Friday, May 31, 2019

POEMA EXPRESSO: PELA FRESTA NA JANELA (por Fábio Rossi)



Pela fresta da janela
Resta a luz, no rosto dela
Seu sorriso se amarela
A cidade se ilumina
Manhã triste que desperta
Nas mãos vazias e desertas
Olhos postos no horizonte

Tardes frias e cinzentas
Chuva chora sua ausência
A paisagem se transforma
A lua se afugenta
As palavras que me consomem
São no peito a sentença
A certeza que se morre

Noite, madrugada adentro
Seu perfume me consola
Quartos, sala um mundo imenso
Sem seu corpo, sua presença
A tristeza que me assola
É ver seu sorriso virar choro
O fechar de minha janela

Casas brancas e amarelas
Na paisagem pela janela
Um jardim verde e florido
Colorindo seu caminho
No olhar triste e sozinho
Nenhum aceno de adeus

Pela fresta da janela
Reza a luz
A ausência dela
Meu coração, então, se fecha
Pulso fraco, quase para
Varanda triste e deserta
Vara a noite, a luz de vela



Fábio Rossi é um cara admirável.
Santista radicado em São Paulo,
é dublê de advogado
e poeta de mão cheia.
Brinda constantemente seus amigos
com seus poemas disparados pelas Redes Sociais.
Poemas intensos e precisos,
de uma delicadeza singular,
que são a cara dele.



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