por Chico Marques
para Black & White In Colour
Até 2012, Seth MacFarlane era visto pela crítica e pelo público como uma figura genial da TV americana, responsável pelas séries adultas de animação "American dad" e "Family Guy", dono de um senso de humor politicamente incorreto ao extremo que alterna comédia de altíssimo nível com piadas de péssimo gosto, absolutamente escrotas, sem fazer a menor cerimônia.
Daí veio "Ted", sua estréia no cinema, sobre um ursinho de pelúcia (dublado por Seth McFarlane) que ganha vida e se transforma no melhor amigo de seu dono John (Mark Wahberg), desde a infância até a vida adulta. Juntos, os dois fumam maconha, bebem muito, assistem filmes pornô juntos, enchem a casa de putas com frequência, e se recusam terminantemente a amadurecer e se comportar como adultos comuns.
"Ted" foi um sucesso tão grande que uma sequência era altamente provável. Mas depois do fiasco comercial de seu segundo filme, o engraçadíssimo e injustiçado "A Million Ways To Die In The West", ele entrou na mira da Imprensa Futriqueira de Hollywood.
A partir daí, a sequência de "Ted" mudou seu status de provável para inevitável. E foi produzida a toque de caixa, o que para McFarland nunca foi um problema, habituado que está a entregar roteiros de episódios de TV sempre na correria.
A partir daí, a sequência de "Ted" mudou seu status de provável para inevitável. E foi produzida a toque de caixa, o que para McFarland nunca foi um problema, habituado que está a entregar roteiros de episódios de TV sempre na correria.
Pois "Ted 2" está chegando ao cinema nesta semana, e é surpreendentemente bom.
Parte de uma premissa ainda mais absurda que a do primeiro filme. Agora Ted se casa com sua namorada, a ex-prostituta e ex-junkie Tami-Lynn (Jessica Barth). Então, surgem os primeiros problemas na relação conjugal entre os dois, decorrentes em parte do fato de Ted não possuir um órgão sexual e, consequentente, não poder ter um filho com ela.
A partir daí, Ted e seu dono saem desembestados por Boston em busca de um doador de esperma para que Tami-Lynne possa engravidar. A cena em que eles invadem a casa do jogador Tom Brady para masturbá-lo enquanto dorme e roubar seu esperma é de rachar de rir.
Mas paralelo a isso, o Estado de Massachussets decide invalidar o casamento de Ted com Tami-Lynn sob a alegação de que ele não é um ser vivo, e sim um objeto manufaturado.
Mas não pense que, a partir daí, o filme vá ganhar tons dramáticos. Pelo contrário. Mas não vou entrar em detalhes para não bancar o desmancha-prazeres.
Parte de uma premissa ainda mais absurda que a do primeiro filme. Agora Ted se casa com sua namorada, a ex-prostituta e ex-junkie Tami-Lynn (Jessica Barth). Então, surgem os primeiros problemas na relação conjugal entre os dois, decorrentes em parte do fato de Ted não possuir um órgão sexual e, consequentente, não poder ter um filho com ela.
A partir daí, Ted e seu dono saem desembestados por Boston em busca de um doador de esperma para que Tami-Lynne possa engravidar. A cena em que eles invadem a casa do jogador Tom Brady para masturbá-lo enquanto dorme e roubar seu esperma é de rachar de rir.
Mas paralelo a isso, o Estado de Massachussets decide invalidar o casamento de Ted com Tami-Lynn sob a alegação de que ele não é um ser vivo, e sim um objeto manufaturado.
Mas não pense que, a partir daí, o filme vá ganhar tons dramáticos. Pelo contrário. Mas não vou entrar em detalhes para não bancar o desmancha-prazeres.
Estranhamente, vários setores da crítica torceram o nariz para "Ted 2", fazendo uso de alegações no mínimo esdrúxulas.
Teve gente que reclamou que o filme é longo demais, e que as piadas vem uma atrás da outra com tamanha rapidez que nem dá tempo do espectador rir do que está vendo. Na verdade, não há nada de errado com o roteiro do filme. Essa prática é muito comum entre roteiristas de TV, que não podem se dar ao luxo de perder o telespectador e tratam de sufocá-lo com situações engraçadas contínuas. Ou seja: esses críticos é que não estão habituados a assistir comédias que excedam 90 minutos de duração.
Teve também quem acusou "Ted 2" de abusar de piadas de mau gosto. Aí já é um pouco demais, não? Quem quiser piadas de bom gosto, que vá ver o novo filme de Woody Allen. As piadas de Seth McFarland são, em sua essência, grossas e de mal gosto. Ele segue uma grande tradição do humor americano, e é um herdeiro legítimo de Mel Brooks, que também nunca primou pela sutileza em seu humor. Essa reclamação é tão ridícula quanto a do delegado comunista Protógenes Queiroz, que tentou tirar o primeiro filme da série de circulação dos cinemas porque não queria que seu filho pequeno visse aquelas cenas (engraçadíssimas) do ursinho fumando maconha.
"Ted 2" traz Amanda Seyfried como uma advogada jovem e maconheira que mexe com o coração do personagem de Mark Wahberg, que está recém-divorciado e carente. Conta também com participações especiais de Morgan Freeman e Liam Neeson, ambos amigos do diretor -- além, é claro, do grande canastrão Sam D. Jones, o Flash Gordon dos Anos 80, que ministra o casamento de Ted e Tami-Lynn na Catedral de Boston.
"Ted 2" já é um sucesso mundial. Tudo indica que daqui a dois ou três anos teremos um terceiro filme da série aportando nos cinemas. Se isso não servir como recomendação para que você perca duas horas de sua vida assitindo "Ted 2", podemos afirmar que de todas as sequências de comédias de sucesso que chegaram aos nossos cinemas do ano passado para cá -- vide "Débi e Lóide 2" e "Quero Matar Meu Chefe 2" --, nosso adorável ursinho escrotinho ganha de lavada.
TED 2
(2015 - 115 minutos)
Direção e Roteiro
Seth McFarlane
Cinematografia
Michael Barrett
Música
Walter Murphy
Walter Murphy
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