, bonita, e meu agente americano agarrou o meu vestido e disse: “Apresente-me a ela. Eu quero conhecê-la! “Então eu disse a ela:” Meu agente americano quer se encontrar com você. “E ela respondeu ” Eu não me importo! Eu não falo Inglês e eu não quero fazer nenhum filme lá.” Fiquei surpresa, ela se recusou terminantemente a conhecer meu agente. Ela faz parte da minha geração, ela poderia ter tudo, e simplismente recusou. E eu insisti! Disse: “É uma experiência, nunca se sabe …” Então, você sabe, é muito pessoal. Algumas pessoas simplesmente não estão interessadas. Mas não era o meu objetivo e não considero uma grande conquista atuar na América. Eu sempre quis apenas ser atriz.

Sempre?

Meus pais são atores, logo, cresci cercada por atores. Eu estava cercada por uma grande energia e contadores de histórias toda a minha infância. E isso era fascinante. Quando eu era muito jovem, vi algumas peças que não são para crianças e eu tenho uma memória muito, muito viva desses momentos. Normalmente era quando a babá não vinha e minha mãe acabava me levando, e os meus irmãos, para uma peça de três horas sobre a Grécia antiga ou algo assim. Nós enlouquecíamos – e ela também. (Risos) Me lembro dos atores que eram amigos dos meus pais serem pessoas normais que eu conhecia e, em seguida, no palco eles eram gatos ou cães. Isso era louco. Até onde eu me lembro, sempre quis ser atriz.

Como foi a sua primeira vez no palco?

Eu era muito pequena, tinha uns 4 ou 5 anos. Minha mãe estava fazendo essa peça e o diretor me pediu para fazer alguma coisa. Lembro-me exatamente o local, o teatro. Havia um grande piano e uma mulher deitada, que deveria ser minha mãe. Mas a minha mãe também estava no palco. E lembro-me de uma confusão. Eu não entendia o que as pessoas diziam, para mim minha mãe era quem estava deitada, mas para os outros ela era outra pessoa (personagem). Essa foi a minha primeira vez no palco.

Você leva seu filho para o set como sua mãe te levava ao teatro?

Sim, mas com uma boa maquiagem (Risos). Você não dorme mais, e ao mesmo tempo você tem mais força, que vem da vida que acaba de chegar. É um grande clichê falar de como as prioridades mudam, mas todos os pais sabem que, as vezes acontecem grandes tempestades, e você olha nos olhos dele e diz que está tudo bem. É uma revolução de tudo o que você sente. Ele aumenta sua força. Aumenta tudo – menos o sono. 


Comemoramos os 42 anos de Marion Cotillard, completados dia 30 de Outubro -- pedimos desculpas pelo atraso de 2 semanas -- escolhendo 10 de seus melhores filmes disponíveis nas estantes da PARADISO VIDEOLOCADORA.

Vamos a eles: 
UM BOM ANO
(A Good Year, 2006, 118 minutos, direção: Ridley Scott)

Aos 11 anos, Max Skinner (Freddie Highmore) é cuidadosamente educado na arte de saborear vinhos por seu tio Henry (Albert Finney), dono de um vinhedo na França. Adulto, Max (Russell Crowe) torna-se um bem-sucedido homem de negócios em Londres, sem qualquer tempo para degustações mais duradouras. Certo dia Max recebe a notícia de que Henry morreu, deixando-o como único herdeiro. Prevendo bons negócios, resolve fazer uma rápida viagem para visitar a nova propriedade. Mas, uma vez ali, percebe que não será tão fácil vender o lugar que lhe traz tantas lembranças de infância.
PIAF
(La Vie En Rose, 2017, 140 minutos, direção: Olivier Dahan) 

