A vantagem de se
ter uma família de leitores(as) é jamais passar perrengue sobre o que escrever
na semana seguinte.
Meu irmão dá
umas sapecadas de (Luigi) Pirandello, por exemplo... e uma penca de páginas sem
pé, nem cabeça, em famigerada rede social. Porta adentro da sala, compartilha
conosco uma notícia que viu no WikiCiência.
Nada espetacularmente
fora-do-comum: um desses vídeos da Nasa com uma tripulação falando sobre o
dia-a-dia a partir de uma estação espacial. Um troço pouco criativo e trepidante.
Trepidante... trepidante mesmo, foram, como sempre, os comentários.
O que corrobora
a velha máxima de que o brasileiro lê muito... redes sociais. Ninguém,
necessariamente, indaga o que se lê: pouco importa o conteúdo.
Meu querido
irmão foi atrás de comentários vindos de algum terraplanista. Nada constava. Há
um grupo significativo, hoje, de pessoas que consideram que a Terra é plana (e
a boa e velha anedota de que até o nome indica que ela seja plana: Planeta. Se
fosse redonda, chamar-se-ia “Redondeta”).
Sim! Utilizamos
mesóclises nessa Mercearia!
Até mesmo esse
plano merceeiro já teve uma experiência estranha em torno do embate ‘Terra
redonda X plana’: em Groomsport, Irlanda do Norte, assim como em Bellyhome, é
possível se ver a Escócia do outro lado do canal, e parte de suas montanhas. Se
a Terra tivesse mesmo alguma curvatura, ver-se-ia ‘as alterosas’ do meio até o
cume, e não desde o sopé.
Ou alguém errou
o cálculo da curvatura da Terra, ou a Terra realmente é plana.
Encerrando esse
breve tergiversar, voltemos aos ‘comments’ da postagem de vídeo.
Muitas perguntas
sobre detalhes pouco nobres da fisiologia humana. “Como é que aperta a
descarga?!”, por exemplo. Realmente, é de se imaginar: fezes largando o
esfíncter e se enfronhando em algum canto de equipamento da espaçonave. Teria
cheiro?!
O comandante
aborrecidíssimo no seu relatório diário: “ (...) Tem merda ‘pra’ todo lado...
(...)”. Esqueçam as metonímias...
Outra indagação
feita nos comentários seria no caso de rolar uma ‘transação’. A ereção deve
funcionar sem grandes sustos... ou não?! A pressão arterial e circulação
sanguínea colaborariam?! Vai saber, ‘né’?!
Sem gravidade, é
possível completar o álbum de figurinhas do Kama Sutra sem maiores danos para
juntas ou ligamentos dos joelhos. Outro questionamento é se a parte ativa do
‘embate amoroso’ realmente precisa “... ter pegada...”. Tudo indica que sim:
afinal, fica chato a parte passiva da cópula ir parar no outro lado do cômodo
quando mal começaram os ‘primeiros movimentos da partida’.
Uma sugestão
seria o método “carezza” para se dar bem numa hora como essa, o que gera uma
outra pergunta se pompoarismo funciona sem gravidade.
Deve rolar...
pensamos... quem sabe?!
O que, de longe,
permite afirmar que, por medo ou traumas, os romances em locais onde há gravidade
são ultimamente tão fugidios, tão sem o compromisso de ‘gostar de alguém’, que
muito se assemelham a relacionamentos em estações espaciais: envolvimento
gravitacional ‘zero’.
Ou seja, de
volta à Terra, corpos sob efeitos da gravidade. Já os sentimentos... não.
Hummm... mau sinal (ou começo)!
Se na hora de
beber água rolam aquelas bolhinhas líquidas, já se é possível imaginar o
martírio de um reles xixi?! Deve ser um evento, aquelas bolhas saindo do canal
da uretra, ganhando os ares do banheiro, o(a) sujeito(a) tentando catá-las para
colocar de volta na privada... um troço!
O que sugestiona
todos a pensar que os xixis são engarrafados: vai que uma daquelas bolhinhas se
volte contra o(a) dono(a)?! Cheirar à urina o resto do dia... afff... ninguém
merece!
Aliás, se os
xixis sobem em ausência gravitacional, sobem também as taxas de ácido úrico?!
Quais as peripécias nutricionais para manter tudo “... numa boa”?!
Concluindo,
‘posts’ em redes sociais são um saco! O que valem são os comentários...
Esse merceeiro
já desistiu da campanha “Por favor... sintam alguma coisa!”, sempre no intuito de
devolver a paixão à paixão. Um porre essa bosta de envolvimento sem força
gravitacional alguma.
Merceeiros(as)
românticos(as) só se ferram! Quando acham alguém legal, é um toró de medos,
discursos tipo “Modo Avião” da Ludmilla. Puta, que saco! Há mister de se ter
algum colhão para meter o pé no acelerador dos sentimentos e dos afetos.
Ô, bichinho
complexo esse tal de ser humano...
Em suma,
sentimentos e afetos não-gravitacionais sempre nos reservam uma jornada
pontilhada de fortíssimas emoções negativas. Haja! A fim de alguém e o pezinho
da pessoa em questão se direcionando com extrema precisão a ‘notre derrière’.
Por mais que se tente iluminar o espírito, não há quem aguente...
Tentemos código
morse... quem sabe...
Sinal de fumaça...
mensageiro do século XIV... a esperança... ah, a esperança...!
Carro de
mensagem com aquele áudio turbinado “... se joga, criatura!!!”, nem pensar... é
muito ‘xabú’!
Enquanto isso, especulamos
sobre subidas de ácido úrico em ambientes sem gravidade. Se os afetos
continuarem antigravitacionais, pensamos que não sobrará pedra sobre pedra.
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