"Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso."
Quero para mim o espirito desta frase, transformada
A forma para casar com o que eu sou: Viver não
É necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em goza-la penso.
Só quero torna-la grande, ainda que para isso
Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torna-la de toda a humanidade; ainda que para isso
Tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho
Na essencia animica do meu sangue o propósito
Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
Para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
NÃO EXISTE ANO MÊS, SEMANA, DIA, HORA, MINUTO, SEGUNDO.
O TEMPO JAMAIS VENCERÁ FERNANDO PESSOA.
Quem não leu Camus? Muito poucos falam do teatro de Camus. Me faltava ler " Calígula " . Camus recebeu forte influência de Jean Grenier, André Malraux e certamente André Gide, mas foi com a aproximação de Copeau que costurou que definiram o teatro com a alta literatura. Sua aproximação com esses seres empedernidos que definiram uma estética própria. É com Calígula que responde ao Mito de Sísifo, poie em A Peste oferece uma visão tímida a resistência ao absurdo e ao mal. Calígula cansado de uma liberdade vã se entrega. Não posso deixar de lembrar que em " O Homem Revoltado " a evocação do assassinos delicados. Essa pratica existencial tratando o absurdo como absurdo , pontificando que a justiça e liberdade também é um comprometimento de si mesmo. Quando escreveu Calígula apresentou uma figura de homem exasperado pela meia perfeição e meia liberdade, que sente a finitude e impotência de forma aguda. Pelo poder absoluto, uma espécie de Deus. Tendo a felicidade como isolamento inigualável. Que tem toda sua vida sob o olhar desmesurado de um assassino impune. Recusa quem quer que seja neste mundo. Sem juízes, onde ninguém é inocente. A paixão do impossível tão valido quanto a cupidez ou adultério. Mostra com força a fúria que ilustra os maleficios num projeto apresentado de forma dura, mas obrigatória para saber quem somos. Camus essencial.
No breve ensaio em que explora os múltiplos sentidos da categoria "clássico", Italo Calvino apresenta, entre outras, a seguinte formulação: "É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível. Ontem falando de Lucie Cousturier cuja obra foca a libertação dos negros africanos colonizados citei André Gide e Michel Leiris — Falo pois de " A África Fantasma " livro de Michel Leiris que foi publicado originalmente em 1934 pela parisiense Gallimard, editora na qual, desde então, recebeu seis edições em diferentes coleções. Foi editado no Brasil. Creio que A África fantasma se aloja num vértice artístico, incorporando as relações descritas entre os outros vértices, que formam as faces do panorama. Em outras palavras, haveria quatro Leiris: o Leiris-cientista, explorando em campo uma tarefa etnográfica; o Leiris-bricoleur, que se apropria de fatos fragmentados e os organiza em uma colagem, estrutura na qual os elementos estão dispostos em justaposição; o Leiris-mítico, construtor de uma narrativa pessoal ao fim da qual reside uma suposta cura para seu sentimento de deslocamento; enfim, o Leiris-artista, avatar que se sobrepõe aos outros talvez por ser sua matriz identitária, isto é, o escritor. A fantasmagoria de Leiris advém do fato de que nenhuma de suas versões é inteligível ao se perder de perspectiva as outras; a sobreposição do escritor é a mais palpável delas, mas se torna oca sem suas variantes. A abordagem de Luís Sobral sustenta uma avaliação antropológica e para tal cita um dos autores que devoto grande respeito, Carlo Guinzburg " O Queijo e os Vermes " com a frase: "Se a realidade é opaca, existem zonas privilegiadas — sinais, indícios — que permitem decifrá-la. Mas diante de uma questão tão delicada não é o que possamos dizer significativa.
Café e Bom Dia
Carlos Eduardo "Brizolinha" Motta
é poeta e proprietário
da banca de livros usados
mais charmosa da cidade de Santos,
situada na Rua Bahia sem número,
quase esquina com Mal. Deodoro,
ao lado do EMPÓRIO SAÚDE HOMEOFÓRMULA,
onde bebe vários cafés orgânicos por dia,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
e da loja de equipamentos de áudio ORLANDO,
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