Friday, January 13, 2017

NA CORRERIA DO FIM DE ANO, LEVA UM CASAQUINHO ESQUECEU DO ANIVERSÁRIO DA MUSA SULISTA, E AGORA SE PENITENCIA DISSO.


Nós, do staff de LEVA UM CASAQUINHO, merecemos algumas dezenas de chibatadas por termos deixado passar batido o aniversário da sex-symbol número um dos Anos 80: a louraça belzebu Kim Basinger.

Nascida na cidade universitária de Athens, Georgia, em 8 de Dezembro de 1953, Kimila Ann Basinger ganhou um concurso de beleza aos 16 anos e logo a seguir foi para Nova York trabalhar como modelo.

Aos 20 anos, já era uma das top-models mais bem pagas do mundo.



Mas Kim queria mais.

Sonhava em ser atriz e cantora.

E então, em 1976, depois de vários cursos de canto e de artes dramáticas, largou a vida de modelo e seguiu para Los Angeles para tentar a sorte em Hollywood.

Com dinheiro em caixa para viver alguns anos, lá foi ela com a cara e a coragem em busca de seu sonho. 



Depois de 7 anos amargando pequenos papeis, Kim foi escalada para ser bond-girl em Nunca Diga Nunca Mais (1983), o filme de James Bond que trouxe Sean Connery de volta ao papel, e finalmente entrou no mapa de Hollywood.

Logo a seguir, ela aceitou o convite de Zalman King para protagonizar o drama erótico 9 ½ Semanas, que fez dela uma estrela internacional da noite para o dia.

Não era exatamente o que Kim queria.

Mas serviu bem a seus propósitos naquele momento.



Muito tempo passou até Kim finalmente conseguir deixar de ser dependente da imagem de sex-symbol que a celebrizou.

Brigou muito para ser reconhecida como uma atriz de respeito, e passou a escolher seus filmes com muito critério.

Aos poucos, foi-se transformando numa ótima atriz, tanto de comédia quanto de drama, e revelou-se uma cantora muito eficaz no ótimo filme (escrito por Neil Simon) Um Anjo Em Minha Vida.

Mas, infelizmente, perdeu toda a sua fortuna vítima de bad management, de um casamento confuso e turbulento com Alec Baldwin e também de sua impetuosidade e megalomania, numa das "bad luck stories" mais cruéis da história recente de Hollywood.



Aos 63 anos, Kim Basinger permanece uma bela mulher, como vocês podem ver na foto lá no topo da página.

Para celebrar seu aniversário, apresentamos uma relação com 6 filmes menos conhecidos, mas muito especiais, estrelados por ela, comentados por Chico Marques, e disponíveis nas estantes da VÍDEO PARADISO.

E resgatamos um artigo recente sobre ela extremamente revelador, publicado no EL PAÍS.





SEIS FILMES MENOS CONHECIDOS
ESTRELADOS POR KIM BASINGER
QUE FIZERAM A DIFERENÇA
(por Chico Marques)


UM HOMEM FORA DE SÉRIE
(The Natural, 1984, 122 minutos)


Um misterioso rebatedor de meia-idade (Robert Redford) surge do nada e conduz à glória um fracassado time de beisebol profissional. Seu passado guarda um drama conjugal envolvendo duas mulheres (Kim Basinger e Barbara Hershey) que interrompeu precocemente uma carreira brilhante e um romance de juventude (com Glenn Close). De repente, quando ele finalmente consegue olhar para o futuro, e começar a acertar as contas com seu passado, tudo o que ficou mal resolvido pelo cominho parece voltar para assombrá-lo. Belíssimo filme de Barry Levinson, muito bem adaptado do clássico romance de Bernard Malamud, e com uma trilha música heróica de Randy Newman. Kim está sensacional como uma mulher elusiva, aparentemente frágil, mas fatal.



LOUCOS DE AMOR
(Fool For Love, 1985, 107 minutos)

May (Kim Basinger) mora e trabalha num decadente hotel, tentando fugir do seu passado. Após um longo período, Eddie (Sam Shepard), com quem tivera um relacionamento conturbado, a encontra. Eles logo começam a brigar e a se amar com igual fervor, sendo que por trás de tudo isto existe um grande segredo. Bela adaptação da peça premiadíssima de Sam Shepard conduzida por ele próprio e dirigida pelo mestre Robert Altman. Quem não conseguia levar Kim a sério como atriz, a partir daqui passou a vê-la com outros olhos.



