MINÉRIO
Meu amor não é animal,
É mineral.
Desaparece no tempo,
Lento e solitário.
Minério,
Mergulha no rio do sangue:
Imerso,
Imenso e alucinado.
No lado escuro da lua.
Pérola na noite da concha.
Calado atravessa o tempo.
Calendários caem no lixo
E ele segue inalterado.
Como uma pedra rolando,
Meteoro abandonado.
Trem bala sem passageiro
Ou metrô desabitado.
Submarino, secreto.
Adormecido naufrágio
Que emerge como relâmpago.
A consciência: uma praia.
Algum som o trouxe à tona.
Algum gesto, riso, cheiro...
Algum sonho já sonhado.
Armando Catunda é fotógrafo.
Vive e trabalha em Paraty, RJ.
Santista de nascimento,
é movido a poesia desde sempre.
É um grande amigo de
LEVA UM CASAQUINHO.
Sou suspeito,adorei.
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