Monday, May 18, 2015

A VOLTA DE MAD MAX: MUITO SOM E FÚRIA NO ROAD MOVIE FUTURISTA DEFINITIVO

por Carlos Cirne para Colunas & Notas


Não há dúvida de que George Miller ainda domina o métier de filmar uma grande cena de perseguição rodoviária. Que dirá um filme inteiro, com constantes cenas de perseguição. 

Sim, porque “Mad Max – Estrada da Fúria” é um filme de ação non-stop, da primeira à última cena. E de uma competência rara.

Num futuro desértico e pós-apocalíptico, os sobreviventes se reúnem em feudos, liderados por figuras carismáticas, cada um especializado num “produto”, que trocam entre si em operações de guerra, visando evitar roubos: a Cidadela domina uma reserva de água, há uma “Fazenda de Balas” com munição, a Vila da Gasolina, e a lenda de um Vale Verde, onde a vegetação e a água pura ainda prosperam.

E há também indivíduos que transitam sem parar por violentas estradas sem fim como, por exemplo, Max (Tom Hardy) que, capturado, é descoberto como portador de sangue “O-“, ou seja, doador universal, commoditie mais rara que água potável. 
É justamente por causa de seu tipo sanguíneo que ele vai parar na Cidadela, como “bolsa de sangue” de um jovem guerreiro Kamikrazy – raça de homens desprovidos de sistema imunológico, que se utilizam de doadores para seguir guerreando a serviço do senhor feudal local, Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne). Este Kamikrazy, Nux (Nicholas Hoult), acaba voltando à batalha levando consigo sua reserva sanguínea, Max.

Também a serviço de Immortan Joe está a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron, fantástica), que deve liderar um comboio em busca de combustível num feudo próximo. Até que a situação se complica um pouco...

Mais não cabe de revelar a trama desta reinvenção dos sucessos de 1979, 1981 e 1985, da Trilogia Mad Max estrelada por um ainda são Mel Gibson, também de autoria de Miller, que a revisita agora. 

O enfoque pós-apocalíptico continua contundente e as cenas de ação cresceram exponencialmente, mas nada disso teria valor não fosse a adequadíssima escolha de elenco e os fatores técnicos que saltam aos olhos: a deslumbrante direção de arte e o trabalho conjunto de figurinistas, maquiadores e protéticos, na criação dos mais variados tipos que desfilam pela tela, num resultado surpreendente. 

De uma Charlize Theron maneta à prótese facial de Immortan Joe, passando pelos veículos que aparecem no filme (cuja única reverência ao design clássico é feita a uma Rolls Royce que praticamente não é modificada em seu original, e passa rapidamente pela tela), tudo soa inesperadamente novo, sem nenhum traço do déjà-vu dos filmes anteriores, o que seria até meio esperado de acontecer. Afinal, não é todo mundo que tem uma banda de heavy metal para embalar suas batalhas -– detalhe inesperado e muito divertido.
Mas não. O filme fascina pela linguagem e pelo resultado visual. E seu roteiro, aparentemente complexo, nada mais é do que a jornada do herói, a qual Max abraça muito a contragosto, e dela se desincumbe com competência inata. E, é claro, deixando espaço para as inevitáveis continuações.

Se elas vierem com a competência e o resultado empolgante desta versão, serão mais do que bem-vindas. Não perca!


MAD MAX - ESTRADA DA FÚRIA
Mad Max: Fury Road
(2015 - 120 minutos)
Direção
George Miller

Elenco: 
Tom Hardy
Charlize Theron
Nicholas Hoult
Hugh Keays-Byrne
Josh Helman
Nathan Jones

Em 3D no Cinemark e na Rede Roxy
 (Gonzaga 5, Brisamar e Anilinas)

Em 2D no Cinespaço Miramar Shopping



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