ENCONTRO ÀS ESCURAS
(Blind Date1987, 95 minutos)

Walter Davis (Bruce Willis) é um workaholic inveterado, que nas horas vagas toca guitarra em seu canto e que convive relativamente bem com a solidão. De repente, ele precisa recepcionar clientes japoneses, e necessita ir acompanhado de uma mulher. Seu irmão arma um encontro às escuras com a prima de sua mulher, Nadia (Kim Basinger), que acaba de seu mudar para a cidade, mas o adverte que se ela beber uma gota sequer de alcool fica completamente fora de controle. E é claro que ela vai beber, enlouquecer Willis e transformar a recepção num pandemônio. Para piorar, os dois ainda serão perseguidos pelo milionário enlouquecido e homicida (mas divertidíssimo) David, ex-noivo dela, interpretado pelo genial John Larroquette. Neste filme, Blake Edwards tenta fazer, 20 anos mais tarde, uma variação sobre o mesmo tema de seu clássico Um Convidado Bem Trapalhão, com Peter Sellers. Na comparação, o resultado fica bem aquém do original. Mas se não estabelecermos nenhuma comparação, é um filme divertidíssimo, que garante muitas gargalhadas. Kim está ruiva, lindíssima, e mostrando do que é capaz nessa sua primeira comédia.



UM AMOR À PROVA DE BALAS
(Nadine, 1987, 83 minutos)

Em Austin, Texas, nos Anos 50, uma bela mulher (Kim Basinger) vai ao escritório de um fotógrafo da cidade para tentar recuperar as fotos dela nua que ela topou fazer alguns anos atrás. Na ocasião, ela era solteira e acreditou na conversinha mole do fotógrafo, que disse ser amigo de Hugh Hefner e que as fotos dela em “poses artísticas” poderiam ser publicadas na Playboy e lhe render um bom dinheiro. Sua vida é um desastre: está grávida, mas separando-se do marido Vernon (Jeff Bridges), e trabalhando como manicure num salão de beleza. Enquanto espera o fotógrafo no escritório dele, ele surge com uma faca atravessada no peito, e cai morto diante dela, que foge da cena do crime com um envelope onde está escrito o seu nome. Mais tarde, percebe que as fotos no envelope não são as suas, e sim reproduções de um mapa que as autoridades locais mantinham como segredo de estado, e que revelam o traçado de uma futura rodovia que vai valorizar tremendamente os terrenos próximos. Uma comédia de erros muito bem alinhavada pelo diretor e roteirista Robert Benton que foi muito mal avaliada na ocasião, e merece uma revisão urgente, pois trata-se de um filme muito bom e divertido. Kim está ótima como a loura burra white-trash. Mas mesmo white-trash assim ela está lindíssima.



O ARTICULISTA
(People I Know, 2002, 100 minutos)

Eli Wurman (Al Pacino) é um relações públicas novaiorquino decadente e viciado em barbitúricos que está promovendo um evento social em benefício dos afroamericanos. Durante dois dias de sua vida louca e confusa ele faz contatos e pede favores e mal dá atenção para sua adorável e sóbria cunhada Victoria Gray (Kim Basinger, magnífica), que o ama e insiste que ficar ao lado dele desde que enviuvou. Cary Launer (Ryan O'Neal) é seu cliente principal, e pede para ele que recepcione uma jovem atriz completamente drogada (Tea Leoni) com quem ele tem um caso. Sem querer, Eli fica cara a cara com segredos que envolvem alguns dos homens mais poderosos de Washington e Nova York. No escritório de Eli tem um poster de The Parallax View, thriller intrincadíssimo de Alan J Pakula com Warren Beatty roadado em 1974, e não é à toa: O Articulador consegue ser quase tão intrincado quanto Parallax. Mas é um belo filme, extremamente inteligente e climático, que lembra o tempo todo o grande cinema americano dos Anos 70. Recomendadíssimo.



VIDAS QUE SE CRUZAM
(The Burning Plain, 2008, 108 minutos)

Mariana (Jennifer Lawrence) é uma adolescente de 16 anos, que vive com os pais. Ela descobre que sua mãe, Gina (Kim Basinger, no papel mais contundente de toda a sua carreira) está traindo o pai com Nick (Joaquim de Almeida), com quem encontra frequentemente em um trailer abandonado. Sylvia (Charlize Theron) trabalha em um restaurante e tem dificuldades em criar vínculos amorosos com alguém. Ela tem relações sexuais com diversos homens, mas jamais inicia um relacionamento mais íntimo. Há ainda Maria (Tessa Ia), uma garota cujo pai sofreu um grave acidente aéreo há pouco tempo. Primeiro filme de Guillermo Arriaga sem a colaboração de Alejandro Gonzalez Iñárritu. Explêndido.

