por Chico Marques
Alvamar Taddei certamente não era a mais bela estrela da Boca do Lixo paulistana. Perdia nesse quesito para Aldine Muller, Zaira Bueno e Helena Ramos, as estrelas principais da Calçada da Fama da Rua do Triunfo. Mas tinha um corpo espetacular, "esbanjava gostosura e formosura", como se dizia na época, e foi, durante um ou dois anos no início dos 80, a atriz do gênero mais requisitada -- ao lado de Matilde Mastrangi.
Nascida no interior do Paraná, em Jacarezinho, em 7 de Maio de 1960, ela começou sua carreira artística nos final dos anos 1970, época em que os filmes brasileiros levavam multidões às salas de cinema porque mostravam algo que as novelas de TV não podiam mostrar: gente pelada na tela.
Nosso cinema popular funcionava na época a partir de receitas muito simples.
Para filmes dramáticos:
violência + palavrões + moralismo + muita mulher pelada.
Já para comédias:
infidelidade conjugal + humor físico + palavrões + muita mulher pelada.
Ou seja, nada muito diferente do que rolava no cinema popular italiano.
Em seus primeiros filmes, Alvamar Taddei assinava apenas Alva Mar. Foi assim em “Sexo Selvagem”, de Ary Fernandes, “Mulheres do Cais” e “Nos Tempos da Vaselina”, ambos rodados por José Miziara em 1979. Neste último ela interpreta uma Garota de Ipanema que leva à loucura um simplório caipira perdido no Rio de Janeiro. Só a partir de 1981, em "Ninfas Insaciáveis" de John Doo, ela passou a ter nos créditos seu nome verdadeiro: Alvamar Taddei.
Participou em 1979 do clássico do espiritismo-exploitation “Joelma, 23º Andar”, de Clery Cunha, e em 1980 brilhou em “O Inseto do Amor” (1980), do Fauzi Mansur, interpretando uma das vítimas do mosquito “Anophelis Sexualis”, espsecializado em picadas na bunda.
Trabalhou ainda em “O Fotógrafo”, trabalho mais sofisticado e autoral de Jean Garrett, e brilhou como a jovem amante de um velho bicheiro que sonha com uma carreira artística em “O Bordel”, de Osvaldo de Oliveira.
Mas, com certeza, a maioria dos moviegoers da época lembra dela como uma das "prendas" abatidas por Roberto Maya e Serafim Gonzalez em "Convite Ao Prazer", de Walter Hugo Khoury -- filme que, vira e mexe, reprisa na programação do Canal Brasil.
Alvamar Taddei fez muitos dramas horrendos, de baixíssimo gabarito artístico, assinados por "grandes artistas" como Antonio Melliande ("Bacanal") e W.A. Kopezky ("Sócias do Prazer”, “A Insaciável – Tormentos da Carne” e “Em Busca do Orgasmo”). Filmes tão ruins, mas tão ruins, que sumiram do mapa nos últimos 30 anos e ninguém se deu ao trabalho de tentar resgatá-los. Ao menos, até agora.
Walter Hugio Khoury gostava muito de trabalhar com Alvamar Taddei. Prova disso é que em “Eros, o Deus do Amor”, ele concedeu a ela um papel importantíssimo na formação de seu personagem recorrente e alter-ego Marcelo, interpretado brilhantemente por Roberto Maya: o da empregada que cuida dos cavalos da fazenda dos pais dele. Pois é justamente Alvamar quem inicia Marcelo sexualmente.
O grande papel de sua carreira, no entanto, é o de Lilita, a estagiária de uma empresa que fica grávida do patrão e é obrigada a fazer um aborto em “Amor, Palavra Prostituta”, do grande e inesquecível Carlos Reichenbach.
Inconformada com o avanço da pornografia nas produções da Rua do Triunfo, Alvamar começou a trabalhar cada vez menos, escolhendo a dedo os papéis que lhes eram oferecidos. E então, depois de fazer pequenas participações em “A Flor do Desejo” de Guilherme de Almeida Prado, "As Sete Vampiras" de Ivan Cardoso e "Filme Demência", obra prima de Carlos Reichenbach, ela entregou os pontos, abandonou a vida artística de uma hora para outra e tratou de sumir do mapa.