A vida de Edith Piaf (Marion Cottilard) foi sempre uma batalha. Abandonada pela mãe, foi criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega, recuperando-se milagrosamente. Mais tarde vive com o pai alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Em 1935 é descoberta por um dono de boate e neste mesmo ano grava seu primeiro disco. A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional. Fama, dinheiro, amizades, mas também a constante vigilância da opinião pública.
INIMIGOS PÚBLICOS
(Public Enemies, 2009, 133 minutos, direção: Michael Mann)

John Dillinger (Johnny Depp) era um criminoso audacioso e violento, mas que atraía a opinião pública ao seu favor, principalmente, porque dizia retirar das instituições financeiras o dinheiro que elas roubavam do cidadão. Seus assaltos a bancos e fugas rápidas enlouqueciam a polícia que não tinha condições de enfrentá-lo. Assim, prender o assaltante tornou-se uma obsessão do então burocrata J. Edgar Hoover (Billy Crudup), que disposto a tudo para fortalecer o famoso F.B.I., coloca Dillinger como o inimigo público número um. Para ajudar em sua missão, Hoover contrata o policial Melvin Purvis (Christian Bale) e o deixa igualmente obcecado pela captura do bandido, que se apaixona por Billie Frechetti (Marion Cotillard) e acaba complicando a sua vida.
A ORIGEM
(Inception, 2010, 148 minutos, direção: Christopher Nolan)

Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono. Além disto ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard). Desesperado para rever seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo. Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.
MEIA NOITE EM PARIS
(Midnight In Paris, 2011, 100 minutos, direção: Woody Allen)

Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.
O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE
(The Dark Knight Rises, 2011, 144 minutos, direção: Christopher Nolan)

Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de Gotham City está pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão, convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle (Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada por Bruce, consegue fugir. Curioso em descobrir quem é ela, Bruce retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como super-herói ao longo dos anos.
ATÉ A ETERNIDADE
(Les Petits Mouchoirs, 202, 153 minutos, direção: Guillaume Canet)

Um acidente quase fatal leva um amigo a ir parar em um hospital, enquanto que o resto de grupo viaja em suas férias anuais. Os segredos e a cobiça de cada um dos envolvidos ameaça romper o grupo de amigos no meio. Terceiro longa-metragem do diretor Guillaume Canet.
FERRUGEM E OSSO
(De Rouilles et D'os, 2013, 120 minutos, direção: Jacques Audiard)

Alain (Matthias Schoenaerts) está desempregado e vive com o filho, de apenas cinco anos. Ele parte para a casa da irmã em busca de ajuda e logo consegue um emprego como segurança de boate. Um dia, ao apartar uma confusão, ele conhece Stéphanie (Marion Cotillard), uma bela treinadora de orcas. Alain a leva em casa e deixa seu cartão com ela, caso precise de algum serviço. O que eles não esperavam era que, pouco tempo depois, Stéphanie sofreria um grave acidente que mudaria sua vida para sempre.
ERA UMA VEZ EM NOVA YORK
(The Immigrant, 2014, 113 minutos, direção: Christopher Nolan)

Em 1921, as irmãs polonesas Magda (Angela Sarafyan) e Ewa Cybulski (Marion Cotillard) partem em direção a Nova Iorque, em busca de uma vida melhor. Mas, assim que chegam, Magda fica doente e Ewa, sem ter a quem recorrer, acaba nas mãos do cafetão Bruno (Joaquin Phoenix), que a explora em uma rede de prostituição. A chegada de Orlando (Jeremy Renner), mágico e primo de Bruno, mostra um novo amor e um novo caminho para Ewa, mas o ciúme do cafetão acaba provocando uma tragédia.
ALIADOS
(Allied, 2016, 125 minutos, direção: Robert Zemeckis)

Em uma missão para eliminar um embaixador nazista em Casablanca, no Marrocos, os espiões Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beausejour (Marion Cotillard) se apaixonam perdidamente e decidem se casar. Os problemas começam anos depois, com suspeitas sobre uma conexão entre Marianne e os alemães. Intrigado, Max decide investigar o passado da companheira e os dias de felicidade do casal vão por água abaixo.






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