KIM BASINGER, O MITO ERÓTICO QUE FOI
DO SONHO AMERICANO À RUINA
(por Juan Sanguino para EL PAÍS
publicado em 11 de Junho de 2016)


Kim Basinger está tremendo. Por um momento parece incapaz de articular uma única palavra. Tem um nó na garganta. A atriz luta para conter o choro e não estragar o momento mais importante de sua carreira. "Oh, meu deus", consegue dizer. É março de 1998 e a atriz conta com 45 espetaculares anos. Tudo ocorre em pouco tempo, alguns segundos, enquanto recebe seu único Oscar, de melhor coadjuvante, por sua atuação em Los Angeles - Cidade Proibida. Enquanto afirmava ao mundo que os sonhos se tornam realidade, o discurso de Kim foi interrompido por seu marido, Alec Baldwin. O também ator não podia conter sua euforia e gritava em aclamação à sua mulher. Depois de 10 anos, um divórcio e o equivalente a 13,5 milhões de reais gastos em advogados, os gritos do Alec Baldwin voltaram a protagonizar manchetes, mas, dessa vez, por culpa de uma mensagem onde o ator insultava a filha que teve com Kim, de 13 anos: "Porca ingrata e insensata". Nesses dois cenários estão os extremos da carreira da Kim Basinger, o ponto mais alto e o mais baixo de uma mulher que personificou o sonho americano, e também o pesadelo. E em várias ocasiões.

Existem muitas mulheres bonitas no mundo (e em Hollywood não há outra coisa), mas poucas são escolhidas como definição do conceito de mito erótico para toda uma geração. Ava Gardner, Jane Fonda, Kim Basinger, Scarlett Johansson. A geração dos atuais trintões e quarentões aprenderam o significado do termo "sex symbol" porque a imprensa espanhola sempre o utilizava para descrever Kim Basinger (que acaba de estrear em Dois Caras Legais). Ela, sozinha, devolveu as curvas ao cânone da beleza durante os anos oitenta, primeiro como bond girl em Nunca Diga Nunca Mais (Irvin Keshner, 1983) e depois como a galerista de arte que redescobre sua sexualidade através do sadomasoquismo light e das cerejas com mel em 9 ½ Semanas (Adrian Lyne, 1986). O nu doméstico não voltou a ser o mesmo. As combinações rasas, as persianas de alumínio e a voz de Joe Cocker tampouco.



Um meio termo entre Liv Ullman e Marilyn Monroe, Kim Basinger não fugiu de sua condição de ícone de beleza, pelo contrário, se propôs explorá-la e fazer justiça a toda uma tradição de mitos eróticos 100% norte-americanos. Seu acanhamento sulista, que com o passar do tempo se transformou em agorafobia (medo obsessivo de espaços abertos), não a impediu de ser consciente de sua beleza desde que, aos 16 anos, começou a participar de concursos. Sua família a havia criado para realizar seus sonhos: seu pai era um veterano da Segunda Guerra Mundial que renunciou às suas aspirações musicais para se dedicar às finanças, e sua mãe, uma ex-modelo convertida em dona de casa, dessas que nunca estão desarrumadas.

Kim era um mito erótico não só por sua beleza, mas também porque sua magnética fotogenia emanava sensualidade e, como ela mesma se definiu, era, acima de tudo, uma criatura sexual.



O erotismo de Kim Basinger é quase lendário em Hollywood. Durante seu primeiro casamento, com o maquiador Ron Snyder-Britton, teve uma aventura com Richard Gere, conforme Britton conta em sua autobiografia. No entanto, o fim do matrimônio chegou quando Kim perdeu a cabeça por Prince. Batman (Tim Burton, 1989) representou um antes e um depois tanto em sua carreira (continua sendo seu filme de maior bilheteira) como em sua vida. Depois de uma aventura com o produtor do filme, Jon Peters, Kim conheceu Prince, porque o gênio de Minneapolis compôs várias canções para a trilha sonora. "Apenas direi que não me impus nenhuma restrição durante aquela etapa", recorda Basinger, que embora seja suficientemente discreta para não dar mais detalhes, em nenhum momento nega o boato de que os gemidos da música Scandalous Sex Suíte são os de Prince e Kim durante uma relação sexual.