Lá se vão trinta anos desde então, totalmente afastada do olho público, vivendo sabe-se lá aonde e em que condições. Diante de tanta falta de informação, eu -- um velho fã -- decidi criar um histórico recente para ela que preenchesse com todas as honras devidas e merecidas essa lacuna enorme que existe na sua história de vida de Alvamar Taddei. Daí, o desfecho ficou assim:
"Em 1986, Alvamar voltou para Jacarezinho falida, com uma mão na frente e outra atrás, e mesmo assim foi recebida com honras de superestrela pelos habitantes da cidade. Ela não fazia ideia de que era tão popular na região onde nasceu. Sua popularidade lhe abriu portas, e ela facilmente conseguiu dinheiro para investir numa empresa de eventos ligados à Agricultura e Pecuária e se recompor financeiramente. Ganhou muito dinheiro, investiu tudo o que ganhou em fazendas na região, e se casou com um banqueiro paranaense 45 mais velho que ela. Viveram juntos menos de dois anos. Ficou viúva aos 30 anos de idade, herdou uma fortuna do velhinho e desde então vive entre uma fazenda e outra, cuidando de seu patrimônio, agora espalhado pelos estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraná. Não voltou a se apaixonar, e nem pensa em se casar novamente. Mas dizem as "boas linguas" que seu apetite sexual voraz permanece inalterado, e corre a boca pequena que ela conta com os préstimos de um time de bem dotados prestadores de serviços sexuais sempre a postos em pelo menos 5 cidades diferentes do interior do Brasil -- pelo menos dois em cada cidade, que muitas vezes prestam a ela atendimento simultâneo. Sim, porque nossa querida Alvamar nunca foi fraca..."
FILMOGRAFIA SELECIONADA
Sexo Selvagem
(1979 Ary Fernandes)
(1979 Ary Fernandes)
Nos Tempos da Vaselina
(1979 José Miziara)
(1979 José Miziara)
Mulheres do Cais
(1979 José Miziara)
(1979 José Miziara)
Joelma, 23º Andar
(1979 Clery Cunha)
(1979 Clery Cunha)
Sócias do Prazer
(1980 Fauzi Mansur)
(1980 Fauzi Mansur)
O Fotógrafo
(1980 Jean Garrett)
(1980 Jean Garrett)
Convite ao Prazer
(1980 Walter Hugo Khoury)
(1980 Walter Hugo Khoury)
O Bordel
(1980 Osvaldo de Oliveira)
(1980 Osvaldo de Oliveira)
Bacanal
(1980 Antonio Meliande)
(1980 Antonio Meliande)
Amor, Palavra Prostituta
(1980 Carlos Reichenbach)
(1980 Carlos Reichenbach)
Eros, o Deus do Amor
(1981 Walter Hugo Khoury)
(1981 Walter Hugo Khoury)
Em Busca do Orgasmo
(1981 W.A. Koperzky)
(1981 W.A. Koperzky)
Aqui Tarados!
(1981 David Cardoso)
(1981 David Cardoso)
Ninfas Insaciáveis
(1981 John Doo)
(1981 John Doo)
Amor de Perversão
(1982 Alfredo Sternheim)
(1982 Alfredo Sternheim)
A Flor do Desejo
(1983 Guilherme de Almeida)
(1983 Guilherme de Almeida)
Volúpia de Mulher
(1984 John Doo)
(1984 John Doo)
Tentação na Cama
(1984 Ody Fraga)
(1984 Ody Fraga)
Jeitosa, Um Assunto Muito Particular
(1984 Nello de Rossi)
(1984 Nello de Rossi)
Filme Demência
(1985 Carlos Reichenbach)
(1985 Carlos Reichenbach)
As Sete Vampiras
(1986 Ivan Cardoso)
Não há registro de que Alvamar Taddei tenha feito TV ou posado nua para as revistas masculinas da época -- EleEla, Status e Playboy BR --, mas, se por um acaso, algum dos nossos leitores conseguir localizar algum ensaio fotográfico com ela em formato digital, LEVA UM CASAQUINHO pede encarecidamente que envie o link, pois é muito difícil encontrar material sobre atores e atrizes deste período disponíveis pela web
RESGATANDO DOIS ÓTIMOS FILMES
DIRIGIDOS POR CARLÃO REICHENBACH,
DE QUE ELA PARTICIPOU:
AMOR PALAVRA PROSTITUTA (1982)
E
FILME DEMÊNCIA (1986)
(1986 Ivan Cardoso)
ENCERRAMOS NOSSA HOMENAGEM
A ALVAMAR TADDEIRESGATANDO DOIS ÓTIMOS FILMES
DIRIGIDOS POR CARLÃO REICHENBACH,
DE QUE ELA PARTICIPOU:
AMOR PALAVRA PROSTITUTA (1982)
E
FILME DEMÊNCIA (1986)
A morena, esplendorosa, escultural e exuberante atriz de cinema, modelo de moda, bailarina clássica e sex symbol brasileira de longos cabelos negros e lindos olhos azuis violeta Zaira Bueno é simplesmente espetacular e fascinante ao extremo sendo portanto absolutamente comparável à Elizabeth Taylor, Corinne Cléry, Olive Thomas e Dorothy Lamour em termos de beleza e semelhança físicas.
ReplyDeleteGostaria de saber também o paradeiro de Maristela Moreno e Joycelaine...
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