Tuesday, May 7, 2019

PAUL KLEE O POEMA (por Flávio Viegas Amoreira)




PAUL KLEE O POEMA

O prazer do conjunto
condensação
essencialidade
na estilização infinita do traço liberto do rebento
método mítico
[ somos poucos quando não sentimos ]
aparente solidez sujeito-objeto
onde nada se explica
explicar é falho
pouco
tudo se sugere
água do rio
nenhuma vacuidade
dualidade
toda fluidez interdependente
toda oferta aos sentidos
como pegos em flagrante
tal prisma em teu parapeito
onde exista vida
além desse barulho
refratar
refletir
sem da linha ao ponto
rígido
sem vezo
arremesso
pólen
arborescendo
abstraindo ao cerne
tudo no instante
fértil
traço
cor
motivo
amanhece
nem começo
nem término
noutra linguagem






Poeta, contista e crítico literário,
Flávio Viegas Amoreira é das mais inventivas
vozes da Nova Literatura Brasileira
surgidas na virada do século: a ‘’Geração 00’’.
Utiliza forte experimentação formal
e inovação de conteúdos, alternando
gêneros diversos em sintaxe fragmentada.
Participante de movimentos culturais
e de fomento à leitura, é autor de livros como
Maralto (2002), A Biblioteca Submergida (2003),
Contogramas (2004) e Escorbuto, Cantos da Costa (2005).



No comments:

Post a Comment