Prince chegou a produzir um disco para Basinger, Hollywood Affair, no qual ela se declarava sua escrava e desfrutava sem pudores do que o fazia sentir. O álbum nunca viu a luz do dia (apesar de ter vazado há muita tempo e poder ser encontrado na internet) e Kim preferiu seguir os passos de seu pai e investir em tijolos: comprou uma cidade inteira por cerca de 67,4 milhões de reais. A intenção da atriz era converter Braselton (Georgia) em uma espécie de parque temático sobre Hollywood. Anos depois, Os Simpsons fizeram referência ao projeto empresarial em um episódio em que Homer monta um museu das estrelas no jardim dos Baldwin. Kim Basinger começou a década de 1990 no topo de sua carreira, proprietária de uma cidade inteira e permitindo-se o luxo de criticar a Academia de Hollywood em plena festa dos Oscar por ter discriminado Spike Lee no que teria sido a primeira participação de um diretor afro-americano na premiação.



E, então, chegou Alec Baldwin. Os membros da equipe de Uma Loira em Minha Vida (Jerry Rees, 1991) contavam que a filmagem sofria constantes atrasos devido ao ímpeto sexual do novo casal (Baldwin e Basinger). Eles não podiam tirar as mãos de cima um do outro e nem sequer tentavam dissimular o que faziam no camarim: todo mundo podia ouvir. A lenda urbana também conta que as cenas eróticas de seu segundo filme juntos, A Fuga (Roger Donaldson, 1994), eram reais porque Kim e Alec mergulharam fundo em seus papéis. Anos depois, Kim Basinger brincou, não sem certa amargura, sobre aquela decisão profissional: "Recusei Dormindo com o Inimigo [que acabou sendo protagonizado por Julia Roberts] para gravar Uma Loira em Minha Vida e eu é que acabei dormindo com o inimigo". É muito rancor.

Essa vida sentimental desbocada coincidiu com a etapa mais obscura de sua carreira. Em 1993, se comprometeu a protagonizar Encaixotando Helena, filme dirigido por Jennifer Chambers Lynch (filha de David Lynch), mas acabou se arrependendo e não apareceu. "Todo mundo para quem eu mostrava o roteiro me dizia que era ridículo", se defende Basinger em referência à história de um psicopata que esquarteja uma mulher e tenta fazer com que o que sobra dela se apaixone por ele. O estúdio a denunciou por descumprir o contrato e ela foi condenada a pagar mais de 27 milhões de reais, que somados ao fracasso de seu projeto imobiliário em Braselton (acabou vendendo a cidade por menos de 4 milhões de reais) a levaram declarar falência e a se ausentar do mundo do cinema, temporariamente.



Naquele mesmo ano de 1993, Kim Basinger protagonizou o emblemático anúncio natalino da Freixenet. Pedro Bonet, diretor de comunicação da empresa de espumantes espanhola, guarda uma boa lembrança do profissionalismo de Basinger. "Naquela época, ela era o protótipo do mito erótico. Durante a apresentação da campanha, em São Francisco, ela foi com seu marido e ambos pareceram muito corretos e simpáticos. Todas as estrelas têm medo desse tipo de eventos publicitários, mas ela estava muito disposta e foi muito amável". O conceito do anúncio, que foi, excepcionalmente, rodado nos Estados Unidos, com uma equipe escolhida pela estrela, foi mais simples do que o habitual para a marca catalã. "Queríamos que ela tivesse dançado, mas vimos que não gostava muito disso e optamos por não forçar a máquina. Preferíamos um pouco de show, mas não pôde ser assim. No entanto, não houve tensões".

É possível que essa decisão de emprestar sua imagem para uma campanha publicitária estivesse relacionada com seus problemas econômicos. Bonet lembra que eles estavam a par de sua situação, mas que isso não influenciou a negociação. "As agências de representação nos ligavam para oferecer gente [para o anúncio], talvez sua situação tenha determinado sua decisão, porque esteve disponível durante quatro dias para a gravação e ganhou um dinheiro, mas foi absolutamente profissional. Nesses casos, os que exigem são os agentes da estrela, e, depois, o trato com a atriz é cordial."



Depois de um afastamento de quatro anos, Basinger retornou às telonas em 1997, com Los Angeles - Cidade Proibida, para ganhar um Oscar e voltar a abandonar o cinema para cuidar de sua filha. Mas ela se saiu bem em apenas uma dessas duas funções.

