Enfim...
chegamos ao último capítulo: no próximo domingo, uma final inédita.
Não seria lá
muito prudente cairmos na esparrela do “... as lições que a Copa nos deixa...”,
mas algumas constatações podem ser apreciadas.
Os sul-americanos
encolheram: Uruguai na semifinal de 2010, Brasil na semi e Argentina na final
de 2014. Contudo, há 16 anos, somente campeões vindos do continente europeu.
“Mais
dinheiro...”, pensaríamos. “Dinheiro e organização?!” (que passam longe da
realidade da América do Sul), pode ser. O fato é que a corrupção que descampa em
boa parte das confederações do continente anda servindo para tornar o futebol
vindo dessa parte do mundo numa espécie de ‘sparring de luxo’.
Há tempos que
não oferece mais perigo para ninguém...
Quatro campeões
vindos da Europa nas últimas quatro Copas colocam o futuro do esporte em risco:
em que pese a corrupção estar por toda parte, a América do Sul é mais sensível
ao seu efeito devastador do que em outros continentes (no que tange ao futebol)
e no caso dos sulamericanos se encantarem por algum outro esporte (como o
rugby, por exemplo), o futebol certamente perderá força.
Se a Fifa
realmente pensa no bom andamento dos negócios para seu ‘Campeonato Mundial da
Terra de Cego’, é bom pensar em sugerir boas práticas gerenciais para a América
do Sul, dinheiro, organização, essas coisas. Mais duas copas sem campeão
sulamericano e o desinteresse pelo esporte será líquido e certo.
Outro aspecto a
ser apreciado (ou comentado): há jogadores de clube e jogadores de clube e
seleção. Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar são jogadores de clube. Tais
estrelas produzem muito pouco, quase nada, em suas equipes nacionais. São bons
de vender produtos, grandes vedetes, ótimos para redes sociais... mais nada!
Chegou a hora de várias ‘seleções’ aprenderem a ‘selecionar’ jogadores de
produção estável tanto numa liga doméstica quanto numa Copa do Mundo.
Para tal,
coragem dos técnicos e amparo das confederações locais nessas tomadas de
decisão: se um Neymar tiver de ficar fora, que fique. Sem ‘mi-mi-mi’ de
imprensa (principalmente!), torcida e os escambau. Não rende nada em seleção, não
entra! “Ah... mas ‘tá’ comendo a bola no clube X, Y, Z...!”. Não interessa,
produz nada em equipe nacional. “Que fique fora!”.
Os quatro
campeões europeus nas últimas quatro edições também se devem ao fato de que os
técnicos daquele continente possuem a tal ‘cultura tática’ bem mais avançada do
que os sulamericanos. E isso é algo que os técnicos da América do Sul precisam
resolver ‘para ontem’...
Basta assistir a
qualquer jogo de algum campeonato doméstico para se deparar com uma espécie de
crônica ‘indigência’ em termos técnicos e táticos. Isso excluiria a
‘jóia-da-coroa’, o técnico Tite?!
Claro que não!
Aliás, se a CBF
quiser, no mínimo, chegar a uma semi ou final no Qatar 2022, técnico
estrangeiro, por favor! Tite se mostrou bem aquém quando a equipe mais precisou
dele. É uma espécie de Neymar: funciona razoavelmente bem em clubes, mas sequer
saber ‘selecionar’, convocar. Nem ao menos a equipe treinada por ele teve
‘maturidade psicológica’, ‘emocional...’, ou coisa que valha, quando levou dois
cocos na lata.
Seria bom para
ele ‘respirar outros ares’, treinar um Arsenal, um Borussia, uma
Internazionale. Levar uma dessas equipes para a semi de uma Liga dos Campeões,
e deixar esse negócio de seleção ‘para quem sabe’. Enquanto viver esse delírio
de ‘achar que sabe’, mais quatro anos e perderemos nas quartas para alguém do
terceiro escalão.
Nesse ano, foi
Bélgica. Não se assustem se, daqui a quatro anos, pegarmos o avião de volta
após uma partida perdida nos 90 minutos contra Costa Rica, Senegal, Coréia do
Sul ou Nova Zelândia.
Tite na seleção
serão quatro anos enxugando gelo...
... o resultado,
a gente já sabe! Mais convocação ruim e vergonha nacional.
Técnico
estrangeiro, pelo menos, possui alguma isenção: pouco importa a cor da camisa
onde tal jogador atua... um técnico estrangeiro não chamaria um Fernandinho,
porque está no Manchester City, quando tem uma penca de jogadores vinte vezes
melhor no Grêmio. Sem contar que ele esteve no Brasil 1X7 Alemanha, o que já,
de partida, colocaria o atleta sempre sob fortíssima suspeita.
Duro com as
palavras e análises, querido(a) freguês(a)?! Até pode ser... o fato é que se
qualquer um de vocês falhar em alguma área de vossas vidas, não haverá uma
segunda chance. Assim é a vida, querida freguesia. Não é?!
Para questões
mais incandescentes, o perdão sempre será contemplado e até bem vindo. Mas para
os demais assuntos, muita flexibilização, “... passar a mão na cabeça...”, é
garantia de passar vergonha hoje, e mais vergonha daqui a quatro anos.
No mais é
digitar no ‘Livro de Róstos’ o #neymarchallenge e postar os vídeos. Neymar, a
mais viva e sólida piada internacional, constante em todos os idiomas e regiões
do mundo.
Divirtam-se!
Domingo, agora,
a grande final!
E que vença o
melhor!
Marcelo Rayel Correggiari
nasceu em Santos há 48 anos
e vive na mítica Vila Belmiro.
Formado em Letras,
leciona Inglês para sobreviver,
mas vive mesmo é de escrever e traduzir.
É avesso a hermetismos
e herméticos em geral,
e escreve semanalmente em
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