Em 1998, terminou seu relacionamento com Alec Baldwin e, em 2002, se divorciaram. Tinham uma filha em comum, Ireland, e seu litígio demonstrou a ferocidade da cultura dos escritórios de advogados matrimoniais dos Estados Unidos. Baldwin chegou a publicar um livro (A Promise to Ourselves, uma promessa para nós mesmos, em tradução livre) que retratava sua ex-mulher como um animal frio e implacável que "parece ganhar vida apenas quando está rodeada por seus advogados". Eles eram o objeto do ódio de Alec Baldwin, que os definia como "corruptos, incompetentes, preguiçosos e estúpidos".

Segundo Baldwin, os advogados tinham sido os responsáveis pelo longo e caro litígio pela custódia de Ireland, durante o qual Kim impediu qualquer comunicação entre pai e filha. A infame ligação telefônica em que Alec insultava Ireland complicou e alargou ainda mais o processo. Mais disputa, mais advogados, mais dinheiro. Depois de desculpar-se em um programa de televisão, Baldwin esclareceu que ele não odiava sua filha e que sua ira era, na verdade, direcionada a Kim, mas aquele episódio midiático já passou à história como um exemplo do quão nocivo pode chegar a ser colocar um filho no meio de uma separação.



Nos últimos anos, Kim Basinger vive mais tranquila do que nunca. Depois dos 60 anos de idade, a atriz parece querer fechar um círculo artístico e pessoal. A mulher que se casou com seu maquiador nos anos oitenta vive, agora, uma relação com seu cabeleireiro, Mitch Stone, e, no ano que vem, aparecerá em 50 Tons Mais Escuros (o segundo filme da trilogia 50 Tons de Cinza) para interpretar a mulher que introduziu Christian Grey no mundo do sadomasoquismo.

Não é casualidade: Kim Basinger já despertou, sexualmente, toda uma geração de espectadores há 30 anos. Porém, agora, ela encontra o erotismo em outras formas. "Quando você é jovem se sente atraída pelos tipos durões, mas isso é uma fantasia. Eu me dei conta de que o prazer está na bondade e no senso de humor", afirma.



A atriz nunca perdeu sua educação sulista, e jamais falou mal de nenhum de seus filmes, pois acredita que todas e cada uma de suas personagens foram uma bênção em sua vida. O título de sex symbol não pesa sobre ela, e prefere desmitificar sua condição de estrela de uma geração.

"O único filme meu que já assisti é Los Angeles – Cidade Proibida. Tive que vê-lo durante o Festival de Cannes. Ao acabar, virei para [o diretor] Curtis [Hanson] e disse: 'Até que não está ruim, né?'. Esse filme seria maravilhoso com ou sem a minha participação no elenco, e qualquer diria que Curtis merecia ter ganhado o Oscar [no lugar de James Cameron com Titanic, que arrasou naquela edição]".

Foi Basinger quem se coroou naquela noite, alcançando a façanha, muito norte-americana, de ser a primeira mulher a ter em seu currículo uma capa da Playboy e um Oscar, no que parecia um renascer artístico, mas que parou por aí.



Hoje, Kim se dedica, quase integralmente, à sua filha Ireland, um mulherão de 20 anos e 1.88 de altura, que se internou voluntariamente em uma clínica de reabilitação para solucionar, conforme publicou no Twitter, seus "traumas emocionais". Kim não nega ser responsável pela complexa sensibilidade de Ireland e colocou de lado suas diferenças com Alec Baldwin para que pudessem ajudar, juntos, a filha. A aspirante a modelo, de 19 anos, tuitou uma foto com seu pai na qual segurava o livro If I Were A Pig (se eu fosse um porco, em tradução livre), uma brincadeira sobre o insulto que Baldwin fez à ela quando tinha 13 anos: "Porca ingrata e insensata". E Ireland acrescentou à legenda da imagem: "Seria uma ingrata e insensata, claro". Uma prova de que pai e filha já fizeram as pazes.

Segundo Kim, o único conselho que ela dá à sua filha é que se deixe guiar pelo seu coração, sempre. Pode ser que o coração de Kim a tenha levado por caminhos tortuosos, mas ninguém pode dizer que não tomou suas próprias decisões. "Acredito que a geração da minha filha sofre de ansiedade. Agradeço a Deus por não ter crescido com muito dinheiro e privilégios porque, por isso, tive que criar, eu mesma, uma forma de conseguir meu triunfo". Agradecida pelas luzes e tendo aprendido com as sombras, Kim Basinger se mostra orgulhosa de ter vivido de acordo com suas próprias regras.




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